10/12/06

Joanna Newsom... YS

Joanna Newsom com apenas 24 anos de idade, brindou-nos, neste ano de 2006, com um dos melhores discos do ano. YS é um disco fabuloso e lindíssimo. A sua voz peculiar e o seu dedilhar melódico, sensual e constante na sua harpa fazem com que a música de Joanna nos embale e transporte numa viagem para outros mundos. Um disco simples e muito bom que, infelizmente, não tem tido grande divulgação.

Constituído "somente" por cinco temas, longos e belos. Podemos ouvir músicas com 12 e 16 minutos, mas nem damos pelo tempo a passar. Ficamos como que hipnotizados ao ouvir a harpa de Joanna Newsom que neste disco conta com a colaboração de Bill Callahan, Steve Albini, Jim O'Rourke e Van Dyke Parks.

É, seguramente, um dos grandes discos do ano.

1. Emily
2. Monkey & Bear
3. Sawdust & Diamonds
4. Only Skin
5. Cosmia

Nota - 8/10

11/06/06

Primal Scream... Riot City Blues

Os Primal Scream são um daqueles fenómenos do mundo da música de difícil compreensão.
Inicialmente apontados como grande promessa e revelação, esta banda formada em Glasgow na Escócia em 1984, acabou por ser um relativo fracasso.
Ao longo de toda a sua carreira, que já conta com dez álbuns, nunca conseguiram atingir um patamar elevado, por uma ou outra razão.
Muitas vezes criticados por quase plagiarem outros grupos, como os Byrds ou Rolling Stones, o gupo tem continuado com uma carreira de certo modo errante, com discos por vezes deconexos, atípicos e inconsequentes.
O grupo liderado por Bobby Gillespie editou esta semana mais um trabalho, o décimo, no qual são excessivamente notórias as influências (que eles nunca negaram) dos Rolling Stones. Com um tema muito forte a ser lançado como single "County Girl", a sensação que nos fica do disco é que mais uma vez o grupo podia ter ido mais longe. Podia ter arriscado mais.
É pena, pois os Primal Scream são excelentes executantes. É no entanto um bom disco com temas interessantes.

1. Country Girl
2. Nitty Gritty
3. Suicide Sally & Johnny Guitar
4. When The Bomb Drops
5. Little Death
6. 99th Floor
7. We're Gonna Boogie
8. Dolls (Come On Baby Let's Have A Good Time)
9. Hell's Comin' Down
10. Sometimes I Feel So Lonely

Classificação - 7/10

31/05/06

Stuart A. Staples

Stuart A. Staples no Santiago Alquimista

Stuart A. Staples, apresenta-se em Portugal, para um concerto de promoção ao seu segundo disco a solo, Leaving Songs, no Santiago Alquimista no próximo dia 03 de Junho.
Mais conhecido como vocalista dos Tindersticks, Staples regressa aos discos após a edição do brilhante Lucky Dog Recordings de 2005.
Mas, recuemos um pouco no tempo para falar da história das incursões musicais de Staples. No ano de 1992 em Nottingham, onde nasceu em 1965, forma os Tindersticks banda que teve origem nos Asphalt Ribbons que chegaram a gravar um álbum (Old Horse) e dois EPs (Passion Coolness e The Orchad), discos hoje em dia extremamente raros, mas que tenho a felicidade de ter em formato CD.
A música dos Asphalt Ribbons é diferente daquela a que fomos habituados a ouvir nos Tindersticks, apesar da inconfundível e tenebrosa voz de Staples. Num ritmo intenso, mostra-nos a semelhança com certos temas de Nick Cave, com deambulações musicais ligeiramente alucinadas e desconexas, mas sempre com o embalo melódico da sua voz.
Em 1993 os Tindersticks gravam o seu primeiro trabalho, homónimo, que foi considerado o melhor álbum do ano pela Melody Maker.
Desde então o grupo gravou vários discos, todos eles marcados pela qualidade, pelos arranjos e pela voz sexy, sensual e densa de Stuart. Os Tindersticks tornam-se uma banda de grande culto.
Em 2003, após a edição de "Waiting For The Moon" o grupo decide fazer uma pausa e é então a partir dessa altura que Stuart A. Staples decide começar uma carreira a solo, primeiro com "Lucky Dog Recordings" e agora com o muito aguardado "Leaving Songs".
Sábado quem for ao Santiago Alquimista vai poder assitir ao "levantar do véu" deste disco.
Eu vou lá estar.

28/05/06

The Tears... Here Comes The Tears


Em Dezembro de 2003, Brett Anderson e Bernard Butler reencontram-se após vários anos de desavenças e decidem que era chegada a altura de formar uma nova banda.
Butler, que abandonou os Suede em 1994 após a gravação do álbum "Dog Man Star" e Anderson, devido à reduzida actividade dos Suede (praticamente extintos), formam então os "The Tears" que lançam o seu primeiro álbum no final de 2005. Em "Here Comes The Tears" voltamos a ouvir e sentir a guitarra de Butler num permanente e subtil solo, algo a que nos tinha habituado na melhor fase dos Suede.
Here Comes The Tears é um bom disco, agradável. Longe de ser uma obra-prima este trabalho peca pelo excesso de baladas que tem, sendo algumas um pouco lamechas. Destaque para os temas Refugees e Lovers, dois belos temas pop que nos fazem lembrar o excelente "Trash" do álbum "Coming Up".
É um disco que merecia algo mais. Não existiu qualquer tipo de promoção por parte da editora quer ao disco quer ao grupo; estou convencido que muitos fans dos Suede não sabem da existência dos Tears e quem são os seus membros.

01 - Refugees
02 - Autograph
03 - Co-Star
04 - Imperfection
05 - Ghost of You
06 - Two Creatures
07 - Lovers
08 - Fallen Idol
09 - Brave New Century
10 - Beautiful Pain
11 - Asylum
12 - Apollo 13
13 - Love as Strong as Death

Nota - 7/10

24/05/06

The Walkabouts


Decorria o ano de 1983 quando Chris Eckman e Carla Torgerson se conheceram. Na altura, enquanto Eckman com a sua guitarra eléctrica tocava temas punk dos Buzzcocks, Carla Togerson com a sua guitarra acústica tocava folk. Graças a esta diferença de estilo nas raízes musicais dos seus fundadores, a música dos Walkabouts desde os seus primórdios caracterizou-se sempre por um contraste que vai desde o folk a um pop/rock genuinamente alternativo. Com origem em Seattle, terra do grunge, não deixa de ser curioso o facto de o grupo sempre se ter distanciado desse género musical o que acabou por ser prejudicial para a sua carreira pois na altura gravavam para a Sub-Pop uma editora que tinha no seu catálogo somente grupos de grunge, o que levou os responsáveis da mesma a caracterizar o grupo, desdenhosamente, como "uma banda não grunge".
Em 1987 é editado o primeiro disco intitulado "See Beautiful Rattlesnake Gardens" que apesar de revelar alguma imaturidade foi bem recebido pela imprensa. Apesar disso a banda não se consegue adaptar aos ambientes de Seatlle.

Entre 1989 e 1991 os Walkabouts, na altura formados por Chris Eckman (guitarra/voz), Carla Torgerson (guitarra/voz), Grant Eckman (bateria), Michael Wells (baixo) e Glenn Slater (teclas), lançam Cataract e Scavenger (com produção de Brian Eno), bem como o EP Rag And Bone (actualmente disponíves num único CD). Após a edição de Scavenger o grupo vira-se para o mercado europeu pois a sua música não era compreendida pelos americanos, talvez pelo facto de nessa altura estar no auge o grunge com nomes como Nirvana ou Pearl Jam.

Em 1992 abandonam a Sub Pop, mas antes de isso acontecer, partem em digressão pela Europa e a Sub Pop Europe aproveita para lançar New West Motel e Satisfied Mind em 1993, Setting The Woods On Fire e To Hell And Back no ano de 1994, e a compilação Death Valley Days - Lost Songs, And Rarities, 1985 – 1995. Estas edições num prazo tão curto fizeram com que os Walkabouts atingissem o topo do mercado independente europeu, sendo curioso o facto de o grupo atingir maior popularidade na Europa do que na América.
Enquanto que em New West Motel são desenvolvidas sonoridades que nos levam ao country norte-americano fazendo lembrar Neil Young, já Satisfeid Mind revevela-se uma agradável surpresa pois é um disco completamente preenchido com versões, algo a que as pessoas não estavam habituadas no grupo. É um disco excelente e um dos melhores de toda a discografia dos Walkabouts; já "Setting The Woods On Fire" mostra o lado mais negro e mórbido da música dos Walkabouts com canções densas e melancólicas que revelam uma grane consistência na banda.

Em 1996 é editado aquele que é considerado por muita gente o melhor álbum do grupo "Devil´s Road", um álbum marcadamente mórbido. Mais uma vez a densidade e obscuridade tomam conta da música do grupo. Em Devil's Road contam com a participação da Warsaw Philharmoncs e de Dickon Hinchcliffe dos Tindersticks. Estas participações acabam por dar ao álbum um toque conceptual que se faz sentir também no seu sucessor Nightwon (1997). Apesar das semelhanças entre estes dois álbuns Nightown não dá seguimento ao sucesso de Devil's Road.

A partir daqui, talvez devido a Chris Eckman se ter dedicado a uma carreira a solo na qual já editou dois álbuns (A Janela e The Black Field) os Walkabouts editam mais três discos, não conseguindo com nenhum deles atingir os patamares quer em termos qualitativos quer comerciais a que nos habituaram com os discos anteriores.
No ano de 2000 editam Trail Of Stars e em 2001 editam Train Leaves At Eight um disco de covers de músicos europeus entre os quais um tema de José Mário Branco. Netes disco o grupo confirma uma especial vocação para covers sendo muito aplaudido pela crítica.
Em 2002 é editado Ended Up A Stranger, sendo na minha opinião um dos discos mais fracos do grupo. Após a edição deste disco segue-se um interregno na actividade do grupo, tendo sido editadas várias colectâneas.
Finalmente no final de 2005 surge um novo álbum Acetylene em que o grupo regressa aos bons discos. Acetylene irá estar em destaque neste blog na próxima semana no post "Disco da semana".
Quando ouço a música dos Walkabouts uma onda de prazer e felicidade envolve-me por completo; algo de sublime é como se pode definir a sensação que dá ouvir a guitarra de Carla Torgerson aliada à sua voz e à de Chris Eckman.
É um grupo que merece um pouco mais de atenção, mas como todos nós sabemos a divulgação nas rádios obedece a regras não muito claras e com as quais eu discordo.
Valores comerciais são mais importantes que valores qualitativos.

21/05/06

Iron and Wine & Calexico... He Lays In Reins

IRON AND WINE e CALEXICO

Este disco é uma obra de arte. Um disco de "viagens", que nos leva a percorrer os desertos americanos ao som de uma slide guitar em "Prison on Route 41", e depois transporta-nos para as melancólicas noites em "History Of Lovers" em que nos sentimos sós num daqueles motéis tipicamente americanos. Calmo e belo é a melhor definição para este excelente álbum editado por Samuel Beam nascido na Flórida e que edita com o nome de Iron and Wine e que neste projecto surge numa parceria com os Calexico banda oriunda de Tucson, nos Estados Unidos, formada por Joey Burns e John Convertino.
Um disco excelente, que peca por ser curto, sendo somente 35 minutos o tempo de prazer que nos proporciona ao ouvi-lo.

01 - He Lays In Reins
02 - Prison on Route 41
03 - History of Lovers
04 - Red Dust
05 - 16, Maybe Less
06 - Burn That Broken Bed
07 - Dead Man's Will

Nota - 08/10

07/05/06

Modest Mouse... Good News For People...



Formados no ano de 1993 em Issaquah, nos Estados Unidos.
Este trio, composto por Isaac Brock na guitarra e voz, Eric Judy no baixo e Jeremiah Green na bateria, somente após cinco álbuns e dez anos de intenso trabalho conseguiram o reconhecimento da critica musical com o seu último trabalho “Good News For People Who Love Bed News” editado em finais de 2004.
Neste disco estão patentes as influências dos Yo La Tengo ou dos Superchunk. Por vezes a música dos Modest Mouse vai até aos “Built To Spill”, mas sempre com o cuidado de nunca entrar nos devaneios de guitarra a que os Built To Spill nos habituaram, fincando numa linha mais próxima dos Yo La Tengo, obtendo dessa forma um equilíbrio muito saudável no seu som.

01 - Horn Intro
02 - The World At Large
03 - Float On
04 - Ocean Breathes Salty
05 - Dig Your Grave
06 - Bury Me With It
07 - Dance Hall
08 - Bukowski
09 - This Devil's Workday
10 - The View
11 - Satin In A Coffin
12 - Interlude (Milo)
13 - Blame It On The Tetons
14 - Black Cadillacs
15 - One Chance
16 - The Good Times Are Killing Me

Nota - 08/10

23/04/06

Sigur Ros... Takk

Numa altura em que se aproxima o regresso dos Sigur Ros a Lisboa, dia 16 de Julho, tomo a liberdade de sugerir uma audição do seu mais recente trabalho, "Takk". Jon Thor Birgisson, Georg Holm, Kjartan Sveinsson, Orri Páll DýRason e Agust formaram os Sigur Ros no ano de 1994, em Reykjavik, Islândia.
"Takk" é o seu quarto CD depois do excelente trabalho editado em 2002 intitulado (). Pelo meio fizeram uma EP excessivamente experimental "Ba Ba Ti Ki Di Do", música para um bailado.
Com "Takk" o grupo faz uma espécie de regresso às origens praticando aquela sonoridade a que nos habituou com os trabalhos anteriores, se bem que neste disco aparecem pela primeira vez a cantar no idioma da sua terra natal, o que torna o disco ainda mais curioso. É daqueles discos que pode não se gostar à primeira, mas a boa música é como uma obra de arte: aprende-se a gostar.
E os Sigur Ros não fazem somente música... fazem arte. Isso é bom e quando se ouvem os seus discos somo levados para longe, para um mundo distante. Uma viagem que sabe bem e que se torna inesquecível, da qual não apetece voltar. Apetece por o CD em "repeat".

01 - Takk
02 - Glosoli
03 - Hoppipolla
04 - Meo Blodnasir
05 - Se Lest
06 - Saeglopur
07 - Milano
08 - Gong
09 - Anduari
10 - Svo Hljott
11. Heysatan
Classificação - 8/10

17/04/06

Massive Attack

Os Massive Attack são oriundos da cidade de Bristol e formaram-se em 1987. Constituídos inicialmente por Andrew “Mushroom” Vowles, Grant “Daddy G” Marshall com a colaboração de 3D (Robert del Naja), editaram o seu primeiro single intitulado “Daydreaming” no ano de 1990.

Em 1991 lançam o seu primeiro álbum “Blue Lines”. Com a colaboração de Horace Andy, entre outros, este disco é considerado actualmente um dos melhores discos de sempre, não dos Massive Attack mas de toda a história da música. Uma verdadeira obra-prima interpretada coma colaboração de Shara Nelson e Horace Andy. Um álbum tenso e denso como só os Massive Attack e Tricky conseguem fazer.
Durante a guerra no Iraque o grupo altera o seu nome para Massive o que se revelou um verdadeiro desastre em termos comerciais, tendo voltado ao nome original com o final da guerra (que afinal ainda continua).

Em 1994 editam o álbum “Protection” ainda com Tricky que posteriormente abandona o grupo grupo para se dedicar a uma carreira a solo. Ainda dentro do estilo de Blue Lines, Protection conta com a colaboração de Tracey Thorn, Tricky, Nicolette e Craig Armstrong's no piano. Um disco mais melancólico do que o anterior do qual se destacam os temas Protection e Karmacoma. Um disco de grande qualidade.
Com a saída de Tricky a música dos Massive Attack torna-se menos densa, menos sombria e as diferenças estão bem patentes no álbum “Mezzanine” editado em 1998.

Mantendo a colaboração de Horace Andy, em Mezzanine participam ainda Elizabeth Fraser dos Cocteau Twins e Sara Jay. Em parte graças aos singles “Teardrop” e “Inertia Creeps”, torna-se um disco de culto. Após a digressão efectuada pela Europa e pelos EUA, Vowles abandona o grupo tendo Del Naja e Marshal continuado como duo. Colaboram com David Bowie e os Dandy Wharhols mas Marshal abandona o grupo para se dedicar à família.

Em Fevereiro de 2003, após 5 anos de pausa é lançado “100Th Window”, quarto álbum de originais. Com produção de Neil Davidge, que já havia participado em Mezzanine, Robert del Naja e o único dos fundadores do grupo durante as gravações de 100th Window. Conta ainda com a participação de Sinéad O’Connor, Elizabeth Frazer e o já habitual Horace Andy, cada vez mais importante nos temas do grupo.

São os temas destes quatro álbuns que compõem a colectânea lançada recentemente que conta ainda com o original Live With Me. Interpretado pelo veterano músico de Chicago Terry Callier de 61 anos, Live With Me é um daqueles temas inconfundíveis pois assim que ouvimos os primeiros acordes conseguimos logo identificar o som inconfundível dos Massive Attack que ao longo de 19 anos nos têm brindado com autênticas obras-primas.

01 – Safe From Harm
02 – Karmacoma
03 – Angel
04 – Teardrop
05 – Inertia Creeps
06 – Protection
07 – Butterfly Caught
08 – Unfinished Sympathy
09 – Risingson
10 – Future Proof
11 – Five Man Army
12 – What Your Soul Sings
13 – Sly
14 – Live With Me

11/04/06

Liquid Tension Experiment

Os Liquid Tension Experiment são aquilo a que se pode chamar um super-grupo.
Formados pelos Dream Theather’s John Petrucci e Mike Portnoy, por Jordan Rudes (Dixie Dregs), e pelo extraordinário baixista Tony Levin, músico de Peter Gabriel, este grupo gravou o seu primeiro disco no ano de 1998 para a label Magna Carta.
Numa onda que vai desde o rock progressivo ao metal progressivo, gravaram dois álbuns homónimos, sendo o segundo de 1999.
Apesar de ser um tipo de música de difícil audição pois são temas instrumentais longos, a sua obra justifica plenamente uma chamada de atenção.
Lamentavelmente, são discos difíceis de conseguir pois não se enquadram propriamente no tipo de música que venda bastante, mas quem tiver a oportunidade de os ouvir vai gostar imenso.
Um super-grupo composto por grandes músicos dos quais destaco, sem menosprezar os restantes, Tony Levin que é para mim o melhor baixista que há actualmente.
São discos tocados por músicos exímios, por virtuosos.

10/04/06

Livro... Memórias do Rock Português

Finalmente foi lançado o livro "Memórias do Rock Português" da autoria de Aristides Duarte, autor do blog Rock em Portugal.
Com edição de autor, trata-se de um livro obrigatório para quem quiser saber algo mais sobre a música que se tem feito em Portugal desde os anos 60 até aos dias de hoje; um livro sobre a história e com estórias do Rock Português.
Pode ser adquirido através do blog do autor ou através do site da Cd Go.

12/03/06

Madrugada... The Deep End

Os Madrugada são um grupo formado na pequena cidade de Stokmarknes na Noruega. Inicialmente adoptaram o nome de Abbe’s Adoption (1993) e no ano de 1995 decidiram mudar de ares e foram para Oslo com o objectivo de se concentrarem na sua música.
Na primavera de 1999 editam o seu primeiro EP “New Depression”, que atingiu alguma popularidade e grande rotação nas rádios norueguesas.
O primeiro álbum, “Industrial Silence” surge em 1999 tendo atingido enorme sucesso nos países escandinavos.
Em 2001 é editado “The Nightly Disease” um disco mais denso, com temas mais obscuros e menos acessíveis. Escusado será dizer que não vendeu muito, mas passados poucos meses, já no ano de 2002, editam “Grit” que os coloca de novo nas tabelas de vendas.
Finalmente em 2005 é editado o incompreensivelmente esquecido “The Deep End”, um disco que surge na mesma linha de “Grit”, viajando por vezes até “The Nightly Disease” na obscuridade de alguns temas, nos ambientes tensos que se sentem à medida que vamos ouvindo o disco. Um disco excepcional.

01 - Kids Are on High Street
02 - On Your Side
03 - Hold on to You
04 - Stories from the Streets
05 - Running Out of Time
06 - Lost Gospel
07 - Elektro Vakuum
08 - Subterranean Sunlight
09 - Hard to Come Back
10 - Ramona
11 - Slow Builder
12 - Sail Away

Classificação - 8/10

07/03/06

Ali Farka Touré

1939-2006

Ali Farka Touré nasceu no Mali no ano de 1939.
Foi, em minha opinião, um dos melhores guitarristas de sempre. Um bluesman africano cuja guitarra tinha um som único e inolvidável.
Gravou discos com Taj Mahal (outro grande nome do Blues), Chieftains e Ry Cooder. Em dueto com Ry Cooder editou no ano de 1994 o soberbo Talking Timbuktu que venceu o Grammy para o melhor disco de World Music desse ano. Nos dias de hoje ainda é considerado um dos melhores discos de sempre de World Music.
Tive a felicidade de assistir a um espectáculo seu no ano passado em Lisboa, Monsanto. Numa noite fria, a sua música aqueceu os presentes que apesar serem poucos saíram de lá extasiados com o dedilhar e a simpatia de Ali Farka Touré.
Deixou-nos hoje, dia 07 de Março de 2006.
O mundo musical fica mais pobre.
África perde um dos seus melhores músicos.

26/02/06

Calla... Collisions

Os Calla são um grupo formado em New York no ano de 1997. No Texas, em 1993, Aurélio Valle e Wayne Magruder formaram os Factory Press tendo chegado a gravar o álbum “The Smoky Ends Of A Burnt Out Day” em 1995, mas que passou completamente despercebido.
Em 1997 com entrada para a sua formação de Sean Donovan (colaborador em estúdo dos Factory Press) formam os Calla.
Já como Calla editam em 1999 um CD intitulado "Calla", em 2001 “Scavengers”, em 2003 “Televise” e finalmente em 2005 “Collisions”.
“Collisions” é um excelente disco repleto de bonitas canções. Ao ouvir a sussurrante e inebriante voz de Aurélio Valle e do seu lento e calmo dedilhar de guitarra somos transportados para paisagens perdidas sem fim à vista, somos invadidos por uma onda de prazer, um prazer que se vai tornando maior à medida que vamos ouvindo este belo trabalho.

01 - It Dawned On Me
02 - Initiate
03 - This Better Go As Planned
04 – Play Dead
05 – Pulverized
06 – So Far, So What
07 – Stumble
08 – Imbusteros
09 – Testify
10 – Swagger
11 - Overshadowed

Classificação - 8/10

02/02/06

Apresentação

"Toxicidades" é um blogue basicamente dedicado à música. Aqui irei contar pequenas histórias que ficaram na memória, histórias vividas em mais de 40 anos de concertos desde o Cinema Aviz em Luanda (onde assisti ao meu primeiro concerto, para ver os Duo Ouro Negro), aos que aconteceram no saudoso Rock Rendez-Vous nos anos 80, e até aos dias de hoje.
Do concerto no Cinema Aviz e dos concertos do RRV, não tenho os respectivos ingressos, mas dos outros todos a que assisti (e vou assistindo) tenho praticamente todos.
Faltam alguns, o que é natural pois o primeiro concerto a que assisti de músicos estrangeiros foi no dia 19 de Julho de 1983 no Estádio do Restelo, num dia em que actuou Rod Stewart com os Portugueses Taxi na primeira parte.
A partir dessa altura foi um imenso desfilar de músicos de todos os quadrantes, muitas vezes com momentos de prazer indescritíveis, e felizmente, raros foram os momentos de desilusão, se bem que os houve.
Foram, e continuam a ser, muitas viagens pelo país e pelo estrangeiro, muitas noites agarrado ao volante, muitas noites sem dormir e muitas noites mal dormidas, às quais acabamos por nos habituar; tudo pelo gosto da música, por uma paixão e por um vício que corre nas veias e que não há meio de cessar.
Ainda bem que assim é, e esse vício é que me leva a fazer este blog, onde vou falar de tudo um pouco e, "talvez de quase nada".
Relativamente ao nome do blog, ele pode parecer estranho pois, aparentemente, nada tem a ver com o assunto do mesmo. Mencionei aparentemente, porque na realidade foi a forma que encontrei de homenagear uma das melhores canções da música Portuguesa, o tema "Toxicidade" dos GNR, do álbum "Rock In Rio Douro".