Local - Campo Pequeno
Notas - A praça de touros do Campo Pequeno esgotou para o primeiro dos dois concertos que a banda liderada pelo carismático Billy Corgan deu em Portugal, nesta tournée que assinala o regresso dos Smashing Pumpkins aos discos e aos espectáculos ao vivo.
Na primeira parte actuaram os Ringo Deathstarr, grupo praticamente desconhecido em Portugal mas que tem obtido algum sucesso no seu país de origem, EUA, liderando algumas tabelas nas rádios onde a sua música passa com mais frequência, como por exemplo a 3WK. Apesar de se terem formado em 2005, em Austin no Texas, só agora lançaram o seu primeiro álbum "Colour Trip". Durante os 45 minutos que estiveram em palco, os Ringo Deathstarr não desiludiram com a sua música muito assente em guitarras e chegaram a proporcionar bons momentos musicais, e, apesar do mau som e das suas músicas serem praticamente desconhecidas, funcionaram como um excelente aperitivo para uma grande noite de música, com um concerto em bom nível dos Smashing Pumpkins que, após um curto intervalo, entraram em palco às 21.05 minutos e onde permaneceram por pouco mais de duas horas, durante as quais foi possível ouvir e recordar alguns dos muitos bons temas já editados pelo grupo desde 1991, e também alguns temas do aguardado disco "Oceana", a editar brevemente.
Um Billy Corgan pouco comunicativo, não ajudou a que o entusiasmo do público fosse evidente, permanecendo muito estático em alguns momentos, chegando a dar a sensação de não conhecer as músicas, e isso não aconteceu somente com os temas do próximo disco; era uma sensação estranha, olhar para uma sala esgotada e ver em palco os Smashing Pumpkins, e, simultaneamente, um público parado, que dava a sensação de estar ligeiramente absorto, o que também pode ser visto como estando ali para prestar culto a uma das bandas mais importantes da música indie-rock dos anos 90.
Apesar da pouca interacção do grupo com o público, e vice-versa, foi um bom concerto, mesmo existindo aquela sensação de que é o tipo de concerto a que vamos, um pouco por tudo e também por quase nada; um pouco, por tudo o que o grupo já fez musicalmente e pelo prazer que nos deu ao longo da sua carreira, com boas canções e bons momentos; por quase nada, porque analisando a prestação do público, fica a ideia de que uma grande parte do mesmo, estava ali a assistir a um concerto de bom rock, com um grande guitarrista (Billy Corgan), acompanhado por um excelente leque de músicos, mas estava lá, quase por estar, sem participar na festa, nunca chegando a existir por parte desse mesmo público o ambiente característico de um concerto de rock, no qual as pessoas, cantam, dançam e saltam.