28/05/11

Gil Scott-Heron - I'm New Here - (R.I.P.)

Faleceu ontem um génio. Gil Scott-Heron, autor de um dos melhores discos de 2010.
Por esse motivo, em jeito de homenagem, recupero a análise feita a "I'm New Here" na altura da sua edição.
Este "I'm New Here" é um disco, no mínimo, curioso, pois trata-se de um trabalho de música em forma de poesia... ou poesia em forma de música.
Dos quinze temas que fazem parte do disco, uns são declamados outros cantados pela excelente voz de Gil Scott-Heron e, a forma como os temas são elaborados e interpretados, transformam este disco em algo muito introspectivo, como se nos estivesse a ser contada uma história cheia de talento e beleza.
Alguns temas cantados, outros narrados e ainda outros que parecem relatos de histórias de bastidores, fazem com que a este disco se possa aplicar a frase "inicialmente estranha-se... depois entranha-se".
"I'm New Here" não é um disco fácil, pois tem tanto de estranho com de belo. Insere-se naquele género de registo que se aprende a gostar com o tempo, e não creio que possa ser ouvido em qualquer altura ou qualquer lugar; nada disso. É preciso estar com capacidade para interiorizar a música e o ambiente que o disco proporciona, e julgo estar-se perante o "companheiro" ideal para uma viagem pois, para além da sensação de companhia que nos transmite, proporciona-nos momentos de grande beleza e serenidade, embalados pela excelente voz de Gil Scott-Heron.

01 - On a Comming From a Broken Home (1)
02 - Me And The Devil
03 - I'm New Here
04 - Your Soul And Mine
05 - Parentes (Interlude)
06 - I'll Take Care Of You
07 - Being Blessed (Interlude)
08 - Where Did The Night Go
09 - I Was Guided (Interlude)
10 - New York Is Killing Me
11 - Certain Things (Interlude)
12 - Running
13 - The Crutch
14 - I've Been Me (Interlude)
15 - On a Comming From a Broken Home (2)

Nota - 9/10

26/05/11

Ao vivo... National

Data - 24 de Maio de 2011
Local - Praça de Touros do Campo Pequeno
Notas - Depois de os ter visto o ano passado no festival Super Bock Super Rock, e após ter conhecimento do regresso a Portugal para este mês de Maio, disse a muita gente que este concerto dos National ia ser o melhor concerto do corrente ano.
Apesar de não ser o mais correcto ir para um espectáculo com a ideia preconcebida de que vai ser isto ou aquilo, as expectativas criadas deixaram de o ser e passaram a ser a confirmação de que caso não seja o melhor (devido a pequenas debilidades da sala do Campo Pequeno em termos acústicos), vai ser seguramente um dos melhores.
Com um alinhamento a incidir preferencialmente nos álbuns Boxer (2007) e High Violet (2010), o concerto dos National foi brilhante em todos os aspectos. A banda liderada por Matt Berninger esteve em palco quase duas horas para delícia dos milhares de fans que quase encheram a quente arena do Campo Pequeno e tiveram oportunidade de passar uma noite de excelente música, com um excelente concerto dado por uma banda que sabe interagir com o público de uma forma simpática sem cair no exagero. Destaque para o último encore, que funcionou como a "cereja no topo do bolo", já que o tema de encerramento do soberbo alinhamento, foi cantado praticamente "à capela", com o grupo a incentivar os milhares de fans presentes a cantarem em coro, o que originou um momento musical arrepiante que vai ficar, seguramente, na memória de quem lá esteve.
Estivemos, sem qualquer dúvida, perante uma das melhores bandas da actualidade: The National.
A primeira parte esteve a cargo dos Dark Dark Dark, que apresentaram o seu último trabalho Wild Go (2010). Uma música calma, agradável mas inconsequente, que serviu como "aquecimento" para uma grande noite de música.

Alinhamento:

Star a War
Anyone's Ghost
Secret Meeting
Bloodbuzz Ohio
Slow Show
Squalor Victoria
Afraid Of Everyone
Little Faith
Abel
All The Wine
Sorrow
Apartment Story
Conversation16
Lucky Tou
England
Fake Empire

Friend Of Mine
Mr. November
Terrible Love

About Today
Vanderlyle Crybaby Geeks

P.S. - Em Agosto os National volta a Portugal, desta vez ao Festival do Sudoeste.
Sou da opinião que a música do grupo funciona melhor em espaços abertos, para Matt Berninger ter mais espaço para poder soltar a sua forma peculiar de cantar e de estar em palco, forma essa que a momentos parece ser dominada por laivos de loucura.
Só é pena ser o Festival do Sudoeste, cujo ambiente é uma espécie de "o meu primeiro festival", mas vale a pena ir.

25/05/11

Ao vivo... Lady Gaga

Data - 10 de Dezembro de 2010
Local - Pavilhão Atlântico
Notas - Se musicalmente este concerto deixou algo a desejar, já do ponto de vista de espectáculo esteve em excelente nível. Apesar de não ser apreciador da cantora, nem do estilo musical que pratica, Lady Gaga deu um bom concerto para um público que esgotou o Pavilhão Atlântico. Um espectáculo muito cénico e teatral (às vezes excessivamente), que confirmou Lady Gaga como uma das melhores entertainers da actualidade, que peca somente pelo excesso de diálogos nos intervalos das músicas, o que origina alguma quebra no ritmo do concerto.
A primeira parte foi assegurada por um grupo que já acompanha Lady Gaga há muitos anos, os Semi Precious Weapon, com uma teatralidade grotesca e com uma música extremamente aborrecida e de fraca qualidade. Demasiado mau para ser verdadeiro.

24/05/11

Ao vivo... Guns N' Roses

Data - 06 de Outubro de 2010
Local - Pavilhão Atlântico
Notas - Apesar de ter começado com mais de uma hora de atraso, os Guns N' Roses deram um concerto de grande nível que durou quase três horas, onde houve a oportunidade de ouvir os grandes clássicos do grupo, intercalados com temas de "Chinese Democracy", primeiro trabalho do grupo após a saída de Slash, cuja ausência se faz notar, principalmente ao nível de solos de guitarra. Apesar disso, e graças ao bom nível de Axl Rose, a música do grupo mantém-se agradável.
Foi, seguramente, um dos melhores concertos de 2010.
A primeira parte esteve a cargo se Sebastian Bach que, verdade seja dita, deu um concerto de nível razoável. Bons momentos musicais que acabaram por se perder na duração do espectáculo pois Sebastian Bach esteve em palco durante hora e meia, um pouco a "encher", à espera de Axl Rose. De louvar o profissionalismo deste músico, nascido nas Bahamas e líder dos Skid Row que, apesar de saber que estava somente a fazer tempo, manteve o profissionalismo durante toda a actuação.

23/05/11

Ao vivo... Suede

Data - 06 de Maio de 2011
Local - Parque da Cidade no Porto
Notas - Apesar de os ter visto recentemente num concerto em nome próprio - dia 26 de Novembro de 2010, na sala Razzmatazz em Barcelona - não deixei de os ir ver ao Porto, desta vez num espectáculo inserido na semana académica do Porto e que contou com os portugueses Pontos Negros na primeira parte, cujo concerto começou bem, mas acabou por se tornar aborrecido.
Relativamente aos Suede, e estabelecendo a inevitável comparação com o concerto de Barcelona, pareceu-me que o grupo está mais entrosado. Enquanto que no concerto de Barcelona foi notória alguma timidez e algum receio em improvisar, já neste do Porto isso não existiu.
Foi sem duvida um excelente concerto da banda liderada por um Brett Anderson, sempre no seu estilo sedutor, provocante e encantador, quer ao nível de presença em palco, quer ao nível vocal.