22/08/11

Ao vivo... Festival Paredes de Coura

Data - 18 de Agosto de 2011
Loca - Paredes de Coura
Notas - Primeiro dia (sem contar com o da recepção ao campista) da edição deste ano do Festival Paredes de Coura, que decorre no belo cenário da Praia do Taboão.
Crystal Stilts
O início do dia no palco principal, deu-se ao som dos Crystal Stilts que deram um concerto morno, mas ideal para um final de tarde. Com inicio às 18.30, ainda estava pouco público dentro do recinto, pois a maior parte optou por estar a banhos no Rio Coura, tal o calor que se fazia sentir, acabando por ser uma boa opção. Após a curta actuação dos Crystal Stilts, entraram em palco os Twin Shadow.
Twin Shadow
Com um início de concerto a fazer temer o pior pois ficou a ideia que o soundcheck não tinha sido feito, já o final esteve em excelente nível terminando o concerto em jeito de apoteose musical com o tema "Forget" que dá o nome ao único disco de originais editado por esta banda liderada por George Lewis JR.. Apesar de ter sido um espectáculo agradável, ficou a ideia de que é um grupo que dificilmente irá para além do conceito de festivais.
Warpaint
No alinhamento do dia, seguiu-se o quarteto feminino, originário de Los Angels, Warpaint. Se, em certos momentos pareceu existir alguma dificuldade em cativar o público, um pouco graças ao estilo musical do grupo que pratica com uma música repleta de grandes doses de experimentalismo, outras alturas há em que o público fica completamente absorto com o desenvolvimento e a toada que o grupo dá aos temas, com experimentalismos bem coordenados que se aproximam de um abismo onde tudo se deita a perder, mas que conseguem manter um elo entre esses momentos, elo esse que dá extraordinária beleza à música de um grupo que se revelou uma agradável surpresa.
Blonde Redhead
À medida que nos aproximávamos do momento alto da noite (o regresso dos Pulp a Portugal), a bonita e sedutora voz de Kazu Makino, não foi suficiente para considerar este como o concerto da noite, ou um dos concertos da noite. Talvez por se estar ainda um pouco sobre o efeito que as Warpaint tiveram no público, os Blonde Redhead não deslumbraram, apesar de terem estado em bom nível com os temas muito bem interpretados e com algumas boas doses de improvisações. Quer Kazu Makino quer Amedeo Pace estivem bem a nível vocal e instrumental, mas deviam ter tido alguma interacção com o público, que teria facilitado bastante a entrega dos espectadores. Para se ter uma ideia, o primeiro obrigado surgiu aos 40 minutos. Está certo que não estão lá para falar, mas um pouco de interacção não ficava mal.
Pulp
Eram 00.30 minutos, quando os Pulp entraram em palco para um concerto memorável. Pedindo desde logo desculpas pelo ligeiro atraso, o grupo liderado por Jarvis Cocker, encantou e deliciou todos aqueles que foram ao anfiteatro natural de Paredes de Coura para os ver. Com um alinhamento em jeito de Best Of, o grupo percorreu toda a carreira, mas os momentos altos foram com os temas de "Different Class", trabalho editado em 1995. Disco 2000, Something Changed, Mis-Shapes e tantos outros temas, funcionaram como a cereja no topo do bolo para uma noite de boa música, com um Jarvis Cocker extremamente comunicativo, simpático e brincalhão. Um grupo em grande forma, que tive a oportunidade de ver em Junho, num concerto no Hyde Park em Londres, e de rever novamente em Paredes de Coura. Os alinhamentos não foram iguais, mas em termos de concerto, arrisco a afirmar que este de Paredes de Coura, foi superior ao de Londres, muito devido à entrega de Jarvis Cocker. Se tiver que ser destacado um tema de toda a actuação dos Pulp, esse tema é This Is Hardcore que, ao vivo, funciona na perfeição.

12/08/11

Recortes... Cheik Lô

Cheik Lô N'Digel, nasceu no dia 12 de Setembro de 1955, no Burkina Faso. Apesar da sua naturalidade, em termos musicais o seu estilo aproxima-se mais da música do vizinho Senegal, país para onde foi viver muito cedo.
Cheik Lô, pegou na característica musica senegalesa, "Mbalax", e deu-lhe um toque que acabou por a tornar mais comercial, mas desse modo permitiu que esse género musical tão característico e complexo, com uma batida muito própria - um 4/4 quase anárquico -, ficasse mais acessível para a parte ocidental de África, e também para o resto do mundo.
Se por um lado Youssou N'Dour, aproveitando essa batida, tentou dar um toque mais ocidental à sua música com algum sucesso, e apadrinhado por Peter Gabriel, já Cheik Lô conseguiu igualmente esse feito, mas curiosamente chegou a uma maior fatia de público. A isso não devem ser alheias as raízes de ambos os músicos, pois Youssou N'Dour está mais preso às suas origens, o que é excelente pois desse modo a genialidade e a pureza da sua música continuam incólumes.
Autodidacta, Cheik Lô aprendeu a tocar bateria e guitarra sozinho, tendo começado como baterista e percussionista em alguns grupos, e mesmo após a sua mudança para Dakar em 1980, continua como baterista numa banda residente no Savana Hotel.
Em 1985, emigra para França, onde compra a sua primeira guitarra e a sua carreira musical começa a ganhar contornos em termos internacionais, e nesse ano edita uns primeiros temas numa cassete que obtém algum sucesso.
Finalmente em 1996, grava o seu primeiro disco, "Ne La Thiass". Produzido por Youssou N'Dour, o disco é muito bem aceite pela crítica e isso proporciona a Lô a primeira digressão europeia, na qual obtém um considerável sucesso que faz com que as portas da internacionalização se abram de modo definitivo. Graças a isso, a sua música tem percorrido os quatro cantos do mundo.
Em termos de lançamentos discográficos, Cheik Lô tem mantido alguma regularidade, sem nunca se deixar cair num exagero de lançamentos.
É um pouco da sua obra, que vai ser possível ouvir no Centro Cultural de Belém hoje, dia 12 de Agosto de 2011.

Discografia

1996 - Ne La Thiass
2000 - Bambay Gueej
2000 - Inedits
2006 - Lamp Faal
2010 - Jamm

11/08/11

Peter Murphy - Ninth

Sete anos após a edição do seu último disco "Unshaterred", Peter Murphy regressa com este "Ninth".
Apresentando uma sonoridade ligeiramente diferente, "Ninth" é composto por onze temas que Peter Murphy tem tocado nos seus espectáculos, e isso nota-se, com uma música mais densa e com um sobressair de guitarras a que não estávamos habituados nos mais recentes trabalhos do músico.
"Ninth" é um trabalho de estúdio mas com pormenores de disco ao vivo, funcionando não como algo que se possa dizer fechado, mas sim solto, em que os músicos não parecem estar amarrados a algo pré-definido, pois o ambiente dos espectáculos ao vivo é recriado perfeitamente.
Se é possível afirmar que existe uma ausência de temas com melodias sedutoras, como por exemplo "Subway" ou "Cuts You Up", que têm uma sonoridade inebriante, já a voz de Peter Murphy continua excelente, desta vez abrilhantada por uma estrutura musical diferente e que acaba por aproximar Murphy do movimento gótico, fazendo jus à fama de que ele e os seus "Bauhaus" são os pais desse movimento.
Lembro-me de há uns anos ter assistido a um concerto de Peter Murphy no Festival do Sudoeste, e a entrada do músico em palco, por coincidência, foi acompanhada por um nevoeiro cerrado que cobriu parte da Herdade da Casa Branca. O seu corpo esguio, aliado à sua característica voz e ao ambiente criado pelo nevoeiro, deram origem a um dos melhores momentos musicais e cénicos de que lembro.
A música deste "Ninth" é isso tudo, escura e melodiosa, densa e sedutora, mística e forte, que proporcionará, seguramente, grandes espectáculos ao vivo.
Um excelente disco que termina com uma canção do melhor que Murphy fez até hoje, "Crème de la Crème".

01 - Velocity bird
02 - Seesaw Sway
03 - Peace To Each
04 - I Spit Roses
05 - Never Fall Out
06 - Memory Go
07 - The Prince & Old Lady Shade
08 - Uneven & Brittle
09 - Slowdown
10 - Secret Silk Society
11 - Crème de La Crème

Nota - 8.5/10

10/08/11

Bonde Redhead - Penny Sparkle

A sonoridade, o experimentalismo e a melodiosa voz de Kazu Makino em alguns temas, fazem com que os Blonde Redhead sejam, muitas vezes, comparados aos Sonic Youth, se bem que a a música deste grupo não tenha tanto experimentalismo, nem brilhantismo, como a dos Sonic Youth.
Os japoneses Kazu Makino (guitarra e voz) e Maki Takahashi (baixo), juntaram-se aos italianos Simone (bateria) and Amedeo Pace (guitarra e voz) para formarem o grupo em 1993, lançando o primeiro disco, "Blonde Redhead", em 1995 e com produção de Steve Shelley, baterista dos Sonic Youth, o que talvez tenha influenciado a sonoridade da banda. Algum tempo após a edição deste trabalho, Takahashi abandona o grupo, continuam o mesmo como trio, o que acontece até aos dias de hoje.
Pelo caminho, editaram regularmente vários discos, mantendo um nível bastante equilibrado e sem altos e baixos. Chegam a Paredes de Coura com este "Penny Sparkle", um disco com o espírito dos Sonic Youth, simultaneamente melodioso e experimental, mas que garante a ausência de qualquer devaneio mais tresloucado, sendo expectável um concerto fabuloso.

01 - Here Sometimes
02 - Not Getting There
03 - Will There Be Stars
04 - My Plants Are Dead
05 - Love or Prison
06 - Oslo
07 - Penny Sparkle
08 - Everything Is Wrong
09 - Black Guitar
10 - Spain

Nota - 8/10

09/08/11

À margem... Festival do Sudoeste 2011

Fui a onze das quinze edições que houve até hoje do Festival do Sudoeste na Zambujeira do Mar. Só não fui este ano pois, para aém de não gostar de nenhum dos grupos ou músicos que ia actuar na Herdade da Casa Branca - com excepção dos National e Interpol - não tenho paciência para o comportamento quase irracional da maior parte dos jovens que vai a este festival.
Hoje em dia, este festival apresenta-se, não como um evento onde se vai para ouvir música , mas sim como um evento onde há música e ao qual as pessoas vão, na sua maioria, com o objectivo de se embebedarem de forma irresponsável; pelo menos é a ideia com que transparece.
Conheço quem lá vá e que não sai do parque de campismo durante os dias todos em que decorre o que é suposto ser um festival de música; vejo pessoas a atirarem pela vedação do recinto - pois caso contrário seriam retidas à entrada pelos seguranças - garrafas de refrigerantes cheias de vinho, que depois devoram de forma inconsciente, até ficarem quase inconscientes; pessoas que mal se aguentam em pé e que acabam por cair para o chão, inanimados; mas também vejo quem está lá para se divertir e quer ouvir a música que passa nos diversos palcos (às vezes mal situados), e essas pessoas não o conseguem fazer, pois estão constantemente a ser incomodadas por esses outros, que devido ao seu estado não conseguem respeitar ninguém, nem têm a noção das suas atitudes.
Não sou nenhum puritano, mas não posso deixar de considerar decadente o espectáculo que se vê no recinto, não espectáculo musical (já de si fraco), mas sim o espectáculo humano, se é que as atitudes de alguns jovens que por lá andam, têm algo de humano.
É algo deplorável, e é pena que os jovens que vão ao Sudoeste (e não só) não se saibam divertir sem uma bebedeira ou um charro (quando não é o caso de ser algo mais forte).
Como em tudo, é lógico que existem excepções e quem as pratica, seguramente que daqui a muitos anos lembrar-se-á e terá a felicidade de recordar os bons momentos que lá passou, enquanto que quem opta "pelo outro lado" (álcool e outros produtos) de forma inconsciente, de certeza que não se vai lembrar de nada.
Opções.

Ao vivo... Arcade Fire

Bilhete do concerto que os Arcade Fire tinham previsto para Lisboa, no dia 18 de Novembro de 2010 e que foi cancelado devido à realização da cimeira da NATO.
Para a primeira parte deste concerto estava prevista a actuação dos canadianos Fucked Up.

Crystal Stilts - In Love With Oblivion

E continuando a viagem por alguns discos dos grupos que vão actuar no palco principal do Festival de Paredes de Coura, no próximo dia 18 de Agosto, é chegada a vez dos Cristal Stilts, que são, na minha opinião o grupo mais fraco deste dia.
O grupo formou-se no ano de 2003 em New York, com Brad Hargett e JB Townsend. Gravaram os primeiros trabalhos, singles e EPs, durante o ano de 2004 e o primeiro CD foi editado em somente em 2008, "Alight of Night".
Na sua essência, os Crystal Stilts são um duo, mas para os espectáculos ao vivo recorrem a músicos convidados, mais ou menos fixos, como Kyle Forester nas teclas, Andy Adler no baixo e o "Vivian Girls" Frankie Rose na bateria. Este agrupamento de músicos acaba por participar na gravação deste "In Love With Oblivion" e mais tarde Frankie Rose abandona o grupo, entrando para o seu lugar Keegan Cooke.
A música dos Crystal Stilts tem evidentes influências de Jesus and Mary Chain ou Birthday Party, mas é um estilo de música simultaneamente oco e inócuo. Não chega a ser enfadonha, mas também não tem aquela potência e aquele poder de nos surpreender. Ouve-se, mas apesar dos dois trabalhos do grupo terem sido muito bem recebidos pela crítica especializada, não acredito na longevidade da música do grupo.

01 - Sycamore Tree
02 - Through The Floor
03 - Silver Sun
04 - Alien Rivers
05 - Half a Moon
06 - Flying Into The Sun
07 - Shake The Shackles
08 - Precarious Stair
09 - Invisible City
10 - Blood Barons
11 - Prometheus At Large

Nota - 6/10

08/08/11

Twin Shadow - Forget

Retomando a viagem pelos trabalhos dos grupos que vão tocar no Festival de Paredes Coura - no dia 18 de Agosto, dia que tem como cabeça de cartaz os Pulp - é chegada a vez de prestar alguma atenção a Twin Shadow, projecto de George Lewis Jr., músico nascido na República Dominicana, residente na Flórida e que foi descoberto pelos Grizzly Bear.
Num género musical próximo do Chillwave, a música de Twin Shadow acaba por ser algo revivalista, e não passam despercebidas de ninguém as influências de alguma da música pop que se fez nos anos 80, principalmente aquele estilo musical que surgiu e que já tinha algumas influências da New Wave. Uma voz algo grave, melodiosa e assente numa estrutura musical também ela melodiosa e por vezes com alguns temas dançáveis, não sendo de estranhar um certo "bater de pé" em algumas das canções deste Forget, editado em 2010, que acaba por se tornar um disco bastante agradável, equilibrado, e do qual é difícil apontar algum tema que possa ser apelidado de tema forte do álbum, bem como escolher um tema que possamos considerar fraco.
É um disco que justifica alguma atenção, e estamos em crer que George Lewis Jr., dará um bom concerto em Paredes de Coura.

01 - Tyrant Destroyed
02 - When We're Dancing
03 - I Can't Wait
04 - Shooting Holes
05 - At My Heels
06 - Yellow Ballon
07 - Tether Beat
08 - Castles In The Snow
09 - For Now
10 - Slow
11 - Forget

Nota 8/10

07/08/11

Pulseira... Festival Super Bock Super Rock

Pulseira do super Bock Super Rock, edição de 2011

06/08/11

La Habana Canta Sabina

Depois de ter iniciado uma viagem (ao som dos Warpaint) por alguns dos álbuns dos agrupamentos que vão estar em Paredes de Coura no dia 18 de Agosto, não resisto a fazer uma primeira interrupção para divulgar este disco (projecto) de homenagem a um dos melhores cantautores (cantantes) espanhóis, Joaquin Sabina.
Senhor de uma extensa obra em que alguns momentos menos felizes são esquecidos com o brilhantismo da maioria das suas canções, Joaquin Sabina continua a encantar com as suas canções, normalmente enriquecidas por belíssimos poemas, nos quais a sua voz caracteristicamente rouca funciona como uma "cereja no topo de um bolo".
Foram dez das imensas canções de Sabina, que foram reinventadas por um conjunto de músicos cubanos, com o som característico de cuba, mas sem as canções perderem a sua identidade e qualidade.
La Habana canta Sabina é um excelente disco para quem aprecia a música de Sabina, aqui com um toque cubano.

01 - Una Cancion para La Magdalena (Pablo Milanés)
02 - Quien Me Ha Robado El Mes de Abril (Kalunga)
03 - Que Se Llama Soledad (Haydée Milamés)
04 - Contigo (Jessica Rodriguez)
05 - Como Un Dolor de Muelas (Ivett Cepeda)
06 - A La Sombra de Un Leon (Amaury Perez)
07 - La Cancion Mas Hermosa Del Mundo (Buena Fe)
08 - A La Sombra de Un Leon (Pancho Amat Y El Cabildo Del son)
09 - 19 Dias Y 500 Noches (Frank Fernández)
10 - Tan Joven Y Tan Viejo ( Carlos Varela)

Nota 8/10

05/08/11

Warpaint - The Fool

O quarteto feminino Warpaint, oriundo de Los Angels, vai passar por Paredes de Coura, no dia em que tocam os Twin Shadow, Blonde Redhead, Crystal Stilts e os Pulp.
Numa primeira fase, o grupo era constituído pelas irmãs Jenny Lee Lindberg (baixo) e Shannyn Sossamon (bateria), Emily Kokal (voz e guitarra) e Theresa Wayman (voz e guitarra). Posteriormente Shannyn Sossamon abandonou o grupo, entrando para o seu lugar Stella Mozgawa, e é essa a formação actual.
Após alguns EPs editados em 2009 e que obtiveram bastante sucesso junto da crítica especializada, o primeiro grande trabalho da banda surge em Outubro de 2010 e trata-se de uma agradável surpresa, numa toada extremamente melódica, num ambiente celestial criando uma atmosfera de art rock, repleta de ambiências simultaneamente sedutoras e relaxantes, dentro de um estilo que nos traz à memória os Mojave 3, Here We Go Magic (também tocam em Paredes de Coura no mesmo dia), Beach House ou mesmo os Mazzy Star na sua vertente mais calma.
Sem deslumbrar, seduz, e acho que vai ser um excelente concerto no idílico cenário de Paredes de Coura.

01 - Set Your Arms Down
02 - Warpaint
03 - Undertow
04 - Bees
05 - Shadows
06 - Composure
07 - Baby
08 - Majesty
09 - Lissie's Heart Murmur

Nota - 7/10

Ao vivo.... Festival Super Bock Super Rock 1996


Data - 21 e 23 de Junho de 1996
Local - Alcântara
Notas - Não tenho o bilhete desta edição do Super Bock Super Rock, que se realizou em Alcântara. Por lá passaram, sempre com pouco público presente, David Bowie, D.A.D, Delfins, Nefilim, Paradise Lost, Echobelly John Mayall, Neneh Cherry, Primitive Reason, Shane MacGowan, entre outros. As recordações que ficaram, para além do pouco público e do aspecto desolador do recinto no concerto de David Bowie, foi o espectáculo de um Shane Mac Gowan decrépito, um concerto aborrecido dos Delfins, um som ensurdecedor dos Nefilim e o bom concerto do "velhinho" John Mayall.

04/08/11

Washed Out - Within and Without

Se o destaque de ontem foi para um grupo com alguma experiência, os Jeff The Brotherhood, o de hoje vai para um estreante em termos dos chamados trabalhos de longa duração. Após alguns EPs editados, Ernest Greene grava finalmente o seu primeiro CD, este Within and Without, para a label Sub Pop, normalmente sinónimo de qualidade.
Se ontem foi apresentado um disco virado para o rock puro, já o de hoje segue para um campo completamente oposto, com um pop melodioso num estilo synth pop, com alguns momentos bastante agradáveis, mas que numa audição completa e sequencial do disco tornam-se algo aborrecidos; ou seja, é aquele tipo de disco que se ouvirmos quatro ou cinco temas seguidos torna-se agradável, mas se ouvirmos do primeiro ao último tema, torna-se aborrecido.
Apesar de tudo é um bom disco, principalmente para esta altura do ano, com uma música agradável que dá uma sensação de frescura.

01 - Eyes Be Closed
02 - Echoes
03 - Amor Fati
04 - Soft
05 - Far Away
06 - Before
07 - You And I
08 - Within and Without
09 - A Dedication

Nota - 7/10

Ao vivo... Pulp

Data - 03 de Julho de 2011
Local - Hyde Park, Londres
Notas - Excelente concerto dos Pulp, nesta tournée de reunião do grupo. Um som de grande qualidade num recinto bonito e com uma disposição de palco muito bem organizada, que fazia com que não acontecesse algo que é normal nos festivais em Portugal: não estávamos a ver um palco e a ouvir o som dos restantes; nada disso e, também não havia o ambiente de feira que é comum nos festivais em Portugal.
Ao nível musical, é de realçar a surpresa que foi o concerto dos Big Deal, enquanto que não deu para entender o porquê da actuação de uma Grace Jones, a não ser por aquela máxima de "contrato em pacote", ou seja contrata-se um artista e tem de se gramar com um outro por exigência do empresário. Em bom nível também estiveram os TV On The Radio e os The Hives.
Voltando aos Pulp, pois o dia era deles, acrescento que depois de os ter visto em 1998, no Porto, não esperava ter a oportunidade de os ver novamente, e ainda por cima em Londres.
Muito bom concerto que passou a figurar no "Top Ten" dos meus concertos.

03/08/11

Jeff The Brotherhood - We Are The Champions

Este projecto iniciado em 2001, pelos irmãos Jake e Jamin Orrall, membros do Be You Own Pet, regressa este ano de 2011 com o seu quinto trabalho de originais. Pode ser mais do mesmo em relação aos anteriores trabalhos do grupo, mas este We Are The Champions é um disco bastante agradável, repleto de um bom rock, simples e directo, simultaneamente melódico e agressivo, com o verdadeiro estilo rock 'n' roll. Onze canções que merecem ser escutadas, em repeat.

01 - Hey Friend
02 - Cool Out
03 - Bummer
04 - Shreddr
05 - Diamond Way
06 - Endless Fire
07 - Ripper
08 - Mellow Out
09 - Stay Up Late
10 - Health and Strength
11 - Wastoid Girl

Nota - 8/10

Ao vivo... Joaquin Sabina

Data - 12 de Junho de 2010
Local - Praça de Touros de Badajoz
Notas - Depois de ter visto Sabina ao vivo em Córdoba em Dezembro de 2009, não quis perder a oportunidade de o ver novamente, desta vez em Badajoz.
Praticamente desconhecido em Portugal, trata-se de um músico de grande nível com temas de belíssimas construções musicais e excelentes poemas.

Pulseira... Festival Optimus Alive

Pulseira do Festival Optimus Alive, edição 2011

02/08/11

Recortes... Geoffrey Oryema

Disco autografado por um dos meus músicos favoritos, Geoffrey Oryema. O autógrafo foi dado após o espectáculo que o músico, natural do Uganda, deu na Expo 98.

Setlist... Bon Jovi


Setlist do concerto dos Bon Jovi no parque da Bela Vista, no dia 31 de Julho de 2011.

01 - Raise Your Hands
02 - You Give love a Bad Name
03 - Born To Be My Baby
04 - We Weren't Born To Follow
05 - Lost Highway
06 - It's My Life
07 - Get Ready
08 - In These Arms
09 - We Got It Goin' On
10 - Captain Crash & The Beauty Queen From Mars
11 - Bad Medicine / Gloria / Pretty Woman
12 - (It's Hard) Letting You Go
13 - When We Were Beautiful
14 - I'll Be There For ou
15 - Who Says You Can't Go Home
16 - I'll Sleep When I'm Dead
17 - Any Other Day
18 - Have a Nice Day
19 - Keep The Faith
...
20 - These Days
21 - Wanted Dead or Alive
22 - I Believe
23 - This Ain't a Love Song
24 - Livin' on a Prayer
...
25 - Always
26 - I Love This Town
27 - Twist and Shout

Ao vivo... Bon Jovi


Data - 31 de Julho de 2011
Local - Parque da Bela Vista
Notas - Mais de 55 mil pessoas, estiveram presentes no Parque da Bela Vista para assistir ao último concerto dos Bon Jovi, nesta digressão que agora termina e que dá início a uma fase em que o grupo vai estar ausente dos palcos, por algum tempo.
Depois de uns interessantes e desconhecidos Redlizzard que apresentaram um rock vigoroso, e aos quais se seguiram os aborrecidos Klepht, com uma música chata e limitada, os Bon Jovi subiram ao palco às 21.15 minutos, conforme o previsto, para um espectáculo cheio de profissionalismo, o que é natural graças à enorme experiência do grupo. Durante quase três horas, tocaram alguns dos maiores êxitos da sua longa carreira. É certo que ficaram alguns temas por tocar, mas não se pode exigir mais a quem esteve em palco três horas (faltaram apenas 5 minutos).
A banda liderada por Jon Bon Jovi irradiou simpatia, demonstrou estar a tocar com prazer, não passando despercebido a ninguém o ar de felicidade dos elementos do grupo, por estarem a tocar para uma legião de fans que mostrou grande devoção para com a banda e esgotou o Parque da Bela Vista.
Seguramente, ninguém saiu defraudado do recinto e houve muita gente que saiu de lá sem voz, cansados mas felizes pois, mais uma vez, os Bon Jovi cumpriram a missão de satisfazer e dar prazer a quem os ouve. Podem não ser a banda que tem melhor música nem o melhor grupo ao vivo mas é, seguramente, uma das bandas que mais respeita os fans.

Ao vivo... Festival do Sudoeste 2003

Data - 07, 08, 09 e 10 de Agosto de 2003
Local - Herdade da Casa Branca
Notas - Na semana em que começa a edição Nº 15 do festival do Sudoeste, publico o bilhete que faltava publicar das onze edições a que fui. Ao olhar para este bilhete (e todos os outros já publicados) não posso deixar de estabelecer uma comparação com as últimas edições, principalmente a deste ano.
A qualidade do festival tem vindo, segundo o meu gosto musical, a decair de uma forma assustadora. Reconheço que consegue levar imensa gente à bela Zambujeira do Mar, mas lamento que este festival seja cada vez mais, uma espécie de "o meu primeiro festival".