Data - 24 de Outubro de 2012
Local - Casa da Música, Sala Suggia
Notas - Este dia 24 de Outubro de 2012, foi um dia repleto de emoções para quem teve a sorte e a felicidade de passar pela Sala Suggia da Casa da Música e assistir à estreia dos Dead Can Dance em Portugal.
Por incrível que possa parecer, o grupo de Brendan Perry e Lisa Gerrard nunca actuou em Portugal, e talvez tenha sido essa uma das razões para que os bilhetes esgotassem durante uma manhã, e também para haver quem tenha pago a astronómica quantia de 500 Euros por um ingresso.
Por incrível que possa parecer, o grupo de Brendan Perry e Lisa Gerrard nunca actuou em Portugal, e talvez tenha sido essa uma das razões para que os bilhetes esgotassem durante uma manhã, e também para haver quem tenha pago a astronómica quantia de 500 Euros por um ingresso.
Tendo sido um dos bafejados pela sorte de ter adquirido esse pequeno pedaço de papel, não nego a felicidade que senti durante o concerto, e o prazer que tive por poder participar numa viagem musical com destino a um paraíso que fazia parte do meu imaginário há quase 30 anos, pois estar ali a assistir a um concerto dos Dead Can Dance era o realizar de um sonho que julgava irrealizável, e simultaneamente, algo mágico, graças ao som e à subtileza com que a música deste grupo é tocada e interpretada, de uma forma tal que nos toca, que entra dentro de nós e toma posse dos nossos sentimentos e reacções, que nos manipula e enfeitiça.
Brendan Perry e Lisa Gerrard conseguem-no, conseguem fazer com que numa sala completamente cheia, não se ouça um único ruído, quase nos esquecemos de respirar, a nossa mente abstém-se de tudo, esquecemos tudo, sentimo-nos num lugar imaginário, no paraíso. É essa a sensação ao ouvir Lisa Gerrard interpretar de uma forma verdadeiramente indescritível "Sanvean", causando aquele efeito "pele de galinha", em que ficamos arrepiados com o som e o calor que transmite, com a delicadeza e o feitiço daquela voz. Lembro-me de ficar completamente siderado ao ouvir esta canção, ficar imóvel na cadeira, não sendo capaz de fechar os olhos tal o feitiço que se apoderou de mim, mas se o fizesse, pensaria, como alguém disse à saída do concerto "morri e fui para o céu"; quanto a mim, finalmente tinha encontrado o meu paraíso, ou pelo menos a banda sonora dele.
Já mencionei neste blog, na altura do comentário a "Anastasis", editado recentemente, que considero a música dos Dead Can Dance como o expoente máximo de qualidade musical, e este espectáculo confirmou-o, com uma execução musical primorosa, com duas vozes do melhor que conheço e ouvi até hoje, de um grupo com uma carreira de mais de 30 anos, durante a qual editaram dez discos, todos eles de excelente qualidade, e, apesar dos anos passarem, a sua música continua intemporal, dando-se ao luxo de apresentar músicas com 800 anos, como por exemplo "Agape", e interpretam-na à sua maneira, e nós que a ouvimos, e sempre que o fazemos, pensamos: como é possível alguém conseguir tratar uma canção desta forma e conseguir transportar para quem a ouve essa sensação de recuo mental no tempo, mantendo o corpo no tempo presente.
Brendan Perry e Lisa Gerrard conseguem-no, conseguem fazer com que numa sala completamente cheia, não se ouça um único ruído, quase nos esquecemos de respirar, a nossa mente abstém-se de tudo, esquecemos tudo, sentimo-nos num lugar imaginário, no paraíso. É essa a sensação ao ouvir Lisa Gerrard interpretar de uma forma verdadeiramente indescritível "Sanvean", causando aquele efeito "pele de galinha", em que ficamos arrepiados com o som e o calor que transmite, com a delicadeza e o feitiço daquela voz. Lembro-me de ficar completamente siderado ao ouvir esta canção, ficar imóvel na cadeira, não sendo capaz de fechar os olhos tal o feitiço que se apoderou de mim, mas se o fizesse, pensaria, como alguém disse à saída do concerto "morri e fui para o céu"; quanto a mim, finalmente tinha encontrado o meu paraíso, ou pelo menos a banda sonora dele.
Já mencionei neste blog, na altura do comentário a "Anastasis", editado recentemente, que considero a música dos Dead Can Dance como o expoente máximo de qualidade musical, e este espectáculo confirmou-o, com uma execução musical primorosa, com duas vozes do melhor que conheço e ouvi até hoje, de um grupo com uma carreira de mais de 30 anos, durante a qual editaram dez discos, todos eles de excelente qualidade, e, apesar dos anos passarem, a sua música continua intemporal, dando-se ao luxo de apresentar músicas com 800 anos, como por exemplo "Agape", e interpretam-na à sua maneira, e nós que a ouvimos, e sempre que o fazemos, pensamos: como é possível alguém conseguir tratar uma canção desta forma e conseguir transportar para quem a ouve essa sensação de recuo mental no tempo, mantendo o corpo no tempo presente.
É aqui, nestes pormenores, na voz densa e escura de Brendan Perry - por exemplo em "Children of The Sun" ou "All In Good Time"-, na voz celestial e cristalina de Lisa Gerrard - por exemplo em "Return Of She-King" ou "Anabasis"-, nesta forma única e peculiar de tocar e sentir a música, é aqui que reside a magia deste grupo, e é este conjunto de factores que me leva a considerar os Dead Can Dance como um dos dois melhores grupos de sempre da história da música, a par dos Pink Floyd.
No final das duas horas de concerto, fica a felicidade de ter realizado um sonho de quase 30 anos, mas fica também a amargura de pensar que talvez não volte a existir outra oportunidade de os ver.
Uma injustiça.
Hoje, posso afirmar que em termos musicais, esta foi a noite mais feliz que tive... e o paraíso tão perto.
No final das duas horas de concerto, fica a felicidade de ter realizado um sonho de quase 30 anos, mas fica também a amargura de pensar que talvez não volte a existir outra oportunidade de os ver.
Uma injustiça.
Hoje, posso afirmar que em termos musicais, esta foi a noite mais feliz que tive... e o paraíso tão perto.