Decorreu ontem no Parque Tejo o "Dia 1 do Act 2" do Festival Super Bock Super Rock. Com um cartaz de luxo há a registar a pouca presença de público o que faz colocar a questão se terá sido boa ideia deixar duas semanas de espaço entre o Act 1 e o Act 2, com o Rock In Rio pelo meio. Apesar do cartaz do SBSR ser superior ao do Rock In Rio, é inegável a diferença entre ambos os festivais em termos mediáticos.
Coube aos Editors iniciar a noite no palco principal. Com um ligeiro atraso que acabou por ser benéfico devido ao tempo que se demorava para entrar no recinto, o grupo tocou cerca de uma hora na qual foi possível ouvir na íntegra o seu primeiro álbum "The Back Room" e ainda uma cover dos Talking Heads "Road To Nowhere". Com um som muito bom, os Editores souberam estar em palco e agarrar o pouco público presente. Coincidência ou não, lembrei-me da primeira vez que vi os Coldplay em Paredes de Coura no ano de 2000, concerto ao qual assistiu muito pouca gente pois na altura não eram conhecidos. Na minha modesta opinião julgo estarmos perante mais um caso semelhante aos Coldplay: os Editors podem vir a ser um dos grupos mais importantes do panorama musical. Pontuação 4,5 de 0 a 5.
Seguiram-se os dEUS; apesar de achar que a música deste grupo funciona melhor em espaços pequenos e fechados (concerto inesquecível na Aula Magna), gostei da actuação. A banda de Tom Barman fez uma viagem por todos os seus trabalhos, insistindo principalmente no "In A Bar, Under The Sea" e no seu mais recente trabalho "Pocket Revolution". Um concerto electrizante que merecia mais público junto ao palco, se bem que o recinto já estivesse mais "composto" mas o público aproveitou a actuação dos dEUS para se dirigir aos bares. Pontuação 4 de 0 a 5.
Já passava das 21 horas quando os Cult entraram em palco para arrasar por completo. Grande concerto do grupo de Ian Astbury. Já com a frente do palco completamente cheia e com uns decibéis bem acima dos grupos anteriores, os Cult deliciaram todos os presentes com temas novos e uma viagem ao passado onde não faltaram por exemplo "Revolution", "Sweet Soul Sister". Foi um concerto que serviu para aguçar o apetite para o dia 12 de Julho em que vão estar no Coliseu do Porto. Só não atríbuo a pontuação máxima pelas excessivas alusões do Ian Astbury ao futebol e ao campeonato do mundo. Pontuação 4,5 de 0 a 5.
Tarefa difícil para os Keane que foram a banda que se seguiu. Deslocados do alinhamento e do ambiente do dia o grupo esteve bem, com uma actuação segura em que por vezes parecia estar simplesmente a cumprir contrato. Foi um bom espectáculo, apesar do grupo deixar transparecer a ideia de se estar a sentir como "peixe fora de água". No entanto foi possível ouvir alguns temas do novo álbum "Under The Iron Sea" a sair brevemente, bem como os mais conhecidos de "Hopes and Fears". Pontuação 3,5 de 0 a 5.
Para fechar a noite, perto da uma da manhã, os Franz Ferdinand, fizeram o que se esperava deles. GRANDE concerto. Durante hora e meia o grupo de Alex Kapranos "incendiou" completamente o Parque Tejo. Fazendo questão de manter a tradição de tocar um tema novo sempre que actuam em Portugal, os Franz Ferdinand tocaram praticamente todos os temas dos seus primeiros álbuns. Com um ritmo diabólico e com a sua característica música, quase sempre a "dois tempos", fizeram saltar e dançar até à exaustão os mais de 20.000 resistentes. Valeu a pena. Pontuação 5 de 0 a 5.