11/07/14

Ao vivo... Festival Optimus Alive 2014

Data - 10 de Julho de 2014
Local - Passeio Marítimo de Algés
Notas - O primeiro dia do Festival Optimus Alive 2014 , como é hábito, esgotou.
Pelo que foi possível ver durante a noite, analisando a movimentação do público no recinto, o estar esgotado ficou a dever-se não só aos Arctic Monkeys, mas também ao Imagine Dragons.
Confesso que foi com alguma surpresa que verifiquei que a banda norte-americana, liderada pelo vocalista Dan Reynolds, conseguiu arrastar uma imensidão de fans que dançou, vibrou e cantou, durante todo o concerto, e no final foi evidente a debandada de grande parte da assistência, debandada essa que tornou a simples tarefa de aproximação ao palco - para quem queria ver em melhor posição os Interpol - numa missão, não impossível, mas, extremamente difícil e morosa.
Imagine Dragons
Pacientemente, foi possível a aproximação ao palco para, dessa forma, arranjar melhor colocação e, simultaneamente, livrar-me de muitos "papagaios" que insistiam em falar um pouco de tudo, mas no fundo de nada, incomodando "apenas" os outros. Uma praga... como as selfies.
Os Interpol foram os vencedores da noite. Com um alinhamento em jeito de "Best Of" - pena que "Pioneer To The Falls", tenha ficado de fora - os Interpol deram um concerto bom e competente, apesar da apatia do público que, aos poucos, foi-se desinteressando, uns pelo evidente cansaço visível em alguns rostos, outros porque estavam lá para ver Arctic Monkeys. Fosse este concerto "em nome próprio", numa sala mais pequena, na qual pudéssemos sentir toda a densidade da música do grupo, teria sido excelente, já que para além da perfeição da execução musical, Paul Banks esteve extremamente bem-disposto e comunicativo, o que não é muito normal.
Apesar de um bom concerto e do alinhamento perfeito, no qual foram incluídos alguns temas do álbum "El Pintor", a editar brevemente, ficou evidente que a música do grupo chegou (ou aproxima-se) a um beco sem saída, pois torna-se muito igual e repetitiva, graças, não só à monocórdica voz de Paul Banks (apesar de bem colocada e de bom timbre), mas também em virtude do constante dedilhar de guitarras, mas, no entanto, não deixa de ser estranho que, mesmo com estas "condicionantes", os Interpol continuem a proporcionar excelentes momentos musicais, com uma música forte.
Interpol
A seguir aos Interpol, entraram em palco os Arctic Monkeys, as estrelas da noite. Ao fim de 11 anos de carreira e 5 discos editados, a banda inglesa continua a praticar um rock simples e directo, com uma legião de fans impressionante. Apesar de nunca terem voltado a atingir o nível dos primeiros discos, quer de "Whatever People Say I Am, That's What I'm Not" de 2006, ou "Favourute Worst Nightmare" de 2007, os seus trabalhos continuam a ser de bom nível e a ter boa receptividade.
Quanto ao concerto, ficou a ideia que o grupo não consegue agarrar o público, exceptuando, obviamente, os fiéis seguidores. Em certos momentos, parecia que o público ficava absorto, e para além disso, algumas das pausas que o grupo fez foram um pouco longas, acabando por originar uma quebra de ritmo. Não sendo propriamente um grande fan do grupo liderado por Alex Turner, reconheço grande mérito na sua carreira e discos. No entanto, ao vivo, podiam ir mais longe.
Arctic Monkeys
Neste Primeiro dia, houve ainda tempo para ver um pouco do concerto dos Temples, no palco secundário. Do pouco que vi, gostei. No início deste ano, os Temples editaram "Sun Structures", álbum considerado pela crítica especializada, um dos melhores discos do corrente ano. No Festival Primavera Sound de Barcelona deste ano tive a oportunidade de ver o concerto todo, debaixo de chuva torrencial, mas valeu a pena.
Temples
Ainda no palco secundário actuaram os The 1975, grupo formado em Inglaterra em 2002 e que lançou recentemente um álbum homónimo. Um concerto com bom ritmo de uma banda que se mostrou maravilhada com a recepção do público e, como forma de agradecimento, entregaram-se "de corpo e alma", repletos de energia, agarrando os espectadores até ao fim. 
The 1975
Quanto à organização do Festival Optimus Alive, devia ser corrigida a questão da troca de pulseira, pois não é admissível que, para o fazer, tenhamos de estar cerca de 40 minutos numa fila.