29/07/13

Ao vivo... Festival Músicas do Mundo

Neste primeiro dia do segundo fim-de-semana do Festival Músicas do Mundo, o Jamaicano Winston McAnuff - também conhecido como "Electric Dread", devido à sua postura em palco - e o acordeonista francês Fixi, apresentaram-se numa altura em que se preparam para lançar o seu primeiro álbum, com edição prevista para o mês de Setembro, disco este que surge na sequência natural do sucesso obtido com o EP "Garden Love", editado em Abril deste ano.
Durante mais de uma hora, no palco situado na Avenida Vasco da Gama, junto à bonita praia de águas calmas de Sines, foi possível viajar de forma alegre e descontraída pela música com raízes na Jamaica mas que navega pelos campos do Rock, Soul, Afrobeat e ainda pelo Maloya da Ilha Reunião, demonstrando uma verdadeira universalidade de ritmos aos quais é extremamente difícil ficar indiferente, não só pelo seu efeito contagiante, como pela forma como os músicos se apresentam em palco, pois ao contrário da maioria dos grupos do chamado "mainstream", estes demonstram um prazer e uma alegria enorme, e isso é algo que se transmite a quem está a assistir, acabando por funcionar como a cereja no topo do bolo.
Depois deste primeiro concerto na avenida, há que subir a íngreme escadaria que nos leva ao castelo. Tarefa árdua, mas em que se aplica máxima de "quem corre por gosto, não cansa".
A primeira actuação no Castelo, esteve a cargo dos portugueses Gaiteiros de Lisboa que, pelo que era possível ouvir nos comentários do público presente proporcionaram um bom concerto e com algumas intervenções extremamente críticas para com a polícia à entrada do recinto, pois as revistas efectuadas davam a ideia de estarem perante um bando de criminosos.
A seguir aos Gaiteiros de Lisboa, era chegada a vez de Trilok Gurtu e Tigran Hamasyan. Infelizmente, e motivado pelos sucessivos atrasos nos voos que o traziam até Portugal, o percussionista indiano Trilok Gurtu não pôde estar presente, cabendo a Tigran Hamasyan a árdua tarefa de satisfazer o imenso público presente e, diga-se passagem, isso foi conseguido.
Sozinho em palco, o pianista da Arménia não desiludiu e conseguiu proporcionar um dos melhores concertos desta edição ao recorrer a estilos clássicos mas sem ficar refém disso, entrando por campos experimentalistas alimentados por loops de piano eléctrico, usando o assobio como forma de ritmo e chegando mesmo a cantar com o característico canto arménio, numa mistura lamentos com alegrias. Esta simplicidade, estranhamente complexa e embriagante, proporcionou um dos mais belos concertos do dia, e graças a isso foi possível esquecer (por muito difícil que possa parecer) a ausência de Trilok Gurtu.
Pronto; a calmaria e a beleza proporcionada por Tigran Hamasyan durou pouco tempo. Ao fim de um curto intervalo, o rocker argelino Rachid Taha entrou em palco para um concerto arrasador e divertido. Conhecido não só por raramente estar sóbrio em palco mas também pelos excelentes concertos que proporciona, Taha, mais uma vez cumpriu. Com um alinhamento que percorreu os seus últimos discos, Rock n Rai 2 (2010) e Zoom (2013), houve de tudo, numa espécie de anarquia organizada, desde temas com nítidas influências do Oeste americano a outros tipicamente Árabes, proporcionando uma sonoridade característica e curiosa, graças a Hakim Hamadouche e o seu bandolim-alaúde. Os momentos altos da noite foram conseguidos com o boémio "Ecoute Moi Camarade", no qual o público colaborou de forma excelente originando rasgos de boa disposição indisfarçável por parte dos músicos, e também com "Rock El Casbah", o clássico dos Clash que fez levantar poeira no Castelo de Sines. Um bom concerto mas que soube a pouco, pois como tudo o que é bom, acabou depressa, e nem pareceu que tinha passado quase hora e meia naquele que foi o melhor concerto do dia.
Se Rachid Taha proporcionou o melhor concerto do dia, os japoneses Shibusa Shirazu Orchestra proporcionaram o melhor espectáculo. Com 26 elementos em palco, apresentaram uma actuação que cruzava o teatro fantástico e fantasmagórico com a dança "Butoh" do absurdo e do grotesco e uma linha musical abrangente, desde o Jazz ao Rock, passando pelo Funk e pelo Ska, e incursões na característica música balcânica e de improvisação. Tudo isto foi "temperado" com uma boa dose de humor, numa mescla estranha e desorganizada ficando a ideia que cada um fazia o que queria, como se estivéssemos perante uma Jam Session teatral e musical, com excelentes solos por parte de praticamente todos os músicos.

16/07/13

Ao vivo... Bots

Data - 22 de Maio de 2013
Local - Parc Del Fòrum - Barcelona
Notas - Os irmãos Mikaiah Lei (guitarra e voz) e Anaiah Lei (bateria e voz), com apenas 19 e 16 anos de idade, respectivamente, já editaram três discos, sendo o primeiro "Self-Titled Album" em 2009, "Black and White Lights" em 2010 e "Ladies & Gentleme" em 2011.
Oriundos de Los Angeles, os The Bots apresentam uma música assente num rock puro e duro, com algumas influências naturais de Blues, mas sem nunca chegarem a entrar nesse ritmo, sendo notórias as influência que o grupo colhe de uns Black Keys ou mesmo de Jack White.
Os The Bots, foram uma das boas surpresas desta edição do Primavera Sound Barcelona ao proporcionarem um concerto de bom nivel, e com isso ficou a vontade de descobrir algo mais sobre a discografia do grupo, e ainda alguma curiosidade relativamente à progressão que possam ter em termos de carreira, pois sendo inegavelmente bons executantes (e muito novos), navegam por um estilo musical que não é fácil nem muito abrangente em termos de mercado internacional, ficando a sensação que não irá ser fácil a sua entrada no mercado europeu.

12/07/13

Ao vivo... Animal Collective

Os americanos Animal Collective, de Baltimore, não deslumbraram mas também não desiludiram nesta sua actuação no Festival Primavera Sound Barcelona.
David Portner (Avey Tare), Noah Lennox (Panda Bear), Josh Dibb (Deakin) e Brian Weits (Geologist), proporcionaram um concerto razoável.
A genialidade de alguns dos seus trabalhos discográficos - como por exemplo "Feels" de 2005, ou "Merriweather Post Pavilion" de 2009 - ao vivo e num recinto de grande dimensão, perde-se, acabando por se tornar em algo que chega a ser aborrecido.
Caso este concerto tivesse sido num espaço mais pequeno, como por exemplo o Auditório RockdeLux ou o palco Ray-Ban, poderia ter sido um dos melhores de todo o festival, mas, neste caso, acabou por ser apenas mais um, o que foi pena, pois a qualidade do grupo é enorme.

Ao vivo... Goat


Data - 24 de Maio de 2013
Local - Parc Del Fòrum - Barcelona
Notas - Oriundos da pequena localidade de Korpolombolo, na Suécia,os misteriosos Goat deram um bom concerto. Com máscaras, não permitindo identificar os rostos, a sua música divaga por diversos campos, desde a World Music a ritmos tribais, da dança ao pop melódico, passando inclusivamente por algum psicadelismo, originando uma sonoridade muito particular e cativante.
Talvez tenha sido graças a esta imensa panóplia de estilos, que foram considerados uma das grandes revelações do ano de 2012 com o álbum "World Music".
Um grupo a merecer alguma atenção em futuros trabalhos discográficos.

11/07/13

Ao vivo... Orchestre Poly Rythmo de Cotonou


Data - 25 de Maio de 2013
Local - Parc Del Fòrum - Barcelona
Notas - Orchestre Poly Rythmo de Cotonou, da República do Benin, são uma lendária formação formada no final dos anos 60. Após um interregno de mais de 20 anos, o grupo regressou, recentemente, às edições discográficas com o disco "Cotonou Club".
Com a sua mistura de Afrobeat e Jazz, mantendo as raízes tradicionais do Benin, acabaram por proporcionar um excelente concerto, repleto de uma energia contagiante e de grande interacção com o público.

10/07/13

Ao vivo... Christopher Owens

Setlist de Christopher Owens no festival Primavera Sound Barcelona.
Na confusão natural de um Festival de Música como o Primavera Sound Barcelona, este concerto do Ex-Girls Christopher Owens funcionou como um bálsamo, proporcionando um momento de verdadeira paz. A conjugação do tipo de música de Owens e a sua excelente e melodiosa voz, aliadas a uma sala verdadeiramente fabulosa como o Auditório Rockdelux, proporcionaram um momento de intensa e rara beleza e impossivel de descrever. Mágico.

01 - Here We Go
02 - New York City
03 - A Broken Heart
04 - Here We Go Again
05 - Riviera Rock
06 - Love Is In The Ear of The Listener
07 - Lysandre
08 - Everywhere You Knew
09 - Closing Theme
10 - Part Of Me (Lysandre's Theme)
11 - Wild World (Cover Cat Stevens)
12 - The Boxer (Cover Simon & Garfunkel)
13 - Let It Be Me (Cover Everly Brothers)
14 - Don't Think Twice, It's all Right

Setlist... Muse

Setlist do concerto dos Muse no dia 21 de Abril de 2002 (o primeiro a que assisti do grupo) na "pequena" sala da Aula Magna de Lisboa.
Este concerto, inicialmente esteve agendado para o dia 09 de Março de 2002, mas um ruptura de ligamentos do baixista Chris Wolstenholm fez com que fosse adiado para esta data.

01 - Space Dementia
02 - Hysteria
03 - New Born
04 - Micro Cuts
05 - Dead Star
06 - Citizen Erased
07 - Sunburn
08 - Uno
09 - Megalomania
10 - Feeling Good
11 - In Your World
12 - Hyper Music
13 - Muscle Museum
14 - Plug In Baby
15 - Bliss