28/03/10

Scorpions - Sting In The Tail

Scorpions: mais de 40 anos depois, esta mítica banda formada em Hanover na Alemanha anuncia o seu final. Incicialmente o grupo era formado por Rudolf Schenker (voz e guitarra), Karl-Heinz Follmer (guitarra), Lothar Heimberg (baixo) e Wolfgang Dziony (bateria). Em 1971 entram para a banda o guitarrista Michael Schenker (irmão de Rudolf) e o vocalista Klaus Mein, que ainda hoje se mantém no grupo, o que não acontece com Michael que em 1973 decide abandonar os Scorpions.
Sting in The Tail, editado recentemente é o último disco da carreira do grupo, uma carreira com alguns bons momentos, com alguns discos de bom nível, como por exemplo In Trance (1975), Love Drive (1979) ou Blackout (1982), entre muitos outros sendo que, os Scorpions proporcinaram-nos algumas das mais belas baladas da música rock. Quem não conhece e gosta de ouvir Still Loving You, Always Somewhere ou Lady Starlight, entre muitas outras de um brilhantismo impressionante e de uma beleza indescritível?
Neste último disco, a "receita" mantém-se: um bom leque de canções rock que, sem serem brilhantes, mantêm o nivel de qualidade a que o grupo nos habituou.
Talvez por sabermos que estamos perante o último disco de originais de um grupo que de algum modo marcou a história da música e de várias gerações, e que vai terminar dentro de algum tempo (após uma última tournée), talvez por isso, este disco soe a despedida dando ao próprio álbum um tom conceptual, que ele não tem; talvez o nosso subconsciente nos leve a pensar que vamos perder algo que nos deu momentos de felicidade durante muitos anos.
Em resumo, é um bom disco com duas excelente baladas, Lorelei e Sly (seguramente um clássico), e bons temas de rock, com bons reefs e solos de guitarra, que só não são brilhantes porque são curtos, mas como se sabe nos concertos são normalmente "alongados" e aí sim, vamos ter bons momentos na última tournée que o grupo está a preparar e que quase de certeza deve passar por Portugal, pois o grupo sempre demonstrou grande apreço pelo país onde fez questão de gravar um trabalho ao vivo, no convento do Beato em Lisboa: "Acoustica" em 2001.
Quanto a "Sting In The Tail", termina de forma algo enigmática, com uma das melhores canções de sempre do grupo, "The Best Is Yet To Come"; será a tournée?

01 - Raised On Rock
02 - Sting In The Tail
03 - Slave Me
04 - The Good Die Young (feat. Tarja Turunen)
05 - No Limit
06 - Rock Zone
07 - Lorelei
08 - Turn You On
09 - Sly
10 - Spirit Of Rock
11 - The Best Is Yet To Come

Nota - 8/10

P.S. - Como dizem em "Spirit Of Rock", "Rock Will Never Die"

26/03/10

Peter Gabriel - Scratch My Back

Considero Peter Gabriel (13 de Fevereiro de 1950) um dos músicos mais criativos e geniais da história da música. Deixou os Genesis em 1976 e desde então tem-se dedicado a uma carreira a solo com alguns discos de grande qualidade.
Desde “Peter Gabriel I” em 1977 até este “Scratch My Back” de 2010, Gabriel possibilitou-nos alguns bons momentos musicais com grandes clássicos, como por exemplo Solsbury Hill (Peter Gabriel I em 1977), Games Without Frontiers e Biko (Peter Gabriel III em 1980) e Sledgehammer (So em 1986), entre muitos outros.
Para além da sua excelente carreira a solo, desenvolveu ao longo dos anos uma autêntica cruzada na divulgação da chamada World Music, ao criar a editora Real World cujo objectivo é a divulgação da imensa música deste imenso mundo, levando-nos a descobrir grandes compositores e belíssimas canções em países dos quais pouco ouvimos falar ou pouco sabemos da sua música e da sua cultura.
Após a edição do álbum “Up” em 2002, Peter Gabriel fez vários espectáculos pela Europa, tendo passado por Portugal para concertos no Rock In Rio e no Festival Vilar de Mouros em 2004.
Oito anos passaram desde a edição do seu último disco e regressa neste ano de 2010, com “Scratch My Back” e, para grande surpresa, traz-nos um disco exclusivamente de versões, num tributo que presta a diversos músicos, um disco calmo de excelentes canções, num verdadeiro exercício vocal de grande brilhantismo, como só ele sabe fazer.
Não estamos perante um disco com temas fortes que possam dar bons singles; estamos perante um disco de alguém detentor de uma voz e de uma capacidade musical que não para de nos surpreender.
Será que “Scratch My Back” vai tornar-se num disco de culto na carreira de Peter Gabriel?
O tempo o dirá.

01 – Heroes (David Bowie)
02 – The Boy In The Bubble (Paul Simon)
03 – Mirrorball (Elbow)
04 – Flume (Bon Iver)
05 – Listening Wind (Talking Heads)
06 – The Power Of The Heart (Lou Reed)
07 – My Body Is a Cage (Arcade Fire)
08 – The Book Of Love (Magnetic Fields)
09 – I Think It’s Going To Rain Today (Randy Newman)
10 – Après Moi (Regina Spektor)
11 - Philadelphia (Neil Young)
12 – Street Spirit – Fade Out (Radiohead)

Nota – 8/10

23/03/10

Besnard Lakes... Are The Dark Horse

O guitarrista e vocalista Jace Lasek e a baixista Goreas Olga, decidem formar no ano de 2001 em Montreal, Canadá, os The Besnard Lakes.
Devido às suas origens e ao facto de os seus fundadores serem casados, no início foram comparados aos Arcade Fire mas, apesar de tal comparação não poder ser depreciativa, o casal procurou, e conseguiu, demarcar-se desse rótulo.
Mais tarde entraram para o grupo os guitarristas Steve Raegele e Jeremias Bullied, e o baterista Kevin Laind e é então que editam o primeiro trabalho do grupo "Vol. 1, disco reconhecido pela critica, mas que passa despercebido em termos comerciais.
Após a gravação deste primeiro disco, o guitarrista Jeremias Bullied é substituído por Richard White e entra para o grupo o teclista e produtor Nicole Lizee e é então que surge este "The Besnard Lakes Are The Dark Horse", onde apresentam uma música complexa e por vezes conceptual, com momentos de psicadelismo e também com grandes devaneios ao nível de guitarras que, pessoalmente, me fez lembrar Sonic Youth.

01 - Disaster
02 - For Agent 13
03 - An You Lied To Me
04 - Devastation
05 - Becaute Tonight
06 - Rides The Rails
07 - On Bedford and Grand
08 - Cedric's War

Nota - 8/10

15/03/10

Ali Farka Touré and Toumani Diabaté

Apesar de ainda estarmos somente no terceiro mês de 2010, arrisco em afirmar que este disco gravado por Ali Farka Touré e Toumani Diabaté, vai ser seguramente, um dos melhores discos do ano. Gravado pouco antes da morte de Ali, que aconteceu no dia 07 de Março de 2006, e na sequência da excelente parceria em "In The Heart Of The Moon", este disco apresenta uma vertente mais acústica de Ali Farka Touré, aliada à magia da Kora tocada por Toumani Diabaté, o grande mestre desse instrumento.
Um conjunto de deliciosas melodias recheadas de uma magia que nos encanta e enfeitiça, num daqueles discos que para além de se gostar à primeira audição, continuamos a gostar e a adorar cada vez mais, à medida que o vamos ouvindo.

Obrigatório.

01 - Ruby
02 - Saby Yoerkoy
03 - Be Mankan
04 - Doudou
05 - Warbé
06 - Samba Geladio
07 - Sina Mory
08 - 56
09 - Fantasy
10 - Machengoidi
11 - Kala Djula

Nota - 9/10

P.S. - Com o tempo vai chegar à nota 10/10.