03/10/13

Entrevista... Rui Veloso

Terceira parte de uma entrevista feita pelo autor deste blog a Rui Veloso, após a edição do disco "Ar de Rock".

O “Ar de Rock” foi o maior êxito de sempre do Rock Português. Recentemente num programa da rica querida (?) televisão, mostrou as emissoras de rádio piratas de França, e numa dessas emissoras passaram o “Ar de Rock”. Será que a música rock Portuguesa já tem qualidade para se poder implantar com êxito no mercado internacional? “Acho que sim, não vejo porque não. Lá fora também se faz muita merda, não é só cá. Mas se for cantado em Português acredito que não tenha êxito lá fora pois os estrangeiros não percebem nada da letra. No festival do Midem, mostraram-se interessados no meu disco, mas disseram que tinha de ser cantado em Inglês, pois em Português não dava”.
Voltando um bocado atrás na entrevista, falamos novamente da televisão em Portugal, de péssima qualidade. Relativamente a este assunto, a opinião de Rui Veloso é de que “É uma autêntica merda, uma anedota, algo que só vendo é que se acredita. Superficialmente é uma anedota; agora se as pessoas a conhecerem a fundo, começa a ser triste”.
Entre um e outro copo, um e outro cigarro, a entrevista aproximava-se do seu final. Para terminar, a pergunta da praxe: Projectos para o futuro? Rui Veloso disse “Ir gravando, dando uns espectáculos e continuar o meu trabalho que é a música”.
Possivelmente, muito ficou por dizer, mas acho que o essencial foi dito e escrito.

02/10/13

Entrevista... Rui Veloso

Segunda parte de uma entrevista feita pelo autor deste blog a Rui Veloso, após a edição do disco "Ar de Rock".

Outro problema que leva a interrogar sobre o êxito do próximo LP de Rui Veloso é a sua linha musical, o seu estilo, que vai ser completamente diferente do “Ar de Rock”. No próximo LP, Rui Veloso vai cantar o Blues e em Português. Sobre a sua opinião sobre a aceitação do mercado Português desse estilo musical, Rui Veloso diz que “acha que tem uma boa aceitação, pois os concertos de grupos de Blues que têm acontecido por aqui, foram porreiros e o pessoal aderiu”.
As editoras actualmente têm as portas abertas aos grupos Rock Portugueses mas há quem diga que mais tarde ou mais cedo voltarão a fechar essas portas devido a eventuais prejuízos. A opinião do Rui Veloso é ligeiramente diferente: “Acho que as editoras não vão fechar essas portas. Quanto aos grupos darem prejuízo, isso não deve acontecer pois existe mercado. É natural que as vendas daqui a cinco anos estabilizem, mas para já não pois há por aí muitos grupos a vender bem”.
Neste tom descontraído a entrevista foi decorrendo, sendo constantemente interrompida por uma passa de cigarro. Assim, chegamos ao Rock Português e falamos da existência de um movimento Rock Português: “Não acho que exista um movimento de Rock Português. Existem grupos a tocar, mas movimento não”.
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01/10/13

Entrevista... Rui Veloso

Primeira parte de uma entrevista feita pelo autor deste blog a Rui Veloso, após a edição do disco "Ar de Rock".

Até Maio de 1980, quem é que ele era? Apenas um cidadão normal, como eu, tu e muitos outros. Para alterar completamente a vida deste “Herói do nosso tempo”, bastou um LP, com uma duração musical de cerca de 33 minutos e com uma capa a preto e branco, onde se podia ler “Rui Veloso – Ar de Rock”. Só isto bastou para colocar este “tripeiro”, pois ele é do Porto, nas bocas de todo o mundo, nos Tops, nas listas de discos de ouro, etc, etc.
RUI VELOSO: Um rapaz de 23 anos, nascido no Porto e que recentemente abalou para Lisboa, onde se encontra a residir, mas sem deixar de ir ao Porto com regularidade, pois segundo ele diz “não gosto muito de Lisboa, sinto-me bem quando vou ao Porto, quando estou lá com a malta. Não gosto de Lisboa porque há muito barulho, muito movimento”. Muitas vezes esses contras fazem com que um músico se deixe arrastar para um lado que lhe pode ser prejudicial, pode fazer com que perca a pureza devido às várias pressões que existem. Eis a sua opinião: “Por vezes uma pessoa tem problemas, mas não se trata de perder a pureza. Às vezes tenho crises de inspiração e não consigo fazer nada, por não ter ambiente”.
Algo que sabemos é que com o enorme êxito, conseguido assim repentinamente, Rui Veloso criou um certo compromisso e geralmente quando um cantor consegue um êxito repentino, mais tarde ou mais cedo, sujeita-se a entrar em decadência. Relativamente a este assunto, Rui Veloso disse que o “preocupava na medida em que prefere ganhar dinheiro à custa dos discos, pois não tem grande vida para andar a fazer espectáculos. É evidente que eu não acredito que o meu segundo disco vá vender tanto como o primeiro. As vendas do primeiro foram em grande quantidade, devido ao entusiasmo inicial, pois não havia ninguém a fazer o Rock”.
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