14/08/12

Dead Can Dance... Anastasis

Dezasseis anos após a edição do último disco de originais, "Spiritchaser" de 1996, os Dead Can Dance - na minha opinião, um dos expoentes máximos da qualidade musical - estão de regresso aos discos, com este "Anastasis".
Ao décimo disco de originais, o grupo formado por Brendan Perry e Lisa Gerrard, na Austrália em 1981, abandona a sua editora de sempre, a 4 AD, e grava para a Pias Recordings.
Não estando perante um disco que apresente algo de novo em relação aos álbuns editados pelo grupo, "Anastasis" é mais um trabalho de grande nível, o que acaba por não surpreender, pois uma das características dos Dead Can Dance é não conseguirem editar discos de fraca qualidade, e para provar isso basta percorrer, até de forma aleatória, a sua discografia, desde "Dead Can Dance" de 1984 até este "Anastasis", de 2012.
Mesmo estando praticamente inactivos durante os últimos dezasseis anos, os Dead Can Dance conseguem manter o nível qualitativo de uma música que funde vários estilos de uma forma única e que nos leva numa viagem de cerca de cinquenta minutos, durante a qual percorremos vários continentes através de sons e cheiros criados subtilmente, que nos transportam até ao continente asiático, ou ao africano, ou ao europeu, sem nunca perder a identidade do grupo e a sua forma de interpretar uma música muito própria mas abrangente, na qual momentos de densidade contagiante e mágica da voz de Brendan Perry, contrastam com momentos de beleza melódica e inebriante da voz de Lisa Gerrard, e essa conjugação de vozes e sons, acaba por nos prender e seduzir durante a audição de um disco extremamente equilibrado, sem pontos fracos ou fortes, do qual não é possível destacar uma música, mas sim um conjunto composto por todos os oito temas que o compõem, que fazem parte de algo que nos satisfaz ao juntar duas excelente vozes, que somente em "Return Of The She-King" funcionam em dueto, mas que graças aos exercícios vocais aliados à beleza sonora do grupo, fazem de "Anastasis" um dos melhores trabalhos do corrente ano, o que, como referi no início, não surpreende, pois tem o "selo de garantia" Dead Can Dance.

01 - Children of The Sun
02 - Anabasis
03 - Agape
04 - Amnesia
05 - Kiko
06 - Opium
07 - Return Of The She-King
08 - All In Good Time

Nota - 8.8/10

P.S. - Os Dead Can Dance vão actuar na Casa da Música no próximo dia 24 de Outubro, num concerto para o qual os bilhetes esgotam em hora.

04/08/12

Baxter Dury... Happy Soup

Baxter Dury nasceu no dia 8 de Novembro de 1972, em Inglaterra.
Filho de Ian Dury, começou as suas aventuras musicais aos 30 anos, começou as suas aventuras musicais aos 30 anos, com a edição em 2002 do disco "Len Parrot's Memorial Lift", editado pela  Rough Trade dois anos após  morte do pai, o criador do   já clássico "Sex and Drugs and Rock N Roll", que faleceu no dia 27 de Março de 2000, vitima de cancro.
Após uma relativa boa aceitação por parte do público do seu primeiro disco, Baxter Dury editou em 2005, ainda para a Rough Trade, "Floor Show", disco que foi bem recebido pela critica em geral, e que funcionou como confirmação do seu talento musical num estilo Indie-Pop, com a sua forma suave de tocar e cantar.
Após um intervalo de 6 anos, Baxter está de volta às edições discográficas, com este "Happy Soup", editado pela Regal.
Neste disco são evidentes as influências do estilo musical que o pai, Ian Dury, desenvolveu durante toda a sua carreira, com um pouco de New Wave à mistura com um pop ligeiro e alguns bons pormenores instrumentais.
"Happy Soup" é um disco equilibrado, que tanto navega pelos mares da New Wave como pelo Dream Pop suave, chegando mesmo a aproximar-se de uma toada mais comercial com o tema de abertura, "Isabel", uma canção bem ritmada, com um refrão bem colocado e bons pormenores ao nível de guitarras, o que acaba por ser uma constante ao longo dos dez temas que fazem parte do disco, do qual dificilmente se consegue destacar um, música, pois todos eles são de bom nível.
Se em alguns casos existe um certo abuso no uso de coros, como por exemplo "Claire", outros  há em que eles surgem de uma maneira perfeita, num disco de bom nível, editado por um músicos que ao terceiro disco consegue manter os níveis de qualidade dos anteriores, sendo portanto, alguém a seguir com atenção.

01 - Isabel
02 - Claire
03 - Leak At Disco
04 - Afternoon
05 - Happy Soup
06 - Trellic
07 - Picnic On The Edge
08 - Hotel in Brixton
09 - The Sun
10 - Trophies

Nota - 7.9/10