19/07/11

Ao vivo... Super Bock Super Rock

Data - 16 de Julho de 2011
Local - Aldeia do Meco
Notas - Aquele que foi considerado, à partida, como o melhor festival do ano em Portugal, terminou de uma forma péssima com uma actuação desastrosa dos Strokes e com problemas de som que, em determinadas alturas, faziam com que a voz de Julian Casablancas não se ouvisse em certos locais do recinto, na zona abrangida pelo palco principal.
O dia nem começou mal, com uma actuação dinâmica e segura dos portugueses X-Wife, à qual se seguiu o pop despretensioso e suave do vocalista dos Killers, Brandon Flowers, que apesar de poder ser considerado um erro de casting para um festival com um cartaz tão alternativo, não desiludiu e conseguiu segurar e agarrar o público.
Após a actuação de Flowers, entraram em palco os Elbow, para aquele que considero ter sido o melhor concerto do dia. Com um estilo musical digno de um Coliseu ou de uma Aula Magna num ambiente mais calmo e intimista, o grupo esteve em bom nível irradiando simpatia e boa música, talvez excessivamente monótona para o ambiente que se vivia no recinto, tendo chegado a provocar alguma sonolência em algum público, maioritariamente fans dos The Strokes. Seria um concerto fabuloso, noutra sala.
Entre os muitos aguardados Slash e The Strokes, houve tempo para uma curta visita ao palco secundário, onde actuava o ex-Stone Roses, Ian Brown, para mais um concerto desastroso, algo a que o músico já nos habituou. A primeira vez de Brown, a solo em terras portuguesas, foi, em tudo, idêntica à primeira vez dos Stone Roses no Festival de Vilar de Mouros, em 1996: um desastre.
Relativamente a Slash, provou ser um dos melhores guitarristas de sempre. Agora numa carreira a solo, acompanhado por Myles Kennedy na voz, o ex-Guns n' Roses deu um concerto razoável em que demonstrou todo o seu nível, tendo, logicamente, como momentos altos os temas dos Guns, principalmente Sweet Child O' Mine, onde cerca de 30000 pessoas cantaram a música na integra, proporcionando um momento de alguma beleza, algo que o grupo seguinte não conseguiu fazer.
Achei muito fraca a actuação dos Strokes, por muito que isso possa custar aos fans de uma das melhores bandas surgidas na última dezena de anos, mas que desde o seu primeiro disco, Is This It (2001) nunca mais conseguiu atingir grandes níveis qualitativos, pese alguma melhoria no último, Angels (2011 ) em relação ao fraco First Impessions on Earth de 2006. uma actuação descabida, se não ébria, por parte de Julian Casablancas. Todos nós temos dias maus, e quero acreditar que foi esse o caso dos Strokes.