22/03/12

The Horrors



Corria o verão de 2005, quando Faris Badwan (voz), Tomethy Furse (baixo), Joshua Von Grimm (guitarra), Coffin Joe (Bateria) e Spider Webb (teclas), decidem formar os Horrors, ganhando de imediato grande popularidade, não só em Londres, mas também nos arredores da capital londrina.
O visual dos membros do grupo, muito diferente do tipicamente britânico, a sonoridade da banda que, apesar de manter alguma identidade com a música britânica, consegue soltar-se dessas amarras, não tendo aquele som característico dos grupos indie, como por exemplo Oasis ou Stone Roses, e ainda aos frenéticos concertos ao vivo com uma presença em palco cheia de ritmo e energia, catapultaram o grupo para o sucesso, despertando de imediato a atenção da editora Loog Records, para a qual gravam o primeiro single, em 2006, Sheena is a Parasite e Jack The Ripper, e que obtém bastante sucesso.
Seguem-se mais uns singles de sucesso e em 2007 surge o primeiro longa-duração, Strange House, editado pela Polydor que, para além de incluir temas editados em singles, inclui ainda uma série de inéditos, com a característica de serem temas curtos, que proporcionavam, ao vivo, espectáculo de uma energia avassaladora, característica esta que fez com que o ambiente à volta da banda fosse crescendo.
Em 2009, editam “Primary Colours”, trabalho em que a sonoridade da banda mudou substancialmente, graças à co-produção de Geoff Barrow. Editado pela label XL Recordings, o som do grupo aproximou-se mais de ambientes post-punk e góticos, e foi muito bem recebido pela critica independente, tendo sido considerado o álbum do ano pela New Musica Express.
Após mais dois anos de intervalo, o grupo regressa aos discos com Skying, de 2011”, com mais uma alteração na sonoridade da banda, com um som mais leve e directo, simultaneamente menos complexo e denso, num disco de grande nível e com boas canções para serem tocadas ao vivo, à semelhança dos discos anteriores, se bem que este “Skying” parece ter temas mais fortes. Um disco com uma sonoridade que, faz lembrar The Psychedelic Furs.
Uma das grandes expectativas para os festivais deste ano de 2012, eles que já estão confirmados para o Super Bock Super Rock, o tal festival da poeira, dos maus acessos, e de tudo o que pode haver de mau, mas que normalmente

Discografia

2007 – Strange House (Polydor)
2009 – Primary Colours (XL)
2011 – Skying (XL)

21/03/12

Ao vivo... Dream Theater



Data - 26 de Fevereiro de 2012
Local - Coliseu dos Recreios
Notas - Apesar de serem assíduos no que diz respeito a visitas a Portugal, foi a primeira vez que assisti a um concerto dos Dream Theater.

Para este regresso a Portugal, os Dream Theater escolheram os Periphery para a abertura do concerto. Com um estilo muito próximo, o metal progressivo do grupo liderado por Spencer Sotelo acabou por funcionar como uma espécie de aperitivo para os Dream Theater. Não sendo um concerto de grande nível  acabaram por cumprir, e isso foi reconhecido pelo público que não se fez rogado em os aplaudir.

Relativamente aos Dream Theater, a banda do Guitar Hero John Petrucci não desiludiu, apesar de também não ter deslumbrado. Um concerto onde tudo correu bem, com um bom som e bons momentos musicais. A entrada em palco deu-se ao som de Hans Zimmer, enquanto eram projectados pequenos filmes de animação e a música de abertura foi "Bridges In The Sky", do novíssimo álbum "A Dramatic Turn of Events", disco que serviu de base à actuação do grupo.
Com um alinhamento idêntico a toda a tournée, sem variações de concerto para concerto, ao contrário do que a banda fazia outrora, acabou por ser um bom concerto, mas pouco mais.
Não deslumbrou, mas, apesar de tudo, nesta noite fria de Fevereiro, ouviu-se música muito bem executada, mas demasiado previsível, o que contraria um pouco a lógica dos concerto ao vivo.
No entanto, os Dream Theater não desiludiram... cumpriram.

12/03/12

Recortes... Rock Rendez Vous


Cartaz comemorativo dos 6 anos do Rock Rendez Vous, com uma lista de muitos dos grupos que por lá passaram. Assisti a muitos concertos na mítica sala da Rua da Beneficência, em Lisboa, e dos nomes que constam desta lista, lembro-me de ver Adelaide Ferreira, Alarme, Albatroz, Aníbal Miranda, António Variações, Aqui Del Rock, Arte Nova, Beatnicks, Bico D'Obra, CTT, Doyo, Ferro e Fogo, Filhos da Pauta, FM, Frodo, Go Graal Blues Band, Grupo de Baile, Heróis do Mar, Iodo, Jarojupe, Jáfumega, Kamikaze, King Fishers Band, Mala Posta, Mário Mata, Martinis, NZZN, Opinião Pública, Pizzo Lizo, Rádio Macau, Roquivários, Rui Veloso, Salada, Seilasié, Street Kids, Taxi, TNT, Trabalhadores do Comércio, UHF, Vodka Laranja, Xeque Mate.
Estes são os que me lembro, com alguns bons momentos musicais como por exemplo a Go Graal Blues Band, Aníbal Miranda, Rui Veloso, Heróis o Mar, Trabalhadores do Comércio, Roquivários, só para destacar alguns dos bons concertos que houve no RRV.
Ao nível de desilusões, assim à distância, lembro-me dos Bico D'Obra, Seilasié, Filhos da Pauta e Doyo por exemplo.

09/03/12

Perfume Genius - Put Your Back N..2

Depois do excelente "Learning", editado em 2010, a expectativa para o novo trabalho de Perfume Genius era imensa, e, pode-se afirmar que Mike Hadreas, mentor do projecto, não desiludiu com este "Put Your Back N. 2", um disco de qualidade invulgar com uma sonoridade diferente, muito característica e introspectiva, repleto de belas canções que, apesar de serem construídas de uma forma muito simples mas simultaneamente intimista e sedutora, criam um ambiente escuro e ligeiramente denso, escuridão e densidade  onde nunca se chega a entrar, mas sente-se, graças a Mike Hadreas que, com a sua voz cria uma espécie de luz, uma luminosidade musical que aliada às sonoridades que estamos a ouvir transmitem uma sensação arrebatadora.
Com nítidas influências de Antony and The Johnsons ou Sufjan Stevens, este "Put You Back N. 2" é, para já, um dos melhores discos deste ano.

01 - Awol Marin
02 - Normal Song
03 - No Tear
04 - 17
05 - Take Me Home
06 - Dirge
07 - Dark Parts
08 - All Waters
09 - Hood
10 - Put Your Back N. 2 It
11 - Floating Spit
12 - Sister Song

Nota - 8.5

08/03/12

Fausto... Em Busca das Montanhas Azuis

"Em busca das montanhas azuis", assinala o regresso de Fausto aos grandes discos, sendo que este vem completar a trilogia iniciada em 1984 com "Por este rio acima", ao qual se seguiu "Crónicas da terra ardente" em 1994.
Dezassete anos depois é lançado este duplo CD, e apesar dos seus quase quarenta anos de carreira, Fausto Bordalo Dias continua igual a si mesmo, com mais um disco bem construído, bem escrito e quase perfeito, dentro do seu estilo.
À semelhança dos trabalhos editados anteriormente por Fausto, o seu jeito de cantar a solo com viola acústica e com pequenos pormenores musicais e orquestrais em fundo, continuam bem presentes neste disco, bem como aquela sua maneira muito peculiar de compor, na qual "bebe" um pouco da música popular portuguesa, ao contrário do que acontece com as influências da música africana que, de forma natural acabam por se perder no tempo, pois Fausto regressou de África com 18 anos. Todos estes factores fazem com que este disco possa ser considerado como um dos mais importantes dos últimos anos da música portuguesa, e uma excelente forma de conlcuir essa grande trilogia que teve início, como já foi referido, com "Por este rio acima", ainda hoje considerado um dos melhores discos de sempre da música portuguea.
Se a nível musical, África está praticamente ausente, do ponto de vista de escrita está muito presente, ou não fosse este um disco de viagens no qual é retratada de uma forma exímia a odisseia dos portugueses pelo mundo, não só pelo continente africano mas também por todos os continentes desse imenso mundo por onde os portugueses passaram e onde deixaram a sua marca, nalguns sítios de forma indelével, como indelével é a música de Fausto Bordalo Dias.
Discordo completamente de quem afirma que a música de Fausto Bordalo Dias é mais do mesmo e defino-a como intemporal, pois não é preciso pensar muito para se chegar à conlusão de que passados todos estes anos, as suas músicas continuam actuais e a proporcionar um imenso prazer a quem as ouve, e este mais recente trabalho de Fausto é a "cereja do topo do bolo" de toda a sua discografia; um disco obrigatório.

CD 1

01 - Aproximação à terra
02 - E fomos pela água do rio
03 - Velas e navios sobre as águas
04 - E viemos nascidos do mar
05 - Nos palmares das baías
06 - Fascínio e sedução
07 - À luz mais frágil das auroras
08 - À sombra das ciladas
09 - A mais débil das lágrimas
10 - De um crescente dourado
11 - Bárbaras iguarias
12 - Por altas serras de montanhas

CD 2

01 - Ocultam a claridade à luz
02 - A enxurrada
03 - O feiticeiro de Melinde
04 - Pelos rios de Cuama
05 - Nesta selva do Guinéu
06 - No braseiro da Mourama
07 - Tempo claro e vento galerno
08 - Quase em tons de cristal
09 - De costa à contracosta
10 - A embala de Silva Porto
11 - O perfume das chuvas

Nota - 9/10