30/05/06

Super Bock Super Rock

O segundo dia do ACT 1 do Festival Super Bock Super Rock era aguardado com grande expectativa.
Com um cartaz equilibrado no qual se destacava o regresso aos palcos dos Alice In Chains, a expectativa residia também em saber se o som estaria melhor do que no dia anterior, em que foi um verdadeiro desastre.
Eram seis horas da tarde quando os portugueses Primitive Reason subiram ao palco para dar início a mais um dia de festival. Durante cerca de uma hora e perante um calor infernal, os Primitive Reason não conseguiram quebrar a frieza do público. Apesar do alinhamento ser constituído pelas suas canções mais populares, a banda demonstrou uma vez mais a falta de "garra" que começa a ser evidente nos seus concertos. Nota 2,5 de 0 a 5.
A seguir era chegada a vez dos Alice In Chains. Após cerca de dez anos de interregno, esta banda formada em Seattle no ano de 1897 no auge do grunge, regressa aos palcos com um novo vocalista, William Duval (dos Comes With the Fall), que substitui Layne Staley falecido em Abril de 2002 vítima de overdose. Apesar de não conseguir fazer esquecer o carismático vocalista dos primórdios do grupo William mostra-se possuidor de uma excelente voz não tão "grunge" como a de Layne mas bem colocada e com o timbre exacto. No final do espectáculo, o grupo exibiu para o público um cartaz onde se podia ler: Alice In Chains Born Again. Acho que sim. Nota 4 de 0 a 5.
Deftones foram o grupo que se seguiu e deram um concerto verdadeiramente arrasador. A agressividade da música e a boa comunicabilidade de Chico Moreno com o público fizeram deste concerto um dos melhores do dia, com um alinhamento tipo "Greatest Hits", de onde se pode destacar a cover do tema "No Ordinary Love" de Sade. Para finalizar em verdadeira apoteose, Chico Moreno canta no meio do público e os Deftones brindam todos os presentes que se amontoavam junto do palco com um Medley "7Words - Root Engine Nº 9 - 7 Words". Nota 4,5 de 0 a 5.
Após o devastador concerto dos Deftones seguiam-se os Placebo. Num alinhamento de grupos não muito feliz, a banda de Brian Molko surge encurralada entre os Deftones e os Tool. Tarefa difícil. Este facto levou a que muitas das pessoas que assistiram ao concerto dos Deftones aproveitassem a pausa para se dirigirem à zona de restauração e descansarem para depois poderem assistir ao concerto dos Tool. No entanto os Placebo cumpriram. Entraram com alguns temas do novo álbum "Meds" para depois voltarem aos seus clássicos. Uma actuação incólume mas que nunca chegou a ser brilhante. Nota 4 de 0 a 5.
Finalmente e para fechar a noite: Tool. A banda liderada por Maynard James Keenan presenteou o sequioso público com aquele que foi o melhor concerto do dia. Com um som fantástico, com um palco no qual estavam quatro ecrãs onde passavam imagens que serviam como "acompanhamento" para os temas, os Tool cumpriram à risca o que se estava à espera e era aguardado há muitos anos, depois do fracasso que foi o seu concerto no Restelo. Ao tocarem temas de todos os seus álbuns, particularmente do último "10000 days" deram um concerto fabuloso, inesquecível. Destaque para "The Pot" e "Aenema". Ficou a ideia de que brevemente o grupo poderá regressar a Portugal para um concerto em nome próprio.
E pronto, assim chega ao fim mais um dia do Super Bock Super Rock, este excessivamente quente em contraste com a noite fria do dia anterior. Não fossem as milhares de melgas e mosquitos que por lá apareceram (e que nem pagaram bilhete) tinha sido fabuloso. Assim... também foi.