Data - 16 de Fevereiro de 2013
Local - Centro Cultural de Belém
Notas - "Afectivamente".
Os GNR decidem desligar a maior parte das tomadas: o baixo eléctrico cede lugar ao baixo acústico, a guitarra eléctrica passa as cordas ao violino e os teclados rendem-se ao piano. O próprio Rui Reininho será mais acústico, entenda-se, menos eléctrico. Os clássicos que celebrizaram o Grupo Novo Rock vão soar de forma diferente. Nunca a banda do Porto esteve tão próxima do público porque efectivamente este é um concerto de afectos."
Os GNR decidem desligar a maior parte das tomadas: o baixo eléctrico cede lugar ao baixo acústico, a guitarra eléctrica passa as cordas ao violino e os teclados rendem-se ao piano. O próprio Rui Reininho será mais acústico, entenda-se, menos eléctrico. Os clássicos que celebrizaram o Grupo Novo Rock vão soar de forma diferente. Nunca a banda do Porto esteve tão próxima do público porque efectivamente este é um concerto de afectos."
Foi desta forma, com este pequeno texto, que os GNR apresentaram estes dois concertos, um no Coliseu do Porto e o outro no Centro Cultural de Belém, concertos estes que julgo terem funcionado de uma forma embrionária, para que desta forma pudessem confirmar a receptividade do público a uma vertente mais intimista que de certo modo reinventa a música do grupo, sem qualquer perca de identidade... antes pelo contrário. Está lá toda a essência da música de um grupo que já conta com 32 anos de carreira, que teima em não envelhecer, e desse modo, muitos dos seus grandes clássicos mantêm-se actuais e continuam a ser ouvidos com muito agrado.
Foi um ambiente de festa aquele que se viveu nesta noite no grande auditório do CCB,e a alegria de poder participar nessa festa esteve bem patente, não só nos rostos do público que esgotou a sala, mas também nos sorrisos dos músicos e de todos os convidados que partilharam o palco com Rui Reininho, Toli César Machado e Jorge Romão. Para além dos vários convidados, o grupo contou com Rui Lacerda na bateria, Hugo Novo nas teclas (que ao fim de 5 anos vai abandonar o grupo) e Ianina Khmelik no violino, que desta forma acompanharam Rui Reininho, Jorge Romão que trocou o baixo eléctrico pelo acústico, e Toli Cesar Machado que esteve quase sempre sentado ao piano.
Esta faceta acústica acaba por criar uma maior proximidade entre o grupo e o público, visto ser mais intimista e vocacionada para salas mais pequenas e, é ao ouvir esta nova "roupagem", esta nova sonoridade, que nos apercebemos da intemporalidade e versatilidade da música dos GNR, funcionando todas elas extremamente bem neste tipo de concerto.
O início da noite foi com a junção de duas músicas "Popless" e "Rei do Roque", passando da primeira para a segunda de uma forma muito bem estruturada, quase imperceptível e a "reboque" do violino de Ianina. Estava assim dado o mote para um noite em que se iam ouvir grandes clássicos com uma sonoridade diferente, sonoridade essa muito marcada pelo violino, que substituiu a guitarra. E funcionou.
Durante quase duas horas de espectáculo, passaram pelo palco do CCB, como convidados, o projecto Stereossauro (2 DJs), Mitó, vocalista do projecto A Naifa, Márcia, e ainda Camané.
O projecto Stereossauro, Beatbomber, composto por dois DJs, colaborou em três temas, "Sangue Oculto" com uma participação pouco conseguida, "Las Vagas" e, de uma forma brilhante, na introdução ao tema "Canil", em que usaram o clássico da música portuguesa, "Verdes Anos" de Carlos Paredes, proporcionando um dos melhores momentos da noite.
Mitó, vocalista do projecto A Naifa, emprestou a sua excelente voz ao tema "Sete Naves", interpretado em dueto com Rui Reininho e ainda à "Valsa dos Detectives", desta vez a solo e com uma actuação segura, bem como Márcia, outra das convidadas a passar pelo palco do CCB para interpretar "Morte ao Sol" com Rui Reininho, e também um dos temas do grupo de que ela é autora, "Cabra-Cega". Duas convidadas de luxo que interiorizaram bem a música do grupo, ambas possuidoras de excelentes vozes e com carreiras bem conseguidas, pois se o projecto A Naifa já tem o seu próprio publico, Márcia editou recentemente o seu segundo disco e começa a ter algum reconhecimento, não só a nível musical, como também pelas causas que defende em termos ambientalistas.
Quem também esteve em excelente plano foi Camané, e Rui Reininho disse, no seu estilo muito peculiar "o maior cantor (Rui Reininho, em altura) e o melhor cantor Camané". Que voz que este senhor tem: simplesmente soberbo naquela que para mim é uma das melhores canções dos GNR, "Cais", na qual Camané canta como se a canção tivesse sido escrita para si. Brilhante, quer neste tema, quer em "Você (Verbo Amar).
Para além destes temas em que participaram convidados, é de destacar o clássico "Pronúncia do Norte", "Canadádá", "Bellevue", "Mais Vale Nunca", "Sexta-Feira" ou o incontornável "Dunas", isto tudo dentro de um leque de grandes canções interpretadas com grande satisfação e alegria por parte dos músicos, e sempre com a irreverência de Rui Reininho que não se consegue controlar, não conseguindo evitar o envio de algumas farpas em várias direcções, mas sempre com sentido e com razão de ser, desde o mundo da política ao futebol, passando pela ética... ou pela falta dela.
Foi uma noite de boa música portuguesa, interpretada por um grupo com história e que aos poucos começa a entrar numa onda mais pop e simultaneamente mais sedutora, como acontece com tudo aquilo que tem charme: à medida que os anos passam, o charme aumenta.
É isso que se passa com a música dos GNR.
Foi um ambiente de festa aquele que se viveu nesta noite no grande auditório do CCB,e a alegria de poder participar nessa festa esteve bem patente, não só nos rostos do público que esgotou a sala, mas também nos sorrisos dos músicos e de todos os convidados que partilharam o palco com Rui Reininho, Toli César Machado e Jorge Romão. Para além dos vários convidados, o grupo contou com Rui Lacerda na bateria, Hugo Novo nas teclas (que ao fim de 5 anos vai abandonar o grupo) e Ianina Khmelik no violino, que desta forma acompanharam Rui Reininho, Jorge Romão que trocou o baixo eléctrico pelo acústico, e Toli Cesar Machado que esteve quase sempre sentado ao piano.
Esta faceta acústica acaba por criar uma maior proximidade entre o grupo e o público, visto ser mais intimista e vocacionada para salas mais pequenas e, é ao ouvir esta nova "roupagem", esta nova sonoridade, que nos apercebemos da intemporalidade e versatilidade da música dos GNR, funcionando todas elas extremamente bem neste tipo de concerto.
O início da noite foi com a junção de duas músicas "Popless" e "Rei do Roque", passando da primeira para a segunda de uma forma muito bem estruturada, quase imperceptível e a "reboque" do violino de Ianina. Estava assim dado o mote para um noite em que se iam ouvir grandes clássicos com uma sonoridade diferente, sonoridade essa muito marcada pelo violino, que substituiu a guitarra. E funcionou.
Durante quase duas horas de espectáculo, passaram pelo palco do CCB, como convidados, o projecto Stereossauro (2 DJs), Mitó, vocalista do projecto A Naifa, Márcia, e ainda Camané.
O projecto Stereossauro, Beatbomber, composto por dois DJs, colaborou em três temas, "Sangue Oculto" com uma participação pouco conseguida, "Las Vagas" e, de uma forma brilhante, na introdução ao tema "Canil", em que usaram o clássico da música portuguesa, "Verdes Anos" de Carlos Paredes, proporcionando um dos melhores momentos da noite.
Mitó, vocalista do projecto A Naifa, emprestou a sua excelente voz ao tema "Sete Naves", interpretado em dueto com Rui Reininho e ainda à "Valsa dos Detectives", desta vez a solo e com uma actuação segura, bem como Márcia, outra das convidadas a passar pelo palco do CCB para interpretar "Morte ao Sol" com Rui Reininho, e também um dos temas do grupo de que ela é autora, "Cabra-Cega". Duas convidadas de luxo que interiorizaram bem a música do grupo, ambas possuidoras de excelentes vozes e com carreiras bem conseguidas, pois se o projecto A Naifa já tem o seu próprio publico, Márcia editou recentemente o seu segundo disco e começa a ter algum reconhecimento, não só a nível musical, como também pelas causas que defende em termos ambientalistas.
Quem também esteve em excelente plano foi Camané, e Rui Reininho disse, no seu estilo muito peculiar "o maior cantor (Rui Reininho, em altura) e o melhor cantor Camané". Que voz que este senhor tem: simplesmente soberbo naquela que para mim é uma das melhores canções dos GNR, "Cais", na qual Camané canta como se a canção tivesse sido escrita para si. Brilhante, quer neste tema, quer em "Você (Verbo Amar).
Para além destes temas em que participaram convidados, é de destacar o clássico "Pronúncia do Norte", "Canadádá", "Bellevue", "Mais Vale Nunca", "Sexta-Feira" ou o incontornável "Dunas", isto tudo dentro de um leque de grandes canções interpretadas com grande satisfação e alegria por parte dos músicos, e sempre com a irreverência de Rui Reininho que não se consegue controlar, não conseguindo evitar o envio de algumas farpas em várias direcções, mas sempre com sentido e com razão de ser, desde o mundo da política ao futebol, passando pela ética... ou pela falta dela.
Foi uma noite de boa música portuguesa, interpretada por um grupo com história e que aos poucos começa a entrar numa onda mais pop e simultaneamente mais sedutora, como acontece com tudo aquilo que tem charme: à medida que os anos passam, o charme aumenta.
É isso que se passa com a música dos GNR.