29/12/10

Os melhores de 2010

Como último post do ano, escolhi uma listagem dos 20 melhores discos editados durante 2010.

01 - Arcade Fire - The Suburbs
02 - Gill Scott - Heron I'm New Here
03 - Grinderman - Grinderman 2
04 - Janelle Monáe - The ArchAndroid
05 - John Grant - Queen Of Denmark
06 - Caribou - Swim
07 - National - High Violet
08 - Manic Street Preachers - Postcards From A Young Man
09 - LCD Soundsystem - This Is Happening
10 - Paul Weller Wakes - Up The Nation
11 - Avi Buffalo - Avi Buffalo
12 - Ali Farka Touré & Toumani Diabate - Ali & Toumani
13 - Beach House - Teen Dream
14 - Tricky - Mixed Race
15 - Wild Nothing - Gemini
16 - Tame Impala - Innerspeaker
17 - These New Puritans - Hidden
18 - Deerhunter - Halcyon Digest
19 - Isobel Campbell & Mark Lanegan - Hawk
20 - Wyatt, Atzmon, Stephens - For The Ghosts Within

15/12/10

Ao vivo... Massive Attack

Data - 21 de Maio de 2003
Local - Coliseu de Lisboa
Notas - Mais um concerto dos Massive Attack em Portugal e mais uma excelente noite com um alinhamento de grande nível por parte de um grupo que não sabe fazer maus discos.

14/12/10

Setlist... Guns n' Roses

Setlist do grandioso e grande concerto dos Guns n' Roses no Pavilhão Atlântico, no dia . Foram quase três horas de bom rock, de um grupo que mesmo sem Slash, continua a ser muito bom. Axl Rose em bom nível... novamente, naquele que foi um dos melhores concertos do ano de 2010.

01 - Chinese Democracy
02 - Welcome To The Jungle
03 - It's So Easy
04 - Mr. Brownstone
05 - Sorry
06 - Shackler's Revenge
07 - Richard Fortus Guitar Solo (James Bond Theme)
08 - Live And Let Die
09 - This Love
10 - Rocket Queen
11 - Dizzy Reed Piano Solo (Ziggy Stardust)
12 - Street Of Dreams
13 - You Could Be Mine
14 - DJ Ashba Guitar Solo (The Ballad Of Death)
15 - Sweet Child O' Mine
16 - Jam (Another Brick In The Wall Part II)
17 - Axl Rose Piano Solo (Goodbye Yellow Brick Road / Someone Saved My Life Tonight)
18 - November Rain
19 - Bumblefoot Guitar Solo (Pink Panther Theme)
20 - Better
21 - Knockin' On Heaven's Door
22 - Nice Boys
23 - IRS
24 - Nightrain

Encore

25 - Bumblefoot Guitar Solo
26 - Don't Cry
27 - Madagascar
28 - Whole Lotta Rosie
29 - Jam (Waiting On a Friend)
30 - Patience
31 - Paradise City

10/12/10

Ao vivo... Pokemon

Data - 23 de Março de 2002
Local - Pavilhão Atlântico
Notas - Numa altura em que esta série infantil estava no seu pico máximo de audiências, este espectáculo foi um tremenda desilusão. Um dos piores espectáculos de carácter infantil a que tive oportunidade de assistir.

03/12/10

Caribou - Swim

Dan Smith nasceu em 2-89 em Ontário, no Canadá. Iniciou-se nas andanças do mundo da música em 2001 com o projecto Manitora, onde editou dois trabalhos, "Start Breaking My Heart" (2001) e o aclamado "Up In Flames" (2003). Graças à boa recepção que estes discos obtiveram por parte da crítica e do público, Dan foi considerado como um dos músicos mais promissores do início da década. Durante o ano de 2005 decide alterar o nome do projecto para Caribou e nesse mesmo ano lança o trabalho "The Milk Of Human Kindness" que, apesar de ficar um pouco aquém dos discos anteriores, teve boa aceitação por parte da crítica.
Finalmente em 2007, graças ao excelente "Andorra", os Caribou são confirmados como uma grande revelação e o disco é considerado, unanimemente pela crítica, como um dos melhores do ano. Numa onda repleta de ambiências, o disco traz-nos um som invulgar, criado por uma mescla de instrumentos que acaba por funcionar como um todo, dando grande consistência a um estilo com uma sonoridade muito especial e própria.
Após um interregno de três anos, os Caribou estão de regresso aos discos com este "Swim", onde se mantém a onda do grupo, sempre próxima do chill-out, mas sem nunca entrar em definitivo nessa onda. É um disco cantado e tocado de uma forma muito melódica e com temas que "encaixam" perfeitamente em ambientes de bares, quer em inicio de noite quer em final.
Deste temas calmos, ideais para um inicio de noite em que apetece simplesmente ter uma conversa, a outros temas já com mais energia, que nos puxam para a pista de dança, mas sempre de uma melódica e suave... como se quer que seja uma noite.

01 - Odessa
02 - Sun
03 - Kaili
04 - Found Out
05 - Bowls
06 - Leave House
07 - Hannibal
08 - Lalibela
09 - Jamelia

Nota - 9/10

02/12/10

Setlist... Suede em Barcelona

01 - This Hollywood Life
02 - She
03 - Trash
04 - Filmstar
05 - Animal Nitrate
06 - New Generation
07 - Pantomine Horse
08 - Electricity
09 - Can't Get Enough
10 - Everything Will Flow
11 - By The Sea
12 - So Young
13 - Metal Mickey
14 - Killing Of a Flashboy
15 - The Wild Ones
16 - The Drowners
17 - The Beautiful Ones

Encore

Saturday Noght

01/12/10

John Grant - Queen Of Denmark

Se existem discos com a capacidade de nos surpreenderem imenso, e pela positiva, este Queen Of Denmark de John Grant, é um deles.
O vocalista e fundador dos Czars, surge neste seu primeiro trabalho a solo acompanhado pelos Midlake e o resultado é um disco de bom nível, repleto de canções agradáveis e melódicas.
Um conjunto de doze temas, todos eles cantados e interpretados de uma forma suave, numa produção cuidada e bem executada, fazem com que este disco possa ser considerado como um dos mais agradáveis discos deste ano que está prestes a terminar.
Se bem que em alguns temas, como por exemplo "Chichen Bones" ou "Silver Platter Club" , existam pormenores de gosto duvidoso e desnecessário, no aspecto geral "Queen Of Denmark" é muito agradável e justifica alguma atenção, pois existem temas de um pop melódico e suave de grande nível que, sem nunca cair no gosto fácil, são brilhantes.
Destaque para o tema que dá nome ao disco e que encerra este excelente trabalho de John Grant, "Queen Of Denmark", um tema extraordinário.

01 - TC And Honeybear
02 - Marz
03 - Where Dreams Go To Die
04 - Sigourney Weaver
05 - Chiken Bones
06 - Silver Platter Club
07 - It's Easier
08 - Outer Space
09 - JC Hates Faggots
10 - Caramel
11 - Leopard and Lamb
12 - Queen Of Denmark

Nota - 8/10

30/11/10

Ao vivo... Suede

Data - 26 de Novembro de 2010
Local - Sala Razzmatazz (Barcelona)
Notas - Um dos poucos concertos que os Suede, liderados pelo carismático por Brett Anderson, decidiram dar neste ano de 2010, foi este na Razzmatazz em Barcelona, associando-se desta forma à celebração dos 10 anos desta excelente sala situada numa antiga zona fabril da bonita cidade de Barcelona.
Um Brett Anderson, esguio e irrequieto num ritmo alucinante, liderou uma viagem de regresso aos anos 90, altura em que o grupo atingiu o seu auge.
Uma boa selecção de canções, um alinhamento perfeito, um excelente desempenho por parte de todos os elementos do grupo e um som de grande qualidade, fizeram desta noite, uma noite memorável, na qual foi possível ouvir bonitas canções que nos marcaram e nos fizeram felizes nesses anos 90, mas que continuam a ter algo, e esse algo fez com que ao ouvir os primeiros acordes de temas como "The Wild Ones", "Trash", "Beautiful Ones", ou "Saturday Night", um rasgo de felicidade surgisse nos rostos do público que esgotou a Razzmatazz.

Foi uma noite inesquecível, e é pena que, provavelmente, nunca mais tenhamos a oportunidade de assistir a um concerto dos Suede, pois como se sabe, esta mini tournée de meia dúzia de concertos, tratou-se "somente" de uma reunião do grupo, à qual não aderiu Bernard Butler.
Segundo Brett Anderson, não há previsões quer de novos concertos, quer de novas edições discográficas... sem falar de Best Of.

29/11/10

Ao vivo... Shakira

Data - 21 de Novembro de 2010
Local - Pavilhão Atlântico
Notas - Apesar de não se ser grande apreciador da música de Shakira, tenho de reconhecer que, em termos de espectáculo, o concerto que a colombiana deu no Pavilhão Atlântico esteve em muito bom nível.
Um som de boa qualidade (algo invulgar no Pavilhão Atlântico), uma boa setlist e uma Shakira que aliou à sua imensa beleza, uma simpatia e energia inesgotável, fizeram com que esta noite fique memorável nos milhares de fans que esgotaram o recinto, com gente de todas as idades, desde crianças com pouco mais de cinco anos, até aos respectivos pais, e mesmo alguns avós.
A dar início à noite, esteve em palco a portuguesa Ana Free que, sinceramente e na minha opinião, foi uma desilusão.

26/11/10

Ao vivo... Michael Jackson

Data - 26 de Setembro de 1992
Local - Estádio de Alvalade
Notas - Concerto memorável do infelizmente desaparecido Michael Jackson. Nesta altura começava a fase decadente da carreira deste génio, que começou muito cedo no mundo da música mas que também desapareceu demasiado cedo. Nesta altura, o Estádio de Alvalade esgotou para receber o apelidado "Rei da Pop", apesar de Michael Jackson não ter conseguido dar o seguimento ideal à sua carreira, em termos qualitativos.
Depois do mega êxito de "Thriller" (1982), que ainda hoje é o disco mais vendido de sempre, a carreira de Michael Jackson decresceu qualitativamente e, se "Bad" (1987) continuava a ter alguma qualidade, já ""Dangerous" (1991) ficou muito aquém das expectativas e isso foi o princípio do fim de um dos maiores génios da música, goste-se ou não do estilo.

25/11/10

Setlist... Tindersticks no Coliseu de Lisboa

Setlist do concerto dos Tindersticks em Lisboa, no dia 28 de Outubro de 2010.

01 - Failling Down a Mountain
02 - Keep You Beautiful
03 - Marbles
04 - Sometimes It Hurts
05 - She Rode Me Down
06 - Peanuts
07 - Before You Close
08 - Raindrops
09 - Marseilles Sunshine
10 - The Otherside
11 - Tyed
12 - Black Smoke
13 - Factory Girls
14 - A Night In
15 - Harmony Arouund My Table

Encore 1

16 - Can We Start Again

Encore 2

17 - Tiny Tears

Ao vivo... Tindersticks

Data - 28 de Outubro de 2010
Local - Coliseu dos Recreios de Lisboa
Notas - Gostei mais do concerto do Porto do que o de Lisboa. Os alinhamentos foram parecidos e, se em Lisboa tivemos o prazer de ouvir "Tiny Tears", no geral o concerto do Porto foi mais agradável.

24/11/10

Setlist... Arcade Fire em Madrid

Setlist... Tindersticks no Coliseu do Porto

Setlist do concerto dos Tindersticks no Coliseu do Porto no dia 27 de Outubro de 2010.

01 - The Organist
02 - Mountain
03 - Marbles
04 - Beautiful
05 - Sometimes It Hurts
06 - She Rode Me
07 - Peanuts
08 - Raindrops
09 - Before You Close
10 - Marseilles Sunshine
11 - She's Gone
12 - The Otherside
13 - Tyed
14 - Black Smoke
15 - Factory Girls
16 - A Night In
17 - Harmony

Ao vivo... Tindersticks

Data - 27 de Outubro de 2010
Local - Coliseu do Porto
Notas - Mais um concerto dos Tindersticks, desta vez na cidade do Porto e na véspera do concerto de Lisboa. Neste regresso a Portugal, depois da mini tournée de Fevereiro que passou por cinco cidades do país, o grupo de Stuart A. Staples deu mais um bom concerto no agradável Coliseu do Porto e numa sala praticamente esgotada.
Uma música cada vez mais intimista, repleta de pequenos pormenores que tornam cada espectáculo do grupo num momento único de prazer.

22/11/10

Ao vivo... Arcade Fire

Data - 20 de Novembro 2010
Local - Palácio de Deportes Comunidad de Madrid
Notas - Musicalmente, considero este concerto dos Arcade Fire como o melhor do ano de 2010.
Um Palácio de Deportes completamente esgotado, recebeu os Arcade Fire para aquele que acabou por ser o primeiro concerto da digressão europeia, isto depois de ter sido cancelado o do dia 18 de Novembro em Lisboa, devido à realização da cimeira da NATO.
O concerto de Madrid, num recinto onde normalmente o som é de grande qualidade, foi de grande nível e com um ritmo alucinante desde o primeiro tema (Ready to Start) ao último (Wake Up).
Com os elementos do grupo a trocarem constantemente de lugar e de instrumento musical, o ritmo e a "animação" em palco foram uma constante e os Arcade Fire demonstraram, mais uma vez, que não são aquele género de grupo que quando chega a um palco se limita a tocar para "cumprir" uma obrigação contratual; é um grupo que deixa transparecer de forma indesmentível, o prazer de tocar e de proporcionar bons momentos a quem os ouve. Isso notou-se no concerto de Madrid, com uma setlist que percorreu todos a obras do grupo e que teve como momentos altos a interpretação de "No Cars Go", primeiro primeiro trabalho do grupo, e que atingiu o clímax no último tema: o memorável "Wake Up". Pelo meio, e sempre numa onda de um prazer sublime, ainda houve tempo para algum romantismo invadir o recinto do concerto, com o belíssimo " The Crown Of Love", em que um pavilhão a rebentar pelas costura deixou-se embalar pela voz de Win Butler e pelo som melodioso da música dos Arcade Fire. Enquanto que "No Cars Go" fica memorável pelo imenso coro que ofuscou por completo as vozes do grupo, já "The Crown Of Love", fica memorável pelo momento, pela beleza e pelo ambiente vivido no recinto.

Na primeira parte, tocaram os também canadianos Fucked Up, que durante cerca de quarenta e cinco minutos mostraram a sua música que assenta num estilo Punk / Hardcore, algo completamente fora do contexto musical do dia. Apesar de o público presente na sala, estar lá para ver Arcade Fire, num estilo musical completamente diferente, o grupo liderado por Josh Zucker e que conta com uma baixista de origem portuguesa, Sandy Miranda, conseguiu dar alguma animação ao espectáculo, graças à prestação do vocalista.
Em forma de balanço, pode-se dizer que foi uma noite bem passada e com grandes músicas por parte de um dos grupos mais criativos da actualidade: Arcade Fire.

19/11/10

Ao vivo... Muse


Data - 10 de Setembro de 2010
Local - Wembley Stadium
Notas - Até ao momento, este foi o melhor concerto deste ano de 2010. Para além de ter toda uma envolvência proporcionada pelo imponente Wembley Stadium e pela cidade de Londres, a prestação dos Muse foi excelente, quase imaculada. Um alinhamento de grande nível, um estádio esgotado e uma excelente prestação do grupo, fizeram desta noite uma noite inesquecível.
Antes dos Muse, passaram pelo palco de Wembley, The Big Pink, White Rabbits e Lily Allen. Enquanto Big Pink e White Rabbits podem ter razões de queixa do som, que estava realmente muito mau, já Lily Allen foi bafejada pela sorte com uma boa qualidade sonora. Foram concertos curtos, entre trinta e quarenta minutos, para que o horário estipulado pudesse ser cumprido ao segundo: pontualidade britânica.
Quanto aos Muse; Mattew Bellammy, Chris Wolstenholme e Dominic Howard, provaram em palco o porquê de serem apontados como a melhor banda a actuar ao vivo, principalmente em estádios. Em palco, o desempenho o grupo é devastador e brilhante, num ritmo alucinante e de grande nível. Ainda deu para confirmar que, na minha opinião, Dominic Howard é um dos melhores bateristas da actualidade. A forma como torna fácil os contra-ritmos da música é verdadeiramente impressionante.
Foi um fim de tarde / noite inesquecível.

01 - Uprising
02 - Supermassive Black Hole
03 - Newborn
04 - Neutron Star Collision (Love Is Forever)
05 - Butterflies & Hurricanes
06 - Guiding Light
07 - Interlude
08 - Hysteria
09 - Nishe
10 - United States of Eurasia
11 - I Belong To You
12 - Feeling Good
13 - MK Jam
14 - Undisclosed Desires
15 - Resistance
16 - Starlight
17 - Time is Running Out
18 - Unnatural Selectrion
19 - Soldier's Pem
20 - Exogenesis: Symphony, Part 1: Overture
21 - Stockholm Sundrome
22 - Take a Bow
23 - Plug In Baby
24 - Knights of Cydonia

17/11/10

Ao vivo... Interpol

Data - 12 de Novembro de 2010
Local - Campo Pequeno
Notas - O que define um bom concerto:
- A qualidade do som?
- A prestação dos músicos?
- O ambiente proporcionado pelo entusiasmo do público?

Só através de uma análise a estes três parâmetros, em conjunto ou em separado, é que podemos chegar a uma conclusão relativamente ao que se passou no concerto dos Interpol, realizado no Campo Pequeno.
Se a prestação dos músicos esteve em excelente nível, levando a que o público que quase encheu o recinto tivesse uma entrega extraordinária quase à beira do êxtase, já a qualidade em termos sonoros foi lastimável. Um som enrolado, que em determinadas alturas nos fazia lembrar uma sessão de Drum and Bass, fazia com que as guitarras não tivessem um som definido e a própria voz de Paul Banks, por vezes, era imperceptível.
No que diz respeito à setlist escolhida ela foi quase irrepreensível, ao percorrer todos os quatro álbuns editados por este grupo que se formou em Nova York em 1998 e que lançou os excelentes “Turn On The Bright Lights” em 2002 e “Antics” em 2004 (ambos para a Matador), o mal-amado “Our Love To Admire” em 2007 (editado pela Capitol), e finalmente “Interpol” em 2010 que os trouxe de regresso à editora que os descobriu e onde tinham editado os dois primeiros discos, a independente Matador. Este regresso à editora que os lançou foi positivo para o grupo, que deste modo abandonou o estilo mainstream que os caracterizou na altura da gravação de “Our Love To Admire” para a Capital.
Dos temas que foram tocados pelos Interpol, que graças à sua experiência, conseguiram “dar a volta” ao mau som, ficou a faltar “Pioneer to The Falls” do tal disco mal-amado. Fora isso, como já referi, a setlist foi muito boa.
Na primeira parte tocaram os também americanos, Surfer Blood, grupo formado em 2009 e que editou este ano o muito aclamado “Astro Coast”. Para além de terem que se debater com o mau com, também tiveram de lidar com algum desconhecimento da música do grupo por parte do público. Apesar destes contratempos, não desiludiram e conseguiram animar o público presente, devoto dos Interpol.
Partindo do princípio que na definição do nível do concerto são considerados os três parâmetros como um todo, pode-se dizer que foi uma noite bem passada, com música bem tocada e que nos divertiu, mas que podia ter sido inesquecível, se o som tivesse ajudado.

16/11/10

Isobel Campbel & Mark Lannegan - Hawk

"Hawk", o novo trabalho editado recentemente pelo duo Isobel Campbel & Mark Lannegan, chega a assustar com o seu início algo enfadonho.
Pode-se afirmar que os três primeiros temas destinam-se a consumo interno do mercado americano, pois são demasiado "fechados" numa onda country, mas ausente do tradicional ritmo e com uma sonoridade muito introspectiva, naquele género de música de viagem, como se estivéssemos a atravessar uma daquelas imensas estradas americanas ou aqueles desertos infindáveis.
Finalmente, em "Come Undome", essa viagem imaginária termina (ou será que é apenas um intervalo?), como se fosse o momento da chegada ao destino, ou pelo menos a um ponto intermédio, um ponto mais urbano, num daqueles bares tipicamente de estrada onde paramos para descansar e, durante esse descanso, é nos dada a possibilidade de ouvir temas repletos de influências da música popular americana, com aquele inconfundível cheiro a Blues, cheiro esse abrilhantado por uma boa sonoridade ao nível das teclas.
Seguem-se "No Place To Fall", "Get Behind Me" e "Time Of Season", um conjunto de temas com essa sonoridade mais urbana e que comprova que realmente estamos no intervalo dessa viagem. Nesta parte do disco, o brilhantismo de Mark Lannegan como compositor e intérprete é evidente e a sua voz, simultaneamente cavernosa e sedutora, torna-se embriagante.
Após este pequeno descanso, a viagem recomeça com a bela Isobel Campbell a proporcionar-nos grandes momentos de prazer com a sua voz cheia de ternura em "To Hell And Back Again", um tema calmo e bonito que parece ter sido feito para nos ajudar a acordar e a recomeçar a viagem.
E como estamos perante um disco que se torna numa banda sonora de viagem, "Cool Water" e "Eyes Of Green", levam-nos novamente para as pradarias americanas, desta vez de uma forma suave, a condizer com o cenário por mais imaginário que ele seja, pois está-se perante uma viagem virtual que termina de forma apoteótica com "Lately", tema abrilhantado por um coro Gospel em tom de festa.
Pode não ser o melhor trabalho deste duo, mas é seguramente um excelente disco.

01 - We Die And See Beauty Reign
02 - You Won't Let Me Down Again
03 - Snake Song
04 - Come Undome
05 - No Place To Fall
06 - Get Behind Me
07 - Time Of The Season
08 - Hawk
09 - Sunrise
10 - To Hell & Back Again
11 - Coll Water
12 - Eyes Of Green
13 - Lately

Nota - 8/10

15/11/10

Ao vivo... Vampire Weekend

Data - 10 de Novembro de 2010
Local - Campo Pequeno
Notas -A primeira parte, que começou pontualmente às 21 horas, esteve a cargo dos Californianos Jenny & Johnny que durante cerca de quarenta e cinco minutos e perante pouco público, apresentaram um estilo musical um pouco revivalista, numa onda rock tipicamente americana que acabou por se tornar enfadonha, um pouco pela falta de conhecimento que o público tinha das músicas do grupo que, apesar do esforço demonstrado em palco, não conseguiu cativar os poucos presentes.

Finalmente, e após um curto intervalo numa altura em que o sono provocado pela monotonia da música dos Jenny & Johnny começava a tomar conta de nós, surgem em palco os Vampire Weekend para um concerto curto e excelente, de pouco mais de uma hora, mas de uma alegria e energia contagiante. Perante um público das mais diversas faixas etárias, que comprova a a transversalidade da música do grupo, os Vampire Weekend apresentaram temas dos seus dois discos de originais, Vampire Weekend (2008) e Contra (2010).

Ao apresentarem temas curtos, um pouco à imagem dos discos editados, os Vampire Weekend proporcionaram um concerto cheio de ritmo, praticamente sem momentos mortos ou aborrecidos e transformaram o recinto do Campo Pequeno num local de festa, sendo visível no rosto do público a alegria, felicidade e prazer, que estavam a ter com a actuação do grupo.
Um excelente concerto dos Vampire Weekend, que prometeram regressar a Portugal após a gravação do próximo disco, talvez daqui a dois anos.
Ficamos a aguardar... ansiosamente.

10/11/10

Ao vivo... Bon Jovi

Data - 11 de Setembro de 1993
Local - Estádio de Alvalade
Notas - Pouco público em Alvalade (cerca de 35000 pessoas) para assistir a um bom concerto dos Bon Jovi, que contou com os UHF na primeira parte, seguidos de um Billy Idol ja na fase decadente da sua carreira. É um daqueles concertos de que não tenho grandes recordações, nem boas nem más, e como tal recorri ao site "Bon Jovi Portugal", de onde retirei alguma informação, como a setlist e uma crónica publicada num jornal da altura.

Setlist

I Believe
Wild In The Streets
You Give Love a Bad Name
Born To Be My Baby
I Can't Help Falling In Love
Bed Of Roses
Keep The Faith
I'd Die For You
Blood Money
Blaze Of Glory
Lay Tour Hands On Me
I'll Sleep When I'm Dead / Jumpin' Jack Flash
Bad Medicine / Sout
Help!
Little Wing
Wanted Dead Or Alive
In These Arms
Livin' On A Prayer
I'll Be There For You

03/11/10

Karnataka - The Gathering Light

Karnataka são um grupo formado em 1996 por Rachel Jonas (voz), Ian Jones (baixo e guitarra), Jonathan Edwards (teclas), Paul Davies (guitarra) e Gavin Griffiths (bateria).
Em "The Gathering Light", disco editado este ano de 2010, o grupo apresenta-nos um agradável disco de rock progressivo, melódico, e com alguns momentos de excessiva ligeireza, que faz com que a música do grupo quase saia da onda progressiva e chegue muito perto do New Age. No entanto, estas divagações e estes percursos musicais, são bem feitos e de forma muito agradável.
Em certos momentos, ao longo do disco e principalmente nos temas mais extensos, são feitos bons solos de guitarra, solos esses que nos fazem lembrar os Pink Floyd mas que, obviamente, estão longe do brilhantismo que David Gilmour nos proporciona.
Não quer com isto dizer que existe uma colagem ou uma aproximação que seja evidente, à música dos Pink Floyd; existe sim uma grande influência.
A música dos Karnataka, um pouco graças à voz de Rachel Jonas, apresenta-se algo diferente do que é normal no chamado rock progressivo, com um pequeno toque "ligeiro". É esse toque que faz com que o som do grupo não assuma a vertente conceptual característica do rock progressivo e que, por vezes, faz com que esse estilo musical seja demasiado enfadonho.
"The Gathering Light" é um disco diferente e, não sendo deslumbrante, dá-nos um imenso prazer a ouvir, não em "repeat", mas de vez em quando no sossego da casa e numa boa aparelhagem, pois por muito bom que um iPod possa ser, não chega ao nível de uma aparelhagem das chamadas tradicionais.

01 - The Calling
02 - State Of Grace
03 - Your World
04 - Moment In Time
05 - The Serpent And The Sea
06 - Forsaken I, II e III
07 - Tide to Fall
08 - The Gathering Light

Nota - 7/10

28/10/10

Ao vivo... Delfins

Data - 11 de Abril de 1997
Local - Coliseu dos Recreios Lisboa
Notas - Ao longo dos imensos anos de concertos, incluindo muitos no Coliseu dos Recreios de Lisboa, este foi aquele em que o Coliseu tinha maior postura humana, com uma sala completamente a "rebentar pelas costuras", num espaço onde não cabia nem mais uma pessoa, e que dava a sensação de terem sido colocados à venda mais bilhetes do que a lotação da sala.
No que se refere ao concerto, pode-se afirmar que foi uma excelente noite de uma banda que na altura estava no seu auge e que, a partir dessa data e incompreensivelmente (ou talvez não) começou a entrar numa fase de decadência que veio a dar origem a uma agonia que o grupo atravessou em termos criativos e que, como é lógico, teve influência comercialmente.
Um espectáculo inesquecível de uma banda que a pouco e pouco, vai caindo no esquecimento, um bocado por culpa própria e por decisões que foram tomadas por alguns elementos do grupo, decisões essas, na minha opinião, erradas.
O grupo deu por terminada a sua carreira em 2009, com alguns concertos pelo país.

26/10/10

Ao vivo... Mike Oldfield

Data - 22 de Setembro de 1993
Local - Pavilhão do Dramático de Cascais
Notas - Inicialmente marcado para a Praça de Touros de Cascais, este evento foi transferido para o Pavilhão do Dramático de Cascais, onde Mike Oldfield nos brindou com um concerto "demasiado" perfeito.
Sem qualquer tipo de improvisação relativamente aos originais editados em disco, o concerto de Mike Oldfield, apesar de bom, tornou-se aborrecido ao criar a sensação de estarmos a ouvir os discos deste brilhante músico nascido em Inglaterra em 15 de Maio de 1953 e que com apenas 20 anos lançou o fundamental "Tubular Bells".
Foi um bom concerto num local que já não existe e por onde passaram bons grupos.

08/10/10

Recortes... Suede em Barcelona

Como não vai passar por Portugal, vale a pena a viagem a Barcelona.

30/09/10

Entrevista... "De Fio a Pavio"

Terceira parte de uma entrevista feita no início dos anos 80, a um conjunto de jornalistas responsáveis pelo programa "De Fio a Pavio", da Rádio Renascença.
...
Perg. - Mas haverá música portuguesa que seja suficiente para ocupar esse espaço, mas que seja de qualidade?
Resp. - (Miguel Lemos) - Depende. Música com raízes populares há muita, existe o levantamento dessa música e tem qualidade. Agora, se falarmos na que é comercializada pelas editoras, penso que não abrange essa qualidade pois tem objectivos comerciais.
(João Viegas Soares) - Actualmente não existe qualquer controle se essa lei é ou não cumprida. Há emissoras que passam muito pouca música portuguesa, e a SPA (Sociedade Portuguesa de Autores) não recebe as listas das música que foram passadas na rádio durante um mês, por isso não existe controlo e, a partir daí, a eficácia da lei fica logo anulada. Se não houver um controlo, não me parece que essa lei tenha resultados práticos suficientes.
Perg. - Acham que na rádio deviam ser dadas mais oportunidades aos jovens?
Resp. - (Miguel Lemos) - Acho que se dão boas oportunidade, mas a rádio também não foge ao ao que costumamos chamar crise geral e que existe na sociedade portuguesa. Essa crise implica o desemprego e a questão do primeiro emprego para os jovens.
Perg. - Mas podem existir jovens com boas ideias para programas e que não tenham tido qualquer experiência anteriormente...
Resp. - (João Viegas Soares) - Pelo que conheço não tem surgido uma grande quantidade de oportunidade a novos valores. Nós somos jovens e somos alguns desses jovens que entraram para a rádio com pouca ou nenhuma experiência. Penso que "De Fio a Pavio" é uma prova de que os jovens têm alguma coisa a dizer.
Perg. - Mas porque razão a rádio não dá esse apoio?
Resp. - (Miguel Lemos) - Uma rádio que seja comercial vive da publicidade e dos ouvintes. As pessoas não podem surgir sem experiência, pois poderão fracassar. Penso que será essa a principal razão.
(João Viegas Soares) - Os interesses económicos sobrepõem-se ao dar novas oportunidades à juventude, o que é negativo.
(Miguel Lemos) - Acho que é negativo, mas essa falta não é tão grande como isso. A Rádio Comercial e a Rádio Renascença têm apostado em gente nova. Na Renascença tem-se apostado muito na juventude, mas mais no sector da informação.

FIM

29/09/10

Entrevista... "De Fio a Pavio"

Segunda parte de uma entrevista feita no início dos anos 80, a um conjunto de jornalistas responsáveis pelo programa "De Fio a Pavio", da Rádio Renascença.
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Perg. - Agora falem-me um pouco das linhas gerais das vossas entrevistas.
Resp. - (Miguel Lemos) - O entrevistado vai acompanhando todo o programa. Normalmente, temos uma pequena síntese noticiosa do dia e o entrevistado pronuncia-se sobre uma das principais questões em foco. Depois, ao longo do programa, procuramos ir abordando diversos temas da actualidade e, à medida que isso vai acontecendo, o entrevistado pronuncia-se sobre esses temas.
(Nuno Jonet) - Outra característica do programa, é que o entrevistado não fala durante meia hora mas sim um ou dois minutos sobre cada tema, e às vezes até fala menos tempo. Isto faz com que as pessoas não se cansem e não adormeçam ao som de uma voz. Depois, entre cada resposta, passamos uma pequena faixa musical.
Perg. - Esse género de entrevista talvez seja a primeira vez que acontece em Portugal, não?
Resp. - (Miguel Lemos) - Não direi que é a primeira vez, mas na época que corre, não existe. Usa-se muito em França e no Luxemburgo (RTL).
(João Viegas Soares) - Em Portugal o que se faz é tipo mesa redonda, com o entrevistado a ser bombardeado com perguntas durante uma hora. Neste programa, tentamos ser nós a dar a informação e o convidado a comentar o tema. Nas entrevistas, não vão ser sós os políticos a ser entrevistados, mas também pessoas ligadas à música, ao desporto, a tauromaquia, etc.
Perg. - Como jornalistas de um programa de rádio, como é que analisam a lei que vai obrigar as rádios a passarem 50% de música portuguesa?
Resp. - (João Viegas Soares) - Acho que mais do que obrigar a que exista esse espaço, se exija um mínimo de qualidade e existam estruturas para que essa qualidade exista. Essa lei vai obrigar a que se produza mais música e da melhor qualidade, para se ocupar esse espaço. Apesar de ser uma lei que considero insuficiente e incontrolável, acho que é positiva, e as leis surgem, não para criar situações novas mas em função das que já existem. Se foi preciso criar essa lei, é porque de facto estava a aparecer música portuguesa com qualidade para poder passar na rádio. É uma lei que surge para defender a música portuguesa e, na minha opinião, pode vir a ter efeitos positivos em relação à quantidade.
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28/09/10

Kele - The Boxer

"The Boxer" é o disco de estreia a solo de Kele Okereke, guitarrista e vocalista dos Bloc Party.
Aproveitando o hiato do grupo, desde o ano de 2009, Kele decidiu aventurar-se numa carreira a solo com este "The Boxer", disco produzido por Hudson Mohawke e que foi lançado recentemente.
Detentor de uma voz inconfundível, Kele, apresenta-nos um disco que não deslumbra mas também não desilude. Apesar da tentativa de um distanciamento da música dos Bloc Party, são inegáveis as semelhanças, quando mais não seja pelo facto de ser Kele Okereke o autor das músicas do grupo.
Este "The Boxer" é um disco com uma música fresca e despretensiosa, com alguns temas interessantes, mas que acaba por tornar-se enfadonho, um pouco devido ao uso excessivo de instrumentos numa onda synth-pop.
No conjunto dos dez temas que fazem parte do disco, destaco pela positiva "Everything You Wanted", um tema bem ritmado e muito forte, excelente para passar na rádio e desse modo fazer com que seja um trabalho bem sucedido, pelo menos comercialmente.

01 - Walk Tall
02 - Õn The Lam
03 - Tenderoni
04 - The Other Side
05 - Everything You Wanted
06 - The New Rules
07 - Unholy Thoughts
08 - Rise
09 - All The Things I Could
10 - Yesterday's Gone

Nota - 7/10

27/09/10

Entrevista... "De Fio a Pavio"

Primeira parte de uma entrevista feita no início dos anos 80, a um conjunto de jornalistas responsáveis pelo programa "De Fio a Pavio", da Rádio Renascença.

"De Fio a Pavio" é um dos muitos programas que preenchem parte da emissão da Rádio Renascença, aos domingos. Segundo um dos elementos deste programa, trata-se de um magazine de informação, o que se nota logo à primeira audição.
É um programa feito por jovens, cujas idades estão compreendidas entre os 19 e os 26 ano e, apesar de ser recente, já está a alcançar um certo sucesso junto dos ouvinte da Rádio Renascença.
O apresentador é o Rui Pego e da equipa deste programa fazem parte quatro jornalistas que se ocupam das entrevistas para as quais é convidado uma figura pública, que vai pronunciar-se sobre os mais diversos temas. Essa equipa de quatro jornalistas é composta pelo Carlos Ribas, Miguel Lemos, João Viegas Soares e Nuno Jonet.
Perg. - Em primeiro lugar, e devido à vossa idade, a pergunta que se impõe é se já tinham tido alguma experiência em termos radiofónicos?
Resp. - (Nuno Jonet) - Não muito. A minha experiência era em termos de informação, ao nível de noticiários. O Miguel e o Rui tiveram alguma experiência em Angola.
(Miguel Lemos) - Sim, eu e o Rui tivermos dois programas na emissora nacional de Angola, que foram o "Módulo K" e "A Voz do Estudante". Quanto ao João Soares, esta é a sua primeira experiência em termos de rádio.
Perg. - Quais os vossos objectivos ao fazerem o programa?
Resp. - (Miguel Lemos) - O nosso principal objectivo é informar, divulgar acontecimentos que dizem respeito às nossas vidas, como por exemplo política, espectáculos, etc.
(João Viegas Soares) - Nós fazemos um grande esforço no sentido de que a informação seja dada de uma maneira leve. Pensamos que, na rádio, a informação deve ser envolvida de aspectos que facilitem a sua apreensão e fazemos os possíveis por isso, no sentido que as notícias sejam comentadas e rodeadas de conversa com um convidado que temos semanalmente. A nossa informação é um tipo de informação leve e acessível, sem nos preocuparmos com discursos políticos.
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24/09/10

Ao vivo... Fausto

Data - 01 de Maio de 2010
Local - Casa da Música
Notas - Uma das raras oportunidades; um dos raros concertos de Fausto. É pena que um dos mais criativos e influentes nomes da música portuguesa actue tão pouca vezes ao vivo. É sabido que Fausto tem um feitio especial e uma certa aversão, quer a entrevistas a jornais quer a televisões. Tudo isso contribui para que ele seja alguém especial na música portuguesa, quer pela sua criatividade, quer pelo já mencionado feitio.
Para além do aclamado "Por Este Rio Acima", um dos melhores discos de sempre da música portuguesa, a carreira de Fausto esta repleta de grandes obras que não nos cansamos de ouvir, com raízes na excelente música popular portuguesa, mas com um toque de génio.
Ao vivo, Fausto, é perfeito, como perfeita é a sua música, como "quase" perfeito foi a sua actuação na Casa da Música no Porto, com um Fausto em bom nível a fazer esquecer os problemas de som. O profissionalismo do músico superou a debilidade sonora, por vezes aborrecida, com momentos em que a voz de Fausto mal se ouvia, mas o seu tocar de viola compensava essa falha.
Apesar de tudo foi um bom concerto, muito por força da raras oportunidades que existem de assistir a um espectáculo de Fausto.

23/09/10

Arcade Fire - The Suburbs

"Funeral" (2004), "Neon Bible" (2007) e "The Suburbs" (2010).
Ao terceiro disco, à terceira obra-prima, os Arcade Fire trazem-nos dezasseis temas novos, que tornam "The Suburbs" um disco longo, sem ser fastidioso.
Por incrível que possa parecer, o grupo consegue manter um nível excelente e dessa forma confirmar as potencialidades evidenciadas em "Funeral" e mantidas em "Neon Bible", onde conseguem superar o síndrome do primeiro álbum.
"The Suburbs" acaba por ser a confirmação de que este grupo - oriundo de Montreal, Canadá - é, actualmente, um dos colectivos de maior criatividade na cena indie a nível mundial, apesar de nele ser evidente uma vertente mais comercial e menos conceptual, comparativamente com os anteriores trabalhos editados pelo grupo.
No dia 18 de Novembro de 2010, os Arcade Fire vão actuar no Pavilhão Atlântico em Lisboa, num concerto que será, seguramente, memorável, não só pelas excelente músicas que o grupo tem espalhadas pelos seus três trabalhos, mas também devido aos excelentes e divertidos concertos que a banda dá, transmitindo uma energia e uma alegria contagiantes.

01 - The Suburbs
02 - Ready To Start
03 - Modern Man
04 - Rococo
05 - Empty Room
06 - City With No Children
07 - Half Light I
08 - Half Light II (No Celebration)
09 - Suburban War
10 - Month Of May
11 - Wasted Hours
12 - Deep Blue
13 - We Used To Wait
14 - Sprawl I (Flatland)
15 - Sprawl II (Mountains BeyondMountains)
16 - The Suburbs

Nota - 9/10

Ao vivo... Bruce Springsteen

Data - Dia 01 de Maio de 1993
Local - Estádio de Alvalade
Notas - Na altura era - e continuo a ser - um grande admirador de Bruce Springsteen, que finalmente dava o seu primeiro concerto em Portugal. A expectativa era enorme e perante um estádio relativamente bem composto, Springsteen deu um concerto que na minha opinião ficou um pouco aquém das expectativas. Com um alinhamento extenso, composto por cerca de trinta temas, o público saiu do estádio satisfeito apesar de demonstrar alguma frieza, talvez pelo facto de Bruce actuar sem a sua E-Street Band.
Apesar do fanatismo que tinha na altura, não considero este como um dos melhores concertos a que tenha assistido; foi um concerto de alguma nível mas, como já referi, esperava-se mais.

22/09/10

Manic Street Preachers - Postcards From a Young Man

Apesar de já há algum tempo circular na internet, foi editado esta semana Postcards From a Young Man, disco que assinala o regresso dos Manic Street Preachers, que tivemos a oportunidade de ver na edição deste ano do Alive, onde deram um bom concerto.
Este é aquele tipo de disco que se pode intitular "Radio Friendly". Composto por doze excelentes temas, todos eles propícios à edição em formato single, para assim poderem passar nas rádios, pois como sabemos (pelo menos em Portugal), a grande maioria das rádios existentes limita-se a passar os temas que fazem parte do chamado "Lado A" do single, são rádios sem programas de autor que se limitam a passar aquilo que as editoras impõem, com excepçao para as rádios Radar e Europa (se bem que esta tem outra onda musical, mais vocacionada para o Jazz).
Com este Postcards From a Young Man, o grupo formado por James Dean Bradfield (voz e guitarra), Sean Moore (bateria) e Nicky Wire (baixo), dificilmente conseguirá superar o mítico The Holy Bible, ou mesmo o anterior trabalho do grupo Journal For a Plague Lovers, editado em 2009. É, no entanto e como já referi, um excelente trabalho com canções bem construídas e melódicas, sem devaneios, numa música acessível e de grande qualidade.
Um disco extremamente agradável, de um pop discreto, belo e subtil, cujo momento alto surge logo na terceira música Some Kind Of Nothingbess, com partes a fazer lembrar os espirituaus negros, numa melodia apoteótica que conta com a colaboraçao de Ian McCulloch dos Echo & The Bunnymen.
Seguramente um dos grandes discos do ano de 2010.

01 - (It's Not War) Just The End Of Love
02 - Postcards From a Young Man
03 - Some Kind Of Nothingness (Feat. Ian McCulloch)
04 - The Descent (Part 1 & 2)
05 - Hazelton Avenue
06 - Auto Intoxication
07 - Golden Platitudes
08 - I Think I've Found It
09 - A Billion Balconies Facing The Sun
10 - All We Make Is Entertainment
11 - The Future Has Been Here 4 Ever
12 - Don't Be Evil

Nota - 9/10

Setlist... Bruce Springsteen

Setlist do concerto de Bruce Springsteen, no Estádio de Alvalade, dia 01 de Maio de 1993.

- Darkness On The Edge Of Town
- Adam Raised a Cain
- This Hard Land
- Better Days
- Lucky Town
- 57 Channels
- Trapped
- Badlands
- Many Rivers To Cross
- My Hometown
- Leap Of Faith
- Man's Job
- Roll Of The Dice
- Downbound Train
- Because The Night
- Brilliant Disguise
- Human Touch
- The River
- Who'll Stop The Rain
- Souls Of The Departed
- Born In The USA
- Light Of The Day
- Hungry Heart
- Glory Days
- Born To Run
- My Beautiful Reward
- Working On The Highway
- Rockin' All Over The World
- Bobby Jean

21/09/10

Grinderman - Grinderman 2

Grinderman 2 marca o regresso dos Grinderman, projecto liderado pelo inconfundível Nick Cave e do qual fazem parte Martyn Casey no baixo, Warren Ellis na guitarra e violino, e Jim Sclavunus na bateria.
Três anos após a edição do primeiro trabalho do grupo, estamos perante um regresso extremamente salutar e interessante, apesar de previsível. Um disco marcado, à semelhança do anterior, pela forte influência de Nick Cave, músico de uma criatividade inconfundível, que tanto nos brinda com temas caóticos e desconexos, repletos de experimentalismos como se estivessemos numa Jam Session (Bellringer Blues ou When My Baby Comes), como nos traz canções extremamente melódicas dignas de qualquer compilação de Love Songs (Palaces Of Montezuma).
Estamos perante um excelente disco, estando ao nível do melhor que Nick Cave fez até hoje e, comparando com o anterior trabalho do grupo, pode-se afirmar que Grinderman 2 está ao mesmo nível, não desiludindo mas também não surpreendendo nem inovando. Poder-se-ia afirmar que é mais do mesmo, mas na música de Nick Cave as coisas nunca são o que parecem, pois é algo inconfundível e repleto de pequenos pormenores que, com o tempo, são detectados.
Nick Cave, na minha opinião é detentor de uma capacidade criativa e de improvisação muito acima da média, como todos os génios.

01 - Mickey Mouse And The Goodbye Man
02 - Worm Tamer
03 - Heathen Child
04 - When My Baby Comes
05 - What I Know
06 - Evil
07 - Kitchnette
08 - Palaces Of Montezuma
09 - Bellringer Blues

Nota - 9/10

20/09/10

Setlist... Muse em Wembley

Setlist do concerto dos Muse, no estádio de Wembley, dia 10 de Setembro de 2010.

Uprising
Supermassive Black Hole
New Born
Neutron Star Collision (Love Os Forever)
Butterflies & Hurricanes
Guiding Light
Hysteria
Nishe
United States Of Eurasia
I Belong To You (Mon Coeur S'Ouvre à Ta Voix)
Feeling Good
MK Jam
Undisclosed Desires
Resistance
Starlight
Time Is Running Out
Unnatural Selection
Soldier's Poem
Exogenesis: Symphony, Part 1: Overture
Stockholm Syndrome
Take a Bow
Plug In Baby
Knights Of Cydonia

19/09/10

Ao vivo... Alphaville

Data - 26 de Março de 2010
Local - Campo Pequeno
Notas - Um dos primeiros concertos da digressão que assinala o regresso dos Alphaville aos palcos. Justamente por isso, foram evidentes algumas falhas em termos de espectáculo e de interpretação musical. Perante um recinto que não esgotou, mas que estava bem composto, a banda formada no ano de 1983 em Munster na Alemanha e liderada por Marian Gold, apesar de alguns desacertos, não desiludiu os presentes, muitos deles com o intuito de recordarem os bons momentos passados, nos longínquos anos 80, muitos deles ao ritmo da música dos Alphaville. Quem não se lembra de "Dance With Me", "Jerusalem", "Big In Japan", "Sound Like a Melody" e "Forever Young"? Apesar de, num aspecto geral, a carreira do grupo não ter atingido grande nível, quer do ponto de vista comercial quer de qualidade, alguma da sua música permanece intemporal. Arrisco a afirmar que, por exemplo "Forever Young", é um tema que continua a ser ouvido por gente de todas as idades e, tenho a convicção que daqui a muitos, muitos anos, passar-se-á o mesmo. Apesar de uma carreira que se resume a um ou dois trabalhos, a música dos Alphaville perdura, percorrendo várias gerações e, talvez tenha sido esse o motivo para, no Campo Pequeno, ter estado público de todas as idades.
A primeira parte do concerto foi assegurada por um Gomo descontraído, que deu um bom concerto, não se deixando inibir pela indiferença do ainda pouco público presente na sala.

18/09/10

Recortes... Tindersticks

Autógrafo de Earl Harvin, baterista dos Tindersticks, no dia 06 de Fevreiro de 2010, em que deram um excelente concerto na cidade da Guarda.

17/09/10

Blog da semana

Toxicidades é o Blog da Semana no Cotonete.
Link no canto superior direito.

16/09/10

Interpol - Interpol

"O bom filho à casa torna".
Este ditado aplica-se aos Interpol que, cerca de seis anos após abandonarem a editora em que fizeram os melhores trabalhos, a Matador, regressam com este "Interpol". Liderados pelo carismático guitarrista e vocalista Paul Banks, trazem-nos um excelente disco, repleto de belas canções, densas, de uma densidade que só os Interpol conseguem transmitir, com uma voz igualmente densa e "escura", quase que tenebrosa, e uma guitarra em constantes divagações e solos discretos mas densos e intensos, que nos enebriam e arrepiam.
Apesar de, à partida, estar longe do nível do primeiro trabalho do grupo "Turn On The Bright Lights" datado de 2002, este "Interpol" é um excelente disco que, atrevo-me a incluir naquele género de disco que se aprende a gostar à medida que o vamos ouvindo.
Normalmente, esse tipo de disco, torna-se uma obra de arte porque, a arte aprecia-se, e quanto mais se aprecia, à medida que a vamos apreciando, gostamos cada vez mais.

01 - Success
02 - Memory Serves
03 - Summer Well
04 - Lights
05 - Barricade
06 - Always Malaise (The Man I Am)
07 - Safe Without
08 - Try It On
09 - All Of The Ways
10 - The Undoing

Nota - 8/10

01/09/10

Ao vivo... Super Bock Super Rock

Cartaz da edição do Festival Super Bock Super Rock de 2010, na Aldeia do Meco.

31/08/10

Pulseira... Super Bock Super Rock

Pulseira da edição de 2010 do Festival Super Bock Super Rock

30/08/10

Ao vivo... Festival Alentejo

Data - 30 de Julho de 2010
Local - Zona Industrial de Évora
Notas - Primeiro dia da primeira edição do Festival Alentejo, em Évora. Com um cartaz baseado ma música dos anos 80, creio que a afluência de público terá ficado muito aquém das expectativas da organização. Neste primeiro dia, ao chegar ao recinto à hora do início dos concertos, o aspecto era desolador. Pouco mais de 100 pessoas estavam presentes para receberem os Abba Platinum, grupo que se dedica de uma forma quase "assassina" a tocar temas dos Abba. Demasiado mau para ser verdade e a única coisa que quem não assistiu perdeu, foi o poder comprovar que existem grupos mesmo muito maus, para não dizer péssimos.
Quanto a CJ Ramone, e perante algum público, foi uma agradável surpresa com o ex-Ramones a fazer-se acompanhar por uma banda de bom nível que nos trouxe à memória a música dos Ramones, com o ritmo alucinante que o grupo praticava em palco, com o característico 1, 2, 3, 4, e de seguida arranca um tema com grande ritmo.
Apesar do ambiente ter melhorado um pouco, o público continuava escasso. Talvez pouco mais de duas mil pessoas estavam no recinto para assistir a um bom concerto de Peter Murphy, em jeito Best Of, que percorreu toda a sua carreira, não deixando de lado os clássicos Subway, Cuts You Up ou Strange Kind Of Love, entre tantas outras belas canções que o "Sr. Bauhaus" nos cantou durante quase duas horas de espectáculo.
Este sim, foi um bom concerto, e, quem não pode assistir, não sabe o que perdeu.
Quanto ao festival, propriamente dito, talvez tenha "pernas para andar", pois realiza-se numa bela cidade e o local é de fácil acesso, com muito espaço para estacionamento. Na minha opinião, precisa de mais alguma divulgação e de limar algumas arestas no que diz respeito à organização.

27/08/10

Ao vivo... Jonas Brothers

Data - 21 de Agosto de 2010
Local - Nikon At Jones Beach Theater
Notas - Apesar de não ser apreciador do grupo, foi a terceira vez que vi Jonas Brothers ao vivo, para satisfação da minha filha que, desta vez me fez ir até New Yok. Este é aquele concerto que vai ficar na "minha história", não só pelo facto de ter ido a outro continente numa viagem de fim-de-semana, como também devido a um factor de imensa sorte: uma troca de bilhetes que nos "atirou" para a zona VIP do recinto, com direito à possibilidade de assistirmos ao soundcheck do grupo, em que eles aceitavam responder às questões que lhes fossem colocadas por um grupo restrito de cerca de 100 pessoas, composto maioritariamente por adolescentes que jamais irão esquecer esse dia, não só pela simpatia demonstrada pelos músicos, como também por terem tido a oportunidade de estar perto dos seu ídolos.
Musicalmente, a primeira parte foi feita por um misto de actores do filme da Disney, Camp Rock, e com a actuação da Demi Lovato. Num ambiente de alegria, foram recriadas em palco cenas, danças e canções do filme que tem estreia prevista nos Estados Unidos para o início de Setembro.
Finalmente, perto das 21 horas, perante um ambiente misto de histeria e euforia, com gritos ensurdecedores e indescritíveis, entraram em palco os três irmãos, os Jonas Brothers. Durante cerca de hora e meia Joseph Jonas, Kevin Jonas e Nicholas Jonas, levaram ao rubro as cerca de 16000 pessoas que enchiam o excelente recinto de espectáculos, com um som de grande qualidade. A felicidade do público mais novo, estava espelhada nos seus rostos, nos seus olhos, e essa felicidade tão evidente, acabava por passar para os pais que ficavam felizes por ver os seus filhos radiantes, com um brilho nos olhos extremamente bonito.
Mesmo sem ser apreciador da música do grupo, reconheço que este foi um dos concertos que ficará, para sempre, na minha memória.
Os Jonas Brothers são, acima de tudo, um grupo que sabe respeitar a imensa legião de fans, sem caírem na tentação do fácil agrado com discursos infantis. Tratam o público adolescente de uma forma adulta.

25/08/10

Ao vivo... Tony Allen

Data - 06 de Março de 2010
Local - Casa da Música
Notas - Apesar de pequena, a sala 2 da excelente Casa da Música, foi demasiado grande para receber um dos melhores bateristas do mundo. A pouca promoção ao evento, aliada à pouca divulgação da sua música em Portugal, fez com que a sala não estivesse cheia, apesar de estar bem composta por um público conhecedor da obra de Tony Allen e das suas qualidades como baterista, actividade que começou na banda do lendário Fela Kuti, músico nigeriano considerado por muitos como o melhor músico africano de todos os tempos. Tony Allen - nascido no dia 12 de Agosto de 1940 em Lagos na Nigéria - era também director musical (não oficial) de Kuti e um dos maiores divulgadores do Afro-Beat pelo mundo.
Quanto ao concerto, foi de grande qualidade e era impressionante ver a cara do público, completamente deliciado com a actuação de Allen, um público devoto, do qual faziam parte muitos jovens que andam a aprender a tocar bateria e não quiseram desperdiçar a oportunidade de ver ao vivo, num ambiente quase intimista e acolhedor um dos melhores bateristas de sempre. Tony Allen fez-se acompanhar por um excelente grupo de músicos, permanentemente em festa em cima do palco, uma característica que só a música africana e os músicos de raízes africanas conseguem transmitir, pelo menos daquela maneira.
Tony Allen demonstrou como é fácil tocar bateria, não sendo preciso aquele espalhafato e aparato com que somos brindados, quase de forma despropositada, em muitos concertos a que assistimos

20/08/10

Ao vivo... Rock In Rio

Data - 30 de Maio de 2010
Local - Parque da Bela Vista
Notas - O dia "mais pesado" da edição deste ano do Rock In Rio. Um cartaz equilibrado e coerente, mas que pecava pela ausência de um grande nome que atraísse muito público. O recinto não encheu e, devido aos grupos intervenientes, merecia um pouco mais de espectadores, apesar de ser expectável o contrário. O chamado grande nome deste dia eram os Rammstein, que no entanto tinham passado pelo Pavilhão Atlântico no dia 08 de Novembro de 2009, concerto esse que ficou aquém das expectativas no que ao público dizia respeito.
Quanto ao Rock ln Rio deste dia, destaco os Motorhead, liderados pelo carismático Lemmy Kilminster. Apesar de actuarem durante o dia e com as limitações de horários conseguiram dar um concerto bastante enérgico e muito bom, não se deixando "abalar" pela ausência de público, que mais uma vez andava à caça de presentes.
Do concerto dos Soulfly, primeiro grupo a subir ao palco do Parque da Bela Vista, seguramente não irá rezar a história.
Já os Megadeath, foram uma desilusão com um Dave Mustaine nitidamente "em baixo de forma", com falhas de voz constantes ao longo de toda a actuação.
Relativamente aos Rammstein, deram um concerto ao seu nível com muita pirotecnia e com um som de grande qualidade e extremamente cuidado. Os concerto do grupo valem muito pelo seu cariz teatral.

18/08/10

Ao vivo... Festival Super Bock Super Rock


Data - Dias 16, 17 e 18 de Julho de 2010
Local - Meco
Notas - O festival mais mutante de Portugal este ano foi até ao Meco. Se em termos comerciais parece ter resultado, no que diz respeito às condições do recinto e da zona para receber cerca de 20000 pessoas por dia, foi um autêntico desastre. O muito pó dentro do recinto, tornava o ar praticamente irrespirável; as estradas de acesso ao recinto tinham filas de quatro horas de trânsito (muita gente a desistir e voltar para trás); o parque de estacionamento era ridículo, sem qualquer iluminação e de onde era extremamente difícil sair. Em termos, digamos logísticos e de mobilidade, foi talvez o pior festival de sempre em Portugal.
Quanto à vertente musical, o festival esteve sempre em bom nível, com um cartaz bem elaborado e recheado de grandes nomes, em ambos os palcos.
Pelo palco secundário passaram, entre outros os excelentes Beach House e Grizzly Bear.
No que ao palco principal diz respeito, destaco os magníficos concertos dos National e de Prince. Enquanto Prince confirmou ser, na minha opinião um dos melhores guitarristas da actualidade, os National deram aquele que para mim foi o melhor concerto da edição deste ano do Super Bock Super Rock.
Quanto aos Pet Shop Boys, demonstraram ser extremamente profissionais, com uma "máquina" bem oleada, onde não existe qualquer falha: a experiência do grupo nota-se, e é notável.
Já os Keane ficaram um pouco abaixo do esperado, fruto de uma música que se repete e acaba por tornar-se maçadora, apesar do esforço por parte de Tom Chaplin, talvez ciente das fragilidades da música do grupo que lidera de forma incontestável.
Finalmente, quanto aos Spoon e Cut Copy, não acrescentaram nada de novo.
Infelizmente não estive presente no dia dos Vampire Weekend, Hot Chip e Julian Casablancas, entre outros.
Para o fim, propositadamente, deixei o concerto do grupo liderado por Jorge Palma: Palma's Gang. Composto por elementos dos Xutos e Pontapés e dos Radio Macau, este grupo merecia ser liderado por alguém com mais sentido de responsabilidade e que respeitasse o público que de uma forma quase cega o aplaude. Um Jorge Palma alcoolizado, numa actuação desastrosa. Tenho pena que aquele que eu considero um dos melhores músicos portugueses dos últimos anos não consiga, pelo menos aparentemente, superar a dependência do álcool. É pena pois ele é muito bom no que faz.
Acrescento que sou um grande admirador do Jorge Palma, desde o final dos anos 70, mas deixei de assistir a concertos dele (em nome próprio, não festivais), justamente por essa razão.

16/08/10

Ao Vivo... Optimus Alive

Data - 09 de Julho de 2010
Local - Passeio Marítimo de Algés
Notas - O principal motivo que me levou à edição deste ano do Optimus Alive foi poder assistir ao concerto dos Manic Street Preachers, grupo de que sou grande admirador e que raramente dá concertos ao vivo, pelo menos em Portugal. Tinha tido a oportunidade de assistir a um concerto deles no Coliseu dos Recreios no já longínquo dia 02 de Novembro de 1998. Desde então esperava ansiosamente por uma nova oportunidade, uma nova data para ver Manic Street Preachers; quase doze anos depois, finalmente chegava esse dia, com o senão de ser num festival e não em nome próprio. Fui um bom concerto em jeito Best Of, no qual o grupo percorreu de forma profissional e excelente, toda a sua carreira. No fim, ficou a promessa de regressarem, e esperamos que seja nos Coliseus. A não perder.
Quando ao resto do dia, no chamado palco secundário foi possível assistirmos a um bom concerto dos Maccabees, que apesar de actuarem perante pouco publico, conseguiram alhear-se disso, enquanto que os Holy Ghost, estiveram muito aquém do esperado.
Voltando ao chamado palco principal, por lá passaram ainda os Skunk Anansie que deram um excelente e poderoso concerto, com uma Skin completamente endiabrada, de uma energia contagiante; quanto aos Jet, foi um concerto que não deixa grandes lembranças; quanto aos Mão Morta, foi pena a falta de conhecimento e desinteresse demonstrado por algum público presente e ficou a ideia que os Mão Morta, actualmente, funcionam melhor em espaços tipo Coliseu dos Recreios, mas também ficou a ideia que a música do grupo não chega ao público mais novo e, os grandes fans do grupo actualmente, são os mesmos que o eram outrora.

13/08/10

Ao vivo... Rock In Rio

Data - 29 de Maio de 2010
Local - Parque da Bela Vista
Notas - Este era o dia dedicado à família. Um alinhamento cuidadosamente elaborado para o público mais jovem, até nos horários. A "sessão" começou mais cedo para não acabar tarde, pois a maior parte do público esperado rondaria os 15-17 anos. Do que ficou deste dia, foi a actuação forte e segura dos Dzrt, grupo que não aprecia mas onde se nota uma evolução em termos musicais e ao vivo. Quanto aos Mc Fly, não gostei da actuação do grupo, nem musicalmente nem do seu pseudo sentido de humor. Amy Mac Donald deu um espectáculo somente agradável, não ficando qualquer pormenor na memória, excepto a constante troca de guitarras entre todas (mesmo todas) as músicas.
Quanto à rainha da noite, Miley Cyrus, foi, na minha opinião (não sou fan), apenas uma princesa. Um princesa bonita, mas que musicalmente esteve um pouco aquém do esperado, pelo menos de quem não é grande apreciador. Pareceu-me uma actuação de certo modo fraca, mas os milhares de fans que encheram o Parque da Bela Vista, naquela que foi a maior enchente do RiR deste ano, esses milhares de fans adoraram e saíram do concerto com um sorriso de felicidade estampado nos olhos. Para esses jovens que lá estavam, será seguramente um dia memorável.

11/08/10

Ao vivo... Rock In Rio

Data - Dia 27 de Maio de 2010
Local - Parque da Bela Vista
Notas - Na edição deste ano do Rock In Rio, este era o dia em que se esperava mais público, muito por causa dos Muse. O dia, num misto de feira com festival de música, começou com a actuação dos portugueses Fonzie. Pouco público junto ao palco pois a principal preocupação de uma grande maioria das pessoas que assiste ao Rock in Rio, é andar à procura dos imensos presentes que são oferecidos pelos patrocinadores, desde os preservativos, a sofás insufláveis em que estavam cerca de três horas nas filas para os poderem receber.
É triste mas é a realidade do Rock in Rio.
Quanto à música, que é o que interessa, a actuação dos Fonzie foi fraca e com pouco público; seguiram-se os Xutos e Pontapés que conseguiram arredar muita gente da caça ao brinde e, como era expectável, deram um bom concerto. Já os Snow Patrol, tiveram uma actuação esforçada e agradável, mas sem deslumbrarem. Simpáticos e comunicativos mas... pouco mais. Não desiludiram mas também não deslumbraram, deslumbre esse que era esperado com os Muse.
A banda liderada por Matthew Bellamy praticamente esgotou o Parque da Bela Vista, num concerto que soube a pouco, em que o grupo percorreu toda a sua carreira, tocando todos os grandes êxitos. Quando refiro que soube a pouco, é porque penso que podiam improvisar um pouco mais musicalmente, pois são excelentes executantes. Matthew Bellamy, cada vez se aproxima mais de ser um dos melhores guitarristas da actualidade e como tal , podia e devia, aproveitar esse dom para, aí sim, nos deslumbrar. Continua a não o fazer.
Talvez em Wembley, onde vou estar em Setembro, o faça.

27/07/10

Ao vivo... Rock In Rio

Data - 22 de Maio de 2010
Local - Parque da Bela Vista
Notas - Apesar de não ser um festival de que goste, particularmente, tenho de reconhecer que em termos de organização e marketing é o melhor. Tem um objectivo diferente de um Sudoeste, Super Bock Super Rock ou Paredes de Coura, e esse objectivo é visível no cartaz dos vários dias (com excepção do dia "mais pesado"). O Rock In Rio é um evento de cariz mais familiar e mais calmo. Neste dia 22 passaram pelo parque da Bela Vista, Elton John, Leona Lewis e João Pedro Pais, entre outros.
Quanto aos espectáculos, enquanto João Pedro Pais esteve em bom nível e visivelmente bem disposto, Leona Lewis desiludiu (excepção feita à sua beleza); Leona esteve mal, demonstrou estar insegura e desafinou imenso numa actuação desastrosa.
Já Elton John, esteve em bom nível. Com um alinhamento em jeito "Best Of", Elton John percorreu todos os grandes êxitos da sua longa (mas nem sempre boa) carreira. Grande profissionalismo de alguém que ao longo dos anos nos brindou com belas músicas que permanecem intemporais e agradam a um público de todas as idades.