08/11/07

Entrevista... Salada de Frutas

Terceira parte de uma entrevista feita pelo autor deste blog aos Salada de Frutas e publicada no jornal "Se7E, no dia 08 de Julho de 1981.

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Perg. – Porquê que vocês optaram por cantar Rock em Português?
Resp. – (Zé da Ponte) O Rock como expressão universal que é deve ser entendido pelas pessoas. Nós estamos em Portugal e a cantar para Portugueses. Por esse motivo achamos lógico cantar em Português.
(Guilherme Scarpa) Existem grupos Portugueses que cantam em Inglês. É uma opção como outra qualquer e têm esse direito. Do nosso ponto de vista isso não tem cabimento. Já quase toda a gente perdeu a mania de afirmar que o Português não é uma língua cantável. Esta provado que se pode cantar em Português.
Perg. – A maioria das letras das vossas músicas fala de temas que são uma crítica á sociedade. Porque razão é que optaram por esse tipo de letra?
Resp. – (Zé da Ponte) O rock como linguagem popular, começou por ser um meio de expressão musical em termos acusadores, ao tratar em parte as coisas que, basicamente, estão mal. Foi um movimento desde sempre contestatário. O rock é uma música que é uma maneira de estar e isso reflecte-se naquilo que se canta.
Perg. – Recentemente iniciaram uma tournée a nível nacional. Como é que as pessoas têm reagido aos vossos concertos e gostava que estabelecessem um paralelo entre a reacção do público da província e o da cidade.
Resp. – (Zé da Ponte) O público da província reagiu muito bem e quanto ao público da cidade, mais propriamente o de Lisboa não podemos dizer nada pois só tocámos uma vez em Lisboa e foi tipo relâmpago. A malta urbana é mais agredida por este sistema e isso torna as pessoas mais frias e mais preconceituosas.

FIM

07/11/07

Entrevista... Salada de Frutas

Segunda parte de uma entrevista feita pelo autor deste blog aos Salada de Frutas e publicada no jornal "Se7E, no dia 08 de Julho de 1981.
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Perg. – A linha musical do vosso primeiro álbum é totalmente diferente da do single “Robot”. Porquê essa viragem de estilo?
Resp. – (Guilherme Scarpa) – Essa diferença que se sente do single para o álbum não é uma mudança deliberada de estilo, mas sim o resultado de um trabalho que nos desenvolvemos em conjunto e que, digamos, chegou a esta fórmula, que agora é esta mas que daqui a uns meses talvez possa ser outra, pois nós não nos queremos amarrar.
Perg. – Mas não acham que essa mudança musical pode vir a decepcionar alguns dos vossos fans que compraram o primeiro álbum?
Resp. – (Guilherme Scarpa) Eu penso que talvez tenha havido pessoas que deixaram de gostar, mas penso que isso é algo que ninguém pode evitar. Não acho que tenha havido assim tanta malta a deixar de gostar. Temos tido público nos concertos que nos pede tanto para tocarmos temas novos como temas mais antigos.
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06/11/07

Entrevista... Salada de Frutas

Primeira parte de uma entrevista feita pelo autor deste blog aos Salada de Frutas e publicada no jornal "Se7E, no dia 08 de Julho de 1981.

Os Salada de Frutas são um grupo sobejamente conhecido de todos nós. A sua formação provém de 1980 e actualmente são compostos pela Lena D’Água na voz, Luís Pedro da Fonseca nas teclas, Zé da Ponte no baixo, José Carrapa na guitarra e o Guilherme Scarpa Inês na bateria. Todos eles são músicos da chamada “velha guarda” e antes de formarem os Salada de Frutas, já tinham feito algo em termos musicais. Senão, vejamos: Lena D’Água gravou um disco dedicado às crianças; Guilherme Scarpa e José Carrapa participaram juntamente com José Cid no agrupamento Cid, Scarpa e Carrapa, numa onda Rock; Zé da Ponte e Luís Pedro da Fonseca participaram em diversos projectos quer como músicos quer como produtores.
Perg. – Como é que se deu a formação dos Salada de Frutas?
Resp. – (Guilherme Scarpa) O Zé, o Luís Pedro e a Lena formaram a banda em Setembro do ano passado. Decidiram-se a gravar um álbum, arranjaram o material todo e depois quando chegou a altura de ir para estúdio convidaram-me a mim, ao Rui Cardoso e ao Zé Carrapa. Depois disso a malta não fez estrada porque não houve hipótese devido a problemas de ordem técnica e material. Agora resolvemos formar a banda sem o Rui Cardoso; juntamo-nos os cinco, começamos a ensaiar, preparamos um set de palco e só depois disso é que gravamos o “Robot”.
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