Data - 25 de Maio de 2012
Local - Parque da Bela Vista
Notas - O primeiro dia do Festival Rock in Rio 2012 foi, ao contrário do habitual, dedicado aos sons mais pesados, no que ao palco principal diz respeito, tendo passado por lá os Sepultura com os Tambours du Bronx, Mastodon, Evanescence e Metallica.
O primeiro concerto neste palco aconteceu ainda o sol brilhava, às 19 horas, com os Sepultura a entrarem em palco acompanhados pelo colectivo francês "Les Tambours du Bronx", grupo formado nos anos 80, inicialmente composto por 18 membros cuja música assenta numa experiência de percussões de cariz muito urbano, com uma sonoridade agressiva mas bem elaborada. Este tipo de som, estranho mas ritmado, acabou por funcionar muito bem com o Death Metal / Trash Metal dos Sepultura, acabando por ter um efeito apaziguador na agressiva música do grupo que se formou no Brasil em 1984 e que desde então tem mantido uma carreira regular e tem passado diversas vezes por Portugal, sempre com bons concertos, e este não foi excepção.
Depois do bom espectáculo proporcionado pelos Sepultura e os Tambours du Bronx, é chegada a vez dos Mastodon tocarem para os cerca de 43000 espectadores que foram ao primeiro dia desta edição do Rock in Rio.
Não fosse pelo facto de o concerto ter sido demasiado curto (cerca de 45 minutos) o grupo que se formou em Atlanta no ano de 1999, teria dado o melhor concerto do dia. Com um som de grande nível, aliado à já famosa e primorosa execução musical dos membros do grupo - Troy Sanders (baixo e voz), Brent Hinds (guitarra e voz), Brann Dailor (bateria) e Bill Kelliher (guitarra) - os Mastodon mostraram o porquê de serem considerados uma das melhores bandas dentro do seu estilo musical, estilo esse que vagueia por um heavy metal com pequenos pormenores de rock progressivo e post-hardcore, e a música do grupo funciona tão bem ao vivo como em disco e, ao contrário do que se possa pensar, nos temas longos que a banda costuma tocar, a qualidade musical dos músicos é de tal nível que nem se dá pelo tempo a passar, fica-se, isso sim, deliciado com essa execução.
O facto de ainda estarmos a digerir a excelente actuação dos Mastodon e a estagnação criativa por parte da banda liderada por Amy Lee, fez com que o concerto dos Evanescence fosse (na minha opinião) o mais fraco do dia.
Com o estilo musical característico deste grupo que se formou no Arkansas em 1995, a música dos Evanescence acaba por ser "mais do mesmo". Apesar de o alinhamento escolhido ser em jeito de Best Of percorrendo toda a carreira do grupo, desde o primeiro disco "Origin" de 2000 até ao mais recente "Evanescence" de 2011, o concerto foi fraco e monótono. Se em termos de sonoridade musical a nível instrumental o grupo esteve em bom nível, com os temas bem tocados e com força, já a nível vocal Amy Lee mostrou algumas debilidades, chegando a desafinar em algumas partes e demonstrando alguma falta de garra. Para além de não deslumbrarem, também não se pode afirmar, sequer, que tenham cumprido e fica a ideia que o grupo chegou a uma encruzilhada da qual dificilmente conseguirá sair, com um estilo musical "Has Been", ultrapassado, e refém de meia dúzia de hits, mas que não são suficientes para que o grupo consiga manter a chama e o sucesso que obteve no início da carreira, principalmente com "Fallen" em 2003.
E eis que para suceder ao concerto fraco dos Evanescence, é chegada a hora dos Metallica subirem ao palco. Clientes habituais de terras lusas, James Hatfield, Lars Ulrich, Kirk Hammett e Robert Trujillo têm uma legião de fans impressionante que neste dia não hesitou em vestir de negro o Parque da Bela Vista, para poderem assistir ao concerto de uma das maiores bandas de Metal ao vivo, ainda por cima com a aliciante de nesta digressão o grupo que se estreou com "Kill 'Em All" em 1983, tocar na íntegra o homónimo "Metallica" de 1991, mais conhecido como "Black Album", não faltando ainda temas como "Master of Puppets" de 1986 ou "Seek & Destroy" de Kill 'Em All, num bom alinhamento, que pecou apenas pelo facto de "Metallica" não ter sido tocado pela ordem, sendo que houve uma primeira parte com hits passados do grupo, depois tocaram o "Black Album" na íntegra, e para o final mais alguns hits. Já que o alinhamento dos temas que fazem parte desse disco foi, propositadamente, separado dos outros com um pequeno interlúdio, teria feito todo o sentido que eles fossem tocados pela ordem em que aparecem no disco, o que não aconteceu.
No entanto, isto não fez com que o concerto não fosse bom; foi, foi muito bom. Só que já houve melhores e o próprio grupo interagiu com o público menos do que é costume, o que foi pena, mas a sonoridade, a postura do grupo ao vivo e a entrega dos músicos em palco, continuam a ser brilhantes e talvez seja por isso que costumo dizer que toda a gente devia, pelo menos uma vez na vida, assistir a um concerto dos Metallica.
Foi o meu oitavo.
O primeiro concerto neste palco aconteceu ainda o sol brilhava, às 19 horas, com os Sepultura a entrarem em palco acompanhados pelo colectivo francês "Les Tambours du Bronx", grupo formado nos anos 80, inicialmente composto por 18 membros cuja música assenta numa experiência de percussões de cariz muito urbano, com uma sonoridade agressiva mas bem elaborada. Este tipo de som, estranho mas ritmado, acabou por funcionar muito bem com o Death Metal / Trash Metal dos Sepultura, acabando por ter um efeito apaziguador na agressiva música do grupo que se formou no Brasil em 1984 e que desde então tem mantido uma carreira regular e tem passado diversas vezes por Portugal, sempre com bons concertos, e este não foi excepção.
Depois do bom espectáculo proporcionado pelos Sepultura e os Tambours du Bronx, é chegada a vez dos Mastodon tocarem para os cerca de 43000 espectadores que foram ao primeiro dia desta edição do Rock in Rio.
Não fosse pelo facto de o concerto ter sido demasiado curto (cerca de 45 minutos) o grupo que se formou em Atlanta no ano de 1999, teria dado o melhor concerto do dia. Com um som de grande nível, aliado à já famosa e primorosa execução musical dos membros do grupo - Troy Sanders (baixo e voz), Brent Hinds (guitarra e voz), Brann Dailor (bateria) e Bill Kelliher (guitarra) - os Mastodon mostraram o porquê de serem considerados uma das melhores bandas dentro do seu estilo musical, estilo esse que vagueia por um heavy metal com pequenos pormenores de rock progressivo e post-hardcore, e a música do grupo funciona tão bem ao vivo como em disco e, ao contrário do que se possa pensar, nos temas longos que a banda costuma tocar, a qualidade musical dos músicos é de tal nível que nem se dá pelo tempo a passar, fica-se, isso sim, deliciado com essa execução.
O facto de ainda estarmos a digerir a excelente actuação dos Mastodon e a estagnação criativa por parte da banda liderada por Amy Lee, fez com que o concerto dos Evanescence fosse (na minha opinião) o mais fraco do dia.
Com o estilo musical característico deste grupo que se formou no Arkansas em 1995, a música dos Evanescence acaba por ser "mais do mesmo". Apesar de o alinhamento escolhido ser em jeito de Best Of percorrendo toda a carreira do grupo, desde o primeiro disco "Origin" de 2000 até ao mais recente "Evanescence" de 2011, o concerto foi fraco e monótono. Se em termos de sonoridade musical a nível instrumental o grupo esteve em bom nível, com os temas bem tocados e com força, já a nível vocal Amy Lee mostrou algumas debilidades, chegando a desafinar em algumas partes e demonstrando alguma falta de garra. Para além de não deslumbrarem, também não se pode afirmar, sequer, que tenham cumprido e fica a ideia que o grupo chegou a uma encruzilhada da qual dificilmente conseguirá sair, com um estilo musical "Has Been", ultrapassado, e refém de meia dúzia de hits, mas que não são suficientes para que o grupo consiga manter a chama e o sucesso que obteve no início da carreira, principalmente com "Fallen" em 2003.
E eis que para suceder ao concerto fraco dos Evanescence, é chegada a hora dos Metallica subirem ao palco. Clientes habituais de terras lusas, James Hatfield, Lars Ulrich, Kirk Hammett e Robert Trujillo têm uma legião de fans impressionante que neste dia não hesitou em vestir de negro o Parque da Bela Vista, para poderem assistir ao concerto de uma das maiores bandas de Metal ao vivo, ainda por cima com a aliciante de nesta digressão o grupo que se estreou com "Kill 'Em All" em 1983, tocar na íntegra o homónimo "Metallica" de 1991, mais conhecido como "Black Album", não faltando ainda temas como "Master of Puppets" de 1986 ou "Seek & Destroy" de Kill 'Em All, num bom alinhamento, que pecou apenas pelo facto de "Metallica" não ter sido tocado pela ordem, sendo que houve uma primeira parte com hits passados do grupo, depois tocaram o "Black Album" na íntegra, e para o final mais alguns hits. Já que o alinhamento dos temas que fazem parte desse disco foi, propositadamente, separado dos outros com um pequeno interlúdio, teria feito todo o sentido que eles fossem tocados pela ordem em que aparecem no disco, o que não aconteceu.
No entanto, isto não fez com que o concerto não fosse bom; foi, foi muito bom. Só que já houve melhores e o próprio grupo interagiu com o público menos do que é costume, o que foi pena, mas a sonoridade, a postura do grupo ao vivo e a entrega dos músicos em palco, continuam a ser brilhantes e talvez seja por isso que costumo dizer que toda a gente devia, pelo menos uma vez na vida, assistir a um concerto dos Metallica.
Foi o meu oitavo.