Primeira parte de uma entrevista feita à Dina, no dia 24 de Janeiro de 1981 e publicada no "Som 80", suplemento semanal do Jornal "Portugal Hoje"
Até Março de 1980 ainda ninguém tinha ouvido falar dela. Nesse mês, aparece no festival da canção interpretar o tema “Guardado Em Mim”, interpretação que lhe valeu o prémio de revelação do festival. Ainda durante o ano de 1980 editou o single “Pássaro Doido”, considerado por muita da crítica da altura como um dos melhores singles da música Portuguesa desse ano. Este seu enorme e rápido sucesso, foi um dos motivos que me levou a entrevistar Dina.
Perg. – Como é que seu a tua entrada no mundo discográfico?
Resp. – Foi através do festival. A Polygram - principalmente o Tozé Brito – mostrou-se interessada em fazer um trabalho comigo, mesmo que não fosse apurada para o festival, mas o verdadeiro lançamento foi mesmo o festival.
Perg. – Achas que foram positivos os resultados obtidos com o teu single “Guardado Em Mim”
Resp. – Claro. As duas faces do single foram bem conseguidas. Apesar de não ter havido uma venda espantosa, o disco vendeu-se bem.
Perg. – Há tempos disseste que era difícil atingir o mercado internacional cantando em Português. Porquê essa afirmação?
Resp. – Claro que é difícil atingir esse mercado a cantar em Português, mas como estão a aparecer novos valores na nossa música e as editoras estão a ter um campo de maior abertura, penso que já será possível atingir esse mercado, mas só cantando em Inglês.
Perg. – Este ano, também concorreste ao festival da canção?
Resp. – Sim, concorri, mas o júri não gostou da minha música, mas ele também está no seu direito, embora eu pense que a canção era muito gira e sobretudo universal. Era o tema “Há Sempre Música Entre Nós”.
Perg. – O ano de 1980 foi importante na tua carreira. Foste considerada a revelação do festival da canção, revelação do ano e o teu single foi considerado um dos melhores do ano. Esperavas obter estes prémios?
Resp. – Foram os primeiros que recebi e como tal, não estava à espera.
Perg. – As músicas que nos tens apresentado ao longo da tua carreira, são muito diferentes de single para single. Por exemplo, o “Pássaro Doido” é totalmente diferente do “Guardado Em Mim”. Com qual dos estilos apresentados é que te identificas mais?
Resp. – Com os dois. Identifico-me com qualquer música feita por mim.
Perg. – Achas difícil fazer-se música em Portugal?
Resp. – Fazer, não. O difícil é viver da música.
Perg. – Será que é possível viver em Portugal somente à custa da música?
Resp. – Como disse, não é uma vida cheia de tudo a nível material, mas consegue-se. Eu vivo da música, para a música e na música.
Perg. – Através dos teus temas tentas dar alguma mensagem às pessoas, ou o mais importante é a música?
Resp. – É claro que tento dar uma mensagem. Não será uma mensagem que obrigue as pessoas a pensar, mas sim uma mensagem que os faça sentir vivos, vibrando comigo musicalmente, falando a língua deles, numa linguagem não complicada.
Perg. – Quais as tuas influências?
Resp. – Ouvi muito Creedence Clearwater Revival, Janis joplin, Carol King, Ottis Reding, Carly Simon, Beatles e muitos outros, mas estes foram os principais. Portanto talvez seja uma mistura muito mal feita ou sem jeito, de todos.
Perg. – Achas que o estilo de música que cantas conseguirá sobreviver face ao rock Português, isto é, achas que as pessoas se virão a interessar pelo rock, de tal maneira que não prestem atenção aos restantes estilos musicais?
Resp. – Não. Os gostos musicais são muitos e eu canto mais ou menos os dois, no fundo um rock numa toada mais soft.
Perg. – O que achas da lei que saiu recentemente e que obriga a rádio a passar 50% de música Portuguesa?
Resp. – Apoio essa lei. Nós somos autores Portugueses e temos esse direito. É uma lei que só vai beneficiar a nossa cultura musical.
Perg. – Projectos para o futuro?
Resp. – Vou gravar um LP para sair no fim do verão, e fazer espectáculos com os Sarabanda. Estamos a montar um espectáculo em que a certa altura estamos os três em palco. Vai ser uma experiência muito importante.
Até Março de 1980 ainda ninguém tinha ouvido falar dela. Nesse mês, aparece no festival da canção interpretar o tema “Guardado Em Mim”, interpretação que lhe valeu o prémio de revelação do festival. Ainda durante o ano de 1980 editou o single “Pássaro Doido”, considerado por muita da crítica da altura como um dos melhores singles da música Portuguesa desse ano. Este seu enorme e rápido sucesso, foi um dos motivos que me levou a entrevistar Dina.
Perg. – Como é que seu a tua entrada no mundo discográfico?
Resp. – Foi através do festival. A Polygram - principalmente o Tozé Brito – mostrou-se interessada em fazer um trabalho comigo, mesmo que não fosse apurada para o festival, mas o verdadeiro lançamento foi mesmo o festival.
Perg. – Achas que foram positivos os resultados obtidos com o teu single “Guardado Em Mim”
Resp. – Claro. As duas faces do single foram bem conseguidas. Apesar de não ter havido uma venda espantosa, o disco vendeu-se bem.
Perg. – Há tempos disseste que era difícil atingir o mercado internacional cantando em Português. Porquê essa afirmação?
Resp. – Claro que é difícil atingir esse mercado a cantar em Português, mas como estão a aparecer novos valores na nossa música e as editoras estão a ter um campo de maior abertura, penso que já será possível atingir esse mercado, mas só cantando em Inglês.
Perg. – Este ano, também concorreste ao festival da canção?
Resp. – Sim, concorri, mas o júri não gostou da minha música, mas ele também está no seu direito, embora eu pense que a canção era muito gira e sobretudo universal. Era o tema “Há Sempre Música Entre Nós”.
Perg. – O ano de 1980 foi importante na tua carreira. Foste considerada a revelação do festival da canção, revelação do ano e o teu single foi considerado um dos melhores do ano. Esperavas obter estes prémios?
Resp. – Foram os primeiros que recebi e como tal, não estava à espera.
Perg. – As músicas que nos tens apresentado ao longo da tua carreira, são muito diferentes de single para single. Por exemplo, o “Pássaro Doido” é totalmente diferente do “Guardado Em Mim”. Com qual dos estilos apresentados é que te identificas mais?
Resp. – Com os dois. Identifico-me com qualquer música feita por mim.
Perg. – Achas difícil fazer-se música em Portugal?
Resp. – Fazer, não. O difícil é viver da música.
Perg. – Será que é possível viver em Portugal somente à custa da música?
Resp. – Como disse, não é uma vida cheia de tudo a nível material, mas consegue-se. Eu vivo da música, para a música e na música.
Perg. – Através dos teus temas tentas dar alguma mensagem às pessoas, ou o mais importante é a música?
Resp. – É claro que tento dar uma mensagem. Não será uma mensagem que obrigue as pessoas a pensar, mas sim uma mensagem que os faça sentir vivos, vibrando comigo musicalmente, falando a língua deles, numa linguagem não complicada.
Perg. – Quais as tuas influências?
Resp. – Ouvi muito Creedence Clearwater Revival, Janis joplin, Carol King, Ottis Reding, Carly Simon, Beatles e muitos outros, mas estes foram os principais. Portanto talvez seja uma mistura muito mal feita ou sem jeito, de todos.
Perg. – Achas que o estilo de música que cantas conseguirá sobreviver face ao rock Português, isto é, achas que as pessoas se virão a interessar pelo rock, de tal maneira que não prestem atenção aos restantes estilos musicais?
Resp. – Não. Os gostos musicais são muitos e eu canto mais ou menos os dois, no fundo um rock numa toada mais soft.
Perg. – O que achas da lei que saiu recentemente e que obriga a rádio a passar 50% de música Portuguesa?
Resp. – Apoio essa lei. Nós somos autores Portugueses e temos esse direito. É uma lei que só vai beneficiar a nossa cultura musical.
Perg. – Projectos para o futuro?
Resp. – Vou gravar um LP para sair no fim do verão, e fazer espectáculos com os Sarabanda. Estamos a montar um espectáculo em que a certa altura estamos os três em palco. Vai ser uma experiência muito importante.
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Ótimo blog! Parabéns...
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