Data - 31 de Março de 2012
Local - Espaço TMN ao vivo
Notas - Pouco passava das 21 horas de uma noite chuvosa, quando os Creature With The Atom Brain, subiram ao palco do Espaço da sala TMN ao vivo. Apesar de a sala não estar cheia para a recepção a estes praticamente desconhecidos belgas, o grupo não se intimidou e durante os cerca de trinta minutos que esteve em palco acabou por mostrar ser uma agradável surpresa, com um rock simples muito à base de guitarras, com pequenos solos e alguns riffs interessantes, sempre num ambiente de visível boa disposição.
Após um curto intervalo, quando os relógios marcam 22 horas e 15 minutos, com a sala completamente cheia, entra em palco a Mark Lanegan Band, com os seus músicos trajados de negro, ficando para último o herói da noite: Mark Lanegan. Com um andar calmo, como se estivesse a passear numa avenida, Lanegan chega ao centro do palco, posiciona-se, e com um olhar simultaneamente vazio e intenso, abstracto e intimidativo, aliado a uma pose e a expressões extremamente densas, prepara-se para nos levar por uma viagem longa através do seu próprio universo, e de um modo como só ele o consegue transmitir, onde a sua voz cavernosa, num ambiente escuro, nos toca, com um excelente jogo de luzes e um som de grande nível.
Com um alinhamento musicalmente irrepreensível, Lanegan manteve sempre essa postura, como se estivesse longe do público, criando uma estranha forma de empatia... que às vezes parecia falta dela, sempre com o seu ar sisudo, pouco comunicativo, distante do público mas, simultaneamente perto, pois a sua expressão atraia-nos para junto dele, e nós íamos, não fisicamente, mas mentalmente, siderados.
Aquela voz incomodava, era fascinante, e fez com que a Mark Lanegan Band desse um concerto memorável, e, no final, aconteceu algo inimaginável, a cereja no topo do bolo... Mark Lanegan deixa cair a máscara da distância, da frieza, do olhar vazio e intenso, abstracto e incomodativo, e torna-se numa figura simpática e agradável, disposta a deixar-se fotografar e a autografar todo o merchandising adquirido e os bilhetes do concerto, com se estivéssemos num conto de fadas, como se fizéssemos parte desse conto, e o homem mau tenha-se tornado no homem bom, naquele que está disposto e terminar em festa uma noite da qual possamos dizer, tal como nos contos de fadas: felizes para sempre, pois foi essa a sensação com que o público ficou ao abandonar uma sala onde teve oportunidade de assistir e viver, uma grande noite de música.
Com um alinhamento musicalmente irrepreensível, Lanegan manteve sempre essa postura, como se estivesse longe do público, criando uma estranha forma de empatia... que às vezes parecia falta dela, sempre com o seu ar sisudo, pouco comunicativo, distante do público mas, simultaneamente perto, pois a sua expressão atraia-nos para junto dele, e nós íamos, não fisicamente, mas mentalmente, siderados.
Aquela voz incomodava, era fascinante, e fez com que a Mark Lanegan Band desse um concerto memorável, e, no final, aconteceu algo inimaginável, a cereja no topo do bolo... Mark Lanegan deixa cair a máscara da distância, da frieza, do olhar vazio e intenso, abstracto e incomodativo, e torna-se numa figura simpática e agradável, disposta a deixar-se fotografar e a autografar todo o merchandising adquirido e os bilhetes do concerto, com se estivéssemos num conto de fadas, como se fizéssemos parte desse conto, e o homem mau tenha-se tornado no homem bom, naquele que está disposto e terminar em festa uma noite da qual possamos dizer, tal como nos contos de fadas: felizes para sempre, pois foi essa a sensação com que o público ficou ao abandonar uma sala onde teve oportunidade de assistir e viver, uma grande noite de música.