01/06/15

Ao vivo... Festival Primavera Sound 2015 - Dia 4

Data - 30 de Maio de 2015
Local - Parc Del Fòrum
Notas - Último dia da edição deste ano do Festival Primavera Sound.
Kevin Morby -  Baixista dos Woods e colaborador de Cassie Ramone nos The Babies, Kevin Morby deu início à sua carreira a solo em 2013 com a edição de "Harlem River", e mais recentemente regressou às edições discográficas com "Still Life", trabalho elegante de pop com pormenores de folk e algum psicadelismo. Este músico texano apresentou-se em Barcelona para um concerto folk típico de fim de tarde, início de noite, não deixando no entanto de brindar o público com alguns pormenores mais virados para o rock psicadélico. Um concerto razoável de um músico a seguir com atenção.
Younghusband - Projecto de Euan Hinshelwood que já conta com seis anos de vida percorrendo os caminhos da pop, mas com uma sonoridade muito pessoal resultante da fusão de diversos e variados estilos musicais que vão desde o Shoegaze ao Noise-pop ou ainda ao Krautrock. O concerto do grupo foi relativamente curto sendo a indiferença do público imensa. Talvez tenha sido esse o motivo que levou o grupo a tocar pouco tempo.
DIVV - Concerto morno da banda formada e liderada por Cole Smith, também guitarrista dos Beach Fossils. Fazendo-se acompanhar por Colbt Hewitt dos Smith Westerns, o Cole Smith e os seus DIVV apresentaram alguns temas do disco prestes a editar, e talvez tenha sido pelo facto de as pessoas desconhecerem os temas, que o concerto não empolgou, sendo um dos mais fracos da edição deste ano,
Neleonard - Mais um conjunto de Barcelona numa onde de pop-rock espanhol tradicional. Liderados por Nele Navio, apresentam durante cerca de 50 minutos um desfilar de canções melodiosas, com um pop elegante e agradável, mas pouco mais do que isso, ficando a ideia de ser um conjunto para "consumo interno".
Fucked Up - Excelente e empolgante concerto do grupo liderado pelo carismático Damian Abraham (Pink Eyes). Os canadianos Fucked Up, por onde quer que passem deixam a sua marca de forma indelével em quem teve a oportunidade de assistir ao seu concerto. A titulo de curiosidade, há que referir o facto de o vocalista da banda só abandonar o local do recinto após o mesmo ficar sem público algum, pondo-se à disposição para uma fotografia, um abraço e uns dedos de conversa. Muito bom.
Tori Amos - A norte-americana apresentou-se em palco sozinha com dois pianos e confirmou por completo os seus dotes de pianista clássica que a converteram numa estrela, com muito carisma, no mundo da música, carisma esse que vem aumentando graças à raridade com que se apresenta em palco. A sua música, estruturalmente assente na clássica, vai muito para além disso e podemos deliciar-nos com a fusão desse género com as sonoridades electrónicas e os arranjos orquestrais, e esta conjugação de estilos dá à sua sonoridade um toque ligeiramente conceptual. Um concerto intimista num recinto demasiado grande para o mesmo
Sleaford Mods - Este duo formado pelo vocalista Jason Williamson e o DJ Andrew Fearn, surgiu no ano de 2006 em Nottingham, e estrearam-se nas edições discográficas em 2013 com "Austerity Dogs", a que se seguiu em 2014 "Divide and Exit" e já este ano "Key Markets". Se em disco a música do grupo funciona na perfeição, ao vivo é diferente e, mesmo não desiludindo, há algo que, na minha opinião, se perde. Musicalmente o espectáculo é interessante, apesar de não ter qualquer tipo de improvisação, pois a música está gravada num computador e não existe qualquer instrumento em palco. Se Williamson se mostra irrequieto em palco, já Fearn permanece durante todo o concerto junto ao seu computador, gingando as ancas e pouco mais. O facto de não existir qualquer tipo de improvisação nem instrumentos em palco, acaba por quebrar o entusiasmo, originando alguma monotonia, salva, somente, graças à excelente qualidade musical.
Torres - A lindíssima Torres, nascida na Georgia em 23 de Janeiro de 1991, lançou o seu primeiro disco homónimo em 2013, e já este ano editou "Sprinter", ambos muito bem recebidos pela critica musical. Apresentou-se em Barcelona para um bom concerto, com o seu folk intimista e a sua voz sedutora, que, como é natural, não funciona muito bem em grandes espaços, pois o som perde-se na envolvência humana, ainda por cima quando uma grande parte do público insiste em não se conseguir calar-se durante o tempo todo.
Einsturzende Neubaunten - Banda alemã formada em 1980 e que desde então tem mantido uma carreira regular com mais de duas dezenas de discos editados e com uma considerável legião de fans que mantém uma fidelidade imensa a um grupo que, em palco, nunca desilude, com uma fusão de estilos que percorre quase todas as vertentes musicais desde a estrutura de base clássica ao rock industrial, ao disco... tudo numa mescla musical de enorme qualidade.
Salif Keita e Les Ambassadeurs - A voz de ouro de África com os seus Ambassadeurs. Um dos melhores concertos da edição deste ano, um concerto de World Music pura, bem tocado, bem cantado e muito bem dançado pelo público que encheu, completamente, o recinto.
Babies on Toyland - Banda mítica de Minneapolis, que surgiu em 1987 no auge do Grunge, dissolveu -se em 1997, e regressou aos palcos em 2015. A sua actuação no segundo maior palco do recinto do Primavera Sound Barcelona foi uma desilusão, tornando-se aborrecida, naquele que foi o pior concerto do festival.
Dan Deacon - A expectativa de ver em palco Dan Deacon era enorme, depois de ter falhado a sua actuação durante o ano passado, por opção de palco. Com "Gliss Riffer", o seu mais recente trabalho acabado de editar, Deacon animou o público proporcionando um concerto com um alinhamento em jeito Best Of de toda a sua carreira que já leva mais de uma dezena de anos, tendo ficado de fora, unicamente, os temas mais experimentais.
Thee Oh Sees - E para fechar a edição do Festival Primavera Sound 2015 de Barcelona, pelo menos no que a concertos presenciados diz respeito, e já em jeito de balanço, com o cansaço e a exaustão a tomarem conta das pernas em particular e do corpo em geral, uma pequena passagem pelo concerto desta banda americana de San Francisco, formada em 1997. Como já foi mencionado, o cansaço era muito, e, justamente por isso só foi possível assistir a cerca de 30 minutos de um concerto poderoso de um grupo cuja música percorre os caminhos do Indie Rock com alguma aproximação ao Punk, não na sua vertente clássica característica da altura em que o referido movimento apareceu, mas numa vertente mais pop. Um grupo a seguir com alguma atenção.

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