17/02/08

Nusrat Fateh Ali Khan - Night Song


Nusrat Fateh Ali Khan nasceu em Lyallpur no Paquistão no dia 16 de Outubro de 1948. Dono de uma inconfundível e fabulosa voz era considerado pela critica, quase unanimemente, como sendo a melhor voz dentro do seu estilo musical, Qawwali. Ali Khan faleceu no dia 16 de Agosto de 1997, em Londres. A sua carreira foi recheada de momentos altos e serviu de inspiração para muitos músicos por todo o mundo, sendo considerado por Jeff Buckley "O meu Elvis". Chegou a participar com Eddie Vedder na banda sonora do filme "Dead Man Walking". "Night Song" é, a par dos seus trabalhos "Shahbaaz" de 1991 e "Devotional Songs" de 1992, um dos seus discos fundamentais. Numa linha onde apresenta um Qawwali menos purista e conservador, graças à colaboração com Michael Brook, "Night Song" torna-se um disco mais acessível para quem não conhece a obra deste músico. É um disco fabuloso e obrigatório, com oito belíssimos temas que nos enchem de prazer e alegria, que nos deixam completamente siderados. A sua voz, quase celestial, é uma verdadeira pérola.

01 - My Heart, My Life
02 - Intoxicated
03 - Lament
04 - My Comfort Remains
05 - Longing
06 - Sweet Pain
07 - Night Song
08 - Crest

Nota - 10/10

07/02/08

Entrevista... CTT

Terceira parte de uma entrevista feita pelo autor deste blog aos CTT e que foi publicada no jornal Musicaíssimo no dia 04 de Maio de 1982

Perg. – A nível de discos, pensam editar alguma coisa cantada em inglês?
Resp. – Não. A nossa língua é o português e como tal gravamos em português. Não dá para gravarmos em inglês.
Perg. – O público reage melhor quando vocês cantam em inglês ou em português?
Resp. – Reage melhor quando os temas são cantados em português, porque já há uma certa saturação ao rock inglês, ao passo que o rock português é novo e as pessoas vibram com a língua.
Perg. – Quanto a projectos para o futuro, o que é que os CTT têm na manga?
Resp. – Um álbum.
Perg. – Para quando?
Resp. – É difícil dizer pois ainda temos de chegar a acordo com a editora.
Perg. – A editora não vos dá essa hipótese?
Resp. – Não. Apoiam mais uns do que outros. Isto a nível de editoras é uma burocracia autêntica. Se uma promoção for bem feita, nós também conseguimos obter êxito que dê dinheiro à editora. Mas, até termos a tal reunião, não podemos adiantar mais nada.

FIM

06/02/08

Entrevista... CTT

Segunda parte de uma entrevista feita pelo autor deste blog aos CTT e que foi publicada no jornal Musicaíssimo no dia 04 de Maio de 1982

Perg. – Vocês em palco têm uma mímica forte. Isso é feito com a intenção de agarrar o público ou é simplesmente a vossa maneira de actuar?
Resp. – Se eu estivesse parado não dava para o pessoal entender aquilo que queria dizer, pois sabes que ao vivo é bastante difícil ouvirem-se as palavras que saem do PA e aquelas que provavelmente não se apanham, eu tento dizer na mímica. Com isto as pessoas ficam agarradas, não só ao espectáculo, como compreendem mais ou menos aquilo que estou a dizer, a transmitir,
Perg. - Como vês o rock que actualmente se faz em Portugal?
Resp. – Como não podia deixar de ser, existem grupos bons e grupos maus. Isto está porreiro mas ainda há muito trabalho a fazer. As editoras têm interesse de ganhar dinheiro e isso não ajuda os grupos a evoluírem. Há mais uma caça à música comercial para tentarem ganhar dinheiro à custa da venda dos discos.
Perg. – Nos vossos espectáculos, cerca de 50% da música que tocam não é da vossa autoria, são versões de grupos estrangeiros. Como é que explicam isto?
Resp. – Nós estamos a trabalhar para que o nosso reportório seja de quatro horas de rock cantado em português e esperamos concretizar esse projecto brevemente.
...

05/02/08

Entrevista... CTT

Primeira parte de uma entrevista aos feita pelo autor deste Blog aos CTT e que foi publicada no jornal "Musicalíssimo" no dia 04 de Maio de 1982.

Os CTT, são uma banda oriunda de Torres Vedras. Constituída por Luís Plácido na voz, Nani na guitarra, Augusto nas teclas e Tó Zé no baixo, contam já com 19 anos de carreira, sendo, inicialmente um agrupamento de música folclórica. Aproveitando o boom do rock português e ao acompanhar a moda, “viraram” para o rock. Após uma pequena apresentação da banda, passemos à entrevista que foi feita em vésperas de actuação no Rock Rendez-Vous.
Perg. – Como é do conhecimento geral, vocês surgiram como grupo de raízes folclóricas e actualmente estão numa linha de rock. Luís Plácido, achas que essa mudança pode ser considerada como uma evolução por parte do grupo?
Resp. – Pode. É uma evolução do grupo. Começámos pela música de folclore porque é a base da música portuguesa. Depois chegámos ao rock e acho que isso, essa mudança, é uma evolução que estamos a conseguir.
Perg. – Há pouco, em conversa, falaste que a Polygram vos dá pouco apoio ao nível de promoção. Por exemplo ao nível do rock, talvez vos marginalize em comparação com os Táxi.
Resp. – Sim, e de que maneira. Evidencia-os de uma maneira e a nós rebaixa-nos, isto talvez porque a música dos Táxi é mais comercial.
Perg. – O vosso contrato com a Polygram terminou recentemente. Está prevista uma renovação?
Resp. – O nosso contrato dizia que quando ele acabasse, se nenhuma das partes se pronunciasse em contrário, continuava por mais um ano. Nem nós nem eles nos pronunciámos, e como tal o contrato continua. Agora vamos ter uma reunião com um membro da editora para falarmos sobre o contrato e outros problemas existentes, mas que de momento, não interessa falar.
...