31/05/06

Crónica... Stuart A. Staples

Stuart A. Staples, apresenta-se em Portugal, para um concerto de promoção ao seu segundo disco a solo, Leaving Songs, no Santiago Alquimista no próximo dia 03 de Junho.
Mais conhecido como vocalista dos Tindersticks, Staples regressa aos discos após a edição do brilhante Lucky Dog Recordings de 2005.
Mas, recuemos um pouco no tempo para falar da história das incursões musicais de Staples. No ano de 1992 em Nottingham, onde nasceu em 1965, forma os Tindersticks banda que teve origem nos Asphalt Ribbons que chegaram a gravar um álbum (Old Horse) e dois EPs (Passion Coolness e The Orchad), discos hoje em dia extremamente raros, mas que tenho a felicidade de ter em formato CD.
A música dos Asphalt Ribbons é diferente daquela a que fomos habituados a ouvir nos Tindersticks, apesar da inconfundível e tenebrosa voz de Staples. Num ritmo intenso, mostra-nos a semelhança com certos temas de Nick Cave, com deambulações musicais ligeiramente alucinadas e desconexas, mas sempre com o embalo melódico da sua voz.
Em 1993 os Tindersticks gravam o seu primeiro trabalho, homónimo, que foi considerado o melhor álbum do ano pela Melody Maker.
Desde então o grupo gravou vários discos, todos eles marcados pela qualidade, pelos arranjos e pela voz sexy, sensual e densa de Stuart. Os Tindersticks tornam-se uma banda de grande culto.
Em 2003, após a edição de "Waiting For The Moon" o grupo decide fazer uma pausa e é então a partir dessa altura que Stuart A. Staples decide começar uma carreira a solo, primeiro com "Lucky Dog Recordings" e agora com o muito aguardado "Leaving Songs".
Sábado quem for ao Santiago Alquimista vai poder assitir ao "levantar do véu" deste disco.
Eu vou lá estar.

30/05/06

Ao vivo... Festival Super Bock Super Rock 2006

O segundo dia do ACT 1 do Festival Super Bock Super Rock era aguardado com grande expectativa.
Com um cartaz equilibrado no qual se destacava o regresso aos palcos dos Alice In Chains, a expectativa residia também em saber se o som estaria melhor do que no dia anterior, em que foi um verdadeiro desastre.
Eram seis horas da tarde quando os portugueses Primitive Reason subiram ao palco para dar início a mais um dia de festival. Durante cerca de uma hora e perante um calor infernal, os Primitive Reason não conseguiram quebrar a frieza do público. Apesar do alinhamento ser constituído pelas suas canções mais populares, a banda demonstrou uma vez mais a falta de "garra" que começa a ser evidente nos seus concertos. Nota 2,5 de 0 a 5.
A seguir era chegada a vez dos Alice In Chains. Após cerca de dez anos de interregno, esta banda formada em Seattle no ano de 1897 no auge do grunge, regressa aos palcos com um novo vocalista, William Duval (dos Comes With the Fall), que substitui Layne Staley falecido em Abril de 2002 vítima de overdose. Apesar de não conseguir fazer esquecer o carismático vocalista dos primórdios do grupo William mostra-se possuidor de uma excelente voz não tão "grunge" como a de Layne mas bem colocada e com o timbre exacto. No final do espectáculo, o grupo exibiu para o público um cartaz onde se podia ler: Alice In Chains Born Again. Acho que sim. Nota 4 de 0 a 5.
Deftones foram o grupo que se seguiu e deram um concerto verdadeiramente arrasador. A agressividade da música e a boa comunicabilidade de Chico Moreno com o público fizeram deste concerto um dos melhores do dia, com um alinhamento tipo "Greatest Hits", de onde se pode destacar a cover do tema "No Ordinary Love" de Sade. Para finalizar em verdadeira apoteose, Chico Moreno canta no meio do público e os Deftones brindam todos os presentes que se amontoavam junto do palco com um Medley "7Words - Root Engine Nº 9 - 7 Words". Nota 4,5 de 0 a 5.
Após o devastador concerto dos Deftones seguiam-se os Placebo. Num alinhamento de grupos não muito feliz, a banda de Brian Molko surge encurralada entre os Deftones e os Tool. Tarefa difícil. Este facto levou a que muitas das pessoas que assistiram ao concerto dos Deftones aproveitassem a pausa para se dirigirem à zona de restauração e descansarem para depois poderem assistir ao concerto dos Tool. No entanto os Placebo cumpriram. Entraram com alguns temas do novo álbum "Meds" para depois voltarem aos seus clássicos. Uma actuação incólume mas que nunca chegou a ser brilhante. Nota 4 de 0 a 5.
Finalmente e para fechar a noite: Tool. A banda liderada por Maynard James Keenan presenteou o sequioso público com aquele que foi o melhor concerto do dia. Com um som fantástico, com um palco no qual estavam quatro ecrãs onde passavam imagens que serviam como "acompanhamento" para os temas, os Tool cumpriram à risca o que se estava à espera e era aguardado há muitos anos, depois do fracasso que foi o seu concerto no Restelo. Ao tocarem temas de todos os seus álbuns, particularmente do último "10000 days" deram um concerto fabuloso, inesquecível. Destaque para "The Pot" e "Aenema". Ficou a ideia de que brevemente o grupo poderá regressar a Portugal para um concerto em nome próprio.
E pronto, assim chega ao fim mais um dia do Super Bock Super Rock, este excessivamente quente em contraste com a noite fria do dia anterior. Não fossem as milhares de melgas e mosquitos que por lá apareceram (e que nem pagaram bilhete) tinha sido fabuloso. Assim... também foi.

29/05/06

Ao vivo... Festivar Super Bock Super Rock 2006

Começou ontem mais uma edição do Festival Super Bock Super Rock. Para o primeiro dia do ACT 1 estava reservado o alinhamento mais pesado. O gótico dos Moonspell e dos Within Temptation (numa versão um pouco conceptual) desfilou pelo palco principal juntamente com o som mais pesado dos Ramp, Soulfly (banda liderada pelo ex-vocalista dos Sepultura, Max Cavalera) e dos Korn que encerraram a noite.
Eram 18 horas quando os Ramp entraram em palco. Graças à minuciosa e muito dedicada revista por parte da polícia a todos os espectadores (chegando ao ponto de abrir a carteira e perguntar se levávamos tabaco), não consegui assistir à actuação desta banda do Seixal.
Seguiram-se os portugueses Moonspell. No primeiro tema o som era tão mau que os milhares de pessoas que estavam a assistir, em vez de estarem virados para o palco estavam de costas para o mesmo a vêr se o técnico da mesa de mistura tinha adormecido ou algo pior. Som péssimo. A partir do segundo tema o som melhorou ligeiramente mas sem nunca atingir o patamar desejável. Os Moonspell acabaram por ter uma actuação discreta, para não dizer fraca. Pontuação: 3 de 0 a 5.
Seguiram-se os Soulfly banda com uma boa legião de fans em Portugal e que estiveram presentes em bom número. Foi um concerto no qual durante mais de uma hora tocaram os seus principais êxitos que foram sendo intervalados com temas do novo álbum "Dark Ages". Apesar do som continuar mau, um pouco devido ao imenso vento que se fazia sentir, foi um bom concerto no qual Max Cavalera conseguiu fazer vibrar o público. Pontuação 3,5 de 0 a 5.
A seguir adivinhava-se uma tarefa muito difícil para os Within Temptation, pois após a actuação dos Soulfly houve uma grande debandada do público que estava próximo do palco. Com um som finalmente em boas condições, Sharon esteve bem sabendo comunicar com o público, excepto quando julgou que estava a actuar em Espanha, levando por isso uma monumental assobiadela. Corrigiu o erro com um pedido de desculpas. O espectáculo dos Whithin Temptation foi uma espécie de "The Best" ao vivo, sendo o momento alto do concerto "Memories", um dos temas mais conhecidos do grupo. Em suma foi um bom espectáculo dos Within Temptation. Pontuação 4 de 0 a 5.
Finalmente para encerrar a primeira noite do festival, Korn. A qualidade de som continuava fraca e os Korn não surpreenderam. Tudo muito programado, sem improviso e sem grande convicção. John Davis e a sua banda não conseguiram empolgar o muito público presente. A banda está muito aquém da expectativa e do culto que foi criando ao longo dos anos. Arrisca-se a ser, se é que já não é um "Has Been". Pontuação 3,5 de 0 a 5.

28/05/06

The Tears... Here Comes The Tears


Em Dezembro de 2003, Brett Anderson e Bernard Butler reencontram-se após vários anos de desavenças e decidem que era chegada a altura de formar uma nova banda.
Butler, que abandonou os Suede em 1994 após a gravação do álbum "Dog Man Star" e Anderson, devido à reduzida actividade dos Suede (praticamente extintos), formam então os "The Tears" que lançam o seu primeiro álbum no final de 2005. Em "Here Comes The Tears" voltamos a ouvir e sentir a guitarra de Butler num permanente e subtil solo, algo a que nos tinha habituado na melhor fase dos Suede.
Here Comes The Tears é um bom disco, agradável. Longe de ser uma obra-prima este trabalho peca pelo excesso de baladas que tem, sendo algumas um pouco lamechas. Destaque para os temas Refugees e Lovers, dois belos temas pop que nos fazem lembrar o excelente "Trash" do álbum "Coming Up".
É um disco que merecia algo mais. Não existiu qualquer tipo de promoção por parte da editora quer ao disco quer ao grupo; estou convencido que muitos fans dos Suede não sabem da existência dos Tears e quem são os seus membros.

01 - Refugees
02 - Autograph
03 - Co-Star
04 - Imperfection
05 - Ghost of You
06 - Two Creatures
07 - Lovers
08 - Fallen Idol
09 - Brave New Century
10 - Beautiful Pain
11 - Asylum
12 - Apollo 13
13 - Love as Strong as Death

Nota - 7/10

24/05/06

Biografia... The Walkabouts


Decorria o ano de 1983 quando Chris Eckman e Carla Torgerson se conheceram. Na altura, enquanto Eckman com a sua guitarra eléctrica tocava temas punk dos Buzzcocks, Carla Togerson com a sua guitarra acústica tocava folk. Graças a esta diferença de estilo nas raízes musicais dos seus fundadores, a música dos Walkabouts desde os seus primórdios caracterizou-se sempre por um contraste que vai desde o folk a um pop/rock genuinamente alternativo. Com origem em Seattle, terra do grunge, não deixa de ser curioso o facto de o grupo sempre se ter distanciado desse género musical o que acabou por ser prejudicial para a sua carreira pois na altura gravavam para a Sub-Pop uma editora que tinha no seu catálogo somente grupos de grunge, o que levou os responsáveis da mesma a caracterizar o grupo, desdenhosamente, como "uma banda não grunge".
Em 1987 é editado o primeiro disco intitulado "See Beautiful Rattlesnake Gardens" que apesar de revelar alguma imaturidade foi bem recebido pela imprensa. Apesar disso a banda não se consegue adaptar aos ambientes de Seatlle.

Entre 1989 e 1991 os Walkabouts, na altura formados por Chris Eckman (guitarra/voz), Carla Torgerson (guitarra/voz), Grant Eckman (bateria), Michael Wells (baixo) e Glenn Slater (teclas), lançam Cataract e Scavenger (com produção de Brian Eno), bem como o EP Rag And Bone (actualmente disponíves num único CD). Após a edição de Scavenger o grupo vira-se para o mercado europeu pois a sua música não era compreendida pelos americanos, talvez pelo facto de nessa altura estar no auge o grunge com nomes como Nirvana ou Pearl Jam.

Em 1992 abandonam a Sub Pop, mas antes de isso acontecer, partem em digressão pela Europa e a Sub Pop Europe aproveita para lançar New West Motel e Satisfied Mind em 1993, Setting The Woods On Fire e To Hell And Back no ano de 1994, e a compilação Death Valley Days - Lost Songs, And Rarities, 1985 – 1995. Estas edições num prazo tão curto fizeram com que os Walkabouts atingissem o topo do mercado independente europeu, sendo curioso o facto de o grupo atingir maior popularidade na Europa do que na América.
Enquanto que em New West Motel são desenvolvidas sonoridades que nos levam ao country norte-americano fazendo lembrar Neil Young, já Satisfeid Mind revevela-se uma agradável surpresa pois é um disco completamente preenchido com versões, algo a que as pessoas não estavam habituadas no grupo. É um disco excelente e um dos melhores de toda a discografia dos Walkabouts; já "Setting The Woods On Fire" mostra o lado mais negro e mórbido da música dos Walkabouts com canções densas e melancólicas que revelam uma grane consistência na banda.

Em 1996 é editado aquele que é considerado por muita gente o melhor álbum do grupo "Devil´s Road", um álbum marcadamente mórbido. Mais uma vez a densidade e obscuridade tomam conta da música do grupo. Em Devil's Road contam com a participação da Warsaw Philharmoncs e de Dickon Hinchcliffe dos Tindersticks. Estas participações acabam por dar ao álbum um toque conceptual que se faz sentir também no seu sucessor Nightwon (1997). Apesar das semelhanças entre estes dois álbuns Nightown não dá seguimento ao sucesso de Devil's Road.

A partir daqui, talvez devido a Chris Eckman se ter dedicado a uma carreira a solo na qual já editou dois álbuns (A Janela e The Black Field) os Walkabouts editam mais três discos, não conseguindo com nenhum deles atingir os patamares quer em termos qualitativos quer comerciais a que nos habituaram com os discos anteriores.
No ano de 2000 editam Trail Of Stars e em 2001 editam Train Leaves At Eight um disco de covers de músicos europeus entre os quais um tema de José Mário Branco. Netes disco o grupo confirma uma especial vocação para covers sendo muito aplaudido pela crítica.
Em 2002 é editado Ended Up A Stranger, sendo na minha opinião um dos discos mais fracos do grupo. Após a edição deste disco segue-se um interregno na actividade do grupo, tendo sido editadas várias colectâneas.
Finalmente no final de 2005 surge um novo álbum Acetylene em que o grupo regressa aos bons discos. Acetylene irá estar em destaque neste blog na próxima semana no post "Disco da semana".
Quando ouço a música dos Walkabouts uma onda de prazer e felicidade envolve-me por completo; algo de sublime é como se pode definir a sensação que dá ouvir a guitarra de Carla Torgerson aliada à sua voz e à de Chris Eckman.
É um grupo que merece um pouco mais de atenção, mas como todos nós sabemos a divulgação nas rádios obedece a regras não muito claras e com as quais eu discordo.
Valores comerciais são mais importantes que valores qualitativos.

22/05/06

Ao vivo... Supertramp

Data - 24 de Junho de 1997
Local - Praça de Touros de Cascais
Notas - Um grupo de grande sucesso nos anos 70 e início dos anos 80, cuja carreira foi decaindo à medida que iam editando novos trabalhos, sendo um facto curioso.
Este concerto, realizado na Praça de Touros de Cascais e sem o carismático vocalista Roger Hodgson, acabou por ser agradável.

21/05/06

Iron and Wine & Calexico... He Lays In Reins

IRON AND WINE e CALEXICO

Este disco é uma obra de arte. Um disco de "viagens", que nos leva a percorrer os desertos americanos ao som de uma slide guitar em "Prison on Route 41", e depois transporta-nos para as melancólicas noites em "History Of Lovers" em que nos sentimos sós num daqueles motéis tipicamente americanos. Calmo e belo é a melhor definição para este excelente álbum editado por Samuel Beam nascido na Flórida e que edita com o nome de Iron and Wine e que neste projecto surge numa parceria com os Calexico banda oriunda de Tucson, nos Estados Unidos, formada por Joey Burns e John Convertino.
Um disco excelente, que peca por ser curto, sendo somente 35 minutos o tempo de prazer que nos proporciona ao ouvi-lo.

01 - He Lays In Reins
02 - Prison on Route 41
03 - History of Lovers
04 - Red Dust
05 - 16, Maybe Less
06 - Burn That Broken Bed
07 - Dead Man's Will

Nota - 08/10

15/05/06

Ao vivo... Tina Turner

Data - 22 de Setembro de 1996
Local - Estádio do Restelo
Notas - Não sendo propriamente um grande admirador de Tina Turner, mas reconhecendo todo o seu talento e história no mundo da música, o que me levou a ir assistir a este concerto foi poder ver o guitarrista Peter Frampton, que na altura a acompanhava nos espectáculos ao vivo.
Grande profissionalismo de Tina Turner, com a energia a que nos habituou, para um estádio bem composto de público.

08/05/06

Ao vivo... Mão Morta

Data - 07 de Janeiro de 1997
Local - Centro Cultural de Belém (pequeno auditório)
Notas - Sala demasiado pequena para um espectáculo que era simultaneamente teatro e concerto. Muito bom. Mais tarde este espectáculo foi editado em DVD.

07/05/06

Modest Mouse... Good News For People...



Formados no ano de 1993 em Issaquah, nos Estados Unidos.
Este trio, composto por Isaac Brock na guitarra e voz, Eric Judy no baixo e Jeremiah Green na bateria, somente após cinco álbuns e dez anos de intenso trabalho conseguiram o reconhecimento da critica musical com o seu último trabalho “Good News For People Who Love Bed News” editado em finais de 2004.
Neste disco estão patentes as influências dos Yo La Tengo ou dos Superchunk. Por vezes a música dos Modest Mouse vai até aos “Built To Spill”, mas sempre com o cuidado de nunca entrar nos devaneios de guitarra a que os Built To Spill nos habituaram, fincando numa linha mais próxima dos Yo La Tengo, obtendo dessa forma um equilíbrio muito saudável no seu som.

01 - Horn Intro
02 - The World At Large
03 - Float On
04 - Ocean Breathes Salty
05 - Dig Your Grave
06 - Bury Me With It
07 - Dance Hall
08 - Bukowski
09 - This Devil's Workday
10 - The View
11 - Satin In A Coffin
12 - Interlude (Milo)
13 - Blame It On The Tetons
14 - Black Cadillacs
15 - One Chance
16 - The Good Times Are Killing Me

Nota - 08/10

01/05/06

Ao vivo... Xutos & Pontapés

Data - 20 de Março de 1999
Local - Pavilhão Atlântico
Notas - Espectáculo para comemoração dos 20 anos da banda. Um dos melhores concertos a que assisti dos Xutos & Pontapés..