27/03/09

Marianne Faithfull... Easy Come Easy Go


Três anos depois do muito aclamado Before The Poison Marianne Faithful regressa aos discos com este Easy Come Easy Go. Sem conseguir chegar ao nivel do seu antecessor, e muito menos do inesquecível "Broken English", estamos perante um bom disco com boas canções; acrescento, boas versões de canções, pois é disso que se trata.

Easy Come Easy Go é um disco de covers que abrange diversos estilos e autores como Randy Newman, Decemberists, Smokey Robinson ou Morrissey. Para além de Faithfull seleccionar excelentes temas destes músicos, rodeou-se também de um elenco de luxo ao nível de colaborações, como por exemplo Antony Hegarty, Nick Cave, Rufus Wainwright, Jarvis Cocker, Sean Lennon, Keith Richard e muitos outros.

Canções bem interpretadas, numa toada melancólica e calma, com excepção de Hold On Hold On e Dear God Please Help Me que apresentam um ritmo ligeiramente mais rápido, uma batida mais forte e com boas guitarras à mistura. Destaque para Sing Me Back Home que conta com a voz de Keith Richards e de The Crane Wife que conta com Nick Cave nos coros.

01 - Down From Dover
02 - Hold On Hold on
03 - Solitude
04 - The Crane Wife
05 - Easy Come Easy Go
06 - Children Of Stone
07 - How Many Worlds
08 - In Germany Before The War
09 - O O Baby
10 - Sing Me Back home
11 - Salvation
12 - Black Coffee
13 - The Phoenix
14 - Dear God Please Help Me
15 - Kimbie
16 - Many A Mile
17 - Somewhere
18 - Flandyke Shores

Estes dezoito temas fazem parte da edição para Inglaterra, pois a dos Estados Unidos inclui somente doze.

Nota - 8/10

25/03/09

Pet Shop Boys... Yes

Yes marca o regresso dos Pet Shop Boys aos discos, após um interregno de cerca de três anos.
Neste disco Chris Lowe e Neil Tennant mantêm aquele estilo de tocar e cantar que tem tanto de inconfundível como de limitador.
É um facto que ao longo de toda a carreira desta banda inglesa, formada em Londres em 1981, os seus discos têm tido sempre um bom nível qualitativo. Não existe uma obra-prima na imensa discografia do grupo, mas também não existe um disco sobre o qual seja possível ter uma opinião negativa. Os Pet Shop Boys apresentam-nos sempre discos coerentes, com excelentes produções, com canções bem construídas, canções que nos fazem dançar, ao mesmo tempo que nos embalam com a excelente, bonita e suave voz de Neil Tennant e o toque simples mas melodioso de Chris Lowe nas teclas e programação.
Yes surge na tal linha limitadora que tem a música do grupo. Acaba por ser, quase, mais do mesmo. Digo quase porque, apesar de ser parecido com os anteriores trabalhos, é diferente. As músicas continuam a ser bonitas e ouvimo-las como sendo uma novidade, pois é disso que se trata: um novo disco de um grupo antigo, mas que consegue manter-se em bom nível ao fim de 27 anos de carreira. Desde Suburbia e West End Girls, temas do seu primeiro disco "Please", até qualquer um dos temas deste "Yes", a música dos Pet Shop Boys permanece como sempre... boa e intemporal.
Finalmente, acrescento que este disco conta com a colaboração de Johnny Marr, ex-Smiths e Modest Mouse e com os arranjos, nas cordas, de Owen Pallett que costuma colaborar com os Arcade Fire e Last Shadow Puppets.

01 - Love Etc.
02 - All Over The World
03 - Beautiful People
04 - Did You See Me Coming?
05 - Vulnerable
06 - More Than A Dream
07 - Building A Wall
08 - King Of Rome
09 - Pandemonium
10 - The Way It Used To Be
11 - Legacy

(Edição extra)

12 - This Used To Be In The Future (Philip Oakey)
13 - More Than A Dream (Magical Dub)
14 - Pandemonium (Stars And Sun Dub)
15 - The Way It Used To Be (Left Of Love Dub)
16 - All Over The World (This Is A Dub)
17 - Vulnerable (Public Eye Dub)
18 - Love, Etc. (Beautiful Dub)
19 - Ging And Jag
20 - We're All Criminals Now

Note - 8/10

20/03/09

Que é feito de... Nina Hagen?


Nina Hagen nasceu em Berlin, na Alemanha no dia 11 de Março de 1955. Em 1976 emigra para o ocidente onde assina contrato com a CBS e lançou o seu primeiro trabalho em 1978. Tornou-se mais conhecida pelas suas extravagâncias e o seu visual arrojado e estranho para a época, do que pela sua música.

Com uma voz estranha mas segura e bem colocada, na qual eram evidentes as influências da ópera que chegou a aprender, os seus dois primeiros discos conseguiram obter algum sucesso, apesar de nunca terem sido considerados trabalhos de grande qualidade. Nina Hagen gravou uma versão punk do conhecido tema "My Way" de Frank Sinatra.

Em 1982 muda-se para Nova york onde grava o seu primeiro disco em Inglês, Nunsexmonkrock, seguindo-se Fearless em 1983, com produção do então muito na moda Giorgio Moroder. Em 1985 deixa a CBS após a edição de Nina Hagen In Extacy passa a editar no Canadá, sem grande sucesso.

Finalmente em 1989 regressa à Alemanha e ao mercado alemão, seguindo-se vários trabalhos numa discografia extensa, mas de fraca qualidade.

Que é feito dela?

DISCOGRAFIA

1979 - Nina Hagen Band
1980 - Unbehagen
1982 - Nunsexmonkrock
1983 - Angstlos
1983 - Fearless
1985 - In Ekstacy
1987 - Love
1989 - X Love
1991 - Street
1994 - Revolution Ballroom
1995 - Freud Euch
1996 - BeeHappy
1998 - Om Namaj Shivay
2000 - Return Of The Mother
2001 - Sternenmaedchen
2003 - Big Band Explosion
2006 - Die Reise Zur Shneekpenigin
2008 - Mother Is Reacting

Esta discografia é selectiva.

18/03/09

Bruce Springsteen... Working On A Dream


Numa altura em que se começa a falar do regresso a Portugal de Bruce Springsteen, destaco o seu último trabalho “Working On a Dream”.

Este disco surge na sequência de Magic, editado em 2007 e marca o regresso do Boss ao rock depois da passagem pelo folk americano num excelente disco de covers de Pete Seeger “We Shall Overcome: The Seeger Sessions”, de 2006. Enquanto que Magic era evidente uma revolta originada pelas políticas de Bush, Working On a Dream mostra alguns sinais de optimismo pela eleição de Obama para a presidência americana. Sendo Springsteen um activista de esquerda, a sua música (como sua principal arma) não podia passar ao lado destas questões, bem como da esperança de que Obama possa mudar algo no mundo, e nos EUA.

Working On a Dream é um disco que vale pelo seu todo, com boas canções dentro do estilo a que Springsteen nos habituou; um disco cheio de esperança que começa com um tema longo, conceptual e brilhante (Outlaw Pete), seguindo-se um desfilar de bons temas onde é visível e audível o prazer de Bruce Springsteen em gravar com a sua E-Street Band numa era pós-Bush. "The Last Carnival" é dedicado a Danny Frederici, membro da E-Street Band e recentemente falecido. São notórios os sons a que a E-Strett Band nos habitou, as guitarras de Van Zandt e Nils Lofgren’s em My Lucky Day. Como tema extra aparece no disco "The Wrestler", feito propositadamente para o filme com o mesmo nome e interpretado por Mickey Rourke.

Um bom disco e, seguramente, um grande concerto.

01 – Outlaw Pete
02 – My Lucky Day
03 – Working On A Dream
04 – Queen Of The Supermarket
05 – What Love Can Do
06 – This Life
07 – Good Eye
08 – Tomorrow Never Knows
09 – Life Itself
10 – Kingdom Of Days
11 – Surprise, Surprise
12 – The Last Carnival
13 – The Wrestler

Nota – 8/10