06/11/08

Entrevista... Aqui Del Rock

Terceira parte de uma entrevista feita aos Aqui Del Rock, no dia 24 de Fevereiro de 1981
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Perg. – O que acham da lei que obriga as rádios a passar 50% de música portuguesa?
Resp. – (Óscar) – Isso vai ser assim: António Calvário, António Mourão, Tony de Matos, etc.
Perg. – Mas isso pode vir a marginalizar o rock português.
Resp. – (Óscar) – Agora a falar a sério… acho que não.
(Fernando) – Eles vão passar rock, mas só cantado em português.
(Serra) – Eu acho que isso não pode ser assim. As pessoas podem-se exprimir na língua que quiserem desde que sejam residentes ou nascidos neste país. As consequências só se podem ver na prática, com o tempo.
Perg. – Projectos para o futuro.
Resp. – (Óscar) – Os nossos maiores projectos são tocar e ter hipóteses para o poder fazer.

FIM

05/11/08

Entrevista... Aqui Del Rock

Segunda parte de uma entrevista feita aos Aqui Del Rock, no dia 24 de Fevereiro de 1981
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Perg. – Acham que as divergências que existem actualmente entre os grupos portugueses, possam ser prejudiciais para o rock português?
Resp. – (Alfredo) – Eu acho que se eles fazem isso é muito mau, porque nós devíamos dar-nos todos muito bem.
(Serra) – Se isso é prejudicial? Pode ser mas também pode ser benéfico. Existem sempre divergências, pontos de vista diferentes e depois, na prática, isso vai dar um leque maior de possibilidades de escolhas às pessoas. Eu acho que não interessa se essas divergências existem ou não, o que interessa é que existam muitos grupos e oportunidades para eles, sejam bons ou maus. Falta de qualidade? A qualidade há-de surgir, uma vez que há quantidade.
Perg. – É possível viver em Portugal à custa da música?
Resp. – (Serra) – Para nós, até agora, ainda não foi possível, mas queremos ver se conseguimos.
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04/11/08

Entrevista... Aqui Del Rock

Primeira parte de uma entrevista feita aos Aqui Del Rock, no dia 24 de Fevereiro de 1981

Perg. – Qual a vossa formação actual?
Resp. – Actualmente o grupo é formado pelo Alberto na guitarra, Carlos na guitarra, Serra na bateria, Fernando no baixo e por mim, Óscar que sou o vocalista.
Perg. – Há quanto tempo é que os Aqui Del Rock se formaram?
Resp. – (Óscar) – Há dois dias. Não, agora a falar a sério, nós formámo-nos há cerca de um ano e começámos a tocar aquilo que gostamos e temos feito um esforço nesse sentido. Só que os nossos gostos vão mudando e fomos tocando outras coisas e de acordo com isso, fomos encontrando as pessoas indicadas para fazer aquilo que nós queríamos e isso é um processo que leva tempo, especialmente porque o que nós pretendemos fazer também se vai definindo com as pessoas que vão entrando, mas o facto das pessoas irem entrando não é o mais importante; o mais importante é aquilo que nós hoje queremos fazer. Por isso quando me perguntaste há quanto tempo é que nós existíamos eu disse que era há dois dias, porque nós existimos no momento em que estamos a tocar para alguém, ou para nós.
Perg. – Acham que existe um Movimento Rock Português devido à explosão de grupo que houve, ou é algo efémero?
Resp. – (Alberto) – Eu posso dizer que já assisti nos anos 70 a uma coisa parecida e foi tudo por água abaixo. Por isso, não sei se acredite, apesar de estar um bocado melhor do que nos anos 70. Eu acho que esse movimento não vai ter nada a ver com os rockers que existem no nosso país, pois vai haver pessoas que se vão aproveitar disso para ganhar dinheiro e não vão dar possibilidades aos rockers de expandirem aquilo que querem dizer.
(Serra) – Desde sempre que a música deste género é efémera e é assim que se define; quando deixar de o ser, começa a ser algo chato, e tu vês que todos os grupos que perdem a urgência do momento, que perdem a inovação, que deixam de se por constantemente em causa, tornam-se grupos chatos. Eu estou convencido que para já e com a quantidade de grupos que estão a aparecer, há alguma possibilidade desse movimento continuar.
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