Um exercício de estilo
Quando a música é um vício... um "veneno" salutar
"Toxicidade" - Tema dos GNR - Álbum "Rock In Rio Douro"
"A música é o tipo de arte mais perfeita; nunca revela o seu último segredo" Oscar Wilde
30/04/14
28/04/14
Ao vivo... Festival Super Bock Super Rock
Local - Herdade do Cabeço da Flauta - Meco
Notas - Mais uma boa edição deste festival que se mudou de forma definitiva para a zona do Meco. Se ao nível musical continua excelente, não é possível deixar de referir a questão dos acessos que continua a ser muito má apesar de já serem visíveis alguns melhoramentos, bem como na zona do campismo e do estacionamento.
25/04/14
Ao vivo... Festival Optimus Primavera Sound
Data - Dias 07, 08, 09 e 10 de Junho de 2012
Local - Parque da Cidade - Porto
Notas - Crónica já publicada.
Local - Parque da Cidade - Porto
Notas - Crónica já publicada.
24/04/14
Ao vivo... Talkfest 2012
Data - 09 a 10 de Maio de 2012
Local - Instituto Superior de Economia e Gestão
Notas - Primeira edição do Fórum Talkfest durante a qual foram debatidos vários temas relacionados com a vertente dos festivais de música.
Durante esta conferência, houve uma exposição de alguns bilhetes deste blog.
23/04/14
Ao vivo... Nástio Mosquito
Data - 17 de Abril de 2014
Local - Discoteca Lux
Notas - Concerto de apresentação do primeiro disco do cantor angolano, Nástio Mosquito, mais conhecido pela sua faceta de artista plástico do que propriamente de cantor. Se como artista plástico Nástio Mosquito já conta com algumas exposições em galerias internacionais, como por exemplo em Londres, Nova Yorque ou Tóquio, a nível musical começa a dar os primeiros passos, tendo o jornal britânico "The Guardian" referido que Nástio Mosquito é um dos dez cantores africanos a seguir com atenção, e verdade seja dita, o seu disco de estreia "Se Eu Fosse Angolano", editado no final do ano passado é excelente.
Fugindo um pouco da tradicional música africana, a alma e o sentir dessa música está lá, num disco conceptual, em que a componente poética é uma forte aliada da componente musical, e foram essas duas componentes que estiveram presentes durante a actuação no Lux, com Nástio Mosquito muito interventivo relativamente às realidades sociais e políticas da sua terra natal, e também crítico com às realidades sociais e políticas do relacionamento de Portugal com Angola e dos portugueses com os angolanos.
Apesar de alguns problemas no som, foi um bom concerto, com um ambiente intimista e, mais uma vez cheio de papagaios, chegando o próprio músico a ter uma reacção idêntica à que Paulo Furtado teve recentemente na mesma sala.
Entre várias afirmações para com o comportamento do público, realço aqui algumas que Mosquito disse "se vêm para aqui falar, porquê que não compram o disco e vão para casa; vão para o caralho", ou então "o senhor que está aí no bar a tentar engatar essas senhoras, vá-se embora", ou ainda "as vossas conversas incomodam bué quem está em palco".
Mais uma vez, o comportamento do público foi lamentável, mas o concerto foi muito bom, e ele vai estar em Sines no Festival Músicas do Mundo, onde também conto estar.
Na primeira parte actuou o rapper guineense Alexandre F. Diaphra (Biru), que também colaborou no concerto de Nástio Mosquito, para além de João Gomes, nas teclas.
22/04/14
Ao vivo... Festival Optimus Primavera Sound
21/04/14
Ao vivo... Fucked up
Data - Dia 23 de Maio de 2013
Local - Parc Del Fòrum - Barcelona
Notas - Se tivesse de ser usada uma só palavra para definir a actuação dos Fucket Up no Festival Primavera Sound Barcelona 2013, essa palavra seria: arrasador.
Liderados pelo carismático Damian Abraham, também conhecido por Father Damian / Pink Eyes, a banda canadiana actuou no palco Pitchfork - situado numa área mais pequena do enorme recinto do Parc Del Fòrum - naquele que foi o melhor concerto do Primavera Sound de 2013.
Com três discos editados até à altura do festival, o grupo apresentou, basicamente, o álbum "David Comes to Life" (2011), não deixando de tocar, por exemplo, "David Comes To Life" de "Hidden World" de 2006 e "Black Albino Bones" e "Son The Father" , de "The Chemistry Of Common Life" (2008).
Um daqueles concertos que perdurará no tempo, não só pela qualidade em si, mas também pelo facto de Pink Eyes ter passado praticamente o mesmo tempo em palco e na plateia, cantando no meio do público, interagindo de uma forma inimaginável.
Um daqueles concertos que perdurará no tempo, não só pela qualidade em si, mas também pelo facto de Pink Eyes ter passado praticamente o mesmo tempo em palco e na plateia, cantando no meio do público, interagindo de uma forma inimaginável.
17/04/14
16/04/14
Ao vivo... Thurston Moore
Data - 30 de Março de 2014
Local - Galeria Zé dos Bois
Notas - Apesar de não se conseguir dissociar da imagem do eterno Sr. Sonic Youth, onde esteve cerca de 30 anos, a carreira de Thurston Moore é muito mais do que isso e extremamente abrangente, um pouco por "culpa" dos imensos projectos musicais onde está inserido e por onde vai passando, sendo que, todos eles, primam pela qualidade e muitos pela originalidade sonora, muito por força da genialidade de alguém que já foi considerado um dos 100 melhores guitarristas do mundo.
Aliada à já referida genialidade, está a sua imagem e a postura que tem tido ao longo do tempo, sem qualquer limite em termos de cultura musical e em busca de novas sonoridades e no apadrinhamento de novos artistas graças à sua editora Ecstatic Peace, com critérios musicais rígidos, mas que acabam por contribuir para uma divulgação de grupos que, de outra forma, teriam alguma dificuldade em chegar às edições discográficas.
A título de exemplo de alguns projectos seus, pode-se referir os Chelsea Light Moving com Samara Lubelski, John Moloney e Keith Wood, uma banda com um rock cru e experimental, ou os Twilight, uma banda de Black Metal, com Neil Jameson, Dave Wiii e Wrest (Jef Whitehead), ou seja, dois estilos completamente diferentes unidos pelo fio condutor da criatividade de Moore e de amigos seus, com os quais ele gosta de partilhar momentos, nunca tentando captar todas as atenções para si, e esta modéstia e simplicidade por parte de alguém que não precisa de o ser, acaba por criar uma imagem de culto do músico, colocando-se ao nível dos músicos com que colabora, algo muito louvável.
Nesta sua nova visita a Portugal e mais uma vez à excelente Galeria Zé dos Bois, Thurston Moore (voz e guitarra eléctrica), fez-se acompanhar pelo baterista Steve Shelley (ex-Sonic Youth) e pelo guitarrista James Sedwards num espectáculo que funcionou como pré-divulgação de um disco com edição prevista para Outubro do corrente ano.
Pelo que foi dado a perceber, será um trabalho de puro rock, com boas guitarras e bons solos, algo que começa a rarear nos dias de hoje, pois as novas tendências musicais assentam num estilo mais pop, com poucas guitarras a sobressair.
Felizmente, de vez em quando, surgem estes projectos que funcionam como uma lufada de ar fresco, apesar de não o ser, de serem, isso sim, um regresso à origem de uma estrutura musical rock, com os instrumentos clássicos e, por exemplo, poucos sintetizadores, e este novo projecto é isso mesmo e, talvez por isso, a curiosidade de o ouvir em disco é imensa.
Na primeira parte, tocou o duo Control Unit, de Brooklyn. Formados em 2008, a sua música assenta numa desconstrução musical e num esquema complexo, que por vezes tem bons pormenores e melodias engraçadas, contrastando com outros momentos em que o que se está a ouvir é completamente desconexo.
É no entanto um grupo que tem alguma margem de manobra, mas que deambulará sempre por ambientes muito alternativos e é um tipo de música que requer algum estado de espírito para se ouvir. Não é algo que se possa ouvir todos os dias.
A título de exemplo de alguns projectos seus, pode-se referir os Chelsea Light Moving com Samara Lubelski, John Moloney e Keith Wood, uma banda com um rock cru e experimental, ou os Twilight, uma banda de Black Metal, com Neil Jameson, Dave Wiii e Wrest (Jef Whitehead), ou seja, dois estilos completamente diferentes unidos pelo fio condutor da criatividade de Moore e de amigos seus, com os quais ele gosta de partilhar momentos, nunca tentando captar todas as atenções para si, e esta modéstia e simplicidade por parte de alguém que não precisa de o ser, acaba por criar uma imagem de culto do músico, colocando-se ao nível dos músicos com que colabora, algo muito louvável.
Nesta sua nova visita a Portugal e mais uma vez à excelente Galeria Zé dos Bois, Thurston Moore (voz e guitarra eléctrica), fez-se acompanhar pelo baterista Steve Shelley (ex-Sonic Youth) e pelo guitarrista James Sedwards num espectáculo que funcionou como pré-divulgação de um disco com edição prevista para Outubro do corrente ano.
Pelo que foi dado a perceber, será um trabalho de puro rock, com boas guitarras e bons solos, algo que começa a rarear nos dias de hoje, pois as novas tendências musicais assentam num estilo mais pop, com poucas guitarras a sobressair.
Felizmente, de vez em quando, surgem estes projectos que funcionam como uma lufada de ar fresco, apesar de não o ser, de serem, isso sim, um regresso à origem de uma estrutura musical rock, com os instrumentos clássicos e, por exemplo, poucos sintetizadores, e este novo projecto é isso mesmo e, talvez por isso, a curiosidade de o ouvir em disco é imensa.
Na primeira parte, tocou o duo Control Unit, de Brooklyn. Formados em 2008, a sua música assenta numa desconstrução musical e num esquema complexo, que por vezes tem bons pormenores e melodias engraçadas, contrastando com outros momentos em que o que se está a ouvir é completamente desconexo.
É no entanto um grupo que tem alguma margem de manobra, mas que deambulará sempre por ambientes muito alternativos e é um tipo de música que requer algum estado de espírito para se ouvir. Não é algo que se possa ouvir todos os dias.
15/04/14
Ao vivo... The Legendary Tigerman
Data - 27 de Março de 2014
Local - Discoteca Lux
Notas - A pequena sala da discoteca Lux, encheu para assistir ao concerto de "True", o mais recente trabalho discográfico de Paulo Furtado, The Legendary Tigerman", disco este já considerado como um dos melhores deste músico de Coimbra, também membro dos Wraygunn e dos já extintos Tédio Boys.
Após a primeira canção da noite, surge um Paulo Furtado no seu melhor, "convidado que está à conversa devia ser decapitado", e, esta irritação com as pessoas que insistiam em estar à conversa durante todo o desenrolar do concerto foi evidente até à última canção. Nem o pequeno aviso que fez - "sou conhecido por duas coisas: tocar guitarra e urinar na cabeça das pessoas. Não me queiram ver a fazer a segunda", nem o mandar o pessoal que estava à conversa abandonar a sala e ir para o c..... -, foram suficientes para que o público adoptasse um comportamento digno de quem está a assistir a um concerto, independentemente do nível do músico que está em palco, e já no encore, o Paulo Furtado pousa a guitarra, salta do palco, e dirige-se a um grupo que, insistentemente, continuava à conversa, estando um pouco alheio àquilo que se passava em palco e que era "somente" a apresentação de um dos melhores discos português de um dos melhores músicos portugueses, The Legendary Tigerman. Segundo Paulo Furtado, "o problema é as pessoas terem medo de por os outros na ordem, seja na política seja no caralho que o foda".
Por muito que esta atitude possa ser criticável eu estou de acordo, pois, se existe algo que irrita durante um concerto é a cambada de papagaios que por lá aparece, e a juntar a estes ainda há aqueles que só sabem o refrão de uma música e, quando chega a essa parte cantam a todos os pulmões e, quando o refrão termina... a veia de papagaio volta à tona. Irritante.
Por muito que esta atitude possa ser criticável eu estou de acordo, pois, se existe algo que irrita durante um concerto é a cambada de papagaios que por lá aparece, e a juntar a estes ainda há aqueles que só sabem o refrão de uma música e, quando chega a essa parte cantam a todos os pulmões e, quando o refrão termina... a veia de papagaio volta à tona. Irritante.
Mas, voltemos ao que interessa, ao concerto, propriamente dito.
Desta vez, Paulo Furtado não esteve sozinho em palco, tendo contado com as excelentes colaborações de Paulo Segadães na bateria, durante praticamente todo o concerto (soberbo em "Storm Over Paradise"), e João Cabrita no saxofone em "Gone" e "Dance Crazy", temas que fazem parte de "True".
Para além dos temas do novo disco, houve ainda tempo para uma curta passagem por "Femina" de 2009, com "And Then Came The Pain", uma viagem ao primeiro disco editado pelo músico, "Naked Blues" de 2002, e a um inédito "A Lifetime of Your True Love".
Num verdadeiro ambiente de Rock 'n' Roll e muita festa, apesar de os papagaios continuarem presentes, foi em euforia e ao som de "21st Centurt Rock 'n' Roll", que Paulo Furtado se empoleirou nas colunas do lado direito do palco, tendo como fundo musical uma melodia anárquica sobre a qual assentavam uns gritos à beira do rugido animal, para gáudio da grande maioria dos presentes (papagaios não contam), rendidos a um excelente músico.
E foi com esta música que Paulo Furtado terminou o concerto e, com os quatro excelentes músicos em palco - para além dos já mencionados, não se pode esquecer (propositadamente deixado para o fim nesta crónica), Filipe Costa, "as duas melhores mãos de Portugal nas teclas, no resto não sei", segundo Legendary Tigerman, que abrilhantou "Green Onions" com os seus devaneios ao piano -, o músico disse, "não haveria mais, não havia vontade para tal".
Mas o público não arredou pé e continuou a aplaudir de forma insistente, e passado pouco tempo The Legendary Tigerman voltou ao palco para interpretar "Love Ride", e aí sim, chegou ao fim um bom concerto, tendo ficado vontade para mais.
Aguardemos pelos Coliseu.
Desta vez, Paulo Furtado não esteve sozinho em palco, tendo contado com as excelentes colaborações de Paulo Segadães na bateria, durante praticamente todo o concerto (soberbo em "Storm Over Paradise"), e João Cabrita no saxofone em "Gone" e "Dance Crazy", temas que fazem parte de "True".
Para além dos temas do novo disco, houve ainda tempo para uma curta passagem por "Femina" de 2009, com "And Then Came The Pain", uma viagem ao primeiro disco editado pelo músico, "Naked Blues" de 2002, e a um inédito "A Lifetime of Your True Love".
Num verdadeiro ambiente de Rock 'n' Roll e muita festa, apesar de os papagaios continuarem presentes, foi em euforia e ao som de "21st Centurt Rock 'n' Roll", que Paulo Furtado se empoleirou nas colunas do lado direito do palco, tendo como fundo musical uma melodia anárquica sobre a qual assentavam uns gritos à beira do rugido animal, para gáudio da grande maioria dos presentes (papagaios não contam), rendidos a um excelente músico.
E foi com esta música que Paulo Furtado terminou o concerto e, com os quatro excelentes músicos em palco - para além dos já mencionados, não se pode esquecer (propositadamente deixado para o fim nesta crónica), Filipe Costa, "as duas melhores mãos de Portugal nas teclas, no resto não sei", segundo Legendary Tigerman, que abrilhantou "Green Onions" com os seus devaneios ao piano -, o músico disse, "não haveria mais, não havia vontade para tal".
Mas o público não arredou pé e continuou a aplaudir de forma insistente, e passado pouco tempo The Legendary Tigerman voltou ao palco para interpretar "Love Ride", e aí sim, chegou ao fim um bom concerto, tendo ficado vontade para mais.
Aguardemos pelos Coliseu.
14/04/14
Ao vivo... José Cid
Data - 11 de Abril de 2014
Local - Aula Magna
Notas - Não houve macacos a gostar de bananas, nem favas com chouriço, nem a cabana esteve junto à praia e, felizmente, a Anita que não é bonita também não apareceu.
Local - Aula Magna
Notas - Não houve macacos a gostar de bananas, nem favas com chouriço, nem a cabana esteve junto à praia e, felizmente, a Anita que não é bonita também não apareceu.
O que houve, isso sim, foi uma noite onde se fez história, naquela que na minha opinião é a melhor sala de Lisboa, a Aula Magna, e essa história teve como principal interveniente, alguém capaz de fazer do melhor e do pior na música portuguesa, José Cid, e o público, ao contrário da Anita, apareceu e quase encheu a Aula Magna
Quem avalia a carreira de José Cid, somente pelas músicas mais conhecidas, está, de certa forma, a agir de forma redutora, pois o músico natural da Chamusca do Ribatejo, para além dessa faceta mais popular esconde uma outra que vagueia - vagueou, e vai voltar a vaguear - pelos ritmos do chamado Rock Progressivo, género muito em voga nos anos 70.
Foi dentro desse estilo musical que editou durante o seu tempo no Quarteto 1111, o álbum "Onde, Quando, Como, Porquê, Cantamos Pessoas Vivas" de 1974, e, em nome próprio, o Single "Vida (Sons do Quotidiano) em 1977 e o álbum "10000 Anos Depois Entre Vénus e Marte" em 1978. Estes três trabalhos têm uma sonoridade e um estilo completamente diferente do que estamos habituados a ouvir do José Cid e, talvez pelo facto de não serem tão acessíveis, são praticamente desconhecidos. À pouca acessibilidade em termos musicais, por não ser o que se possa chamar "música orelhuda", junta-se ainda a escassa divulgação que esse género musical tem nas rádios, um pouco por culpa própria, pois, normalmente, os discos de rock progressivo são compostos por temas muito longos, e é sabido que as rádios gostam de canções que não excedam os quatro minutos.
Foi dentro desse estilo musical que editou durante o seu tempo no Quarteto 1111, o álbum "Onde, Quando, Como, Porquê, Cantamos Pessoas Vivas" de 1974, e, em nome próprio, o Single "Vida (Sons do Quotidiano) em 1977 e o álbum "10000 Anos Depois Entre Vénus e Marte" em 1978. Estes três trabalhos têm uma sonoridade e um estilo completamente diferente do que estamos habituados a ouvir do José Cid e, talvez pelo facto de não serem tão acessíveis, são praticamente desconhecidos. À pouca acessibilidade em termos musicais, por não ser o que se possa chamar "música orelhuda", junta-se ainda a escassa divulgação que esse género musical tem nas rádios, um pouco por culpa própria, pois, normalmente, os discos de rock progressivo são compostos por temas muito longos, e é sabido que as rádios gostam de canções que não excedam os quatro minutos.
Por curiosidade, menciono que "10000 Anos Depois Entre Vénus e Marte", considerado pela revista Billboard um dos melhores discos de sempre do Rock Progressivo, vendeu cerca de 800 exemplares, por terras lusas, quando da sua edição nesse longínquo ano.
Foram estes discos que fizeram parte do alinhamento do concerto da Aula Magna, para além de quatro temas que irão fazer parte de um novo álbum de rock progressivo a editar durante o ano de 2015, intitulado "Vozes do Além", que terá poemas de autoria do próprio, Sophia de Melo Breyner Andresen e Natália Correia. Espera-se que exista uma simbiose perfeita entre a genialidade musical e poética.
Quanto ao concerto desta noite, o início não podia ser da melhor forma, com Vida (Sons do Quotidiano); lado A e B tocados sem interrupção e em pouco mais de um minuto foi corrigido um pequeno problema no som (a partir daí excelente), e esse curto espaço de tempo foi suficiente para agarrar o público que, idolatradamente, aplaudia José Cid entre cada canção ou após cada solo efectuado por si ou pelo guitarrista. No final desta música e a avaliar pelos aplausos ficou a ideia que quem se deslocou à Aula Magna estava há mais de 30 anos à espera deste momento, do momento em que pudesse estar num local para ouvir José Cid tocar, não só este tema, como também o que se seguiu, "Quando" do mítico disco do Quarteto 1111, e, principalmente, os que se seguiriam às quatro canções do próximo trabalho "Vozes do Além". Durante esta curta viagem pelas "Vozes do Além", ficámos com a ideia que o disco que está a ser preparado há algum tempo, não vai defraudar as expectativas dos fans, pois a essência de um rock progressivo bem tocado está lá; oxalá que a produção do disco corresponda e, se isso acontecer, estaremos, seguramente, perante mais um bom disco de um estilo musical que quase esteve em vias de extinção, mas do qual começam a aparecer alguns sinais de ressurgimento, mesmo que ténues.
E, finalmente, vai começar a ser tocado ao vivo e pela primeira vez, a versão integral de "10000 Anos Depois Entre Vénus e Marte"; e convém não esquecer que era esse o principal motivo da romaria à sala de Lisboa.
Assim que se ouviram os primeiros acordes do tema de abertura do disco, "O Último Dia na Terra", numa sala já rendida a um músico que, quando quer, sabe fazer boa música, eram visíveis nos rostos do público expressões de felicidade e, curiosamente, um público que abrangia várias gerações e tão satisfeito estava o mais jovem, como o menos jovem, provando desta forma a intemporalidade do disco.
Com todos os sete temas tocados pela respectiva ordem, não fosse uma pequena falha do guitarrista no tema "Caos" ao fazer a mudança da viola acústica para a eléctrica e teria sido perfeito, mas já no encore em que essa música voltou a ser tocada, essa mudança foi feita no tempo correcto, mostrando que estava tudo muito bem planeado, não estivéssemos nós perante um dos mais experientes músicos portugueses, não só em estúdio mas também em palco e, apesar de este ser um disco muito complexo para tocar na integra ao vivo, funcionou perfeitamente e o público aderiu proporcionando momentos arrepiantes, como por exemplo ver uma Aula Magna inteira a cantar em coro, em uníssono, a pequena letra do tema "10000 Anos Depois Entre Vénus e Marte": "podes ver, 10000 anos depois no ecrã do radar entre vénus e marte um planeta vazio à espera que o descubram onde recomeçar outra civilização", que podia muito bem ser a nossa, que às vezes dá sinais de estar completamente deturpada e corrompida.
Simplesmente memorável, numa noite que não se esquecerá tão depressa, pelo menos até ao Festival Vilar de Mouros, onde José Cid vai estar no dia 01 de Agosto, já que, segundo a farpa que atirou e como só ele sabe fazer, "não temos nível para estar no Rock in Rio, nem no palco secundário".
Atrevo-me a afirmar: ainda bem, esta faceta de José Cid merece muito mais do que um festival que se assemelha a uma feira (RiR), e fica muito bem num Festival como o Vilar de Mouros.
Eu vou.
Quanto ao concerto desta noite, o início não podia ser da melhor forma, com Vida (Sons do Quotidiano); lado A e B tocados sem interrupção e em pouco mais de um minuto foi corrigido um pequeno problema no som (a partir daí excelente), e esse curto espaço de tempo foi suficiente para agarrar o público que, idolatradamente, aplaudia José Cid entre cada canção ou após cada solo efectuado por si ou pelo guitarrista. No final desta música e a avaliar pelos aplausos ficou a ideia que quem se deslocou à Aula Magna estava há mais de 30 anos à espera deste momento, do momento em que pudesse estar num local para ouvir José Cid tocar, não só este tema, como também o que se seguiu, "Quando" do mítico disco do Quarteto 1111, e, principalmente, os que se seguiriam às quatro canções do próximo trabalho "Vozes do Além". Durante esta curta viagem pelas "Vozes do Além", ficámos com a ideia que o disco que está a ser preparado há algum tempo, não vai defraudar as expectativas dos fans, pois a essência de um rock progressivo bem tocado está lá; oxalá que a produção do disco corresponda e, se isso acontecer, estaremos, seguramente, perante mais um bom disco de um estilo musical que quase esteve em vias de extinção, mas do qual começam a aparecer alguns sinais de ressurgimento, mesmo que ténues.
E, finalmente, vai começar a ser tocado ao vivo e pela primeira vez, a versão integral de "10000 Anos Depois Entre Vénus e Marte"; e convém não esquecer que era esse o principal motivo da romaria à sala de Lisboa.
Assim que se ouviram os primeiros acordes do tema de abertura do disco, "O Último Dia na Terra", numa sala já rendida a um músico que, quando quer, sabe fazer boa música, eram visíveis nos rostos do público expressões de felicidade e, curiosamente, um público que abrangia várias gerações e tão satisfeito estava o mais jovem, como o menos jovem, provando desta forma a intemporalidade do disco.
Com todos os sete temas tocados pela respectiva ordem, não fosse uma pequena falha do guitarrista no tema "Caos" ao fazer a mudança da viola acústica para a eléctrica e teria sido perfeito, mas já no encore em que essa música voltou a ser tocada, essa mudança foi feita no tempo correcto, mostrando que estava tudo muito bem planeado, não estivéssemos nós perante um dos mais experientes músicos portugueses, não só em estúdio mas também em palco e, apesar de este ser um disco muito complexo para tocar na integra ao vivo, funcionou perfeitamente e o público aderiu proporcionando momentos arrepiantes, como por exemplo ver uma Aula Magna inteira a cantar em coro, em uníssono, a pequena letra do tema "10000 Anos Depois Entre Vénus e Marte": "podes ver, 10000 anos depois no ecrã do radar entre vénus e marte um planeta vazio à espera que o descubram onde recomeçar outra civilização", que podia muito bem ser a nossa, que às vezes dá sinais de estar completamente deturpada e corrompida.
Simplesmente memorável, numa noite que não se esquecerá tão depressa, pelo menos até ao Festival Vilar de Mouros, onde José Cid vai estar no dia 01 de Agosto, já que, segundo a farpa que atirou e como só ele sabe fazer, "não temos nível para estar no Rock in Rio, nem no palco secundário".
Atrevo-me a afirmar: ainda bem, esta faceta de José Cid merece muito mais do que um festival que se assemelha a uma feira (RiR), e fica muito bem num Festival como o Vilar de Mouros.
Eu vou.
11/04/14
Ao vivo... Grizzly Bear
Dia - 23 de Maio de 2013
Local - Parc Del Fòrum - Barcelona
Notas - O quarteto oriundo de Brooklyn, Nova Iorque, deu um concerto agradável, e pouco mais do que isso. Devido ao seus estilo Folk, algo vazio e pouco consistente em termos de estrutura musical, a sonoridade da banda de Edward Droste (voz e guitarra), Daniel Rossen (Voz, guitarra e teclas), Chris Taylor (baixo e voz) e Christopher Bear (bateria e voz), perde-se em grandes espaços, o que foi pena.
Detentores de quatro excelentes discos, "Horn of Plenty" de 2004, "Yellow House" de 2006, "Veckatimest" de 2009 e "Shields" de 2012, a sua música é ideal para recintos mais pequenos e fechados e, aí sim, teríamos assistido a um concerto fabuloso com toda a sua envolvência. Ao tocarem num espaço tão grande e aberto, o intimismo criado pela música e pela voz de Edward Droste perdeu-se, infelizmente.
01 - Speak in Rounds
02 - Adelma´
03 - Sleeping Ute
04 - Cheerleader05 - Yet Again
06 - A Simple Answer
07 - Gun-Shy
08 -Ready, Able
09 - Knife
10 - While You Wait For The Others
11 - Two Weeks
12 - Half Gate
13 - Sun in Your Eyes
10/04/14
Ao vivo... Dead Skeletons
Data - Dia 23 de Maio de 2013
Local - Parc Del Fòrum - Barcelona
Notas - Os Islandeses Dead Skeletons deram um bom concerto, apesar do seu estilo musical muito próximo do rock progressivo psicadélico não encaixar na perfeição em ambientes ao ar livre e recintos de grande dimensão, pois neste tipo de espaço, a música do grupo perde-se, e torna-se extremamente difícil conseguir prender e arrebatar o público.
Mesmo assim, os fans da banda formada em 2008 por Jón Auoarson, Henrik Bjornsson e Ryan Carlson, não abandonaram o recinto desiludidos com o que viram e ouviram nesta curta apresentação, na qual divulgaram o disco "Dead Magick", com que se estrearam em 2011 e ao qual se seguiu o EP intitulado "Buddha-Christ", editado no final de 2012.
08/04/14
Ao vivo... Guards
Data - 22 de Maio de 2013
Local - Parc Del Fòrum - Barcelona
Notas - Oriundos de New York, os Guards foram uma das boas surpresas no primeiro dia do Primavera Sound 2013, de Barcelona.
Neste concerto, apresentaram na integra o álbum editado em 2013 "In Guards We Trust", um dos bons discos editados durante o ano de 2013, com um rock simultaneamente melódico e agressivo, mas muito agradável.
07/04/14
Ao vivo... Dead Can Dance
Data - 25 de Maio de 2013
Local - Parc Del Fòrum - Barcelona
Notas - Mais um concerto soberbo de uma banda que, até há pouco tempo, julgava nunca ter oportunidade de ver ao vivo.
Quem diria que num espaço inferior a um ano ia poder assistir a dois concertos dos Dead Can Dance.
Quem diria que num espaço inferior a um ano ia poder assistir a dois concertos dos Dead Can Dance.
Depois da noite mágica do dia 24 de Outubro de 2012 na Casa da Música, nesta edição do Primavera Sound era chegada a oportunidade de os ver novamente, desta vez num espaço aberto e perante cerca de 20000 pessoas que se aglomeraram no palco Ray-Ban desde muito cedo.
Se na sala da Casa da Música foi possível sentir a música de Lisa Gerrard e Brendan Perry de uma forma mais intima, intensa e inebriante, já neste espaço do Primavera Sound o efeito foi diferente mas marcante.
Para memória futura, fica a sensação de estar no meio de 20000 pessoas, mesmo junto às grades, e não ouvir um único barulho proveniente do público.
Momentos e sensações arrepiantes que irão perdurar no tempo, e daqui a muitos, muitos anos, continuar-me-ei a lembrar do que senti ao ouvir Lisa Gerrard interpretar Sanvean, e saber que estavam cerca de 20000 pessoas a ouvir, num silêncio "assustador"; um momento único.
01 - Children Of The Sun
02 - Agape
03 - Rakim
04 - Kiko
05 - Amnesia
06 - Sanvean
07 - Black Sun
08 - Nierika
09 - Opium
10 - Ime Prezakias
11 - The Ubiquitous Mr. Lovegrove
12 - Dreams Made Flesh
13 - Song The Siren
04/04/14
Ao vivo... Festival Optimus Alive
Data - 15 de Julho de 2012
Local - Passeio Marítimo de Algés
Notas - Este era o dia mais aguardado da edição do Optimus Alive de 2012, pois os Radiohead regressavam aos palcos portugueses após uma ausência de 10 anos.
O dia, no chamado palco principal - que neste festival vale o que vale, pois o secundário costuma ter alinhamentos de melhor nível - começou com o som dos portugueses Paus, com as suas baterias siamesas e que conseguiram empolgar o público, não deixando de ser curiosa a forma como o grupo consegue dar excelentes concertos, cativando, apesar de a sua música se tornar, por vezes repetitivas, mas há que reconhecer que é de grande qualidade e estamos perante um grupo que pode obter algum sucesso além fronteiras, e a prova disso, é que já têm no seu curriculum bastantes espectáculos um pouco por todo o mundo, principalmente em festivais.
A seguir aos Paus, tocaram os britânicos Kooks, com uma pop simultaneamente inconsequente e despretensiosa, que assenta em guitarras desgarradas, com uma música que apresenta alguma frescura. Com um alinhamento curto, alguns hits pelo meio, conseguiram entreter o público presente, mas sem chegarem ao nível dos Paus.
Os Caribou, acabaram por demonstrar ser um erro de casting, pelo menos para este palco e neste dia. A música do grupo é boa e os músicos também são bons mas não funcionou, acabando por ser um bocado penoso para quem estava a assistir e, talvez por isso, tenha sido notório o número de pessoas que aproveitou para descansar um pouco, sentando-se, quanto mais não fosse para recuperar da extenuação de estar durante longas horas debaixo de um sol impiedoso e, de ser extremamente complicado abandonar o local para beber algo, pois o regresso ao mesmo seria digno de uma sequela da "Missão Impossível", tanta era a gente aglomerada junto ao palco.
E, finalmente, às 22.30 Thom Yorke e os seus Radiohead sobem ao palco para um concerto memorável.
Com um alinhamento perfeito, apesar de alguns hits ficarem de fora, o concerto foi muito bom.
Yorke, Jonny e Colin Greenwood, Ed O'Brien e Phil Selway, os Radiohead de sempre, estiveram perfeitos, e, como se ainda existisse algum tipo de dúvida, mostraram o porquê de só terem discos de grande qualidade, daquele tipo de música que, quanto mais se ouve mais se gosta e, essa é que é a grande música, a intemporal.
Falaram pouco durante o concerto, mas isso também não era o mais importante.
Ainda dissera: "10 anos é muito tempo - vamos tentar que da próxima vez, o intervalo seja menor".
Fica o registo e ficamos a aguardar.
Yorke, Jonny e Colin Greenwood, Ed O'Brien e Phil Selway, os Radiohead de sempre, estiveram perfeitos, e, como se ainda existisse algum tipo de dúvida, mostraram o porquê de só terem discos de grande qualidade, daquele tipo de música que, quanto mais se ouve mais se gosta e, essa é que é a grande música, a intemporal.
Falaram pouco durante o concerto, mas isso também não era o mais importante.
Ainda dissera: "10 anos é muito tempo - vamos tentar que da próxima vez, o intervalo seja menor".
Fica o registo e ficamos a aguardar.
01/04/14
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