Data - 04 de Dezembro de 2006
Local - Aula Magna
Notas - Quando soube da vinda de Chan Marshal (Cat Power) a Portugal, pensei para com os meus botões: este vai ser o concerto do ano.
Uma enorme expectativa apoderou-se de mim; finalmente ia poder ver e ouvir ao vivo alguém cuja voz me faz sonhar e relaxar de forma indescritível.
Finalmente chegou o dia. Apesar do pequeno atraso que se verificava e que fazia aumentar ainda mais a ansiedade, a sala da Aula Magna de Lisboa, repleta de fans devotos esperava ansiosamente pelo início do concerto… e da viagem.
A expectativa de que iríamos viajar através de um sonho não começa da melhor maneira. Logo a abrir, é desconcertante e preocupante a troca de olhares entre os membros do grupo, a demora de Chan Marshal em entrar em palco, a expressão de preocupação bem visível no rosto dos músicos. Era o prenúncio de que o sonho podia virar pesadelo.
Durante alguns minutos os músicos do grupo são obrigados a uma “Jam Session” que na minha opinião acabou por ser um dos momentos da noite. Finalmente, passado algum tempo, Chan Marshal entra em palco hesitante, de cigarro e copo na mão.
A partir desse momento houve de tudo neste concerto. O imenso público de grande devoção para com o grupo, teve a oportunidade de assistir a belíssimas interpretações e bons momentos musicais. Mas também houve falhas no som, uma iluminação sem qualquer nexo, amuos por parte de Chan Marshal chegando ao ponto de interromper canções a meio.
No fundo a ideia que fica da noite (previsivelmente de sonho e que se tornou pesadelo) foi de uma Chan Marshal que aliava à sua simpatia e beleza uma possível falta de profissionalismo, de desentendimentos entre os elementos do grupo, de um teclista bom mas completamente perdido (talvez por ter a noção do descalabro em que se podia tornar o concerto) e de um alinhamento que por vezes parecia não existir.