29/05/15

Ao vivo... Festival Primavera Sound 2015 - Dia 2

Data - 28 de Maio de 2015
Local - Parc Del Fòrum
Notas - Primeiro dia "a sério" do festival, com os palcos todos a funcionar em pleno, tornando difícil a tarefa de selecção dos concertos a ver. Muitos ficam de fora e, é necessário haver algum critério na escolha.
Perro - Para dar início a um dia longo de muita e boa música, a escolha recaiu sobre os Perro, quarteto de Múrcia com grandes influências dos The Wedding Present ou dos Los Planetas. Com um disco editado e alguns EPs, os Perro trouxeram uma lufada de ar fresco à cena indie espanhola com a edição de "La Reinda de Inglaterra. Um concerto morno, tipicamente de início de dia.
Ocellot - Grupo de Barcelona que cruza o folk com o rock psicadélico, num projecto interessante liderado por Marc Férnandez e Elaine Phelan. Com a edição recente do seu álbum de estreia "Molsa Molsa", foi natural que houvesse por parte do público algum desconhecimento da maior parte dos temas, mas nem por isso deixou de ser um bom concerto.
Childhood - Considerados pela crítica britânica uma das promessas do pop que se vai fazendo pelas terras de sua majestade, a música os Childhood passou um pouco ao lado do público, e nem a fusão de um estilo musical do géneros dos Tame Impala com os Jesus & Mary Chain foi suficiente para que Romans-Hopcraft conseguisse arrebatar o público com a sua voz melancólica. No entanto, é um grupo a seguir com alguma curiosidade.
Yasmine Hamdan - Actriz, cantora e compositora, Yasmine Hamdan encantou a plateia do Primavera Sound. Detentora de uma excelente e poderosa voz, sedutora e bonita, a Libanesa, natural de Beirut encheu o recinto com temas lindos e com um grande disco editado muito recentemente, "Ya Nass".
Viet Cong - Do Canadá chegaram os Viet Cong, projecto liderado por Matt Flegel e Mike Wallace. Conjugando na perfeição a intensidade do Post-Punk com muitas distorções e, por incrível que pareça, um leve toque de Lo-Fi, deram-se a conhecer com a edição de "Cassette" em 2013, tendo editado no início deste ano o disco homónimo que serviu de base ao alinhamento do concerto, para gáudio do muito público que encheu a área do recinto do palco Pitchfork.
Thurston Moore - O Sr. Sonic Youth deu mais um excelente concerto de rock puro e duro, como só ele sabe fazer. Temas longos, grandes solos de guitarra e muitas canções do seu mais recente disco "The Best Day", naquele que foi um dos grandes concertos do dia.
Antony and The Johnsons - Não há palavras para descrever o que se passou no concerto de Antony. O que quer que se possa dizer é pouco para descrever o que se passou. Só uma nota fica, e a interpretação da mesma fica ao critério de cada um: cerca de 50000 pessoas a ver um concerto de música calma, acompanhado por uma orquestra; não se ouvia um ruído que fosse, por parte do público. Momento mágico e arrepiante.
Black Keys - Depois do silêncio e da ternura da música de Antony, os Black Keys tinham por missão trazer-nos de volta ao rock, aos riffs, ao barulho, e conseguiram-no mas o efeito Antony teimava em permanecer "cá dentro", e o concerto do Black Keys acabou por "passar um pouco ao lado".
Chet Faker - Nick Murphy (Chet Faker) tem constituído uma carreira musical sólida, conjugando uma elegante e inteligente proposta musical assente no soul, mas à qual não deixa de acrescentar algumas pinceladas de jazz, e ainda de ritmos electrónicos. Em 2014 editou "Built On Glass", chamando a atenção da crítica para a sua música, conseguindo de imediato uma enorme legião de fanz que encheu por completo a zona do palco Ray-Ban para assistir a um bom concerto com muito ritmo.
Sun O))) - Experimentação electrónica, música densa, drone metal ruidoso, caos sonoro, sinfonias apocalípticas e muito ruído, com uma nível sonoro próximo do inaudível, mas com com um fio condutor que conjugas isto tudo e faz com que um concerto dos Sun O))) seja algo inesquecível, uma experiência a repetir, e enquanto no palco o ambiente é caótico em termos sonoros, na plateia os rostos são de satisfação e estupefacção.
Simian Mobile Disco - O duo formado por James Ford e Jas Shaw, apresentou mais uma vez no Festival Primavera Sound a sua sonoridade electrónica, com o alinhamento do concerto a incidir, principalmente, no mais recente trabalho "Whorl", no qual utilizaram os habituais sintetizadores e ainda um sequenciador com o objecto de diminuírem os limites sonoros entre a composição e a gravação em estúdio, com os espectáculos ao vivo, algo que resultou.