17/11/10

Ao vivo... Interpol

Data - 12 de Novembro de 2010
Local - Campo Pequeno
Notas - O que define um bom concerto:
- A qualidade do som?
- A prestação dos músicos?
- O ambiente proporcionado pelo entusiasmo do público?

Só através de uma análise a estes três parâmetros, em conjunto ou em separado, é que podemos chegar a uma conclusão relativamente ao que se passou no concerto dos Interpol, realizado no Campo Pequeno.
Se a prestação dos músicos esteve em excelente nível, levando a que o público que quase encheu o recinto tivesse uma entrega extraordinária quase à beira do êxtase, já a qualidade em termos sonoros foi lastimável. Um som enrolado, que em determinadas alturas nos fazia lembrar uma sessão de Drum and Bass, fazia com que as guitarras não tivessem um som definido e a própria voz de Paul Banks, por vezes, era imperceptível.
No que diz respeito à setlist escolhida ela foi quase irrepreensível, ao percorrer todos os quatro álbuns editados por este grupo que se formou em Nova York em 1998 e que lançou os excelentes “Turn On The Bright Lights” em 2002 e “Antics” em 2004 (ambos para a Matador), o mal-amado “Our Love To Admire” em 2007 (editado pela Capitol), e finalmente “Interpol” em 2010 que os trouxe de regresso à editora que os descobriu e onde tinham editado os dois primeiros discos, a independente Matador. Este regresso à editora que os lançou foi positivo para o grupo, que deste modo abandonou o estilo mainstream que os caracterizou na altura da gravação de “Our Love To Admire” para a Capital.
Dos temas que foram tocados pelos Interpol, que graças à sua experiência, conseguiram “dar a volta” ao mau som, ficou a faltar “Pioneer to The Falls” do tal disco mal-amado. Fora isso, como já referi, a setlist foi muito boa.
Na primeira parte tocaram os também americanos, Surfer Blood, grupo formado em 2009 e que editou este ano o muito aclamado “Astro Coast”. Para além de terem que se debater com o mau com, também tiveram de lidar com algum desconhecimento da música do grupo por parte do público. Apesar destes contratempos, não desiludiram e conseguiram animar o público presente, devoto dos Interpol.
Partindo do princípio que na definição do nível do concerto são considerados os três parâmetros como um todo, pode-se dizer que foi uma noite bem passada, com música bem tocada e que nos divertiu, mas que podia ter sido inesquecível, se o som tivesse ajudado.

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