05/05/15

Ao vivo... Festival Energeia


A primeira edição do Festival Energeia começou com a actuação dos Manifesto, grupo formado em Novembro de 2011 por Paulo Lima na voz e guitarra, Augusto Figueira na guitarra e coros, Bidgi Marciano no baixo e coros e Nuno Justo.
Com o seu rock simples, bem ritmado e uma voz segura, os Manifesto apresentaram temas do seu disco de estreia, o álbum homónimo editado em 2014, e ainda conseguiram surpreender, na ultima música, ao chamarem para o palco todos os músicos que iriam actuar nessa noite para, em conjunto, prestarem homenagem a João Ribas, "um homem de Alvalade" como disse Paulo Lima, e com todos em palco, de improviso, brindaram-nos com uma excelente versão de "Quero Ser Eu!", tema dos Ku de Judas, uma das bandas de Ribas, para além dos Censurados e dos Tara Perdida.

Setlist Manifesto

Dia de Rock N Roll
Eu Vou, Tu Vais
Acordai
Tens a Força
Arriscar
Não Lambas o Chão
Skanada
Portuga Idiota
Quero Ser Eu!


Após um curto intervalo, é chegada a vez dos Razia subirem ao palco, naquela que, na minha opinião e apesar do bom nível atingido, foi a actuação menos conseguida da noite.
Formados em 2010, os Razia actualmente são compostos por Gonçalo na voz, David na guitarra, João na guitarra e voz, Pedro no baixo e voz e o Hugo na bateria e voz, e foram estes cinco músicos que apresentaram algumas canções do álbum de estreia "Rebaldaria", trabalho composto por doze temas de Punk-Rock nacional cheio de energia e garra. Sem terem deslumbrado também não desiludiram, cumprindo a missão de dar seguimento a uma boa noite de rock português, e também eles prestaram homenagem a João Ribas ao tocarem "Violemos o Presidente", tema dos Ku de Judas.
Para terminar uma actuação muito interventiva, os Razia escolheram um clássico do Punk-Rock nacional, "Há que Violentar o Sistema", dos Aqui Del Rock.

Setlist Razia

A Partir de Agora (Razia Neles)
Politiquices
Fugitivo
Óbviamente Demito-me
Não Fiques Parado
Cabeça Perdida
Cavaquistão
Violemos o Presidente
Inshallah
Toda a Vida Foste um Merdas
Há Que Violentar o Sistema


A seguir ao Punk dos Razia, Tó Pica, membro dos Sacred Sin, Ramp, Anti-Clockwise e Secret Lie, e considerado por muitos como um dos melhores guitarristas portugueses de metal, deu o melhor concerto da noite, com bons solos, boa disposição e muito rock. Sem grande capacidade vocal, como ele próprio afirmou e, citando, "a música instrumental torna-se chata", Tó Pica convidou Marco Resende, David Pais e Tóbel, para colaborarem nas vozes em seis dos sete temas apresentados durante o concerto e o que se passou em palco foi um autêntico festim, com os músicos bem-dispostos e felizes por estarem ali, felicidade essa que também passou para o público, algo bem visível nos rostos de quem  lá estava.

Setlist Tó Pica

The Urge
My Time Has Come (Marco Resende)
Binding Distance (Marco Resende)
All Access Denied (David Pais)
Time Will Change (David Pais)
Pendulum (Tóbel)
Metamorphosis (Tóbel)


E para encerrar a noite, no que a concertos dizia respeito, estiveram em palco os Gazua, trio formado em 2007 por João Corrosão na guitarra e voz, Paulino no baixo e coros  e João Teixeira na bateria.
Com quatro discos editados e um quinto a editar brevemente, os Gazua não desiludiram minimamente e deram um excelente concerto, com muito rock, demonstrando ser uma banda com grande experiência de palco e, de forma simples e directa, sem grandes pausas, apresentaram temas dos álbuns já editados e alguns temas do álbum a editar brevemente. naquilo que foi uma excelente forma de encerrar as actividades musicais no palco do RCA Club, no âmbito da primeira edição do Festival Energeia

Setlist Gazua

Intro
Ouvi Falar de Ti
Esta Gente
O Inimigo Sou eu
Sangue Bravo
Ela Era Agonia
Tempestade
Sobrenatural
Envolve-me
Terra Prometida
Mais Depressa
Mil Dedos
O Que Estás Aqui a Fazer
Morreu o Coveiro
Casa dos Fantasmas
Vontade de Gritar

Nota do autor:

Em jeito de rodapé, parece que o Festival Energeia "tem pernas para andar", e esperamos que tenha, pois é aquele tipo de evento que faz falta no panorama musical português, um evento cujo objectivo é a divulgação de bandas portugueses num mercado cada vez mais difícil, com pouca promoção por parte da comunicação social: televisão, rádio e imprensa escrita, cujos critérios de divulgação parece prenderem-se com o "quanto mais me dás... mais te promovo". Isso não pode ser assim.
- Certos músicos, quando dizem que estão a preparar um disco são notícia de imediato; outros há que, quando o disco já está no mercado há largos meses, continuam a ser ignorados.
- Em certos festivais e concertos, quase chega a ser notícia quando o músico vai à casa-de-banho, ou o que vai ser o seu jantar; outros festivais há, em que tudo passa ao lado e nem se dignam a divulgar ou a estar presentes.
Tem de existir divulgação e promoção, isentas, que não estejam reféns de bilhetes oferecidos, publicidade, ou outras contrapartidas.
Não pode ser assim.

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