Local - Discoteca Lux
Notas - Não fosse o imenso número de convites atribuídos para este concerto, e a sala da discoteca Lux teria uma aspecto desolador. A título de curiosidade, é de referir que após o primeiro controle à entrada da discoteca é criada uma nova fila no cimo das escadas, à espera da abertura da sala onde se vai realizar o concerto; nesse local, a fila dos convites era praticamente do tamanho da dos pagantes. Se por um lado isto tem algo de positivo, pois dessa forma a sala fica "mais composta", por outro lado não deixa de ser relevante o facto de estar tão pouca gente (pagante) para assistir ao concerto. Se são ou não sinais de crise, desconheço, mas um facto é que não existiu grande promoção a nível da imprensa, e como se sabe, a maior parte dos jornais em Portugal, só fala deste tipo de eventos, caso existam "contrapartidas"; realço, por exemplo, a ausência de qualquer crónica no site da Blitz. A esta falta de divulgação, junta-se ainda o facto de o grupo não ser muito conhecido em Portugal, apesar de ter dois excelentes discos editados, "Album" em 2009 e "Father, Son, Holy Ghost" em 2011, ambos uma presença assídua nas diversas listas de melhores discos dos respectivos anos.
Relativamente ao concerto, e como já foi referido, a sala estava com uma assistência razoável, para uma noite de boa música num ambiente que só não foi intimista pois a música dos Grils não se proporciona a isso, com o seu rock / pop com uma sonoridade característica indie, sempre com uns laivos de revivalismo, a fazer lembrar alguma da música das décadas de 60 e 80.
Não sendo um concerto de grande nível, foi bom; no entanto, nem o facto de esta sala ter a característica de não existir qualquer separação entre o palco e o público, fez com que o grupo tivesse qualquer tipo de interacção com os fans que se divertiram, mais por força das devoção e das excelentes músicas, do que pela prestação do grupo que se limitou a tocar de forma perfeita, as canções dos seus dois trabalho já editados. Podia, no entanto, ter existido algo mais, mas não sei se pela timidez da banda, ou por alguma frieza de parte do público isso não aconteceu, transparecendo a ideia de que, em palco, o grupo ainda não está a funcionar na sua plenitude, não conseguindo tirar partido das excelentes canções de que dispõe.
Ao todo, tocaram 16 temas curtos (excepção de "Vomit"), fáceis e agradáveis, mas não deixa de ficar uma certa preocupação quando ao futuro do grupo, pois parecem estar numa encruzilhada de onde não vai ser fácil sair, pois se os dois discos já editados conseguiram fazer parte das lista de melhores dos respectivos anos, a perspectiva em termos de futuro é que a carreira do grupo entre no estilo "mais do mesmo", apesar de já terem conseguido ultrapassar a síndrome do primeiro álbum.
Resta aguardar pelo próximo disco, para a confirmação da qualidade e longevidade da banda.
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