29/12/10

Os melhores de 2010

Como último post do ano, escolhi uma listagem dos 20 melhores discos editados durante 2010.

01 - Arcade Fire - The Suburbs
02 - Gill Scott - Heron I'm New Here
03 - Grinderman - Grinderman 2
04 - Janelle Monáe - The ArchAndroid
05 - John Grant - Queen Of Denmark
06 - Caribou - Swim
07 - National - High Violet
08 - Manic Street Preachers - Postcards From A Young Man
09 - LCD Soundsystem - This Is Happening
10 - Paul Weller Wakes - Up The Nation
11 - Avi Buffalo - Avi Buffalo
12 - Ali Farka Touré & Toumani Diabate - Ali & Toumani
13 - Beach House - Teen Dream
14 - Tricky - Mixed Race
15 - Wild Nothing - Gemini
16 - Tame Impala - Innerspeaker
17 - These New Puritans - Hidden
18 - Deerhunter - Halcyon Digest
19 - Isobel Campbell & Mark Lanegan - Hawk
20 - Wyatt, Atzmon, Stephens - For The Ghosts Within

14/12/10

Setlist... Guns n' Roses

Setlist do grandioso e grande concerto dos Guns n' Roses no Pavilhão Atlântico, no dia . Foram quase três horas de bom rock, de um grupo que mesmo sem Slash, continua a ser muito bom. Axl Rose em bom nível... novamente, naquele que foi um dos melhores concertos do ano de 2010.

01 - Chinese Democracy
02 - Welcome To The Jungle
03 - It's So Easy
04 - Mr. Brownstone
05 - Sorry
06 - Shackler's Revenge
07 - Richard Fortus Guitar Solo (James Bond Theme)
08 - Live And Let Die
09 - This Love
10 - Rocket Queen
11 - Dizzy Reed Piano Solo (Ziggy Stardust)
12 - Street Of Dreams
13 - You Could Be Mine
14 - DJ Ashba Guitar Solo (The Ballad Of Death)
15 - Sweet Child O' Mine
16 - Jam (Another Brick In The Wall Part II)
17 - Axl Rose Piano Solo (Goodbye Yellow Brick Road / Someone Saved My Life Tonight)
18 - November Rain
19 - Bumblefoot Guitar Solo (Pink Panther Theme)
20 - Better
21 - Knockin' On Heaven's Door
22 - Nice Boys
23 - IRS
24 - Nightrain

Encore

25 - Bumblefoot Guitar Solo
26 - Don't Cry
27 - Madagascar
28 - Whole Lotta Rosie
29 - Jam (Waiting On a Friend)
30 - Patience
31 - Paradise City

03/12/10

Caribou - Swim

Dan Smith nasceu em 2-89 em Ontário, no Canadá. Iniciou-se nas andanças do mundo da música em 2001 com o projecto Manitora, onde editou dois trabalhos, "Start Breaking My Heart" (2001) e o aclamado "Up In Flames" (2003). Graças à boa recepção que estes discos obtiveram por parte da crítica e do público, Dan foi considerado como um dos músicos mais promissores do início da década. Durante o ano de 2005 decide alterar o nome do projecto para Caribou e nesse mesmo ano lança o trabalho "The Milk Of Human Kindness" que, apesar de ficar um pouco aquém dos discos anteriores, teve boa aceitação por parte da crítica.
Finalmente em 2007, graças ao excelente "Andorra", os Caribou são confirmados como uma grande revelação e o disco é considerado, unanimemente pela crítica, como um dos melhores do ano. Numa onda repleta de ambiências, o disco traz-nos um som invulgar, criado por uma mescla de instrumentos que acaba por funcionar como um todo, dando grande consistência a um estilo com uma sonoridade muito especial e própria.
Após um interregno de três anos, os Caribou estão de regresso aos discos com este "Swim", onde se mantém a onda do grupo, sempre próxima do chill-out, mas sem nunca entrar em definitivo nessa onda. É um disco cantado e tocado de uma forma muito melódica e com temas que "encaixam" perfeitamente em ambientes de bares, quer em inicio de noite quer em final.
Deste temas calmos, ideais para um inicio de noite em que apetece simplesmente ter uma conversa, a outros temas já com mais energia, que nos puxam para a pista de dança, mas sempre de uma melódica e suave... como se quer que seja uma noite.

01 - Odessa
02 - Sun
03 - Kaili
04 - Found Out
05 - Bowls
06 - Leave House
07 - Hannibal
08 - Lalibela
09 - Jamelia

Nota - 9/10

01/12/10

John Grant - Queen Of Denmark

Se existem discos com a capacidade de nos surpreenderem imenso, e pela positiva, este Queen Of Denmark de John Grant, é um deles.
O vocalista e fundador dos Czars, surge neste seu primeiro trabalho a solo acompanhado pelos Midlake e o resultado é um disco de bom nível, repleto de canções agradáveis e melódicas.
Um conjunto de doze temas, todos eles cantados e interpretados de uma forma suave, numa produção cuidada e bem executada, fazem com que este disco possa ser considerado como um dos mais agradáveis discos deste ano que está prestes a terminar.
Se bem que em alguns temas, como por exemplo "Chichen Bones" ou "Silver Platter Club" , existam pormenores de gosto duvidoso e desnecessário, no aspecto geral "Queen Of Denmark" é muito agradável e justifica alguma atenção, pois existem temas de um pop melódico e suave de grande nível que, sem nunca cair no gosto fácil, são brilhantes.
Destaque para o tema que dá nome ao disco e que encerra este excelente trabalho de John Grant, "Queen Of Denmark", um tema extraordinário.

01 - TC And Honeybear
02 - Marz
03 - Where Dreams Go To Die
04 - Sigourney Weaver
05 - Chiken Bones
06 - Silver Platter Club
07 - It's Easier
08 - Outer Space
09 - JC Hates Faggots
10 - Caramel
11 - Leopard and Lamb
12 - Queen Of Denmark

Nota - 8/10

16/11/10

Isobel Campbel & Mark Lannegan - Hawk

"Hawk", o novo trabalho editado recentemente pelo duo Isobel Campbel & Mark Lannegan, chega a assustar com o seu início algo enfadonho.
Pode-se afirmar que os três primeiros temas destinam-se a consumo interno do mercado americano, pois são demasiado "fechados" numa onda country, mas ausente do tradicional ritmo e com uma sonoridade muito introspectiva, naquele género de música de viagem, como se estivéssemos a atravessar uma daquelas imensas estradas americanas ou aqueles desertos infindáveis.
Finalmente, em "Come Undome", essa viagem imaginária termina (ou será que é apenas um intervalo?), como se fosse o momento da chegada ao destino, ou pelo menos a um ponto intermédio, um ponto mais urbano, num daqueles bares tipicamente de estrada onde paramos para descansar e, durante esse descanso, é nos dada a possibilidade de ouvir temas repletos de influências da música popular americana, com aquele inconfundível cheiro a Blues, cheiro esse abrilhantado por uma boa sonoridade ao nível das teclas.
Seguem-se "No Place To Fall", "Get Behind Me" e "Time Of Season", um conjunto de temas com essa sonoridade mais urbana e que comprova que realmente estamos no intervalo dessa viagem. Nesta parte do disco, o brilhantismo de Mark Lannegan como compositor e intérprete é evidente e a sua voz, simultaneamente cavernosa e sedutora, torna-se embriagante.
Após este pequeno descanso, a viagem recomeça com a bela Isobel Campbell a proporcionar-nos grandes momentos de prazer com a sua voz cheia de ternura em "To Hell And Back Again", um tema calmo e bonito que parece ter sido feito para nos ajudar a acordar e a recomeçar a viagem.
E como estamos perante um disco que se torna numa banda sonora de viagem, "Cool Water" e "Eyes Of Green", levam-nos novamente para as pradarias americanas, desta vez de uma forma suave, a condizer com o cenário por mais imaginário que ele seja, pois está-se perante uma viagem virtual que termina de forma apoteótica com "Lately", tema abrilhantado por um coro Gospel em tom de festa.
Pode não ser o melhor trabalho deste duo, mas é seguramente um excelente disco.

01 - We Die And See Beauty Reign
02 - You Won't Let Me Down Again
03 - Snake Song
04 - Come Undome
05 - No Place To Fall
06 - Get Behind Me
07 - Time Of The Season
08 - Hawk
09 - Sunrise
10 - To Hell & Back Again
11 - Coll Water
12 - Eyes Of Green
13 - Lately

Nota - 8/10

03/11/10

Karnataka - The Gathering Light

Karnataka são um grupo formado em 1996 por Rachel Jonas (voz), Ian Jones (baixo e guitarra), Jonathan Edwards (teclas), Paul Davies (guitarra) e Gavin Griffiths (bateria).
Em "The Gathering Light", disco editado este ano de 2010, o grupo apresenta-nos um agradável disco de rock progressivo, melódico, e com alguns momentos de excessiva ligeireza, que faz com que a música do grupo quase saia da onda progressiva e chegue muito perto do New Age. No entanto, estas divagações e estes percursos musicais, são bem feitos e de forma muito agradável.
Em certos momentos, ao longo do disco e principalmente nos temas mais extensos, são feitos bons solos de guitarra, solos esses que nos fazem lembrar os Pink Floyd mas que, obviamente, estão longe do brilhantismo que David Gilmour nos proporciona.
Não quer com isto dizer que existe uma colagem ou uma aproximação que seja evidente, à música dos Pink Floyd; existe sim uma grande influência.
A música dos Karnataka, um pouco graças à voz de Rachel Jonas, apresenta-se algo diferente do que é normal no chamado rock progressivo, com um pequeno toque "ligeiro". É esse toque que faz com que o som do grupo não assuma a vertente conceptual característica do rock progressivo e que, por vezes, faz com que esse estilo musical seja demasiado enfadonho.
"The Gathering Light" é um disco diferente e, não sendo deslumbrante, dá-nos um imenso prazer a ouvir, não em "repeat", mas de vez em quando no sossego da casa e numa boa aparelhagem, pois por muito bom que um iPod possa ser, não chega ao nível de uma aparelhagem das chamadas tradicionais.

01 - The Calling
02 - State Of Grace
03 - Your World
04 - Moment In Time
05 - The Serpent And The Sea
06 - Forsaken I, II e III
07 - Tide to Fall
08 - The Gathering Light

Nota - 7/10

30/09/10

Entrevista... "De Fio a Pavio"

Terceira parte de uma entrevista feita no início dos anos 80, a um conjunto de jornalistas responsáveis pelo programa "De Fio a Pavio", da Rádio Renascença.
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Perg. - Mas haverá música portuguesa que seja suficiente para ocupar esse espaço, mas que seja de qualidade?
Resp. - (Miguel Lemos) - Depende. Música com raízes populares há muita, existe o levantamento dessa música e tem qualidade. Agora, se falarmos na que é comercializada pelas editoras, penso que não abrange essa qualidade pois tem objectivos comerciais.
(João Viegas Soares) - Actualmente não existe qualquer controle se essa lei é ou não cumprida. Há emissoras que passam muito pouca música portuguesa, e a SPA (Sociedade Portuguesa de Autores) não recebe as listas das música que foram passadas na rádio durante um mês, por isso não existe controlo e, a partir daí, a eficácia da lei fica logo anulada. Se não houver um controlo, não me parece que essa lei tenha resultados práticos suficientes.
Perg. - Acham que na rádio deviam ser dadas mais oportunidades aos jovens?
Resp. - (Miguel Lemos) - Acho que se dão boas oportunidade, mas a rádio também não foge ao ao que costumamos chamar crise geral e que existe na sociedade portuguesa. Essa crise implica o desemprego e a questão do primeiro emprego para os jovens.
Perg. - Mas podem existir jovens com boas ideias para programas e que não tenham tido qualquer experiência anteriormente...
Resp. - (João Viegas Soares) - Pelo que conheço não tem surgido uma grande quantidade de oportunidade a novos valores. Nós somos jovens e somos alguns desses jovens que entraram para a rádio com pouca ou nenhuma experiência. Penso que "De Fio a Pavio" é uma prova de que os jovens têm alguma coisa a dizer.
Perg. - Mas porque razão a rádio não dá esse apoio?
Resp. - (Miguel Lemos) - Uma rádio que seja comercial vive da publicidade e dos ouvintes. As pessoas não podem surgir sem experiência, pois poderão fracassar. Penso que será essa a principal razão.
(João Viegas Soares) - Os interesses económicos sobrepõem-se ao dar novas oportunidades à juventude, o que é negativo.
(Miguel Lemos) - Acho que é negativo, mas essa falta não é tão grande como isso. A Rádio Comercial e a Rádio Renascença têm apostado em gente nova. Na Renascença tem-se apostado muito na juventude, mas mais no sector da informação.

FIM

29/09/10

Entrevista... "De Fio a Pavio"

Segunda parte de uma entrevista feita no início dos anos 80, a um conjunto de jornalistas responsáveis pelo programa "De Fio a Pavio", da Rádio Renascença.
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Perg. - Agora falem-me um pouco das linhas gerais das vossas entrevistas.
Resp. - (Miguel Lemos) - O entrevistado vai acompanhando todo o programa. Normalmente, temos uma pequena síntese noticiosa do dia e o entrevistado pronuncia-se sobre uma das principais questões em foco. Depois, ao longo do programa, procuramos ir abordando diversos temas da actualidade e, à medida que isso vai acontecendo, o entrevistado pronuncia-se sobre esses temas.
(Nuno Jonet) - Outra característica do programa, é que o entrevistado não fala durante meia hora mas sim um ou dois minutos sobre cada tema, e às vezes até fala menos tempo. Isto faz com que as pessoas não se cansem e não adormeçam ao som de uma voz. Depois, entre cada resposta, passamos uma pequena faixa musical.
Perg. - Esse género de entrevista talvez seja a primeira vez que acontece em Portugal, não?
Resp. - (Miguel Lemos) - Não direi que é a primeira vez, mas na época que corre, não existe. Usa-se muito em França e no Luxemburgo (RTL).
(João Viegas Soares) - Em Portugal o que se faz é tipo mesa redonda, com o entrevistado a ser bombardeado com perguntas durante uma hora. Neste programa, tentamos ser nós a dar a informação e o convidado a comentar o tema. Nas entrevistas, não vão ser sós os políticos a ser entrevistados, mas também pessoas ligadas à música, ao desporto, a tauromaquia, etc.
Perg. - Como jornalistas de um programa de rádio, como é que analisam a lei que vai obrigar as rádios a passarem 50% de música portuguesa?
Resp. - (João Viegas Soares) - Acho que mais do que obrigar a que exista esse espaço, se exija um mínimo de qualidade e existam estruturas para que essa qualidade exista. Essa lei vai obrigar a que se produza mais música e da melhor qualidade, para se ocupar esse espaço. Apesar de ser uma lei que considero insuficiente e incontrolável, acho que é positiva, e as leis surgem, não para criar situações novas mas em função das que já existem. Se foi preciso criar essa lei, é porque de facto estava a aparecer música portuguesa com qualidade para poder passar na rádio. É uma lei que surge para defender a música portuguesa e, na minha opinião, pode vir a ter efeitos positivos em relação à quantidade.
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28/09/10

Kele - The Boxer

"The Boxer" é o disco de estreia a solo de Kele Okereke, guitarrista e vocalista dos Bloc Party.
Aproveitando o hiato do grupo, desde o ano de 2009, Kele decidiu aventurar-se numa carreira a solo com este "The Boxer", disco produzido por Hudson Mohawke e que foi lançado recentemente.
Detentor de uma voz inconfundível, Kele, apresenta-nos um disco que não deslumbra mas também não desilude. Apesar da tentativa de um distanciamento da música dos Bloc Party, são inegáveis as semelhanças, quando mais não seja pelo facto de ser Kele Okereke o autor das músicas do grupo.
Este "The Boxer" é um disco com uma música fresca e despretensiosa, com alguns temas interessantes, mas que acaba por tornar-se enfadonho, um pouco devido ao uso excessivo de instrumentos numa onda synth-pop.
No conjunto dos dez temas que fazem parte do disco, destaco pela positiva "Everything You Wanted", um tema bem ritmado e muito forte, excelente para passar na rádio e desse modo fazer com que seja um trabalho bem sucedido, pelo menos comercialmente.

01 - Walk Tall
02 - Õn The Lam
03 - Tenderoni
04 - The Other Side
05 - Everything You Wanted
06 - The New Rules
07 - Unholy Thoughts
08 - Rise
09 - All The Things I Could
10 - Yesterday's Gone

Nota - 7/10

27/09/10

Entrevista... "De Fio a Pavio"

Primeira parte de uma entrevista feita no início dos anos 80, a um conjunto de jornalistas responsáveis pelo programa "De Fio a Pavio", da Rádio Renascença.

"De Fio a Pavio" é um dos muitos programas que preenchem parte da emissão da Rádio Renascença, aos domingos. Segundo um dos elementos deste programa, trata-se de um magazine de informação, o que se nota logo à primeira audição.
É um programa feito por jovens, cujas idades estão compreendidas entre os 19 e os 26 ano e, apesar de ser recente, já está a alcançar um certo sucesso junto dos ouvinte da Rádio Renascença.
O apresentador é o Rui Pego e da equipa deste programa fazem parte quatro jornalistas que se ocupam das entrevistas para as quais é convidado uma figura pública, que vai pronunciar-se sobre os mais diversos temas. Essa equipa de quatro jornalistas é composta pelo Carlos Ribas, Miguel Lemos, João Viegas Soares e Nuno Jonet.
Perg. - Em primeiro lugar, e devido à vossa idade, a pergunta que se impõe é se já tinham tido alguma experiência em termos radiofónicos?
Resp. - (Nuno Jonet) - Não muito. A minha experiência era em termos de informação, ao nível de noticiários. O Miguel e o Rui tiveram alguma experiência em Angola.
(Miguel Lemos) - Sim, eu e o Rui tivermos dois programas na emissora nacional de Angola, que foram o "Módulo K" e "A Voz do Estudante". Quanto ao João Soares, esta é a sua primeira experiência em termos de rádio.
Perg. - Quais os vossos objectivos ao fazerem o programa?
Resp. - (Miguel Lemos) - O nosso principal objectivo é informar, divulgar acontecimentos que dizem respeito às nossas vidas, como por exemplo política, espectáculos, etc.
(João Viegas Soares) - Nós fazemos um grande esforço no sentido de que a informação seja dada de uma maneira leve. Pensamos que, na rádio, a informação deve ser envolvida de aspectos que facilitem a sua apreensão e fazemos os possíveis por isso, no sentido que as notícias sejam comentadas e rodeadas de conversa com um convidado que temos semanalmente. A nossa informação é um tipo de informação leve e acessível, sem nos preocuparmos com discursos políticos.
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23/09/10

Arcade Fire - The Suburbs

"Funeral" (2004), "Neon Bible" (2007) e "The Suburbs" (2010).
Ao terceiro disco, à terceira obra-prima, os Arcade Fire trazem-nos dezasseis temas novos, que tornam "The Suburbs" um disco longo, sem ser fastidioso.
Por incrível que possa parecer, o grupo consegue manter um nível excelente e dessa forma confirmar as potencialidades evidenciadas em "Funeral" e mantidas em "Neon Bible", onde conseguem superar o síndrome do primeiro álbum.
"The Suburbs" acaba por ser a confirmação de que este grupo - oriundo de Montreal, Canadá - é, actualmente, um dos colectivos de maior criatividade na cena indie a nível mundial, apesar de nele ser evidente uma vertente mais comercial e menos conceptual, comparativamente com os anteriores trabalhos editados pelo grupo.
No dia 18 de Novembro de 2010, os Arcade Fire vão actuar no Pavilhão Atlântico em Lisboa, num concerto que será, seguramente, memorável, não só pelas excelente músicas que o grupo tem espalhadas pelos seus três trabalhos, mas também devido aos excelentes e divertidos concertos que a banda dá, transmitindo uma energia e uma alegria contagiantes.

01 - The Suburbs
02 - Ready To Start
03 - Modern Man
04 - Rococo
05 - Empty Room
06 - City With No Children
07 - Half Light I
08 - Half Light II (No Celebration)
09 - Suburban War
10 - Month Of May
11 - Wasted Hours
12 - Deep Blue
13 - We Used To Wait
14 - Sprawl I (Flatland)
15 - Sprawl II (Mountains BeyondMountains)
16 - The Suburbs

Nota - 9/10

22/09/10

Manic Street Preachers - Postcards From a Young Man

Apesar de já há algum tempo circular na internet, foi editado esta semana Postcards From a Young Man, disco que assinala o regresso dos Manic Street Preachers, que tivemos a oportunidade de ver na edição deste ano do Alive, onde deram um bom concerto.
Este é aquele tipo de disco que se pode intitular "Radio Friendly". Composto por doze excelentes temas, todos eles propícios à edição em formato single, para assim poderem passar nas rádios, pois como sabemos (pelo menos em Portugal), a grande maioria das rádios existentes limita-se a passar os temas que fazem parte do chamado "Lado A" do single, são rádios sem programas de autor que se limitam a passar aquilo que as editoras impõem, com excepçao para as rádios Radar e Europa (se bem que esta tem outra onda musical, mais vocacionada para o Jazz).
Com este Postcards From a Young Man, o grupo formado por James Dean Bradfield (voz e guitarra), Sean Moore (bateria) e Nicky Wire (baixo), dificilmente conseguirá superar o mítico The Holy Bible, ou mesmo o anterior trabalho do grupo Journal For a Plague Lovers, editado em 2009. É, no entanto e como já referi, um excelente trabalho com canções bem construídas e melódicas, sem devaneios, numa música acessível e de grande qualidade.
Um disco extremamente agradável, de um pop discreto, belo e subtil, cujo momento alto surge logo na terceira música Some Kind Of Nothingbess, com partes a fazer lembrar os espirituaus negros, numa melodia apoteótica que conta com a colaboraçao de Ian McCulloch dos Echo & The Bunnymen.
Seguramente um dos grandes discos do ano de 2010.

01 - (It's Not War) Just The End Of Love
02 - Postcards From a Young Man
03 - Some Kind Of Nothingness (Feat. Ian McCulloch)
04 - The Descent (Part 1 & 2)
05 - Hazelton Avenue
06 - Auto Intoxication
07 - Golden Platitudes
08 - I Think I've Found It
09 - A Billion Balconies Facing The Sun
10 - All We Make Is Entertainment
11 - The Future Has Been Here 4 Ever
12 - Don't Be Evil

Nota - 9/10

Setlist... Bruce Springsteen

Setlist do concerto de Bruce Springsteen, no Estádio de Alvalade, dia 01 de Maio de 1993.

- Darkness On The Edge Of Town
- Adam Raised a Cain
- This Hard Land
- Better Days
- Lucky Town
- 57 Channels
- Trapped
- Badlands
- Many Rivers To Cross
- My Hometown
- Leap Of Faith
- Man's Job
- Roll Of The Dice
- Downbound Train
- Because The Night
- Brilliant Disguise
- Human Touch
- The River
- Who'll Stop The Rain
- Souls Of The Departed
- Born In The USA
- Light Of The Day
- Hungry Heart
- Glory Days
- Born To Run
- My Beautiful Reward
- Working On The Highway
- Rockin' All Over The World
- Bobby Jean

21/09/10

Grinderman - Grinderman 2

Grinderman 2 marca o regresso dos Grinderman, projecto liderado pelo inconfundível Nick Cave e do qual fazem parte Martyn Casey no baixo, Warren Ellis na guitarra e violino, e Jim Sclavunus na bateria.
Três anos após a edição do primeiro trabalho do grupo, estamos perante um regresso extremamente salutar e interessante, apesar de previsível. Um disco marcado, à semelhança do anterior, pela forte influência de Nick Cave, músico de uma criatividade inconfundível, que tanto nos brinda com temas caóticos e desconexos, repletos de experimentalismos como se estivessemos numa Jam Session (Bellringer Blues ou When My Baby Comes), como nos traz canções extremamente melódicas dignas de qualquer compilação de Love Songs (Palaces Of Montezuma).
Estamos perante um excelente disco, estando ao nível do melhor que Nick Cave fez até hoje e, comparando com o anterior trabalho do grupo, pode-se afirmar que Grinderman 2 está ao mesmo nível, não desiludindo mas também não surpreendendo nem inovando. Poder-se-ia afirmar que é mais do mesmo, mas na música de Nick Cave as coisas nunca são o que parecem, pois é algo inconfundível e repleto de pequenos pormenores que, com o tempo, são detectados.
Nick Cave, na minha opinião é detentor de uma capacidade criativa e de improvisação muito acima da média, como todos os génios.

01 - Mickey Mouse And The Goodbye Man
02 - Worm Tamer
03 - Heathen Child
04 - When My Baby Comes
05 - What I Know
06 - Evil
07 - Kitchnette
08 - Palaces Of Montezuma
09 - Bellringer Blues

Nota - 9/10

17/09/10

Blog da semana

Toxicidades é o Blog da Semana no Cotonete.
Link no canto superior direito.

16/09/10

Interpol - Interpol

"O bom filho à casa torna".
Este ditado aplica-se aos Interpol que, cerca de seis anos após abandonarem a editora em que fizeram os melhores trabalhos, a Matador, regressam com este "Interpol". Liderados pelo carismático guitarrista e vocalista Paul Banks, trazem-nos um excelente disco, repleto de belas canções, densas, de uma densidade que só os Interpol conseguem transmitir, com uma voz igualmente densa e "escura", quase que tenebrosa, e uma guitarra em constantes divagações e solos discretos mas densos e intensos, que nos enebriam e arrepiam.
Apesar de, à partida, estar longe do nível do primeiro trabalho do grupo "Turn On The Bright Lights" datado de 2002, este "Interpol" é um excelente disco que, atrevo-me a incluir naquele género de disco que se aprende a gostar à medida que o vamos ouvindo.
Normalmente, esse tipo de disco, torna-se uma obra de arte porque, a arte aprecia-se, e quanto mais se aprecia, à medida que a vamos apreciando, gostamos cada vez mais.

01 - Success
02 - Memory Serves
03 - Summer Well
04 - Lights
05 - Barricade
06 - Always Malaise (The Man I Am)
07 - Safe Without
08 - Try It On
09 - All Of The Ways
10 - The Undoing

Nota - 8/10

01/09/10

Ao vivo... Super Bock Super Rock

Cartaz da edição do Festival Super Bock Super Rock de 2010, na Aldeia do Meco.

31/08/10

Pulseira... Super Bock Super Rock

Pulseira da edição de 2010 do Festival Super Bock Super Rock

08/07/10

Entrevista... Nicolau Breyner

Terceira parte...

Perg. - Mas essa falta de apoio pode vir a dificultar a evolução do estúdio?
Resp. – Dificultar, de certeza que sim. Espero é que não venha a impedir essa evolução de que falas. Espero que apareça o apoio pretendido pois já temos muito trabalho nas mãos e espero que consigamos superar a crise, mesmo pondo a remota e estranha hipótese de que os bancos não nos apoiem.

Perg. – E quais são os géneros de programas que pensam fazer aqui?
Resp. – Tudo. Este estúdio é vocacionado para telenovelas, peças de teatro e programas musicais. As dimensões do estúdio são para se fazerem projectos grandes.

Perg. – Cada episódio de uma telenovela brasileira custa à RTP cerca de duzentos mil escudos, enquanto que um episódio da portuguesa fica a cerca de quinhentos contos. Porquê?
Resp. – Enquanto que a telenovela brasileira é comercializada para cerca de cento e cinquenta países, a portuguesa não. Neste momento os nossos canais na Argentina e na Venezuela já compraram esta novela, e para além disso já enviamos cópias para Angola e Moçambique. Só para se fazer uma pequena ideia, nos Estados Unidos as televisões estão a passar telenovelas brasileiras da Globo, dobradas em espanhol e que se destinam às comunidades espanholas que existem por lá. É lógico que dois mil e duzentos contos em divisas, não é o mesmo que quinhentos contos a circularem cá dentro. Vamos aguardar e ver o que se consegue arranjar.

Perg. – Nicolau, há mais alguma coisa que queira acrescentar?
Resp. – Só um obrigado ao vosso jornal.

FIM

07/07/10

Entrevista... Nicolau Breyner

Segunda parte...

Perg. – Em toda a sua carreira, o Nicolau Breyner já fez teatro, cinema, televisão e agora telenovela, que de algum modo também se pode considerar como sendo televisão, logicamente. Qual destas actividades é que lhe deu mais prazer fazer?
Resp. – À partida a televisão e o cinema dão-me sempre mais prazer e eu não sou propriamente um amante de teatro, pois acho o teatro um pouco rotineiro. A televisão e cinema são muito mais aliciantes, o mesmo se passando com a telenovela, pois trata-se de televisão. Para além disso, fazer uma telenovela, é um trabalho de fundo que obriga a um desenvolvimento muito grande e que me agrada imenso; é um desafio e eu gosto de desafios.

Perg. – A Edipim é um projecto de grande envergadura e que ficou muito dispendioso e, segundo consta, os bancos têm-vos recusado empréstimos. Até que ponto acha que isso pode dificultar uma evolução nos vossos estúdios?
Resp. – Os bancos não têm acedido a determinadas coisas, mas isso é algo habitual aqui em Portugal. Um estúdio também é cultura e como se faz agora uma telenovela, daqui a uns tempos podemos fazer outra coisa qualquer; isto é um local de trabalho, no entanto os bancos não vêm o problema assim. É claro que se estivéssemos perante uma coisa de vacas ou algum empreendimento ligado à agricultura já teríamos tido apoio por parte da banca. Agora, estamos perante algo de onde podem vir produtos ligados à cultura e sobretudo ao espectáculo e, como se sabe, em Portugal ainda não percebemos que se trata de um negócio como outro qualquer. Até agora parece que ainda não perceberam, mas espero que um dia venham a perceber isso, pois é fundamental para o país. É incrível que exista um país na Europa em que durante cinquenta anos, não se investiu em nenhum estúdio com grandes dimensões. O último estúdio que foi construído foi o da Tobis, e isso já foi há cinquenta anos. É preciso notar que este estúdio, que nós fizemos, tem mil metros quadrados e, por exemplo, a Globo não tem nenhum com estas dimensões.
...

06/07/10

Entrevista... Nicolau Breyner

Primeira parte...

Quando há cerca de um ano se disse que ia ser feita a primeira telenovela portuguesa, houve uma gente que começou logo a dizer que era impossível e que ia ser um fracasso, pois as telenovelas brasileiras é que eram boas, mais isto mais aquilo, num rol de verdadeiros profetas da desgraça, tipicamente lusitanos. Estas afirmações não faziam qualquer sentido, pois as pessoas ainda não tinham tido a oportunidade de assistir a qualquer episódio da referida telenovela.
Os primeiros episódios vieram provar que estes “comentários” eram falsos, a tal ponto que, Vila Faia, já pode ser considerado um sucesso.
Ao fim de cerca de 40 episódios, já exibidos, consideramos de todo o interesse, fazer uma entrevista relacionada com o sucesso da novela e com o projecto Edipim que, como é sabido, orçou em largos milhares de contos e ao que parece tem-lhes sido recusado por parte da banca, vários empréstimos necessários para o desenvolvimento do negócio. Por estas razões, fomos falar com Nicolau Breyner.

Perg. – Em primeiro lugar, gostava que fizesse um balanço da reacção das pessoas à telenovela.
Resp. – Segundo as sondagens que a RTP faz semanalmente, a audiência tem sido cerca de 86% com um agrado total de 80%. (Na altura só existiam dois canais de televisão).

Perg. – Através dessas sondagens pode-se concluir que a telenovela está a ser um êxito. Inicialmente não houve um receio de que os portugueses não aceitassem bem a telenovela devido ao facto de estarem habituados às brasileiras?
Resp. – Isso não aconteceu e o público português impressionou-me muito em relação a esse aspecto. Esperava que houvesse um período de adaptação mais demorado e ao fim de quatro ou cinco episódios, as pessoas começaram a reagir bem. Neste momento nem se põe a questão se é ou não brasileira… é mais uma telenovela.
...

01/07/10

Momentos... National

National no Super Bock Super Rock 2010

17/05/10

Kayo Dot - Coyote

A música dos Kayo Dot é indescritível, é algo fora de todos os parametros normais e expectáveis: é desconexa, anárquica e confusa.
Sendo um daqueles discos que será impossível escutar nas rádios "normais", "Coyote" é um trabalho estranho e de difícil classificação, mas não deixa de ser agradável de ouvir, se bem que é preciso estar com algum espirito para poder assimilar a música que este grupo, formado em Massachusetts em 2003, nos traz neste seu quarto trabalho.
Composto unicamente por cinco temas, cinco longos temas, o grupo formado por Toby Driver, Mia Matsumiya, David Bodie, Dan Means e Terran Olson, apresenta-nos um disco na linha dos anteriores, um trabalho de experiências e vivências musicais, como já referi algo desconexas, mas com um fio condutor pelo qual passa todo o tipo de experiências e sons que os elementos do grupo extraem (e muito bem) dos seus instrumentos.
Estamos perante um disco de um estilo musical muito próximo do chamado rock progressivo, neste caso extremamente complexo, com temas longos e sem qualquer refrão, mas que justifica alguma atenção.

01 - Calonyction Girl
02 - Whisper Ineffable
03 - Abyss Hinge 1: Sleeping Birds Sighing in Roscolux
04 - Abyss Hinge 2: The Shrinking Armature
05 - Cartogram Out Of Phase

Nota - 8/10

26/04/10

Ao vivo... Salada de Frutas

Os Salada de Frutas, com Lena D'Água no "Festival Se7e ao vivo" em 1981, no Campo Pequeno.

20/04/10

Tantra


TANTRA
Os Tantra foram um dos grupos mais importantes da música portuguesa no final dos anos 70 e princípio dos anos 80. Liderados pelo incontornável Manuel Cardoso, o grupo estreou-se nos registos discográficos com o single "Novos Tempos", um tema tipicamente de música ligeira e com muitos "lá-lá-lás". Em 1977 é editado o primeiro LP, o excelente "Mistérios e Maravilhas" que considero, ainda hoje, um dos melhores discos da música feita em Portugal. Em 1979, é lançado "Holocausto" e o sucesso repetiu-se tanto em termos comerciais como em concertos ao vivo. Seguem-se uma imensidão de concertos por todo o país e surge a consagração com o Coliseu dos Recreios a encher para um espectáculo de grande qualidade musical e, em termos cénicos, muito acima daquilo que se costumava fazer em Portugal.

Em 1981 é editado "Humanoid Flesh", numa onda muito diferente daquela a que o grupo habituou os seus fans. O grupo abandonou a vertente de rock progressivo e enveredou por uma onda completamente diferente mas que na altura estava na moda, New Wave; para além disso, a música passou a ser cantada em Inglês. Apesar de considerar uma enorme injustiça, este disco foi um imenso flop e arrisco a dizer que no espaço de quatro anos, conseguiram não só ser autores de um dos melhores discos de sempre da música portuguesa, como também de um dos seus maiores fracassos.

Posteriormente seguiu-se um interregno na carreira do grupo e Manuel Cardoso aproveitou para gravar alguns discos a solo, quer como Manuel Cardoso, quer como Frodo. Nunca chegou a obter grande sucesso, mais uma vez injustamente; talvez estivesse alguns anos "adiantado" na música portuguesa.

Em 2003 o grupo regressa com "Terra". Para além de ser evidente estarmos perante uma boa "teimosia" de Manuel Cardoso, pois o trabalho musical assenta praticamente todo sobre ele, o grupo, ao regressar ao rock progressivo, não se consegue libertar (e ainda bem) de Mistérios e Maravilhas. Em Terra, podemos ouvir versões adaptadas de "À Beira do Fim" e "Máquina da Felicidade", bem como de outros temas de Manuel Cardoso, como por exemplo "Manhã Submersa" ou "Solidão", temas estes da sua carreira a solo e incluídos nos álbuns "Noites de Lisboa" e "Zbaboo Dança", respectivamente.

Em 2005, Manuel Cardoso, tenta reunir os Tantra para gravar "Delirium". Apesar de não ter conseguido reunir a formação original, o disco é lançado: um rock progressivo ainda mais conceptual do que é costume, num disco fabuloso e do qual não conseguimos destacar um tema. É aquele tipo de trabalho que tem de ser escutado do princípio ao fim. Se instrumentalmente Manuel Cardoso sempre esteve em excelente nível, é neste Delirium que ele consegue superar algumas das suas "debilidades" vocais. Um disco bem interpretado em todos os aspectos.

Os Tantra ainda hoje existem, muito pela persistência de Manuel Cardoso, alguém que não desiste de tentar furar e ultrapassar as dificuldades que os músicos fora das correntes musicais "playlist" ou "mainstream", sentem em Portugal.

Felizmente estamos perante um músico que não desiste, perante alguém que insiste em gravar pelo simples prazer de tocar e sem grandes objectivos financeiros; ainda bem para nós que, apesar de ser extremamente difícil, conseguimos adquirir os seus discos.

12/04/10

Bonobo - Black Sands

O Inglês Bonobo (Simon Green) regressa com este Black Sands, após cinco anos de interregno.
Editado pela label Ninja Tunes, este disco segue a linha habitual do músico, num estilo musical com um toque de New Age e Ambient. Composto por doze temas, dos quais três são interpretados por Andreya Triana, Black Sands, apesar de ser um disco agradável, não deslumbra.

01 - Prelude
02 - Kiara
03 - Kong
04 - Eyesdown (feat. Andreya Triana)
05 - El Toro
06 - We Could Forever
07 - 1009
08 - All In Forms
09 - The Keeper (feat. Andreya Triana)
10 - Stay The Same (feat. Andreya Triana)
11 - Animals
12 - Black Sands

Nota - 7/10

28/03/10

Scorpions - Sting In The Tail

Scorpions: mais de 40 anos depois, esta mítica banda formada em Hanover na Alemanha anuncia o seu final. Incicialmente o grupo era formado por Rudolf Schenker (voz e guitarra), Karl-Heinz Follmer (guitarra), Lothar Heimberg (baixo) e Wolfgang Dziony (bateria). Em 1971 entram para a banda o guitarrista Michael Schenker (irmão de Rudolf) e o vocalista Klaus Mein, que ainda hoje se mantém no grupo, o que não acontece com Michael que em 1973 decide abandonar os Scorpions.
Sting in The Tail, editado recentemente é o último disco da carreira do grupo, uma carreira com alguns bons momentos, com alguns discos de bom nível, como por exemplo In Trance (1975), Love Drive (1979) ou Blackout (1982), entre muitos outros sendo que, os Scorpions proporcinaram-nos algumas das mais belas baladas da música rock. Quem não conhece e gosta de ouvir Still Loving You, Always Somewhere ou Lady Starlight, entre muitas outras de um brilhantismo impressionante e de uma beleza indescritível?
Neste último disco, a "receita" mantém-se: um bom leque de canções rock que, sem serem brilhantes, mantêm o nivel de qualidade a que o grupo nos habituou.
Talvez por sabermos que estamos perante o último disco de originais de um grupo que de algum modo marcou a história da música e de várias gerações, e que vai terminar dentro de algum tempo (após uma última tournée), talvez por isso, este disco soe a despedida dando ao próprio álbum um tom conceptual, que ele não tem; talvez o nosso subconsciente nos leve a pensar que vamos perder algo que nos deu momentos de felicidade durante muitos anos.
Em resumo, é um bom disco com duas excelente baladas, Lorelei e Sly (seguramente um clássico), e bons temas de rock, com bons reefs e solos de guitarra, que só não são brilhantes porque são curtos, mas como se sabe nos concertos são normalmente "alongados" e aí sim, vamos ter bons momentos na última tournée que o grupo está a preparar e que quase de certeza deve passar por Portugal, pois o grupo sempre demonstrou grande apreço pelo país onde fez questão de gravar um trabalho ao vivo, no convento do Beato em Lisboa: "Acoustica" em 2001.
Quanto a "Sting In The Tail", termina de forma algo enigmática, com uma das melhores canções de sempre do grupo, "The Best Is Yet To Come"; será a tournée?

01 - Raised On Rock
02 - Sting In The Tail
03 - Slave Me
04 - The Good Die Young (feat. Tarja Turunen)
05 - No Limit
06 - Rock Zone
07 - Lorelei
08 - Turn You On
09 - Sly
10 - Spirit Of Rock
11 - The Best Is Yet To Come

Nota - 8/10

P.S. - Como dizem em "Spirit Of Rock", "Rock Will Never Die"

26/03/10

Peter Gabriel - Scratch My Back

Considero Peter Gabriel (13 de Fevereiro de 1950) um dos músicos mais criativos e geniais da história da música. Deixou os Genesis em 1976 e desde então tem-se dedicado a uma carreira a solo com alguns discos de grande qualidade.
Desde “Peter Gabriel I” em 1977 até este “Scratch My Back” de 2010, Gabriel possibilitou-nos alguns bons momentos musicais com grandes clássicos, como por exemplo Solsbury Hill (Peter Gabriel I em 1977), Games Without Frontiers e Biko (Peter Gabriel III em 1980) e Sledgehammer (So em 1986), entre muitos outros.
Para além da sua excelente carreira a solo, desenvolveu ao longo dos anos uma autêntica cruzada na divulgação da chamada World Music, ao criar a editora Real World cujo objectivo é a divulgação da imensa música deste imenso mundo, levando-nos a descobrir grandes compositores e belíssimas canções em países dos quais pouco ouvimos falar ou pouco sabemos da sua música e da sua cultura.
Após a edição do álbum “Up” em 2002, Peter Gabriel fez vários espectáculos pela Europa, tendo passado por Portugal para concertos no Rock In Rio e no Festival Vilar de Mouros em 2004.
Oito anos passaram desde a edição do seu último disco e regressa neste ano de 2010, com “Scratch My Back” e, para grande surpresa, traz-nos um disco exclusivamente de versões, num tributo que presta a diversos músicos, um disco calmo de excelentes canções, num verdadeiro exercício vocal de grande brilhantismo, como só ele sabe fazer.
Não estamos perante um disco com temas fortes que possam dar bons singles; estamos perante um disco de alguém detentor de uma voz e de uma capacidade musical que não para de nos surpreender.
Será que “Scratch My Back” vai tornar-se num disco de culto na carreira de Peter Gabriel?
O tempo o dirá.

01 – Heroes (David Bowie)
02 – The Boy In The Bubble (Paul Simon)
03 – Mirrorball (Elbow)
04 – Flume (Bon Iver)
05 – Listening Wind (Talking Heads)
06 – The Power Of The Heart (Lou Reed)
07 – My Body Is a Cage (Arcade Fire)
08 – The Book Of Love (Magnetic Fields)
09 – I Think It’s Going To Rain Today (Randy Newman)
10 – Après Moi (Regina Spektor)
11 - Philadelphia (Neil Young)
12 – Street Spirit – Fade Out (Radiohead)

Nota – 8/10

23/03/10

Besnard Lakes... Are The Dark Horse

O guitarrista e vocalista Jace Lasek e a baixista Goreas Olga, decidem formar no ano de 2001 em Montreal, Canadá, os The Besnard Lakes.
Devido às suas origens e ao facto de os seus fundadores serem casados, no início foram comparados aos Arcade Fire mas, apesar de tal comparação não poder ser depreciativa, o casal procurou, e conseguiu, demarcar-se desse rótulo.
Mais tarde entraram para o grupo os guitarristas Steve Raegele e Jeremias Bullied, e o baterista Kevin Laind e é então que editam o primeiro trabalho do grupo "Vol. 1, disco reconhecido pela critica, mas que passa despercebido em termos comerciais.
Após a gravação deste primeiro disco, o guitarrista Jeremias Bullied é substituído por Richard White e entra para o grupo o teclista e produtor Nicole Lizee e é então que surge este "The Besnard Lakes Are The Dark Horse", onde apresentam uma música complexa e por vezes conceptual, com momentos de psicadelismo e também com grandes devaneios ao nível de guitarras que, pessoalmente, me fez lembrar Sonic Youth.

01 - Disaster
02 - For Agent 13
03 - An You Lied To Me
04 - Devastation
05 - Becaute Tonight
06 - Rides The Rails
07 - On Bedford and Grand
08 - Cedric's War

Nota - 8/10

15/03/10

Ali Farka Touré and Toumani Diabaté

Apesar de ainda estarmos somente no terceiro mês de 2010, arrisco em afirmar que este disco gravado por Ali Farka Touré e Toumani Diabaté, vai ser seguramente, um dos melhores discos do ano. Gravado pouco antes da morte de Ali, que aconteceu no dia 07 de Março de 2006, e na sequência da excelente parceria em "In The Heart Of The Moon", este disco apresenta uma vertente mais acústica de Ali Farka Touré, aliada à magia da Kora tocada por Toumani Diabaté, o grande mestre desse instrumento.
Um conjunto de deliciosas melodias recheadas de uma magia que nos encanta e enfeitiça, num daqueles discos que para além de se gostar à primeira audição, continuamos a gostar e a adorar cada vez mais, à medida que o vamos ouvindo.

Obrigatório.

01 - Ruby
02 - Saby Yoerkoy
03 - Be Mankan
04 - Doudou
05 - Warbé
06 - Samba Geladio
07 - Sina Mory
08 - 56
09 - Fantasy
10 - Machengoidi
11 - Kala Djula

Nota - 9/10

P.S. - Com o tempo vai chegar à nota 10/10.

17/01/10

Tindersticks... Falling Down a Moutain

Pessoalmente, posso afirmar que o ano de 2010 começa muito bem, pelo menos no que à música diz respeito. Após a descoberta dos Person L no excelente disco de 2009 "The Positives", eis que surge o novo dos Tindersticks "Falling Down a Mountain" que vai servir de suporte à digressão que o grupo vai fazer pela europa, digressão essa que, invarivelmente, passa por Portugal com uma série de 5 concertos, durante o mês de Fevereiro: Caldas da Rainha no dia 03, Guimarães no dia 04, Sintra no dia 05, Guarda no dia 06 e finalmente Estarreja no dia 07. Apesar de já os ter visto por dezassete vezes, não resisto e vou estar nas Caldas, Sintra e Guarda. Os Tindersticks são, cada vez mais, uma banda de culto... um fenómeno.
Quanto ao novo trabalho, Falling Down a Moutain, ele segue a linha do seu antecessor "The Hungry Saw". Com as saídas do grupo de Marl Collwill, de Dickon Hinchliffe e Alasdair Lacaulay em 2006, a música do grupo tornou-se mais acústica e intimista, mas sempre bela e cativante, um pouco devido à inconfundível voz de Stuart A. Staples. Em Hungry Saw (2008) isso já era evidente, e este mais recente trabalho vem confirmar e reforçar essa ligeira alteração na música do grupo, uma alteração que não traz qualquer perda à linha musical da banda, funcionando até como um factor dinamizador do culto que a banda tem, pois torna a música dos Tindersticks ainda mais intimista e sedutora.

Pode ser mais do mesmo, mas este "Falling Down a Moutain", a crer na versao que circula na net, é um excelente disco.
A sua edição está marcada para o dia 25 de Janeiro pela 4AD.

01 - Failling Down a Mountain
02 - Keep You Beautiful
03 - Harmony Around My Table
04 - Peanuts
05 - She Rode Me Down
06 - Hubbards Hills
07 - Black Smoke
08 - No Place So Alone
09 - Factory Girls
10 - Piano Music
Nota - 8/10