31/07/17

Ao vivo... Festival Músicas do Mundo


Data - 28 e 29 de Julho de 2017
Local - Castelo de Sines
Notas - Neste segundo fim-de-semana daquele que começa a ser considerado um dos grandes festivais de World Music à escala global, a bonita cidade de Sines encheu-se para receber música dos quatro cantos do mundo.
Do extenso cartaz destes dias, a escolha recaiu sobre os BCUC (África do Sul), Fatoumata Diawara & Hindi Zahra (Mali / Marrocos), Mário Lúcio (Cabo Verde), Lura (Cabo Verde), Gaye Su Akyol (Turquia), Oumou Sangaré (Mali) e Tiken Jah Fakoly (Costa do Marfim).
O melhor concerto deste fim-de-semana foi o dos sul-africanos BCUC que proporcionaram um espectáculo soberbo e contagiante, com temas longos de cerca de 20 minutos mas que não se tornavam enfadonhos.
Sempre no palco situado no interior do Castelo de Sines, seguiu-se Fatoumata Diawara & Hindi Zahra (Mali / Marrocos) com um concerto cheio de charme e classe musical; Mário Lúcio (Cabo Verde) com o seu Funaná um pouco monótono; Lura (Cabo Verde) com a curiosidade de o recinto do Castelo estar completamente cheio num final de tarde / início de noite, o que não é de todo normal em Sines, quando o tempo está bom e existe uma excelente praia mesmo ali ao lado; Gaye Su Akyol (Turquia) com um bom concerto mas que poderia ter sido ligeiramente mais curto; Oumou Sangaré (Mali) o principal nome do dia e uma das mais importantes figuras da música do Mali, mas que não conseguiu empolgar como era expectável; e para finalizar a edição deste ano dos concertos no castelo Tiken Jah Fakoly (Costa do Marfim) ao som do reggae africano.
Se musicalmente o festival começa a ser reconhecido a nível internacional, o que é excelente, isso origina um problema à organização: a massificação.
É cada vez mais gente a querer assistir e o recinto é limitado pois os concertos principais são no interior do castelo. Para além disto, a cidade de Sines não tem estruturas em termos de hotelaria para muito mais gente nesta altura do ano e pareceu começar a surgir algum descontentamento por parte dos residentes, o que não é nada conveniente.
Perante este cenário de massificação versus capacidade da cidade de Sines, creio que não será conveniente que a organização ceda à tentação de ter cada vez mais público e desse modo aumentar as receitas.
Claro que é agradável e excelente poder assistir a concertos de grandes nomes da World Music, como por exemplo o de Oumou Sangaré, mas aí surge o reverso da medalha, o excesso de público, e todos sabemos que nem sempre são os grandes nomes a proporcionarem os melhores concertos.
Como comecei por referir no início do texto, o melhor concerto do fim-de-semana foi dos sul-africanos BCUC, um grupo que urge ouvir e descobrir; e não se pense que o facto de alguns dos temas terem cerca de 20 minutos é "assustador"; nada disso, quando se ouve esta banda do Soweto, nem se dá pelo do passar do tempo.