Data - 07 de Fevereiro de 2011
Local - Aula Magna
Notas - A sala da Aula Magna esgotou para assistir à estreia dos norte-americanos, de Seattle, Band Of Horses.
Apesar da sua excelência, a sala acaba por ter um efeito redutor no que à chamada prestação do público diz respeito. Se por um lado cria um ambiente intimista, por outro lado e em certos estilos musicais, limita e inibe a reacção do público, criando uma espécie de barreira, invisível mas evidente, entre os espectadores e os músicos.
O concerto dos Band of Horses acabou por ser penalizado por isto, pois enquanto nas músicas que o grupo tocou com uma vertente mais intimista - fruto das influências country-folk americanas - existiu uma verdadeira simbiose entre o público e o grupo, já naquelas num estilo mais rock - com as influências do meio musical de Seattle - ficou evidente uma certa relutância dos espectadores em se soltarem e vibrarem, um pouco graças ao efeito "auditório", em que está toda a gente sentada.
Considero a Aula Magna uma das melhores salas para concertos de Lisboa e com uma acústica excelente, mas para um género musical mais próximo ou que se queira aproximar do rock, fica a faltar algo, fica a faltar "espaço" para que as pessoas possam dançar e saltar descontraídamente.
Talvez por isso, o concerto que os Band Of Horses deram tenha ficado um pouco aquém das expectativas, com alguns momentos de uma ligeira monotonia que quase nos levaram ao bocejo. Não tendo sido um um concerto memorável, também não se pode afirmar que tenha sido mau. Teve excelentes momentos musicais que alternaram com os já referidos momentos de alguma monotonia e quebras de ritmo, mas com uma setlist boa que percorreu os três álbuns editados pelo grupo: Everything All The Time (2006), Cease To Begin (2007) e Infinite Arms (2010). O momento alto da noite surgiu, como era previsível, com "The Funeral", numa interpretação de grande nível em que o público se rendeu em definitivo à banda liderada por Ben Dridwell.
Em termos gerais foi um bom concerto, mas fica a ideia que o grupo consegue e pode fazer melhor, nomeadamente no alinhamento das músicas, pois como já foi referido a setlist foi boa, mas na minha opinião, o alinhamento das músicas podia ter sido diferente, para que desse modo não surgissem as quebras de ritmo que surgiram e que quebraram o entusiasmo do público.
A primeira parte, esteve a cargo de Mike Noga & Gentlemen Of Fortune, trio australiano que durante cerca de 30 minutos, presenteou-nos com uma música de grandes influências do folk-rock norte-americano, tendo inclusivamente tocado uma cover de Bob Dylan. Uma primeira parte agradável e de bom nível.