01/06/12

Ao vivo... Festival Rock in Rio 2012

Data - 26 de Maio de 2012
Local - Parque da Bela Vista
Notas - Depois de no primeiro dia o número de espectadores ter rondado os 42000, não posso deixar de manifestar alguma surpresa pela afluência deste segundo dia em que superada a barreira dos 80000 espectadores, e maior surpresa ainda (ou talvez não), foi o facto de a maior parte desses espectadores ter debandado assim que acabou o concerto dos Linkin Park, deixando o imenso Parque da Bela Vista com um aspecto desolador para o grupo que encerrava o dia, os Smashing Pumpkins.
O primeiro grupo a subir ao palco foram os americanos Limp Biskit, que deram um concerto extremamente fraco e a demonstrarem que o seu estilo musical está algo decadente. Não deixa de ser relevante que num alinhamento de dez músicas, seis delas tenham saído do mesmo disco "Chocolate Starfish and the Hot Dog Flavored Water" de 2000 e que foi o disco de maior sucesso de um grupo que já tem oito discos editados, e mais relevante ainda é o facto de terem tocado somente o tema "Bring It Back", de "Gold Cobra", ultimo disco editado pelo grupo, em 2011. Outra coisa que também ajudou a que o concerto fosse fraco e sem ritmo, não conseguindo agarrar o público, foram os intervalos entre as canções que em alguns casos eram extremamente longos.
Para contrastar com o concerto morno dos Limp Biskit, os também norte-americanos Offspring entraram em palco com um ritmo muito interessante, com o seu punk-pop, e apresentaram o alinhamento tipico de festivais, o tal jeito Best Of, que percorreu alguns discos da já longa carreira deste grupo que se formou em 1985 e que vai lançar no próximo mês o álbum "Days Go By", do qual  foi possível ouvir o tema que dá nome ao disco e que pareceu ser interessante. No entanto, a música do grupo torna-se repetitiva, e mesmo com um início muito bom em termos de concerto, chega-se a uma determinada altura em que aborrece. Foram dezasseis temas que percorreram a discografia do grupo, como por exemplo, os álbuns "Smash" de 1994, "Americana" de 1998 e "Splinter" de 2003, entre outros. Com um som de grande nível e uma boa presença em palco, o grupo liderado pelo carismático Dexter Holland, podia ter dado um excelente concerto, mas acabou por dar um bom concerto.
Depois do aborrecido concerto que abriu o palco principal e do que se lhe seguiu, a expectativa para o Linkin Park era enorme. Surpreendentemente, os Linkin Park acabaram por proporcionar o melhor concerto do dia para uma multidão que, ao contrário do que muita gente pensava, estava lá para os ver, para poder apreciar a forma brilhante como o grupo de Los Angeles concilia o cantor Chester Bennington com o rapper Mike Shinoda em excelentes duetos, aliados a uma panóplia de efeitos sonoros produzidos pelo DJ Joe Hahn e a um bom ritmo por parte do baterista Rob Bourdon, e ainda pela sonoridade Metal de Brad Delson. O estilo Nu-Metal do grupo ainda funciona, apesar de alguma crítica afirmar que é um estilo musical ultrapassado.
Os Linkin Park provaram o contrário e, mesmo no tema novo que tocaram, "Burn It Down", do álbum "Living Things" a editar brevemente, conseguiram agarrar o público da mesma forma como o agarraram durante toda a noite, através de um alinhamento bem escolhido de modo a que não existissem momentos fracos ou monótonos que pudessem quebrar o ritmo do espectáculo e o entusiasmo do público, que não se cansou de aplaudir e cantar alguns temas (impressionante no medley "Loatr / Sotd / Iridescent), chegando ao ponto de, apesar da excelência do som, a voz dos músicos mal se ouvir, não por estar baixa ou fraca, mas sim porque o entusiasmo era muito grande, para aquele que acabou por ser o melhor concerto do dia e, seguramente, um dos melhores da edição deste ano do Rock in Rio.
Como já foi referido, após o concerto dos Linkin Park assistiu-se a uma debandada de mais de metade dos espectadores, muitos dos quais assumiam não conhecer nenhuma música de um grupo que obteve grande sucesso nos anos 90, e que desde a sua formação no ano de 1987 em Chicago, é liderado por Billy Corgan, tendo passado por Portugal no passado mês de Dezembro, no Campo Pequeno. Estabelecendo uma comparação entre estes dois concertos, se no alinhamento do Campo Pequeno alguns dos grandes êxitos do grupo ficaram de fora, como por exemplo "Today", "Ava Adore" ou "1979", já neste no Parque da Bela Vista, o alinhamento percorreu esses hits, para além de alguns temas novos do próximo "Oceania", a editar em breve.
Apesar do alinhamento apresentardo ser bom, o concerto desiludiu, pois Billy Corgan excedeu-se nos solos de guitarra que eram demasiado longos para poderem entusiasmar uma plateia que, se por um lado mal conhecia a obra do grupo, por outro lado mostrou não ser grande apreciadora de devaneios musicais, e nesses momentos demonstrava um enorme desinteresse pelo que se estava  passar em palco. Para além disto tudo, o som esteve mau, com falhas de voz e, talvez pelo vento que de vez em quando se fazia sentir, a música ficava como que vazia, pois deixavam de ser audíveis certos intrumentos em algumas partes. Resumidamente foi um mau concerto por parte dos Smashing Pumpkins de Billy Corgan, e atrevo-me a afirmar que foi o pior concerto deste primeiro fim-de-semana de Rock in Rio 2012.

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