Data - Dias 16, 17 e 18 de Julho de 2010
Local - Meco
Notas - O festival mais mutante de Portugal este ano foi até ao Meco. Se em termos comerciais parece ter resultado, no que diz respeito às condições do recinto e da zona para receber cerca de 20000 pessoas por dia, foi um autêntico desastre. O muito pó dentro do recinto, tornava o ar praticamente irrespirável; as estradas de acesso ao recinto tinham filas de quatro horas de trânsito (muita gente a desistir e voltar para trás); o parque de estacionamento era ridículo, sem qualquer iluminação e de onde era extremamente difícil sair. Em termos, digamos logísticos e de mobilidade, foi talvez o pior festival de sempre em Portugal.
Quanto à vertente musical, o festival esteve sempre em bom nível, com um cartaz bem elaborado e recheado de grandes nomes, em ambos os palcos.
Pelo palco secundário passaram, entre outros os excelentes Beach House e Grizzly Bear.
No que ao palco principal diz respeito, destaco os magníficos concertos dos National e de Prince. Enquanto Prince confirmou ser, na minha opinião um dos melhores guitarristas da actualidade, os National deram aquele que para mim foi o melhor concerto da edição deste ano do Super Bock Super Rock.
Quanto aos Pet Shop Boys, demonstraram ser extremamente profissionais, com uma "máquina" bem oleada, onde não existe qualquer falha: a experiência do grupo nota-se, e é notável.
Já os Keane ficaram um pouco abaixo do esperado, fruto de uma música que se repete e acaba por tornar-se maçadora, apesar do esforço por parte de Tom Chaplin, talvez ciente das fragilidades da música do grupo que lidera de forma incontestável.
Finalmente, quanto aos Spoon e Cut Copy, não acrescentaram nada de novo.
Infelizmente não estive presente no dia dos Vampire Weekend, Hot Chip e Julian Casablancas, entre outros.
Para o fim, propositadamente, deixei o concerto do grupo liderado por Jorge Palma: Palma's Gang. Composto por elementos dos Xutos e Pontapés e dos Radio Macau, este grupo merecia ser liderado por alguém com mais sentido de responsabilidade e que respeitasse o público que de uma forma quase cega o aplaude. Um Jorge Palma alcoolizado, numa actuação desastrosa. Tenho pena que aquele que eu considero um dos melhores músicos portugueses dos últimos anos não consiga, pelo menos aparentemente, superar a dependência do álcool. É pena pois ele é muito bom no que faz.
Acrescento que sou um grande admirador do Jorge Palma, desde o final dos anos 70, mas deixei de assistir a concertos dele (em nome próprio, não festivais), justamente por essa razão.