08/10/08

Entrevista... Adelaide Ferreira

Segunda parte de uma entrevista feita pelo autor deste blog a Adelaide Ferreira, publicada no suplemento "Som 80", parte integrante do jornal "Portugal Hoje", extinto no início dos anos 80.

Perg. – Na tua carreira musica tiveste uma viragem radical, pois passaste da música ligeira das “Alegres Comadres” para o rock de “Baby Suicida”. Porquê essa viragem e como é que te sentiste?
Resp. – Porquê? Essencialmente por uma necessidade pessoal. Devo dizer que me afastei do panorama artístico do nosso país durante oito meses, para reflectir. Fiz isso e daí surgiu o rock. Não quer dizer que antes não tenha tentado fazer rock, pois em 1979, fiz uma proposta à editora onde me encontrava, de gravar duas ou três músicas rock que, por acaso, até vão sair agora no meu LP e que, quanto a mim, são as músicas mais fortes do trabalho. Até já tive ocasião de o ver, num espectáculo que fizemos na Marinha Grande, pois essas músicas foram as que tiveram mais aceitação por parte do público. Essa tal proposta foi recusada. Entretanto, reflecti, e pensei que o rock era mesmo a melhor maneira de expressar toda uma energia acumulada dentro de mim. Como sabes eu sou uma pessoa do teatro, e o teatro dá-nos uma faculdade muito grande de saber estar em palco, de saber trabalhar o que fazemos. Portanto a opção do rock está aí e além disso tenho ouvido muito rock durante toda a minha vida e como tal, sinto-me preparada para cantar rock.

Perg. – Consideras que o “Baby Suicida” foi um trabalho conseguido?
Resp. – Considero. Aliás, é o primeiro trabalho que faço a nível discográfico com o qual me sinto realizada. Claro que existem sempre aquelas coisas que nós gostávamos que corressem melhor mas o trabalho no geral, acho que está bom.
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