17/08/12

Ao vivo... Imperial Tiger Orchestra e Hamelmal Abate

Data - 21 de Julho de 2012
Local - Castelo de Sines
Notas - Havia uma certa expectativa relativamente ao concerto que juntava a Imperial Tiger Orchestra, oriunda da Suíça, com Hamelmal Abate, da Etiópia.
Se a Suíça é um país sem grande tradição musical, o mesmo já não se pode afirmar da Etiópia, pois como todos sabemos, em África, a música "corre" nas veias de uma forma única, bastando uns pequenos ruídos ou sons para que o ambiente se torne numa festa, e foi isso que aconteceu eu Sines.
O resultado da fusão da Imperial Tiger Orchestra, fundada em Genebra por Raphael Anker no ano de 2007, com a voz de Hamelmal Abate foi muito interessante e contou ainda com dois bailarinos etíopes, que funcionaram como a "cereja no topo do bolo", num concerto extremamente alegre, cheio de ritmo e grande qualidade musical, apesar de em certos momentos ser um estilo algo complexo, devido à fusão de duas sonoridades muito diferentes, mas que no final resultam muito bem, em que o jazz europeu se funde com a música tradicional etíope, e que por sua vez se fundem com o Jazz Etíope, criando aquilo a que se pode chamar euro-ethio-jazz.

Formação:

Hamelmal Abate - Voz
Raphael Anker - Trompete
John Menoud - Saxofones Barítono e Alto
Alexandre Rodrigues - Teclados
Cyril Moulas - Baixo, Phin, Guitarra, Krar
Julien Israelian - Bateria
Luc Détraz - Kebero e Naal
Getu Tirfe - Dança
Emebet Tizazu - Dança

14/08/12

Dead Can Dance... Anastasis

Dezasseis anos após a edição do último disco de originais, "Spiritchaser" de 1996, os Dead Can Dance - na minha opinião, um dos expoentes máximos da qualidade musical - estão de regresso aos discos, com este "Anastasis".
Ao décimo disco de originais, o grupo formado por Brendan Perry e Lisa Gerrard, na Austrália em 1981, abandona a sua editora de sempre, a 4 AD, e grava para a Pias Recordings.
Não estando perante um disco que apresente algo de novo em relação aos álbuns editados pelo grupo, "Anastasis" é mais um trabalho de grande nível, o que acaba por não surpreender, pois uma das características dos Dead Can Dance é não conseguirem editar discos de fraca qualidade, e para provar isso basta percorrer, até de forma aleatória, a sua discografia, desde "Dead Can Dance" de 1984 até este "Anastasis", de 2012.
Mesmo estando praticamente inactivos durante os últimos dezasseis anos, os Dead Can Dance conseguem manter o nível qualitativo de uma música que funde vários estilos de uma forma única e que nos leva numa viagem de cerca de cinquenta minutos, durante a qual percorremos vários continentes através de sons e cheiros criados subtilmente, que nos transportam até ao continente asiático, ou ao africano, ou ao europeu, sem nunca perder a identidade do grupo e a sua forma de interpretar uma música muito própria mas abrangente, na qual momentos de densidade contagiante e mágica da voz de Brendan Perry, contrastam com momentos de beleza melódica e inebriante da voz de Lisa Gerrard, e essa conjugação de vozes e sons, acaba por nos prender e seduzir durante a audição de um disco extremamente equilibrado, sem pontos fracos ou fortes, do qual não é possível destacar uma música, mas sim um conjunto composto por todos os oito temas que o compõem, que fazem parte de algo que nos satisfaz ao juntar duas excelente vozes, que somente em "Return Of The She-King" funcionam em dueto, mas que graças aos exercícios vocais aliados à beleza sonora do grupo, fazem de "Anastasis" um dos melhores trabalhos do corrente ano, o que, como referi no início, não surpreende, pois tem o "selo de garantia" Dead Can Dance.

01 - Children of The Sun
02 - Anabasis
03 - Agape
04 - Amnesia
05 - Kiko
06 - Opium
07 - Return Of The She-King
08 - All In Good Time

Nota - 8.8/10

P.S. - Os Dead Can Dance vão actuar na Casa da Música no próximo dia 24 de Outubro, num concerto para o qual os bilhetes esgotam em hora.

08/08/12

Ao vivo... Festival Músicas do Mundo 2012

Data - 20 e 21 de Julho de 2012
Local - Castelo de Sines
Notas - Comentários já publicados neste blog.

Ao vivo... Marc Ribot y Los Cubanos Postizos

Data - 21 de Julho de 2012
Local - Castelo de Sines
Notas - Marc Ribot, considerado por muitos como um dos melhores guitarristas da actualidade, apresentou-se no Festival Músicas do Mundo com o seu projecto mais conhecido, Marc Ribot Y Los Cubanos Postizos, e que foi criado em 1998.
Com bastantes influências da música anglo-saxónica, fundida com ritmos cubano em alguns momentos, o resultado final acaba por ser muito interessante, se bem que em algumas partes se torne monótono, mas essa monotonia acaba por surgir de forma natural, devido ao contagiante ritmo da música cubana, pois quando há uma alteração do estilo cubano para o estilo anglo-saxónico surge uma quebra de ritmo, ou um ritmo menos apelativo ao movimento dos corpos.
Marc Ribot Y Los Cubanos Postizos, são um projecto que vale a pena descobrir e que é formado por:

Marc Ribot - Guitarra e voz
Anthony Coleman - Piano
Brad Jones - Baixo
Ej Rodriguez - Bateria e percussões
Horácio "El Negro" Hernandes - Percussões

07/08/12

Ao vivo... Lizz Wright e Raul Midón

Data - 19 de Julho de 2012
Local - Jardim Marquês de Pombal - Oeiras
Notas - Devido à quantidade de espectáculos que as empresas organizadoras agendam durante este período de verão, não foi de estranhar o aspecto desolador do bonito recinto do Jardim Marquês de Pombal, em Oeiras.
Numa noite de verão, mas fria, era pouco o público presente para a recepção a Lizz Wright e Raul Midón.
Na primeira parte do concerto, esteve presente a portuguesa Elisa Rodrigues que, aos 25 anos e no ano em que lança o seu álbum de estreia "Heart Mouth Dialogues", é já considerada uma das grandes revelações, do panorama musical português, no campo do Jazz. Elisa Rodrigues não desiludiu e demonstrou boas qualidades vocais, não se inibindo perante uma plateia quase deserta, o que revelou alguma maturidade e segurança, num concerto curto mas agradável.
Lizz Wright e Raul Midón proporcionaram um bom concerto.
A excelente voz de Lizz Wright, que não está presa ao jazz tradicional e vagueia ligeiramente por vários estilos musicais do seu país, desde o Gospel tradicional ao Soul, cria uma "fusão" de estilos extremamente interessante, à qual se juntou o virtuosismo de Raul Midón na viola, com a sua forma de tocar que também foge ao Jazz tradicional dando à música um toque peculiar, no qual são evidentes as influências das raízes do músico que se repartem pela argentina e pelos ambientes afro-americanos. Estes dois estilos de cantar e tocar e estas duas maneiras de interpretar a música, conjugam-se na perfeição, proporcionando bons momentos a quem os ouve.

06/08/12

Ao vivo... Sunny Murray Trio

Data - 03 de Agosto de 2012
Local - Anfi-Teatro da Fundação Calouste Gulbenkian
Notas - Apesar do seu inegável talento como baterista de Jazz, e com uma forma muito peculiar de tocar, Sunny Murray - acompanhado por John Edwards no contrabaixo e Tony Bevan no saxofone tenor - não conseguiu empolgar nem entusiasmar - quase que é possível dizer minimamente - o público que praticamente encheu o idílico espaço da Fundação Calouste Gulbenkian.
Um palco com um conjunto de luzes sóbrias que, projectadas nas árvores, proporcionavam um cenário lindíssimo, sendo talvez isso o melhor da noite.
O grupo esteve em palco perto de uma hora, fazendo um intervalo ao fim de vinte minutos, o que ainda quebrou mais o ambiente vivido, que já não era bom.
Esta pausa fez com que uma parte do público abandonasse o espaço nessa altura.

04/08/12

Baxter Dury... Happy Soup

Baxter Dury nasceu no dia 8 de Novembro de 1972, em Inglaterra.
Filho de Ian Dury, começou as suas aventuras musicais aos 30 anos, começou as suas aventuras musicais aos 30 anos, com a edição em 2002 do disco "Len Parrot's Memorial Lift", editado pela  Rough Trade dois anos após  morte do pai, o criador do   já clássico "Sex and Drugs and Rock N Roll", que faleceu no dia 27 de Março de 2000, vitima de cancro.
Após uma relativa boa aceitação por parte do público do seu primeiro disco, Baxter Dury editou em 2005, ainda para a Rough Trade, "Floor Show", disco que foi bem recebido pela critica em geral, e que funcionou como confirmação do seu talento musical num estilo Indie-Pop, com a sua forma suave de tocar e cantar.
Após um intervalo de 6 anos, Baxter está de volta às edições discográficas, com este "Happy Soup", editado pela Regal.
Neste disco são evidentes as influências do estilo musical que o pai, Ian Dury, desenvolveu durante toda a sua carreira, com um pouco de New Wave à mistura com um pop ligeiro e alguns bons pormenores instrumentais.
"Happy Soup" é um disco equilibrado, que tanto navega pelos mares da New Wave como pelo Dream Pop suave, chegando mesmo a aproximar-se de uma toada mais comercial com o tema de abertura, "Isabel", uma canção bem ritmada, com um refrão bem colocado e bons pormenores ao nível de guitarras, o que acaba por ser uma constante ao longo dos dez temas que fazem parte do disco, do qual dificilmente se consegue destacar um, música, pois todos eles são de bom nível.
Se em alguns casos existe um certo abuso no uso de coros, como por exemplo "Claire", outros  há em que eles surgem de uma maneira perfeita, num disco de bom nível, editado por um músicos que ao terceiro disco consegue manter os níveis de qualidade dos anteriores, sendo portanto, alguém a seguir com atenção.

01 - Isabel
02 - Claire
03 - Leak At Disco
04 - Afternoon
05 - Happy Soup
06 - Trellic
07 - Picnic On The Edge
08 - Hotel in Brixton
09 - The Sun
10 - Trophies

Nota - 7.9/10

03/08/12

Ao vivo... Oumou Sangaré e Béla Fleck

Data - 20 de Julho de 2012
Local - Castelo de Sines
Notas - Não é possível negar alguma expectativa quanto ao resultado final da colaboração de Béla Fleck, considerado o melhor banjoísta da actualidade, com a excelente voz da cantora do Mali, Oumou Sangaré.
Ha cerca de sete anos, Béla Fleck deslocou-se a África, continente de onde é oriundo o banjo, e de imediato se apaixonou, não só pelo continente, como também pela música africana, e é na sequência dessa paixão que surge este projecto, com uma das melhores cantoras do continente e com quem gravou o disco "Throw Down Your Heart, Africa Sessions, Part. 2" que venceu o Grammy para o melhor trabalho de World Music, no ano de 2011, e que foi, também, o 14º Grammy para Béla Fleck.
Como defensora acérrima dos direitos das mulheres e de grande intervenção política, Oumou Sangaré, não deixou de fazer uma breve referência ao que se tem passado ultimamente no seu país, Mali.
Musicalmente falando, foi um concerto muito bom, com músicos de grande nível, que proporcionaram bons momentos e com grande animação.

Formação:

Oumou Sangaré - Voz
Béla Fleck - Banjo
Will Calhoun - Bateria e percussões
"Benogo" Diakite - Kamele N'Goni
Alioune Wade - Baixo
Dandjo Sidibe - Coros

Setlist... Peter Gabriel

Setlist do concerto de Peter Gabriel no Festival Super Bock Super Rock de 2012

01 - Heroes (David Bowie Cover)
02 - Intruder
03 - Secret World
04 - Après Moi (Regina Spektor Cover e dueto com R. Spektor)
05 - San Jacinto
06 - Diggin In The Dirt
07 - Signal To Noise
08 - Downside Up
09 - The Rhythm Of The Heat
10 - Red Rain
11 - Solsbury Hill
12 - Biko

Encore

13 - In Your Eyes
14 - Don't Give Up

02/08/12

Ao vivo... Dead Combo

Data - 21 de Julho de 2012
Local - Castelo de Sines
Notas - Os portugueses Dead Combo passaram pelo Festival Músicas do Mundo para a abertura do segundo dia do primeiro fim-de-semana, proporcionando um bom concerto. Se momentos há em que a música do grupo aborrece um pouco, noutros momentos consegue empolgar, criando um misto de quase sonolência com excitação e empolgamento.
Neste concerto, o grupo contou com a colaboração daquele que é considerado por muita gente um dos melhores guitarristas da actualidade, Marc Ribot, e ainda com o português Alexandre Frazão na bateria, e foi nessa altura que a música do grupo soou melhor, pois ganhou mais ritmo e foi visível o prazer dos músicos em palco.

Ao vivo... Coldplay

Data - 02 de Junho de 2012
Local - London Emirates Stadium
Notas - Depois de ter assistido ao concerto dos Coldplay no Estádio do Dragão no Porto, é inevitável a comparação (ou falta dela) entre este concerto e o do Dragão.
Com um alinhamento igual, da primeira à última música, e com uma máquina a funcionar perfeitamente, o grupo que se formou em 1998 em Londres não surpreendeu nem desiludiu, se bem que fosse bastante visível no semblante dos músicos, o facto de estarem a tocar na sua cidade perante um estádio com a imponência do London Emirates Stadium completamente esgotado, e nem a habitual chuva de Londres arrefeceu os ânimos, quer dos músicos quer do público.
Relativamente à actuação de Rita Ora, que apresentou alguns temas do seu primeiro disco, "Ora", apesar de não ter deslumbrado, também não desiludiu, cumprindo o seu papel sem conseguir empolgar o público.
O mesmo aconteceu com Robyn, já mais experiente, mas que também não conseguiu agarrar o público. Interpretou dez temas de alguns dos seus discos já editados e algumas covers, entre as quais "Every Teardrop is a Waterfall", dos Coldplay.

Setlist... Rita Ora

Setlist do concerto de Rita Ora no Emirate Stadium (Londres)

01 - Intro
02 - Roc the Life
03 - How We Do (Party)
04 - Hot Right Now
05 - Shine your Light
06 - R.I.P.