23/05/12

Ao vivo... Bruce Springsteen

Data - 13 de Maio de 2012
Local - Estádio Olímpico de Sevilha
Notas - Apesar de Bruce Springsteen regressar a Portugal este ano de 2012 para o Festival Rock in Rio - desta vez com a sua E Street Band, ao contrário do que aconteceu quando da sua passagem pelo Estádio de Alvalade em 1993 -  nada como assistir a um concerto do "Boss" em nome próprio, acompanhado pela sua mítica banda, infelizmente sem o lendário saxofonista, Clarence Clemons, The Big Man, falecido no dia 18 de Junho de 2011. Vi Clarence Clemons tocar nos concertos de Bruce Springsteen em Madrid (07.06.1999) e Valladolid (01.08.2009), e jamais esquecerei a entrada do músico em palco, com todo o seu porte, estilo e carisma, que faziam com que fosse tão aplaudido como o próprio Bruce. Por norma, Clemons era o último a entrar em palco, como se nos concertos de Springsteen, ele fosse a cereja no topo do bolo. E era.
Nesta Wrecking Ball Tour, Springsteen faz-se acompanhar pelos suspeitos do costume, a sua E Street Band, com os "residentes" Stevie Van Zandt, Nils Lofgren, Roy Bittan, Max Weinberg, Garry Tallent e Patti Scialfa (ausente neste concerto), à qual junta Soozie Tyrell, Charles Giordano e Jake Clemons (filho de Clarence) no saxofone, como que a querer manter o espírito de Clemons dentro do grupo.
O alinhamento escolhido acabou por surpreender, com a inclusão de alguns temas, como por exemplo "The Ties That Bind", "Darlington County" ou "Out in The Street", nos quais se destacam o saxofone, ficando desde logo a ideia que esta digressão acaba por funcionar como uma espécie de homenagem a um músico que acompanhou Bruce Springsteen durante toda a sua carreira, uma homenagem mais do que justificada.
Logo a abrir o concerto, Springsteen começa com "Badlands", pondo ao rubro uma plateia que, apesar de estar sob uma temperatura de 35 gruas não se conteve, e ainda teve forças para vibrar e saltar de alegria,  alegria essa que permaneceu durante toda a noite e que acabou por passar para  palco, ou terá sido a alegria do palco que passou para a plateia?
Não deixou de ser impressionante toda a energia que, não só Bruce Springsteen mas todo o grupo, demonstram quando estão em palco, com momentos em que agem como crianças, em que brincam uns com os outros, ora atirando água com as esponjas de se refrescarem, ora pura e simplesmente rindo, como miúdos no meio de uma grande diversão.
E este concerto foi isso, e muito mais. Seguramente marcante para toda a gente presente foi quando na introdução a "My City Of Ruins", Springsteen diz:
"So Who is The "Minister of Soul" and the "Secretary Of The Brotherhood?"
"Do I have to say his name?"
Não foi necessário, pois os cerca de 40000 espectadores começaram a chamar em uníssono, Clarence Clemons, num momento simultaneamente impressionante e arrepiante, para que ele os pudesse ouvir, onde quer que esteja, no reino do arco-íris.
Foram, como já foi referido, quase três horas de magia, com um Bruce Springsteen extremamente simpático e brincalhão, divertido e a interagir imenso com o público, a ir buscar uma menina à plateia para cantar em dueto "Darlington County", ou a ir buscar outra para, por breves momentos, fazer o papel que Courteney Cox fez no vídeo de "Dancing in The Dark".
Foram, ao todo, 27 músicas.
Foi, também, uma actuação memorável de um músico com 62 anos (23.09.1949), mas que continua a estar em palco como se tivesse 20.
Brilhante.