28/09/08

Apollo Sunshine... Katonah

Apollo Sunshine são um grupo que nasceu em Boston. Formados por Jesse Gallagher na voz, baixo e teclas; Sam Cohen na voz e guitarra e Jeremy Black na bateria. Num estilo musical verdadeiramente independente, a música deste agrupamento é de definição difícil. Tanto anda pela onda psicadélica como, momentaneamente, faz lembrar o rock progressivo dos anos 70; é, no entanto, uma música muito bem construída apesar de em certos momentos parecer ir em direcção ao caos, só que existe um fio condutor que nunca deixa que isso aconteça.
O grupo estreou-se nos discos em 2003 com o álbum Katonah e em 2005 editaram Apollo Sunshine.
Enquanto se espera a oportunidade de ouvir o seu mais recente trabalho, Shall Noise Upon editado este ano, sugiro uma audição a Katonah, um excelente disco de rock alternativo, num estilo muito próprio.

01 – Katonah
02 – Fear Of Heights
03 – I Was On The Moon
04 – Happening
05 – Blood Is Wood
06 – The Egg
07 – Sheets With Stars
08 – Mayday Disorder
09 – Conscious Pilot
10 – Hot Air Ballon

Nota - 8/10

25/09/08

Entrevista... Xutos & Pontapés

Terceira parte de uma entrevista feita pelo autor deste blog aos Xutos & Pontapés, que foi publicada no jornal Musicalíssimo no dia 01 de Fevereiro de 1982

Perg. – Como é que o público reagiu à vossa actuação na maratona do “Musicalíssimo”?
Resp. – Acho que ficaram um bocado assustados connosco.
Perg. – Porquê?
Resp. - Porque acho que somos um grupo totalmente diferente do que se está habituado a ver, somos um grupo bastante agressivo em palco, quer do ponto de vista teatral quer do ponto de vista musical; e isso, acho que assusta um bocado as pessoas. Inicialmente o público, estava um bocado frio, mas nós conseguimos aquecer.
Perg. – Vocês tentam dar, através dos vossos poemas, alguma mensagem às pessoas que os ouvem?
Resp. – Tanto as nossas letras, como as nossas músicas são uma revolta momentânea que nós sentimos em determinadas alturas. São coisas sentidas por nós, que retratam certas revoltas, certos acontecimentos do dia-a-dia. Tentamos fazer com que as pessoas tenham interesse pelo conteúdo das letras.
Perg. – Quais são os vossos projectos para o futuro?
Resp. – Se tudo correr bem, gravar um álbum para o ano e em Fevereiro deve sair um novo single. Esperamos ir dando alguns concertos. O que mais nos preocupa é continuarmos a ensaiar e a fazer músicas.

FIM

24/09/08

Entrevista... Xutos & Pontapés

Segunda parte de uma entrevista feita pelo autor deste blog aos Xutos & Pontapés, que foi publicada no jornal Musicalíssimo no dia 01 de Fevereiro de 1982

Perg. – Como por exemplo o Grupo de Baile?
Resp. – Não. O Grupo de Baile é um grupo que eu, à partida ignoro, e apesar de conhecer, não quero conhecer mais.
Perg. - Não achas que, por exemplo, grupos como o Grupo de Baile, que têm umas origens um pouco distantes do rock, se querem aproveitar deste movimento justamente por isso, por dar dinheiro?
Resp. – Querem e a todos os níveis. Porque, repara, tu chegas à província e são raros os grupos de baile da província que não tentem entrar numa de rock, ou fazer um disco de rock pois isso trás mais publicidade. Temos o exemplo do “Só Rock” em que metade das bandas que lá foram, eram grupos de baile.
Perg. – Acham que o rock português tem algumas possibilidades de poder ir além fronteiras?
Resp. – Eu acho que não se pode pensar nesse caso. Nós, pessoalmente, nunca pensámos ir ao estrangeiro.
Perg. – E se surgisse uma oportunidade?
Resp. – Não íamos, porque não temos uma organização no seio do grupo que consiga aguentar o mercado nacional e que nos permita fazer uma tournée a nível nacional. A nível internacional ainda menos possibilidade havia.
Perg. – Porquê que não têm essa organização? Por falta de experiência ou questões monetárias?
Resp. – Falta de experiência, não. Agora falta de condições monetárias, talvez; a nível de material é outras das falhas, mas isso supera-se. O que acontece no seio do grupo é que, até agora, nós temos levado a coisa um bocado por brincadeira e agora estamos a começar a levar a sério. A partir daí começamos a arrancar com um projecto de organização a nível monetário e a criar uma independência monetária do grupo.
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23/09/08

Entrevista... Xutos & Pontapés

Primeira parte de uma entrevista feita pelo autor deste blog aos Xutos & Pontapés, que foi publicada no jornal Musicalíssimo no dia 01 de Fevereiro de 1982

Em 1980 marcaram uma excelente actuação no pavilhão do Belenenses, quando serviram de suporte às vedetas “Wilko Johnson Solid Sender’s”. “Sémen” é tocado pela primeira vez no Rock Rendez-Vous e o salto para o panorama do rock nacional estava dado. Xutos e Pontapés, antes de o serem, foram “Beijinhos e Parabéns” e “De Lirius Tremulus”.
Surgiu recentemente no nosso mercado discográfico, mais um disco de rock português, desta vez do grupo Xutos e Pontapés. Neste single, o grupo brinda-nos com uma música de qualidade invulgar, “Sémen”. Devido ao facto de esse single ser um trabalho bastante positivo, fui entrevistá-los.
Perg. – Em primeiro lugar, gostava que me dissessem qual a formação do grupo?
Resp. – (Zé Pedro) – O grupo é formado por mim na guitarra e voz, o Francis na guitarra, Tim no baixo e voz e o Kalu na bateria. Formámo-nos em 1978.
Perg. – Qual a vossa experiência musical antes de tocarem nos Xutos e Pontapés?
Resp. – O Kalu toca desde os 15 anos e já fez parte de várias bandas, o Tim teve experiência no campo da música contemporânea, o Francis tocou em várias bandas de segundo plano e eu nunca tinha tido nenhuma experiência.
Perg. – Têm aspirações a ser um dos grandes grupos do rock português?
Resp. – Não. Tanto não temos aspirações como nunca nos tentamos impor, nunca nos tentamos enfiar no seio do próprio movimento.
Perg. – Porquê?
Resp. – Para já considero que não deve existir um movimento chamado rock português, porque actualmente o rock português está a ser aproveitado para tudo o que se passa em Portugal a nível de músicas mais mexidas. Portanto, há muita coisa que se faz e é chamada rock português que, à priori, não devia ter sequer qualquer contacto com o rock. Em Portugal, há uma grande paranóia a nível mental das pessoas, de aceitarem grupos pop. Ora bem, há grupos a fazerem o dito rock português, que poderiam dizer que fazem pop.
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15/09/08

Homenagem... Richard Wright

28/07/1943 - 15/09/2008

Richard Wright, um dos fundadores daquela que na minha opinião, foi a melhor banda de sempre da música, faleceu hoje dia 15 de Setembro. Wright, para além de teclista dos Pink Floyd era um dos compositores do grupo, tendo participado no processo de composição de alguns dos seus melhores discos, entre os quais Dark Side Of The Moon (1973) e Wish You Were Here (1975). Em 1979 foi afastado, como membro oficial do grupo, por Roger Waters, tendo regressado posteriormente como músico convidado. Somente em 1987, durante as gravações de A Momentary Lapse Of Reason (1987), volta ao grupo como membro mas sem participar como compositor; voltou ao papel de compositor em Division Bell (1994). Em 02 de Julho de 2005 participou na curta, mas inesquecível, participação dos Pink Floyd no festival Live Aid, no Hyde PArk em Londres.

14/09/08

Gutter Twins - Saturnalia


Um projecto, um grupo ou um super-grupo?
Na minha opinião isso não é o mais importante para defenir os The Gutter Twins. Formados por Mark Lanegan - membro dos Screaming Trees, Twilight Singrers e dos Queens Of The Stone Age - e por Greg Dulli - membro dos Afghan Whigs, Blackbeat Band e também dos Twilight Singers, os Gutter Twins editaram em Março deste ano um disco que se arrisca a ser considerado como um dos melhores de 2008: “Saturnalia”.
É um disco extremamente equilibrado, do primeiro ao último tema, onde somos presenteados com verdadeiras pérolas musicais. O estilo inconfundível que Mark Lanegan e Greg Dulli têm evidenciado ao longo da sua carreira, com canções densas fortes e melódicas, canções duras sem ser agressivas, ou antes como algo “agridoce”, uma mistura de agressividade com uma suavidade que nos é transmitida pela grande qualidade musical evidenciada desde o primeiro ao último acorde de qualquer tema deste trabalho.

01 – The Stations
02 – God’s Children
03 – All Misery / Flowers
04 – The Body
05 – Idle Hands
06 – Circle The Fringes
07 – Who Will Lead Us?
08 – Seven Stories Underground
09 – I Was In Love With You
10 – Bête Noire
11 - Each To Each
12 – Front Street

Classificação – 9/10

09/09/08

Homenagem... Hector Zazou

../../1948 - 08/09/2008

Hector Zazou, músico argelino e autor de alguns dos melhores trabalhos da música independente experimental, faleceu hoje, dia 09 de Setembro de 2008. Tinha sessenta anos e deixa um legado musical de qualidade soberba. Com ele colaboraram, entre muitos outros, Bjork, John Cale, Dead Can Dance, David Sylvian, etc, etc. O músico e o homem podem partir, mas Zazou fica para sempre nas nossas memórias, imortalizado pela sua obra. O prazer que sempre tivemos a ouvir os seus discos, jamais será esquecido.