30/07/08

Entrevista... Sarabanda

Terceria parte de uma entrevista feita pelo autor deste blog aos Sarabanda, publicada no dia 27 de Junho de 1981, no suplemento "Som 80", que fazia parte do jornal "Portugal Hoje".

Perg. – Achas que o mercado Português já está preparado para aceitar o Rock feito pelos Portugueses?
Resp. – Está a começar. A razão que justifica isso é o facto de as editoras se mostrarem interessadas. Se elas estão interessadas em fazer discos, demonstra que estão a obter lucro, e se isso acontece é porque há mercado.
Perg. – A música que se faz em Portugal, já tem qualidade para poder ir além-fronteiras?
Resp. – Isso é um grande problema. Já há muita música feita em Portugal que tem qualidade, até qualidade superior a alguma da música que se faz no estrangeiro. O problema que se coloca é o das companhias de discos. O grande problema que a nossa música tem em sair, é conseguir entrar e furar as grandes máquinas que existem no estrangeiro.
Perg. – Através dos poemas das vossas músicas, tentam dar alguma mensagem às pessoas que os escutam, ou o importante é que o pessoal curta a música?
Resp. – Interessa é que a música se toque e que haja qualquer coisa nas letras. A Cris escreve letras o máximo acessíveis, directas e simples e com qualquer coisa para dizer.
Perg. – O que é que achas da lei que obriga a rádio a passar 50% de música Portuguesa?
Resp. – Acho muito bem e vital.
Perg, - Quais as possíveis consequências?
Resp. – Consequências? É como aquilo que disse há pouco; começam a aparecer variadíssimos estilos e coisas que estão gravadas. Muita gente vai começar a definir-se dentro da música que é feita em Portugal. Também vão aparecer coisas absolutamente ridículas, de péssima qualidade. Como vão passar muita música, têm de ir buscar coisas antigas.
Perg. – Quais os planos que os Sarabanda têm para o futuro?
Resp. – Há qualquer coisa para a África do Sul mas que ainda não está confirmada. Vamos estar em vários programas na TV e espectáculos um pouco pelo país todo.

FIM

29/07/08

Entrevista... Sarabanda

Segunda parte de uma entrevista feita pelo autor deste blog aos Sarabanda, publicada no dia 27 de Junho de 1981, no suplemento "Som 80", que fazia parte do jornal "Portugal Hoje".

Perg. – O vosso disco tem uma música dedicada a John Lennon. O que é que sentiam por ele e quais as influência que têm dele, do ponto de vista musical?
Resp. – Musicalmente posso dizer que a minha escola, é a escola Beatles para além das tendências da música clássica de que tenho muitas influências. Aprendi quase tudo com os Beatles quando comecei a tocar., comecei a ler as pautas dos Beatles e portanto era muito importante a todo o nível, até porque Lennon era, não sei se a cabeça do grupo, mas era o intelectual, e portanto aquilo que ele escreveu como poeta, teve uma influência muito forte e isto principalmente por parte da Cris. Ela sentiu mesmo muito, está muito ligada a isso, e quando começou a praticar viola, foi muito influenciada por ele. Foi por isso que sentimos a legitimidade para oferecer uma homenagem ao John Lennon.
Perg. – Quais outras influências?
Resp. – Do lado da Cris, musicalmente, ela está muito dentro da onda clássica, como por exemplo Vivaldi. Para além de Vivaldi, há a faceta da música americana, de que falei há ouço.
Perg. – O que acham deste movimento de grupos Rock que apareceu no ano passado?
Resp. – Acho muito bom.
Perg. – Achas que se pode considerar um movimento?
Resp. – Acho que sim.
Perg. – Na tua opinião será algo efémero, ou é para ficar?
Resp. – Acho que é muito bom uma vez que aparece muita gente, e de certeza que ao fim de determinado tempo vão ficar definidos aqueles que ficam, e isso é importante. É preciso é que apareça malta e que tenha oportunidade de se mostrar, de aparecer e mostrar a sua música; ao fim de um determinado espaço de tempo vai-se definir quem são realmente aqueles que tocam bem, que são importantes, que têm força e que as pessoas querem e precisam de ouvir.
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28/07/08

Entrevista... Sarabanda

Primeira parte de uma entrevista feita pelo autor deste blog aos Sarabanda, publicada no dia 27 de Junho de 1981, no suplemento "Som 80", que fazia parte do jornal "Portugal Hoje".

Os Sarabanda são formados por Cris Kopke e Armando Gama (Ex-Tantra), e têm já no se activo vários singles gravados, um LP e várias idas à TV. Na sequência do sucesso obtido com o seu mais recente trabalho, o LP “Export”, fomos entrevistá-los. Infelizmente a Cris Kopke não pode estar presente tendo a entrevista sido feita ao Armando Gama.
Perg. – Como e quando é que surgiu a ideia da formação dos Sarabanda?
Resp. – Armando Gama – Eu estava em tournée com os Tantra, onde tocava, e encontrei-me com a Cris no Algarve. Passado um ano de nos conhecermos, chegámos à conclusão que tinha de haver um grupo, que éramos nós os dois e isto porque existia muita afinidade musical, e ela tinha os mesmos gostos e a mesma cultura musica do que eu. Então começámos a cantar juntos e verificámos que as vozes harmonizavam muito bem; então ela começou a praticar viola, juntámo-nos, e a partir daí, começámos a tocar em bares.
Perg. – Com que linha ou onda musical é que vocês se identificam?
Resp. – Nós temos uma linha um bocado variável, desde Beatles, Simon & Garfunkel e também da música de Cole Porter dos anos 40 e 50.
Perg. – Mas este LP, relativamente aos trabalhos anteriores, já mostra uma certa mudança de estilo…Resp. – Este disco é precisamente um bocadinho da variedade do nosso trabalho. Não é uma mudança de estilo, antes pelo contrário, é o resultado de todo este tempo de três anos, dos muitos géneros musicais que conseguimos tocar.
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27/07/08

Recortes... Xutos e Pontapés

Foto dos Xutos e Pontapés em Janeiro de 1982, altura em que o autor deste blog lhes fez uma entrevista que foi publicada no jornal Musicalíssimo no dia 01 de Fevereiro do mesmo ano e que será publicada brevemente neste blog.

20/07/08

Guns N' Roses - Appetite For Destruction


Numa altura em que volta a ser falada a edição do álbum Chinese Democracy, que já leva cerca de catorze anos de preparação e algumas músicas já circulam na net, tomo a liberdade de colocar neste espaço aquele que, na minha opinião, é o melhor disco de sempre dos Guns N’ Roses, Appetite For Destruction.
Lançado numa altura em que o Heavy Metal andava “pelas ruas da amargura”, os Guns N’ Roses deram uma lufada de ar fresco na entediante e penosa onda Heavy. É um disco fabuloso, com riffs de guitarra soberbos. Alguns dos maiores hits dos Guns fazem parte deste disco, como por exemplo Sweet Child O’Mine, Welcome To The Jungle ou Pardise City, para mencionar só alguns. Realce ainda para a excelente capacidade vocal de Axl Rose e os bons pormenores ao nível das guitarras por Izzy Stradlin e, principalmente, Slash que se tornou um verdadeiro Guitar Hero.
Appetite For Destruction é um disco fundamental e, como tal, considerado um dos melhores álbuns de sempre.

01 – Welcome To The Jungle
02 – It’s So Easy
03 – Nightrain
04 – Out Ta Get Me
05 – Mr. Brownstone
06 – Paradise City
07 – My Michelle
08 – Think About You
09 – Sweet Child O’ Mine
10 – You’re Crazy
11 – Anything Goes
12 – Rocket Queen

Nota – 10/10