11/08/11

Peter Murphy - Ninth

Sete anos após a edição do seu último disco "Unshaterred", Peter Murphy regressa com este "Ninth".
Apresentando uma sonoridade ligeiramente diferente, "Ninth" é composto por onze temas que Peter Murphy tem tocado nos seus espectáculos, e isso nota-se, com uma música mais densa e com um sobressair de guitarras a que não estávamos habituados nos mais recentes trabalhos do músico.
"Ninth" é um trabalho de estúdio mas com pormenores de disco ao vivo, funcionando não como algo que se possa dizer fechado, mas sim solto, em que os músicos não parecem estar amarrados a algo pré-definido, pois o ambiente dos espectáculos ao vivo é recriado perfeitamente.
Se é possível afirmar que existe uma ausência de temas com melodias sedutoras, como por exemplo "Subway" ou "Cuts You Up", que têm uma sonoridade inebriante, já a voz de Peter Murphy continua excelente, desta vez abrilhantada por uma estrutura musical diferente e que acaba por aproximar Murphy do movimento gótico, fazendo jus à fama de que ele e os seus "Bauhaus" são os pais desse movimento.
Lembro-me de há uns anos ter assistido a um concerto de Peter Murphy no Festival do Sudoeste, e a entrada do músico em palco, por coincidência, foi acompanhada por um nevoeiro cerrado que cobriu parte da Herdade da Casa Branca. O seu corpo esguio, aliado à sua característica voz e ao ambiente criado pelo nevoeiro, deram origem a um dos melhores momentos musicais e cénicos de que lembro.
A música deste "Ninth" é isso tudo, escura e melodiosa, densa e sedutora, mística e forte, que proporcionará, seguramente, grandes espectáculos ao vivo.
Um excelente disco que termina com uma canção do melhor que Murphy fez até hoje, "Crème de la Crème".

01 - Velocity bird
02 - Seesaw Sway
03 - Peace To Each
04 - I Spit Roses
05 - Never Fall Out
06 - Memory Go
07 - The Prince & Old Lady Shade
08 - Uneven & Brittle
09 - Slowdown
10 - Secret Silk Society
11 - Crème de La Crème

Nota - 8.5/10

10/08/11

Bonde Redhead - Penny Sparkle

A sonoridade, o experimentalismo e a melodiosa voz de Kazu Makino em alguns temas, fazem com que os Blonde Redhead sejam, muitas vezes, comparados aos Sonic Youth, se bem que a a música deste grupo não tenha tanto experimentalismo, nem brilhantismo, como a dos Sonic Youth.
Os japoneses Kazu Makino (guitarra e voz) e Maki Takahashi (baixo), juntaram-se aos italianos Simone (bateria) and Amedeo Pace (guitarra e voz) para formarem o grupo em 1993, lançando o primeiro disco, "Blonde Redhead", em 1995 e com produção de Steve Shelley, baterista dos Sonic Youth, o que talvez tenha influenciado a sonoridade da banda. Algum tempo após a edição deste trabalho, Takahashi abandona o grupo, continuam o mesmo como trio, o que acontece até aos dias de hoje.
Pelo caminho, editaram regularmente vários discos, mantendo um nível bastante equilibrado e sem altos e baixos. Chegam a Paredes de Coura com este "Penny Sparkle", um disco com o espírito dos Sonic Youth, simultaneamente melodioso e experimental, mas que garante a ausência de qualquer devaneio mais tresloucado, sendo expectável um concerto fabuloso.

01 - Here Sometimes
02 - Not Getting There
03 - Will There Be Stars
04 - My Plants Are Dead
05 - Love or Prison
06 - Oslo
07 - Penny Sparkle
08 - Everything Is Wrong
09 - Black Guitar
10 - Spain

Nota - 8/10

09/08/11

Crystal Stilts - In Love With Oblivion

E continuando a viagem por alguns discos dos grupos que vão actuar no palco principal do Festival de Paredes de Coura, no próximo dia 18 de Agosto, é chegada a vez dos Cristal Stilts, que são, na minha opinião o grupo mais fraco deste dia.
O grupo formou-se no ano de 2003 em New York, com Brad Hargett e JB Townsend. Gravaram os primeiros trabalhos, singles e EPs, durante o ano de 2004 e o primeiro CD foi editado em somente em 2008, "Alight of Night".
Na sua essência, os Crystal Stilts são um duo, mas para os espectáculos ao vivo recorrem a músicos convidados, mais ou menos fixos, como Kyle Forester nas teclas, Andy Adler no baixo e o "Vivian Girls" Frankie Rose na bateria. Este agrupamento de músicos acaba por participar na gravação deste "In Love With Oblivion" e mais tarde Frankie Rose abandona o grupo, entrando para o seu lugar Keegan Cooke.
A música dos Crystal Stilts tem evidentes influências de Jesus and Mary Chain ou Birthday Party, mas é um estilo de música simultaneamente oco e inócuo. Não chega a ser enfadonha, mas também não tem aquela potência e aquele poder de nos surpreender. Ouve-se, mas apesar dos dois trabalhos do grupo terem sido muito bem recebidos pela crítica especializada, não acredito na longevidade da música do grupo.

01 - Sycamore Tree
02 - Through The Floor
03 - Silver Sun
04 - Alien Rivers
05 - Half a Moon
06 - Flying Into The Sun
07 - Shake The Shackles
08 - Precarious Stair
09 - Invisible City
10 - Blood Barons
11 - Prometheus At Large

Nota - 6/10

08/08/11

Twin Shadow - Forget

Retomando a viagem pelos trabalhos dos grupos que vão tocar no Festival de Paredes Coura - no dia 18 de Agosto, dia que tem como cabeça de cartaz os Pulp - é chegada a vez de prestar alguma atenção a Twin Shadow, projecto de George Lewis Jr., músico nascido na República Dominicana, residente na Flórida e que foi descoberto pelos Grizzly Bear.
Num género musical próximo do Chillwave, a música de Twin Shadow acaba por ser algo revivalista, e não passam despercebidas de ninguém as influências de alguma da música pop que se fez nos anos 80, principalmente aquele estilo musical que surgiu e que já tinha algumas influências da New Wave. Uma voz algo grave, melodiosa e assente numa estrutura musical também ela melodiosa e por vezes com alguns temas dançáveis, não sendo de estranhar um certo "bater de pé" em algumas das canções deste Forget, editado em 2010, que acaba por se tornar um disco bastante agradável, equilibrado, e do qual é difícil apontar algum tema que possa ser apelidado de tema forte do álbum, bem como escolher um tema que possamos considerar fraco.
É um disco que justifica alguma atenção, e estamos em crer que George Lewis Jr., dará um bom concerto em Paredes de Coura.

01 - Tyrant Destroyed
02 - When We're Dancing
03 - I Can't Wait
04 - Shooting Holes
05 - At My Heels
06 - Yellow Ballon
07 - Tether Beat
08 - Castles In The Snow
09 - For Now
10 - Slow
11 - Forget

Nota 8/10

07/08/11

Pulseira... Super Bock Super Rock

Pulseira do super Bock Super Rock, edição de 2011

06/08/11

La Habana Canta Sabina

Depois de ter iniciado uma viagem (ao som dos Warpaint) por alguns dos álbuns dos agrupamentos que vão estar em Paredes de Coura no dia 18 de Agosto, não resisto a fazer uma primeira interrupção para divulgar este disco (projecto) de homenagem a um dos melhores cantautores (cantantes) espanhóis, Joaquin Sabina.
Senhor de uma extensa obra em que alguns momentos menos felizes são esquecidos com o brilhantismo da maioria das suas canções, Joaquin Sabina continua a encantar com as suas canções, normalmente enriquecidas por belíssimos poemas, nos quais a sua voz caracteristicamente rouca funciona como uma "cereja no topo de um bolo".
Foram dez das imensas canções de Sabina, que foram reinventadas por um conjunto de músicos cubanos, com o som característico de cuba, mas sem as canções perderem a sua identidade e qualidade.
La Habana canta Sabina é um excelente disco para quem aprecia a música de Sabina, aqui com um toque cubano.

01 - Una Cancion para La Magdalena (Pablo Milanés)
02 - Quien Me Ha Robado El Mes de Abril (Kalunga)
03 - Que Se Llama Soledad (Haydée Milamés)
04 - Contigo (Jessica Rodriguez)
05 - Como Un Dolor de Muelas (Ivett Cepeda)
06 - A La Sombra de Un Leon (Amaury Perez)
07 - La Cancion Mas Hermosa Del Mundo (Buena Fe)
08 - A La Sombra de Un Leon (Pancho Amat Y El Cabildo Del son)
09 - 19 Dias Y 500 Noches (Frank Fernández)
10 - Tan Joven Y Tan Viejo ( Carlos Varela)

Nota 8/10

05/08/11

Warpaint - The Fool

O quarteto feminino Warpaint, oriundo de Los Angels, vai passar por Paredes de Coura, no dia em que tocam os Twin Shadow, Blonde Redhead, Crystal Stilts e os Pulp.
Numa primeira fase, o grupo era constituído pelas irmãs Jenny Lee Lindberg (baixo) e Shannyn Sossamon (bateria), Emily Kokal (voz e guitarra) e Theresa Wayman (voz e guitarra). Posteriormente Shannyn Sossamon abandonou o grupo, entrando para o seu lugar Stella Mozgawa, e é essa a formação actual.
Após alguns EPs editados em 2009 e que obtiveram bastante sucesso junto da crítica especializada, o primeiro grande trabalho da banda surge em Outubro de 2010 e trata-se de uma agradável surpresa, numa toada extremamente melódica, num ambiente celestial criando uma atmosfera de art rock, repleta de ambiências simultaneamente sedutoras e relaxantes, dentro de um estilo que nos traz à memória os Mojave 3, Here We Go Magic (também tocam em Paredes de Coura no mesmo dia), Beach House ou mesmo os Mazzy Star na sua vertente mais calma.
Sem deslumbrar, seduz, e acho que vai ser um excelente concerto no idílico cenário de Paredes de Coura.

01 - Set Your Arms Down
02 - Warpaint
03 - Undertow
04 - Bees
05 - Shadows
06 - Composure
07 - Baby
08 - Majesty
09 - Lissie's Heart Murmur

Nota - 7/10

04/08/11

Washed Out - Within and Without

Se o destaque de ontem foi para um grupo com alguma experiência, os Jeff The Brotherhood, o de hoje vai para um estreante em termos dos chamados trabalhos de longa duração. Após alguns EPs editados, Ernest Greene grava finalmente o seu primeiro CD, este Within and Without, para a label Sub Pop, normalmente sinónimo de qualidade.
Se ontem foi apresentado um disco virado para o rock puro, já o de hoje segue para um campo completamente oposto, com um pop melodioso num estilo synth pop, com alguns momentos bastante agradáveis, mas que numa audição completa e sequencial do disco tornam-se algo aborrecidos; ou seja, é aquele tipo de disco que se ouvirmos quatro ou cinco temas seguidos torna-se agradável, mas se ouvirmos do primeiro ao último tema, torna-se aborrecido.
Apesar de tudo é um bom disco, principalmente para esta altura do ano, com uma música agradável que dá uma sensação de frescura.

01 - Eyes Be Closed
02 - Echoes
03 - Amor Fati
04 - Soft
05 - Far Away
06 - Before
07 - You And I
08 - Within and Without
09 - A Dedication

Nota - 7/10

03/08/11

Jeff The Brotherhood - We Are The Champions

Este projecto iniciado em 2001, pelos irmãos Jake e Jamin Orrall, membros do Be You Own Pet, regressa este ano de 2011 com o seu quinto trabalho de originais. Pode ser mais do mesmo em relação aos anteriores trabalhos do grupo, mas este We Are The Champions é um disco bastante agradável, repleto de um bom rock, simples e directo, simultaneamente melódico e agressivo, com o verdadeiro estilo rock 'n' roll. Onze canções que merecem ser escutadas, em repeat.

01 - Hey Friend
02 - Cool Out
03 - Bummer
04 - Shreddr
05 - Diamond Way
06 - Endless Fire
07 - Ripper
08 - Mellow Out
09 - Stay Up Late
10 - Health and Strength
11 - Wastoid Girl

Nota - 8/10

Pulseira... Festival Optimus Alive

Pulseira do Festival Optimus Alive, edição 2011

02/08/11

Recortes... Geoffrey Oryema

Disco autografado por um dos meus músicos favoritos, Geoffrey Oryema. O autógrafo foi dado após o espectáculo que o músico, natural do Uganda, deu na Expo 98.